domingo, 17 de fevereiro de 2008

Por que prefiro McCain a Obama... e aos dois, Hillary!

Caro Rui,
Não sou nenhum anti-Obama. Apesar de não ter grande simpatia com as suas propostas (a nível de política externa, a que mais nos diz respeito), reconheço-lhe capacidade pela grande campanha que está a realizar. Tem conseguido cativar muitas pessoas, sobretudo os jovens, que estão afastados da política e isso, por si, é um grande feito e ninguém pode retirar esse mérito a Obama.
Mas, em política, como bem sabes, não basta apenas a forma (na qual Obama é o melhor de todos os candidatos nestas eleições), é preciso conhecer o conteúdo. Neste âmbito, como já referi, em termos internos, prefiro qualquer candidato Democrata a qualquer Republicano, pelas políticas que cada partido assume. Todavia, eu, enquanto europeu, percepciono com base no que nos diz mais respeito e o que mais directamente nos afecta, ou seja, a política externa, e nesta, entre Obama e McCain tenho mais afinidades com as propostas do Senador do Arizona.
Obama não tem, no meu entendimento, uma leitura acertada do combate ao terrorismo e de como lidar com os principais palcos problemáticos do globo, onde os Estados Unidos estão presentes, a começar pelo Iraque.
A proposta de Obama, de retirar quanto antes do Iraque, é um erro, como é um erro colossal a sua proposta de intervir no Paquistão se as autoridades locais não conseguirem deter os radicais. Para quem tanto critica a intervenção no Iraque, é mais irresponsável cometer um erro ainda maior (não esquecer, o Paquistão é uma potência nuclear).
É óbvio que Obama, que em campanha tanto apregoa ser contra o sistema de Washington, se chegar à presidência, acabará por desiludir muitos dos que hoje acreditam nele, por considerarem que o Senador do Illinois vai mudar o país e o mundo. Para já, em quatro anos não se muda um país, muito menos um sistema que funciona por si, mas em quatro anos pode-se destruir muito, como o primeiro mandato de Bush tragicamente demonstrou.
McCain, o pouco amado entre os Republicanos (basta lembrar que ele foi um dos grandes adversários da política externa de Bush e foi um dos principais críticos pela violação dos Direitos Humanos desta Administração), sabe que os combates externos a travar não são fáceis e não se mudam, da noite para o dia, com meras pretensões. E os problemas do Iraque, do Afeganistão, do Paquistão e a luta contra o terrorismo não vão desaparecer nos próximos quatro anos. McCain não promete milagres, mas garante determinação. Essencial nestes tempos.
De qualquer forma, continuo a torcer para que Hillary vença. Afinal, preenche tanto o que entendo dever fazer-se em política doméstica, em especial em termos de Saúde, como na política exterior.

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