domingo, 28 de setembro de 2008

A elevada subida da extrema-direita austríaca

Referência ao resultado da eleição legislativa austríaca no Câmara de Comuns,
aqui e aqui.

A queda da direita bávara

Apesar de ganhar a eleição bávara, a CSU tem uma queda abissal. Pouco mais de 17%.
O SPD também não obteve melhor percentagem. Nem chega aos 20%.
De registar a subida, em mais de 5%, do FDP. Um resultado importante para os liberais, que no próximo ano podem alcançar condições para voltar a fazer parte do Governo federal, assim obtenham um resultado positivo nas legislativas de Setembro de 2009.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Os entendimentos do agrado iraniano

As seis potências mundiais, incluindo os Estados Unidos e a Rússia, concordaram com o esboço de uma resolução sobre o programa nuclear iraniano, mas que não inclui nenhuma nova sanção, informaram autoridades européias nesta sexta-feira.

Com estas posturas, o Irão nem precisa de se incomodar muito, pois nada fará parar a sua ambição nuclear.

A Rússia continua a responder à ofensiva do Ocidente

Rusia modernizará su capacidad de disuasión nuclear para 2020
El primer ministro ruso, Vladímir Putin, anunció recientemente un aumento del 27% del gasto asignado a seguridad y defensa en 2009, que ascenderá a 2,4 billones de rublos (70.000 millones de euros). El nuevo programa de rearme ruso incluye la puesta en servicio de misiles balísticos intercontinentales, submarinos nucleares y aviones estratégicos, la conocida como tríada nuclear, en un intento de mantener la paridad con Estados Unidos.


A obsessão de Washington instalar, a todo custo, as bases anti-mísseis na Polónia e República Checa receberia, como se esperava, a resposta russa. Ela aí está.

Os falsos liberalismos dos mercados

Intensifica-se o braço-de-ferro entre Volkswagen e Comissão Europeia. A companhia alemã beneficia de um forte apoio do executivo de Berlim. Esta terça-feira, Angela Merkel voltou a afirmar que está disposta a defender a “lei Volkswagen” junto de Bruxelas.
Perante os empregados da empresa, na sede em Wolfsburgo, a chanceler alemã defendeu que o seu executivo aplicou a sentença do Tribunal Europeu de Justiça, “a decisão foi tida em conta, mas considero que quando se trata de decisões importantes da empresa, a minoria de bloqueio deve persistir.”
O maior accionista da Volkswagen é a Porsche que defende a abolição da lei que protege a companhia de uma OPA hostil. No outro lado da barricada encontra-se o Estado da Baixa-Saxónia, segundo maior accionista e que pretende manter o mecanismo de bloqueio.
Em Maio, Berlim aprovou uma nova versão da chamada “lei Volkswagen” que até então protegia a companhia de uma OPA hostil, através da proibição de que um mesmo accionista pudesse ter mais de 20% de direitos de voto no conselho de administração. A nova versão da lei obriga a que haja pelo menos 80% de votos favoráveis a qualquer operação corporativa importante.
Ora esta alteração à lei continua a dar ao Estado da Baixa Saxónia o direito de veto já que detém uma fatia de 20,3% da Volkswagen.


Quando convém, há que defender o funcionamento do mercado. Quando não interessa, importa protegê-lo.
Quem há pouco mais de um ano se sentia indignada pelas restrições do Governo espanhol à opa da empresa alemã E.on à espanhola Endesa, é a mesma pessoa que agora se opõe a uma OPA à Volkswagen.
Merkel não é uma excepção à regra, no quadro dos proteccionismos estatais.

A pomba Bush e o falcão Olmert?

Report: U.S. said no to Israeli strike on Iran
The sources reportedly attributed the American rejection of an Israeli attack to two factors: fear of Iranian retaliatory attacks on American targets, and concern that an Israeli strike would not successfully take out Iran's nuclear facilities, which are not concentrated in a single area, and some of which are subterranean.


Perante esta notícia fica-se com a sensação que Bush é um pacifista nato e Olmert um guerrilheiro obsessivo. Quando o currículo dos dois revela o inverso.
Parece que na Casa Branca o trauma iraquiano ficou, mas é o projecto nuclear do Irão o verdadeiramente preocupante, não as hipotéticas armas de destruição maciça do Iraque.

Acordo com ganhos mútuos

O primeiro-ministro Vladimir Putin propôs ao presidente da Venezuela Hugo Chavez uma cooperação na “utilização da energia atómica” e defendeu um mundo “multipolar”.

A posição hostil dos EUA para com Moscovo dá neste tipo de entendimentos.
A Rússia ganha por que vai passar a intervir em mais um local do mundo. A Venezuela ganha por que conta com um gigante qualificado na exploração da energia. E ambas as partes sorriem pelo incómodo que causam a Washington.
E ainda diz Rice que Moscovo está cada vez mais isolada. O que seria se não estivesse.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Franceses 'nuclearizam' Reino Unido

France's EDF buys UK energy firm
"This deal is good value for the taxpayer and a significant step towards the construction of a new generation of nuclear stations to power the country,'' Gordon Brown, the British prime minister, said in a statement.
The British government said EDF had agreed to continue operating British Energy's eight existing nuclear power stations as well as invest in four new reactors.


Percebe-se porque a poderosa EDF adquire um grupo de energia britânico. A missão gaulesa em terras de sua Majestade é construir novas centrais nucleares, além de manter as já existentes.
O Reino Unido aposta no nuclear, como forma de responder aos desafios energéticos.
Infelizmente, a política energética comum que devia estar a ser construída na UE está na gaveta e cada Estado procura, por si, dar os passos neste campo.
Como perdemos todos e nos enfraquecemos ainda mais.

Por falar em nuclear

Coréia do Norte reabre usina nuclear

Volta não volta, o país que não se sabe se ainda tem o Presidente vivo, à excepção do Politburo que sabe em que estado se encontra Kim Jong Il, volta às actividades nucleares.

Irão à beira de deter poderio nuclear

Iran is moving closer to the point of being able to arm a warhead with a nuclear core even if it insists its atomic activities are peaceful, the European Union warned Wednesday.
The U.S. estimates that Iran is at least two years away from that stage, and some experts say Iran could reach that stage in as little as 6 months through uranium enrichment.


O Irão caminha, impoluto, para a aquisição de poderio nuclear, perante a inércia da Comunidade Internacional.
Talvez este seja o maior feito do mandato presidencial de Ahmadinejad, que termina no próximo ano: deter força nuclear, dado que as condições económicas do país não melhoraram muito, em especial dos desfavorecidos.
Mais um foco de tensão no globo. Algo que se podia (ainda pode?) prevenir.

CSU com uma queda percentual acentuada mas que não lhe retira a vitória

De acordo com a sondagem do último dia 18, do Die Zeit, a CSU vencerá a eleição bávaro do próximo domingo.
Apesar da nítida queda, prevê-se superior a 10%, a formação irmã da CDU deve manter a maioria absoluta.
A confirmar no domingo.

A caminho do desastre

I want to talk with you today about who I am, what I believe, what I am determined to lead this party and this great country to achieve.

Quando este blogue começou, há um ano, o primeiro post versava sobre a posição de Gordon Brown na Convenção trabalhista. Iria ou não ou sucessor de Blair convocar eleições antecipadas, assumindo-se, desse modo, como o principal mentor e rosto do Labour.
Como sempre, Brown teve receio de avançar e um ano depois, o Labour encontra-se na pior das situações, com um Governo a merecer a menor das confianças e a prognosticar-se uma pesada derrota dos trabalhistas nas próximas eleições legislativas.
Sinal destes tempos foram as primeiras palavras de Brown na Convenção deste ano, tendo o líder necessidade de dizer quem é e no que acredita.
Quem está há mais de 1o anos nos principais palcos da política dispensa auto-apresentações.
Talvez seja tempo de se começar a pensar em quem foi e o que fez Brown. Um magnífico Ministro das Finanças e um Primeiro-Ministro com muito pouco sucesso.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Haja dinheiro para armas

Desde 2005, os contratos de compra de armamentos firmados entre a Rússia e a Venezuela já superaram 4 bilhões de dólares. E Chávez está em negociações para aumentar essa cifra.

Enquanto a armada russa navega para mar do Caribe, percebe-se melhor, dado dinheiro envolvido, como Caracas é um bom parceiro comercial de Moscovo.
E ainda dizem, algumas vozes de Washington, que Moscovo está mais isolada no quadro internacional.
Em três anos, e ao mesmo tempo que escasseia leite na Venezuela, o regime chavista já gastou quatro mil milhões de dólares em armamento e estas compras não ficaram por aqui. Prioridades!

Tudo em aberto

O resultado das legislativas austríacas de domingo é uma incógnita. Tanto sociais-democratas como conservadores podem ganhar. Quem quer que triunfe não obterá uma vitória suficiente para alcançar as condições para governar sem coligação.
Há dois e quatro anos os resultados foram estes.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Um Governo com os dias contados

O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, entregou hoje o seu pedido de demissão ao Presidente Shimon Peres, abrindo caminho à actual ministra dos Negócios Estrangeiros, Tzipi Livni, para o suceder.

Olmert cumpriu com a palavra dada. Após a eleição do líder do Kadima, sairia da chefia do partido e do Governo. Sucede-lhe Livni, para já, no partido e, ao que tudo indica, no Governo.
Resta saber até quando a presente legislatura durará em Israel. E não antevejo que dure muito. Se chegar a Janeiro Livni logrará um grande feito. No entanto, sujeita-se a reforçar, ainda mais, o seu grande adversário, Netanyahu, pois as eleições antecipadas são quase inevitáveis.

ANC abre caminho para Zuma

Faltava o tribunal sul-africano absolver Jacob Zuma dos crimes de que era acusado. Há pouco mais de 10 dias, as acusações cairam por terra, com a decisão final da Justiça e pouco tempo volvido, o grande partido da África do Sul retirou a confiança ao Presidente da República, Thabo Mbeki.
O ANC estende, assim, a passadeira vermelha ao Presidente do partido assumir, a breve trecho, a Chefia do Estado, numas eleições que Zuma ganhará, estou em crer, sem grande dificuldade.

sábado, 20 de setembro de 2008

A desfaçatez de Chávez

El informe dedica un amplio espacio a describir cómo el Gobierno de Chávez "ha socavado el derecho de los trabajadores de elegir a sus representantes, al ordenar que una institución estatal se encargara de la organización y el reconocimiento de las elecciones sindicales". "Más de la mitad de los sindicatos de Venezuela están en la actualidad en mora electoral y, por consiguiente, no pueden negociar convenciones colectivas. Mientras, el Gobierno ha fomentado negociaciones con nuevos sindicatos alineados con el Gobierno", señala el informe. En cuanto a los medios de comunicación, Human Right Watch asume que en Venezuela se dan las condiciones para el debate político, "pero el Gobierno ha fortalecido la capacidad del Estado de restringir la libertad de prensa y ha creado incentivos fuertes para la autocensura. Hay como 10 u 11 casos de procesos contra periodistas".

Para quem aprecia os métodos de Chávez, eis mais uma análise demonstrativa dos efeitos da política do pseudo-biblista-bolivarista.
Como o respeito e tolerância é algo que o actual regime venezuelano não tem, o resultado do estudo apresentado é este:

El Gobierno de Venezuela ha expulsado del país al director para América de la ONG Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, después de que presentara un informe crítico sobre la situación de las libertades en el país durante los 10 años de mandato del presidente, Hugo Chávez.
El comunicado oficial del despacho del Exterior indica: "Se ha violentado la Constitución y las leyes de la República Bolivariana de Venezuela, agrediendo a las instituciones de la democracia venezolana, inmiscuyéndose ilegalmente en los asuntos internos de nuestro país".


Facto bastante revelador desta postura populista. Referem as autoridades venezuelanas que nada nem ninguém se pode imiscuir nas questões internas do país, mas a Venezuela já pode intervir na Bolívia, sem para isso ter de pedir autorização.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O bluff de Rice

Rice: Rússia está encaminhada a «isolamento e irrelevância»
Num discurso que pronunciará hoje e de que alguns trechos foram divulgados pelo Departamento de Estado norte-americano, Rice afirma que o «mais preocupante» sobre a Rússia «é que estes actos formam um modelo de comportamento cada vez pior nos últimos anos».


Como Rice sabe melhor do que ninguém, a Rússia não está a isolar-se nem a tornar-se irrelevante. Aliás, irrelevância é o que a Rússia não tem, desde logo para a Europa, à qual fornece um terço do petróleo e 40% do gás que o Velho Continente consome.
Por outro lado, há outras relações que não passam só pelo norte do hemisfério e os russos têm desenvolvido vários elos com outros pontos do globo.
E quanto a dar lições de comportamento, como a Secretária de Estado norte-americana bem percebe, uma hiperpotência não dá lições de atitude e postura a superpotências.
O bluff de Rice bem se dispensava nestes dias.

A vitória esperada, mas bastante suada

Despite the landslide victory attributed to Foreign Minister Tzipi Livni in the exit polls by Israel's three major TV stations, Livni beat her main rival Transportation Minister Shaul Mofaz in Wednesday's Kadima primary by only 500 votes, a difference of only two percent.

A favorita Livni venceu as eleições no Kadima e prepara-se para ascender, também, à liderança do Governo israelita. Veremos até quando a ainda Ministra dos Negócios Estrangeiros aguenta o entendimento com as diversas forças políticas que sustentam o Executivo liderado pelo Kadima.
Mofaz obteve um excelente resultado, ficando a escassa margem de alcançar o triunfo.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Os nós da política ucraniana

Apesar do fim da coligação governamental
Ucrânia: primeira-ministra não se demite

Dimite el presidente de la Rada Suprema de Ucrania
La renuncia se produce un día después de la disolución de la coalición "naranja"


O Presidente do Parlamento ucraniana, afecto ao partido do Presidente da República Yushchenko, demitiu-se, por forma a precipitar eleições antecipadas. A Primeira-Ministra Timoshenko, a quem não interessa sair do poder, diz que não abandona o Governo. Será que se vai aliar a Yanukovich e ao seu partido pro-russo?
Caso não se forme nova maioria parlamentar, em Outubro, o Presidente da República está em condições de dissolver a Câmara. Não me admiraria nada que Iulia Timoshenko faça agora o que Yushchenko fez há um ano, aliar-se a Yanukovich.

Al-Qaeda alarga os tentáculos no norte de África

Al Qaeda en el Magreb Islámico perpetró ayer su primer ataque en Mauritania -que se saldó con 12 soldados muertos

A Mauritânia passa a ser, com a Argélia, alvo dos ataques da Al-Qaeda magrebina.
A Europa não pode continuar muito mais a tempo a ignorar este problema, antes que os tentáculos do terrorismo alastrem mais.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A laranja apodreceu de vez

Timoshenko y el Gabinete de Ministros seguirán en funciones hasta la formación de una nueva coalición de mayoría, ya sea en la actual legislatura o en la que resulte de la celebración de comicios legislativos anticipados.
En esa ocasión, el presidente ucraniano advirtió a los diputados de que hará uso de su prerrogativa de convocar elecciones parlamentarias anticipadas en caso de que no se forme una nueva coalición de mayoría en el plazo que estipula la Constitución. Actualmente, hay cinco formaciones con representación en la Rada: el Partido de las Regiones (175 escaños), el BYT (156), el bloque Nuestra Ucrania-Autodefensa Popular (72), el Partido Comunista (27) y el Bloque de Vladímir Litvín (20).


Caso para questionar: e agora Ucrânia, que futuro? Yushchenko está metido num beco sem saída. O seu grau de popularidade está abaixo de 10%. Timoshenko pode não estar melhor e Yanukovich acaba por beneficiar.
Com eleições presidenciais no próximo ano e com legislativas antecipadas no horizonte, os nós da política ucraniana tornam-se mais difíceis de desfazer.
Quem se entenderá com quem?
De uma coisa este fim de acordo entre os dois protagonistas da Revolução Laranja de 2004 serviu: o entendimento entre os dois acabou definitivamente.

As precipitações do Ocidente

Caminho da NATO está aberto para a Geórgia, diz secretário-geral da Aliança

No rescaldo do conflito no Cáucaso, que permitiu o ressurgimento da Rússia militar no palco internacional, as autoridades norte-americanas e europeias estão a proceder de forma precipitada. E a NATO e UE estão a ser as organizações que estão a transmitir este desconforto ocidental. Ainda que surjam de forma imponente, como se fossem intocáveis.
De Washington surgiu, primeiro, o apoio ao aliado Saakashvili, não vislumbrando a Casa Branca que a médio prazo o Presidente georgiano cairá, muito por causa da sua política errónea. Assim que a poeira deste conflito assentar, verificar-se-á como o Presidente georgiano conduziu o seu país para um beco, em vez de o fortalecer no quadro regional.
Depois, emerge um receio, pouco fundado, de uma intervenção análoga da Rússia na Ucrânia, que fez temer Bruxelas (UE). A dimensão da Ucrânia e posição no quadro regional é bastante superior à da Geórgia.
Na semana passada os responsáveis europeus, Sarkozy/Barroso/Solana, fizeram questão de ir a Kiev dizer ao Presidente Yushchenko que o acordo para adesão deste colosso da Europa central à UE será acelerado.
Os convites da NATO e UE aos dois Estados mais não representam uma clara aposta política de segurar os dois políticos, que nos podem ser prejudiciais. As políticas pouco consistentes que estão a seguir na Geórgia e Ucrânia enfraquecem as suas posições internas.
Por outro lado, estes convites, tanto para a NATO como para a adesão à UE, visam atacar indirectamente a Rússia. Mas os ataques diplomáticos feitos à Rússia nos últimos já estão a causar mossa, e se a chegada da embarcação de guerra Pedro, o Grande ao mar do Caribe é um lado visível, há acordos que o Kremlin está a selar e não são dos melhores. Moscovo já vendeu ao Irão armamento de defesa, que qualifica, e em muito, o poderio militar iraniano, num momento em que se sabe que o seu projecto nuclear está a desenvolver-se a bom ritmo, podendo Teerão estar na posse de poderio nuclear dentro de ano e meio.
As cinzas das relações entre o Ocidente e Moscovo ainda estão acesas e o Ocidente, em vez de as apagar, encarrega-se de as atear.

(Publicado no Câmara de Comuns)

A passos largos e rápidos para o poderio nuclear

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) lamenta, no seu último relatório sobre o Irão, a falta de progressos nas negociações com Teerão, o que torna impossível averiguar se o programa nuclear do país tens objectivos militares, como o Ocidente suspeita.
A AIEA sublinha ainda que os peritos nucleares iranianos estão a testar diferentes tipos de centrifugadoras nucleares mais sofisticadas em outras instalações nucleares, cuja localização não precisa.
O urânio enriquecido serve como combustível para as centrais nucleares, mas em concentrações muito elevadas pode ser usada no fabrico de ogivas nucleares. Apesar de o Irão garantir que o seu projecto tem fins exclusivamente civis, o Ocidente acusa o país de, a coberto destas actividades, estar a adquirir o conhecimento necessário para o fabrico de bombas atómicas e ameaça o país com um novo pacote de sanções internacionais.


Teerão continua a ganhar tempo com o seu projecto nuclear, perante uma Comunidade Internacional inoperante. Até quando?

(Publicado no Câmara de Comuns)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Kadima elege quem melhor pode enfrentar o Likud

Realiza-se na próxima quarta-feira a escolha do sucessor de Ehud Olmert na liderança do Kadima. Esta eleição partidária acaba por ter como consequência a designação do próximo Primeiro-Ministro de Israel, dada a saída de Olmert do Governo, devido aos escândalos em que está envolvido. E, esta eleição acaba também por representar a escolha do rosto do partido nas eleições legislativas antecipadas que se perspectivam.
Tenho maior simpatia por Mofaz, mas dificilmente o Ministro dos Transportes baterá Livni, a actual Ministra dos Negócios Estrangeiros, a única política do Kadima, de acordo com as recentes sondagens, que poderá fazer mais frente ao actual favorito nas legislativas, Netanyahu, do Likud.

Ver para crer

Mugabe rubrica con la oposición un acuerdo para formar un Gobierno de unidad nacional
Tras 30 años de monopolio en el poder, el presidente de Zimbabue seguirá en el cargo mientras que el líder opositor Tsvangirai será primer ministro


Se o entendimento entre Presidente e Primeiro-Ministro durar um ano será um grande feito. Duvido de tal sucesso.

domingo, 14 de setembro de 2008

O populismo sempre degradou a coesão social

A Bolívia é o mais candente exemplo de uma nação em que o tecido social e a coesão nacional foram levados ao limite da ruptura por um governo aventureiro. Eleito num momento de crise, o presidente Evo Morales decidiu que isolaria seu país numa recriação do império inca, só que desta vez com fundamentos socialistas. Para concretizar a fantasia, iria governar apenas para uma parcela de eleitores preferenciais -- os indígenas e os pobres -, e tudo faria para cercear os direitos políticos e econômicos do restante da população, acusada de "oligarquia" e escolhida para bode expiatório das mazelas nacionais.

Uma boa síntese das origens e das razões da crise e conflito que hoje se vivem na Bolívia.

A sombra de Schröder

Inteligente capa, a do Der Spiegel, aludindo à mudança de liderança no SPD, com a ascensão à liderança de pessoas que foram muito próximas de Schröder.
Que a sombra do ex-Chanceler está mais presente, é uma realidade, porém nem Steinmeier nem Müntenfering são uns acéfalos, que precisam de indicações do actual herr Gazprom germânico.
O primeiro teste da nova direcção tem lugar dentro de 15 dias, com a eleição do Governo bávaro.
Uma vitória é quase impensável, mas destronar a preponderância da liderança intocável da CSU nas últimas décadas seria um bom resultado.

Um confronto quase inevitável

Em vez de clarificar, o resultado de domingo acaba por agravar a situação boliviana, com a divisão social e cultural do país.

Como se referiu, aqui, há pouco mais de um mês, depois do referendo que colocava em causa o mandato de Evo Morales, o plebiscito conduziria a uma circunstância ainda mais delicada num dos países mais pobres da América do Sul.
Os dias encarregaram-se de clarificar a profunda divisão que marca hoje a sociedade boliviana, tendo o Presidente boliviano encontrado um bode expiatório nos EUA... como sempre! Esquecendo-se que foi a sua política que conduziu a Bolívia à confrontação e à crise.
Entretanto, de Caracas, surge o pseudo-biblista-bolivarista, qual defensor dos pobres e oprimidos, numa atitude de solidariedade para com La Paz e convidou o Embaixador norte-americano em Caracas a sair do país, ao mesmo tempo que lançava epítetos pouco próprios para os EUA. Criticando o "imperialismo" de Washington, era o próprio Chávez que se assumia como imperialista regional, ameaçando intervir na Bolívia.

domingo, 7 de setembro de 2008

Até que enfim, boas notícias da esquerda alemã

Ministro dos Negócios Estrangeiros substitui provisoriamente Kurt Beck no partido
Steinmeier candidato do SPD contra Merkel nas legislativas alemãs de 2009


Uma boa notícia da social-democracia alemã, depois de vários rumos desastrosos.
A escolha de Steinmeier é uma boa opção para defrontar Angela Merkel.
Não será fácil ao SPD bater a CDU, porém as possibilidades de isso suceder aumentam.
Por outro lado, será interessante acompanhar este último ano do Governo, em especial a convivência política entre a Chanceler Merkel e o Vice-Chanceler Steinmeier.

Um aviso temporalmente desfasado

Peres warns Olmert: Attack on Iran could spark wide-scale war

O Presidente de Israel deve ter-se esquecido que Olmert está a poucas semanas de sair do poder.
Fica, no entanto, a sua posição, quanto à forma de encarar o projecto nuclear iraniano.

Um de dois caminhos quase inevitáveis para Brown

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair considera que Gordon Brown deveria abandonar a liderança do governo trabalhista para não sofrer a humilhação de uma derrota nas próximas eleições gerais no Reino Unido.

Blair disse o evidente. De duas uma, Brown ou sai com dignidade, agora, ou sujeita-se a sofrer uma pesada derrota no próximo ano.
Parece que o único que não quer ver isto é Brown. E, em política, a falta de sentido é sempre um caminho rápido para o desastre.

sábado, 6 de setembro de 2008

Leal ao seu pensamento

Primeiro, o partido. McCain lançou-se numa forte condenação do comportamento dos seus correligionários. "Perdemos a confiança dos americanos, e com razão, quando valorizamos o nosso poder sobre os nossos princípios", atacou. O candidato atacou o partido por se ter deixado contaminar pelo despesismo e transgressão ética - além do descontentamento com a guerra do Iraque, foi uma sucessão de escândalos de corrupção e outros de ordem sexual entre as fileiras republicanas que levou o partido a perder as eleições para o Congresso em 2006.
A audiência reagiu com frieza, mas depois McCain agarrou-a com a sua promessa de renovação. "O partido vai voltar à sua base e vai recuperar os valores que a América aprecia"


McCain continua fiel a si próprio. Diz o que pensa, não o que considera agradável para quem o ouve, independentemente do que considera. Que diferença entre os dois candidatos nesta corrida presindencial!

Como o mundo muda

"Rice's visit is proof that Libya has changed, America has changed and the world has changed. There is dialogue, understanding and entente between the two countries now," said Libyan Foreign Minister Mohammed Abdel-Rahman Shalgam.
For years, Washington considered Gaddafi a major supporter of terrorism and one of its most prominent enemies.


Ainda há poucos dias ouvi Mitt Romney na Convenção Republicana com o discurso típico dos neoconservadores do "bem e do mal".
Quem diria, a Líbia, há poucos anos catalogada pela Administração Bush como maléfica, hoje já pertence à 'ala' do bem.
E dizem que o mundo não muda!
Até ao fim, a tese dicotómica dos bons e maus do neoconservadorismo cai, perante os próprios actos da Administração Bush.

Que futuro Paquistão?

Pakistan People’s Party co-chairman, Asif Ali Zardari has been elected as new president of the Islamic Republic of Pakistan on Saturday.

O Parlamento paquistanês escolheu hoje o sucessor, há muito conhecido, de Musharraf.
Veremos o que Zardari (viúvo de Benazir Bhutto) fará como Presidente.
O país tem um papel central na região em que se insere, como no mundo, dado o seu poderio nuclear.
Oxalá as Forças Armadas e de Segurança sejam garantes de estabilidade.
Os tempos não são fáceis. Ainda há pouco mais de 48 horas o Primeiro-Ministro do país escapou de um atentado.

O rigor germânico

Quando ainda falta um ano para o actual Executivo federal alemão completar o seu mandato, o Ministro do Interior já agendou a data das próximas eleições legislativas, para 27 de Setembro de 2009.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Bons passos em direcção ao entendimento

Le président turc, Abdullah Gül, effectuera samedi une visite historique en Arménie, à l'occasion d'une rencontre de football entre les deux pays, a annoncé Ankara, mercredi 3 septembre. Il y rencontrera son homologue arménien Serge Sarkissian, à l'origine de l'invitation et qui œuvre depuis son élection en avril dernier au rapprochement entre les deux voisins.
"Nous pensons que ce match contribuera à lever les barrières qui bloquent le rapprochement entre nos deux peuples", indique la présidence turque dans un communiqué. "Nous espérons que cela constituera une occasion pour nos deux peuples de mieux se comprendre l'un l'autre."


Há poucos anos, em França vituperava-se a Turquia para não aderir à UE. À falta de qualquer argumento crível, os gauleses desenterraram o sucedido em 1915, quando o Império Otomano dizimou milhares de vidas na Arménia. E, para isso, queriam que os turcos pedissem perdão pelo denominado genocídio.
O tema fora tão referido que, naturalmente, Ancara deixou claro que não pede perdão por exigem, até porque a leitura turca dos factos não coincide com a arménia.
Seja como for, o jogo de qualificação para o Mundial de 2010, entre Arménia e Turquia, do próximo sábado, ganha uma relevância política, não só pela peleja histórica, mas também pelo convite, histórico, do Presidente arménio ao seu homólogo turco para assistir ao jogo.
De Ancara fez-se saber, com agrado, que o momento é oportuno para reatar laços de diálogo.
Bons sinais, vindos de um Cáucaso que nos últimos tempos tem dado muitas e preocupantes notícias.

Primeiras divergências entre Putin e Medvedev

Caro Nuno,
Nestas últimas horas foi possível ver a falta de sintonia entre Presidente e Primeiro-Ministro russos, designadamente quanto à leitura que cada um fez da reunião da UE de segunda-feira. O primeiro manifestava desagrado e o segundo satisfação com a posição dos 27.
Para já, nota-se uma divergência de posições. O que pode indiciar algo mais.
E, conforme indicou a notícia que sugeriu, há um conjunto de sombras a operar nos corredores e bastidores de Moscovo que estão a tentar socavar a relação entre Putin e Medvedev.
Putin é uma pessoa que tem muitos anti-corpos e estes bem podem estar a começar a preparar a sua vingança.
A Medvedev pode acenar-se com a sua importância e poder, no quadro do sistema político russo, para encostar Putin às cordas.
Por outro lado, neste xadrez, importa saber qual o (ainda) poder e influência de Putin nas Forças Armadas e na FSB.
A vida política russa pode estar a receber um clima tão ou mais quente que o Cáucaso.

A crise política voltou a instalar-se na Ucrânia

Esta quarta-feira o Presidente, Viktor Iouchtchenko, ameaçou dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas.
Em causa está um conjunto de medidas aprovadas pelo bloco da primeira-ministra, Ioulia Timochenko, e pela oposição pró-russa, que facilitam a destituição do presidente.


Depois de quebrada a terceira reedição de entendimento entre os principais líderes da revolução laranja de 2004, eis que Yuschenko sob a parada e ameaça com a convocação de eleições antecipadas, algo que também não é muito do interesse de Iulia Timochenko.
Enquanto Presidente e Primeira-Ministra se batem, a oposição (pró-russa), de Yanukovich, esfrega as mãos de satisfação, pela contínua degradação das duas das três maiores forças políticas ucranianas.

Rumores

"Tengo una vida privada complicada" y "no diré nada sobre eso" asegura Rachida Dati
Aznar ordena a sus abogados estudiar acciones legales contra quienes le vinculan con el embarazo de la ministra francesa


O silêncio da bela Ministra francesa da Justiça quanto ao pai do seu filho é comprometedor.
De Marrocos surgiu o rumor de que o progenitor seria Aznar. Todavia, o ex-Presidente do Governo espanhol encarregou-se de acabar com o rumor que o dava como o progenitor.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Merkel reforça liderança




A um ano da eleição legislativa, a CDU reforça a liderança, enquanto o parceiro de coligação federal, o SPD, continua em recta descendente.
Merkel pode estar mais perto de renovar o poder.
Veremos se os democratas-cristãos não farão o esforço para alcançar a maioria absoluta.

Medvedev insufla Saakashvili

A Rússia já não vê Mikheil Saakachvili como Presidente da Geórgia e qualifica-o mesmo como um “cadáver político”. Em entrevista a uma televisão italiana, retransmitida na Rússia, o presidente Dmitri Medvedev afirmou que para a Rússia “o actual regime georgiano abriu falência” e o seu “presidente deixou de existir”.

Medvedev surge actualmente mais à vontade no posto de Chefe de Estado, após uma entrada de cordeiro e começa a dar-se ao luxo de empregar uma linguagem pouco cuidado, como é o caso.
Apesar de considerar que a médio prazo, uma vez acente a poeira destes dias, Saakashcvili será uma personagem do passado da Geórgia, dado os erros graves que cometeu, estas declarações do Presidente russo acerca do homólogo georgiano acabam por reforçar a posição do populista de Tbilissi.

Alianças que se estreitam

Los gobernantes de Bolivia e Irán, Evo Morales y Mahmud Ahmadineyad, respectivamente, han anunciado este lunes su intención de estrechar sus vínculos políticos y económicos "en cualquier circunstancia" y fomentar sus lazos como "países independientes" y frente a las grandes potencias.

Interessantes entendimentos que se fomentam neste mundo.

Os actos de bravura de Putin

Putin dispara a un tigre siberiano y salva a un equipo de televisión

Pelo segundo ano consecutivo, Putin apresenta-se como uma personagem heróica. O ano passado, enquanto passeava com o Príncipe do Mónaco, demonstrava, nas gélidas terras, que o frio não o domava e pescou em tronco nu.
Este ano salva uma equipa de repórteres, ameaçada por um tigre.
Veremos se no próximo ano há novo episódio estival.

Bons sinais vindos de Damasco

Hamas leader Meshal 'leaves Syria for Sudan'
Israeli sources believe that the move signals a serious desire on Syria's part to advance the negotiations.


Damasco continua a dar claros sinais de entendimento com Israel. Oxalá as autoridades israelitas prossigam a construção da ponto com um importante vizinho.

Curiosidades históricas

El servicio secreto israelí en el extranjero, el Mosad, dejó escapar al criminal de guerra nazi Josef Mengele para asegurarse la captura de otro dirigente del régimen de Adolf Hitler, Adolf Eichman, reveló hoy un ministro israelí.

"La pregunta era si debíamos realizar las dos operaciones al mismo tiempo", afirmó Eitán, que fue miembro del comando del Mosad que capturó a Eichmann en Buenos Aires en 1960 y lo trajo a Israel. "Dije que muchas gracias, pero que teniendo a Eichmann en la mano, no quería perderlo", reveló el actual ministro al explicar porqué Israel dejó escapar a Mengele, conocido como el 'Ángel de la Muerte' por sus experimentos con reclusos judíos y gitanos en Auschwitz.


Segundo este relato, a Mossad preferiu ter um pássaro na mão do que dois a voar.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A crise nipónica continua

El primer ministro japonés, Yasuo Fukuda, ha anunciado que dimitirá de su puesto por considerar que es lo mejor para Japón, después de poco menos de un año en el cargo, marcado por el bloqueo opositor en el Senado.

Talvez seja a medida mais sensata de Fukuda, apresentar a demissão, permitindo, assim, que os japoneses decidam o futuro do país. Desde a saída de Koizumi que a estabilidade não é clima dominante no império do Sol nascente.