Os partidos da coligação de governo na Alemanha envolveram-se hoje em polémica sobre o acolhimento de prisioneiros do campo norte-americano de Guantanamo, defendido pelo chefe da diplomacia, Frank-Walter Steinmeier, mas rejeitado pelo ministro do interior, Wolfgang Schaeuble.
O político democrata-cristão admitiu que "têm de ser os norte-americanos a arcar com as consequências de Guantanamo".
Como seria de esperar, com o anunciado fecho de Guantanamo, os prisioneiros detidos em Cuba têm de sair da base norte-americana e ser transferidos para outros locais. Na maior parte, se regressarem aos seus países de origem, a sentença é conhecida: pena de morte.
Portugal foi o primeiro país europeu a mostrar disponibilidade para cooperar com Washington no encerramento de um dos capítulos mais vergonhosos dos EUA, seguido pela Alemanha, na voz do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier.
Porém, a concordância no seio do Governo CDU/SPD não é consensual. O titular do Interior alemão, o democrata-cristão, Schäuble, diverge do social-democrata Steinmeier. Prenúncios das divergências inevitáveis entre os dois partidos, a poucos meses das eleições legislativas? Também, mas não só.
Enquanto Steinmeier assume uma postura altruísta, o seu colega de Governo demonstra o pior da postura política, como se o problema de Guantanamo fosse só dos EUA.
É interessante observar certos políticos europeus. Quando os EUA importam, Washington tem de estar presente. Quando os EUA precisam, eles que se safem.
Schäuble surge, assim, como o rosto do egoísmo e indiferença política.
Como alemão, que felizmente cresceu na RFA, devia dar o devido valor à solidariedade transatlântica, por que beneficiou, e muito, da ajuda e cooperação norte-americana no seu país.
Veremos o que diz a Chanceler Merkel.
(Publicado no Câmara de Comuns)
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