O primeiro-ministro da Guiné Conacri, Ahmed Tidiane Souaré, e vários dos seus ministros, entregaram-se hoje aos revoltosos que puseram em marcha um golpe de Estado após a morte do Presidente Lansana Conté, na terça-feira. O chefe do Executivo e cerca de 30 membros do seu gabinete encontraram-se com o capitão Moussa Dadis Camara, que se auto-proclamou ontem o novo Presidente do país, numa base militar da capital.
O capitão Camara terá prometido aos membros do governo a sua segurança, pedindo-lhes igualmente que colaborem com o novo regime, que ficará em funções – de acordo com Camara – até que se possam levar a cabo novas eleições, prometidas para 1010.
Citado pela Radio France Internationall, Camara garantiu igualmente não querer apresentar-se como candidato. "Não tenho a ambição de ser candidato às eleições presidenciais", disse. "Nunca tive a ambição do poder", acrescentou.
Cerca de 53 por cento dos guineenses vivem abaixo do limiar mínimo da pobreza.
Várias organizações não-governamentais denunciam há anos a corrupção e a “gestão calamitosa” que se vivem no país, apesar da riqueza em ferro, ouro e diamantes que jaz no subsolo.
O golpe de Estado perpetrado na Guiné Conacri, na sequência da morte Conté, é um resultado quase inevitável do sistema de um Estado autocrático e cleptocrático que se mostra extremamente vulnerável quando o rosto máximo perece.
São muitas tensões e agravos acumulados ao longo de anos que encontram a possibilidade de vingar. O momento surgiu na terça-feira com a morte do Presidente da República.
Muitos se mostram preocupados, como a UE e os EUA, mas a verdade é que o regime vigente em pouco servia a população.
Veremos se Camara cumprirá a sua palavra e proporcionará uma oportunidade de futuro a este país da África ocidental. Caso contrário, será um triunfo dos porcos.
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