quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O deslocado de Praga

The pragmatic Czechs – with all their criticism of European decision-making mechanisms – will not attempt to initiate a pan-European “velvet revolution” but will promote their interests and priorities. We will treat others as we expect to be treated: with respect for different views. We will be happy if a common denominator in – at least – some cases can be found. Reliance on negotiations and on the positive effect of the diversity of views is what makes Europe Europe.
The EU presidency might give us a chance to make use of some of our views to the benefit of the citizens of all EU member states. Their welfare and happiness will be maximised in a free, democratic, decentralised, open and liberalised Europe.


Vital Moreira considera o actual Presidente checo, Vaclav Klaus, o neoliberal de Praga. Não sou tão optimista como Vital Moreira, pois o Chefe de Estado checo é, como os seus actos corroboram, um desfasado da realidade.
Ainda não tive oportunidade de acabar de ler o seu livro "Planeta Azul (não verde) - o que está em perigo, o clima ou a liberdade?", mas do que já li, é de bradar aos céus a tese apresentada. Para Klaus, os ecologistas de hoje e a valorização da defesa ambiental do planeta representam os soviéticos no tempo da Guerra-Fria e são, por isso, atentados à liberdade. Como se a preocupação e mudança de comportamentos nestes tempos, para evitar descalabros ambientais maiores, não fossem necessários.
Agora, com a Presidência checa da UE, Klaus diz que quer maximizar o bem-estar e a felicidade dos europeus. Veja-se, então, a postura checa, de indiferença para com o conflito russo-ucraniano do gás e como isso prejudicou metade dos europeus, mais de 300 milhões de pessoas.
Os actuais líderes políticos checos podem até desconsiderar o projecto europeu, ao menos prezavam os seus nacionais. Mas nem isso. Hoje, a República Checa é um dos países mais afectados pelo corte de gás russo.
O que é curioso, por outro lado, é que talvez Klaus e os seus apaniguados estejam mesmo convencidos de que a República Checa, só por si, fora da UE, teria capacidade para singrar na actualidade, como por exemplo, chegar a Moscovo e fazer valer a sua voz e força para receber gás, não sendo afectada pelo que se passa com outros países, como se tal fosse possível.

Our historical experience gives us a clear instruction: we always need more of markets and less of government intervention. We also know that government failure is more costly than market failure.

Não sei onde esteve Klaus no último ano, caso contrário poderia ter juntado à sua experiência de convicções a recente lição histórica de que o prejuízo do mercado custa-nos tanto como o excesso de Estado nos prejudica. Ou será que a lição vinda dos Estados Unidos não foi a suficiente?
Em suma, Klaus vive num mundo teórico próprio da Guerra-Fria, não no conteúdo mas na forma.
Bem precisam os checos de uma nova e tranquila revolução de veludo!

(Publicado no Câmara de Comuns)

1 comentário:

Emerson disse...

Lhe sugiro ver a opinião de cientistas não ligados ao governo:
http://www.anovaordemmundial.com/search/label/aquecimento%20global