Obama propõe redução em 80 por cento dos arsenais nucleares russo e americano
Esta é uma notícia que pode agradar à opinião pública, mas significa, sobretudo, uma ameaça à sociedade.
É tempo de desmistificar que as Forças Armadas são um obstáculo das sociedades livres.
Como a História ensina, e a própria existência do Estado confirma, as Forças Armadas são elementos estruturais e estruturantes de uma comunidade, nos mais diversos campos. Enfraquecê-las representa uma manifestação de debilidade, em termos de defesa nacional, e um aumento de exposição à vulnerabilidade de ataques.
A proposta de reduzir arsenais norte-americanos e russos recria um pouco do clima de Guerra Fria. Mas Obama devia tomar em consideração o novo século, o qual já não conta com a URSS, e o armamento de certos países não é fruto do acaso. Devia, por exemplo, ter em consideração o projecto militar chinês ou o aumento significativo do armamento na América do Sul, sem esquecer o recrudescimento da dimensão bélica na Ásia central, em especial o programa nuclear iraniano e o que este pode provocar na região, com a quase inevitável corrida às armas da Arábia Saudita.
Ao procurar enfraquecer militarmente os EUA, Obama dá um passo no caminho errado e bastante perigoso. Para todos nós.
(Publicado no Câmara de Comuns)
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