sábado, 22 de dezembro de 2007

Olhe que não, olhe que não

Putin may become Gazprom chairman

Caro André,
Já ficou claro que Putin será o próximo Primeiro-Ministro russo, após cessar o mandato presidencial.
Acumulará Putin a liderança do Governo com a Gazprom? É uma questão mais formal do que real.
O homem eleito personalidade do ano 2007 pela Time manda na Rússia, seja no Kremlin, no Governo ou na Gazprom. Porém, estar num cargo do poder político é muito mais importante do que sentar-se na poltrona de uma das maiores e mais poderosas empresas do mundo. A função política confere-lhe uma autoridade e poder que a económica, por mais forte que seja, não tem (isto, claro está, nas grandes potências mundiais).
Putin tem sido excessivamente inteligente e por isso os erros da sua gestão não se encontram. Dir-se-á que os seus métodos para manter e exercer o poder são mais do que ortodoxos. Não nos podemos esquecer que estamos a referir à Rússia, onde os métodos sempre foram assim, desde que a Rússia é império. E a escola soviética ainda está demasiado fresca.
Aliás, a escolha entre Medvedev ou Ivanov para Presidente foi feita com segurança. Putin escolheu o delfim que melhor pode controlar, o político que não teve escola KGB.
Na Rússia, o exercício do poder pode ser forte, mas as ameaças a quem o exerce não são menores. Putin sabe isso e joga com isso.
Resta saber se assumirá, mais cedo ou mais tarde, a reforma constitucional, que confira mais poderes ao Primeiro-Ministro, uma vez que as actuais funções apenas atribuem uma função quase administrativa e totalmente subordinada às orientações do Chefe de Estado.

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