terça-feira, 31 de março de 2009

A diferença e os resultados das políticas

La crisis tendrá un impacto diferente en cada país. Entre los analistas reunidos en Medellín hay consenso en que países que han hecho los deberes durante los años de vacas gordas creando fondos de reservas, como el caso de Chile u otros como Perú, que mantendrá altas tasas de crecimiento, Brasil o Colombia se salvarán de la quema, pero otros sufrirán. Un alto cargo del BID, que exige el anonimato, señala a Ecuador "por su falta de reservas y dependencia del petróleo", Venezuela y Argentina como los más vulnerables.

Nem os petrodolares, acumulados nos últimos meses, com o elevado preço do petróleo, parecem suficientes para a economia Venezuelana escapar a um declínio acentuado.
Do encontro realizado na Colômbia, em que se analisou o estado das economias sul americanas para lidar com a crise, fica evidente que os Estados onde o populismo domina, como a Venezuela e o Equador, as preocupações com a situação actual são muitas, ao contrário de outros, como o Brasil ou o Chile, que apostaram no rigor.

As dificuldades do exercício do poder

El Gobierno inexperto de Fernando Lugo se ve impotente para aplicar las reformas contra el hambre y la corrupción al ritmo que demanda el pueblo

Este artigo do El País, sobre a realidade política e social do Paraguai, merece uma leitura atenta, que deixa o espanto, desde o começo até ao fim, que não resisto a referir, para se perceber o paradoxo deste país sul americano, que há pouco tempo elegeu um antigo bispo como Presidente da República:

"Es cierto que tenemos que darnos prisa", reconoce el ministro del Interior, Rafael Fillizzola, un profesor de Derecho político de 41 años, que se ha hecho cargo de una de las carteras más complicadas. Fillizzola comparte la idea de que la clave del futuro está en la capacidad del Gobierno para hacer frente a la pobreza y la inseguridad. "La población va a notar pronto que disminuye la pobreza y que el Estado le protege". Pero Fillizzola no es ingenuo: ha hecho 338 cambios en la Policía Nacional y aun así sabe que está agujereada por la corrupción. "Yo era diputado y sabía cómo eran las cosas pero cuando llegué aquí, me quedé asombrado. Con el dinero que ha desaparecido los policías no solo tendrían coches patrullas, que no tienen, sino helicópteros". Todavía tiene tiempo para reírse un poco. En Ciudad del Este, en la triple frontera, con más de 60 nacionalidades y fama de ser un fabuloso bazar de contrabando y tráfico de armas, "vinieron un día a protestarme por la corrupción de unos policías. Quienes protestaban eran contrabandistas de coches robados... Así están las cosas por aquí".

Depois dos africanos, a vez do apoio árabe Al-Bashir

A 21ª cimeira árabe, que terminou hoje em Doha, rejeitou o mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o presidente sudanês, Omar el-Bechir, segundo a Declaração final lida pelo secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa.

"Sublinhamos a nossa solidariedade com o Sudão e a nossa rejeição das decisões do TPI contra o presidente Bechir (...) e apoiamos a unidade do Sudão", afirma o texto.

"Rejeitamos as medidas que ameaçam os esforços para a paz", prossegue a Declaração.

O presidente Bechir usou depois da palavra para agradecer ao Qatar esta cimeira "frutuosa".

Dirigindo-se aos seus pares, saudou "o seu apoio ao Sudão e a recusa das decisões injustas" do TPI.

"Prometo-vos tudo fazer (...) para conseguir a estabilidade e a paz em todo o território sudanês", acrescentou.

O TPI emitiu a 04 de Março um mandado de detenção contra Bechir por crimes de guerra e crimes contra a humanidade no Darfur, uma região do Sudão a braços com uma guerra civil desde 2003.


Al-Bashir tem todas as razões para sorrir e considerar "frutuosa" a Cimeira árabe. Depois dos líderes africanos mostrarem repúdio pela decisão do TPI, a Liga Árabe seguiu as passadas, na defesa do Presidente do Sudão, que continua rei e senhor de um país com uma catásfrofe humana no Darfur.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Erdogan continua de pedra e cal

El islamista AKP gana las elecciones locales en Turquía pero pierde apoyo popular

Esta notícia dá quase a entender que o AKP, do Primeiro-Ministro turco, é o grande perdedor das eleições autárquicas e provinciais de ontem. Porém, obter cerca de 40% dos votos é um grande resultado. Não é tão bom como o das legislativas de há ano e meio, quando Erdogan teve mais de 46% dos votos. É certo. Mas nessa altura tudo jogava a favor do AKP: a pretensão de derrubar o partido e que indignou as pessoas teve a sua tradução nas urnas, de um apoio ainda mais significativo ao AKP.
Hoje, a realidade é distinta. A crise também se faz sentir na Turquia e o exercício do poder, que desgasta sempre quem o exerce, são factores que contribuem para menos entusiasmo. No entanto, o AKP continua a merecer a confiança da maior parte das pessoas.

Boas propostas

A Cimeira Progressista, que juntou no Chile vários dirigentes da esquerda democrática mundial, apresentou as suas conclusões.

O combate às políticas proteccionistas, um entendimento na OMC e a aposta nas políticas verdes, promovendo as energias renováveis, são boas propostas, que se esperam ver referidas e assumidas na Cimeira do G 20, na próxima quinta-feira, em Londres.

(Publicado no Câmara de Comuns)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Os ventos de Budapeste chegaram a Praga

Uma moção de censura contra o Governo checo, país que dirige este semestre a União Europeia, foi aprovada esta tarde pelo Parlamento de Praga e o primeiro-ministro Mirek Topolanek anunciou que vai renunciar ao cargo.

Depois de no sábado o Primeiro-Ministro húngaro, Ferenc Gyurcsany, apresentar a demissão, foi a vez do homólogo checo, com o empurrão do Parlamento, tombar.
Se a realidade (económica) magiar é mais complicada do que a checa, a queda dos Governos, antes de tempo, é mais um problema que agrava a situação dos dois países.

Já era tempo de Washington ajudar as autoridades mexicanas

Os Estados Unidos anunciaram um novo plano para lutar contra o tráfico de droga, armas e dinheiro proveniente do México e organizado por poderosos cartéis do narcotráfico, envolvidos numa disputa pelo poder a sul da sua fronteira.

Hoje a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton inicia uma viagem ao México, e este tema deve estar no topo da sua agenda. Daí o timing para a apresentação do plano, com medidas no valor de 184 milhões de dólares, que se somam aos 700 milhões já atribuídos pelo Congresso dos EUA para ajudar o México a lutar contra o narcotráfico.


Já aqui se referira, há uns meses, a importância dos EUA se envolverem no combate aos carteis de droga mexicanos. Até que enfim, de Washington, chega a resposta positiva.

terça-feira, 24 de março de 2009

Por que é importante terminar com o proteccionismo

Estas questões da Veja, a propósito da Ronda (rodada na versão de Vera Cruz) de Doha, são bastante evidentes, das quais destaco esta:

Qual é a importância da rodada para o comércio mundial?
Caso o acordo multilateral seja um dia firmado, os países ricos passarão a ter maior acesso às economias em ascensão, como a Índia. Já os países em desenvolvimento deixarão de enfrentar a concorrência desleal dos produtos agrícolas altamente protegidos das nações industrializadas. Um bom exemplo da importância de um acordo, sobretudo na área agrícola, é uma estimativa do Banco Mundial de que 140 milhões de pessoas poderiam sair da linha da pobreza até 2015 se os 152 membros da OMC concordassem em acabar com os subsídios e com todas as barreiras no setor.

Mudanças que não existem

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, chamou o presidente Barack Obama, de «pobre ignorante», ao rejeitar as declarações nas quais, segundo ele, o americano o teria acusado de exportar terrorismo e de ser um obstáculo para o desenvolvimento da América Latina.

Há quem espere, e deseje, muitas mudanças nos EUA, mas do mesmo modo "change" é algo que não se pode esperar de Caracas, enquanto o populismo reinar a Venezuela.
Por outro lado, será merecedor de atenção a governação de Chávez a partir de agora, quanto os petrodolares começam a diminuir.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Postura sensata

United States President Barack Obama said on Thursday he was extending sanctions against Iran for one year, because it continued to pose an "unusual and extraordinary threat" to U.S. national security.

Felizmente Obama já percebeu que o Irão é uma ameaça real e perigosa.

Merkel de pedra e cal a caminho da reeleição




Sem qualquer mudança significativa, a CDU sobe um ponto e o SPD desce outro, a eleição legislativa alemã, de 27 de Setembro próximo deverá dar uma vitória folgada a Angela Merkel e aos democratas-cristãos, que já devem estar a preparar uma futura coligação, desta feita com os liberais do FDP.
Dificilmente Steinmeir, líder dos sociais-democratas e actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, conseguirá inverter a actual tendência de vitória da CDU.

quarta-feira, 11 de março de 2009

O mundo continua a girar

Uns dias sem blogar e muito mudou entretanto. Aqui ao lado, em Espanha, os populares voltaram ao poder na Galiza, como se aqui se suspeitou, e os socialistas estão à beira de governar, pela primeira vez, o País Basco, como aqui se referiu.
Na Áustria, a extrema-dereita de Haider sobreviveu ao seu recente desaparecimento e o BOZ, no primeiro e decisivo teste, já sem Haider, ganhou a eleição do land da Caríntia. Uma vez mais com as velhas bandeiras: contra a UE e contra a imigração.
Na Irlanda do Norte regressou o terror dos bandos marginais do IRA, com a tentativa de travar o processo de Paz. Felizmente, Governo britânico e irlandês, assim como o Sinn Fein condenaram as mortes do último domingo.
Mudanças podem ocorrer em breve na Dinamarca, com a forte possibilidade do actual Primeiro-Ministro, Anders Fogh Rasmussen, ser indicado para o lugar de Secretário-Geral da NATO.
Em África, e na sequência da previsível ordem de detenção do Presidente do Sudão, por parte do Tribunal Criminal Internacional, o continente foi quase unânime na recusa da decisão do Tribunal de Haia.
Onde as surpresas infelizmente não abundam é no Zimbabué, onde Mugabe, rei e senhor de um país esgotado e doente, vê o seu Primeiro-Ministro, Tsvangirai, ser alvo de um acidente (?) de carro, do qual ficou ferido e resultou na morte da sua mulher. Não sem antes, numa terra onde a fome prospera, o déspota de Harare comemorar o seu aniversário com um bolo de 85 quilos. Não há fome que dê fartura!
Na Guiné-Bissau, enterrados os assassinatos, a incerteza e a fragilidade do país continuam a perpetuar-se, sem qualquer sinal de saída para o estado calamitoso em que se encontra.
Das Américas vêm as melhores notícias, pois da Ásia, verifica-se um Presidente paquistanês sem mão no país (e a morte de uma equipa de cricket do Sri Lanka em solo paquistanês) apenas é mais um comprovativo de um Estado sem liderança reconhecida e respeitada e no qual o terror continua sem freio.
Na China, o Tibete volta a estar debaixo de atenções, com o Dalai Lama, no exílio, a trocar galhardetes com as autoridades de Pequim, donas da região que não querem autonomizar.
Não menos preocupante são os fechos de site de apoio à candidatura presidencial de Khatami no Irão.
Mas, como se referiu, das Américas vêm boas notícias. A começar nos EUA, com boas medidas de Obama, quer no retomar do financiamento público da investigação das células estaminais quer na profunda reforma na Educação, com o premiar dos docentes competentes e penalizar os medíocres. Também dos Estados Unidos vêm boas notícias nas relações com Cuba, com os primeiros sinais de flexibilização. E, de Havana, a resposta não se fez esperar. Dois dos mais importantes ministros da era Fidel saíram pela mão de Raúl. E em Abril pode haver sinais de encontro público entre responsáveis norte-americanos e cubanos. Veremos.
O que não acontece numa semana... e com tantos posts que ficaram por pingar!

terça-feira, 3 de março de 2009

À espera de Godot

Judges in The Hague will decide on Wednesday if they will order al-Bashir to be detained to face allegations of war crimes in Sudan's western Darfur region.

Se a lógica, que em política internacional tem muito de irracional, bater certo, já se sabe o que dirá amanhã Haia.
Sendo previsível a decisão do Tribunal Criminal Internacional, de ordenar a detenção de deter o Presidente do Sudão, ver-se-á qual a resposta de Cartum. Mas essa também já se vislumbra, a de não cumprir a decisão. E, depois, quem prende Bashir? Talvez Godot!

O rumo de Washington para o Médio Oriente

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou nesta terça-feira que vai pressionar pela criação de um Estado palestino, medida que pode afetar seriamente as relações entre Washington e o governo do primeiro-ministro indicado de Israel, Binyamin Netanyahu, do conservador Likud. Israel é o principal aliado dos EUA na região.

Esta Administração norte-americana está a assumir um papel empenhado na resolução do conflito do Médio Oriente, não caindo na velha tentação de adiar para amanhã o processo que deve ser começado agora.
Hillary Clinton disse, sem papas na língua, qual a posição de Washington. Esperemos que da parte do próximo Governo israelita haja a mesma vontade de encontrar saídas estáveis para todos.

Mais um bom negócio para a Rússia e mau para a UE

El presidente del Gobierno, José Luis Rodríguez Zapatero, ha dicho que el acuerdo de cooperación con Rusia en materia energética supone una mayor seguridad para el abastecimiento de España y garantiza un mejor acceso de las empresas españolas a las reservas rusas. En este marco Gazprom suministrará gas a España tras alcanzar un acuerdo con Gas Natural

Com os entendimentos e negócios Estado a Estado, a Rússia vai deixando a UE, no seu todo, cada vez mais refém dos interesses de Moscovo.

(Publicado no Câmara de Comuns)

Mais uma boa postura de Washington

Dois altos responsáveis da Administração norte-americana vão deslocar-se a Damasco para "conversações preliminares" com o regime sírio, anunciou hoje a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton.

Washington sabe que para alcançar-se a estabilidade no Médio Oriente não se pode prescindir da Síria. O envio de dois elementos norte-americanos a Damasco é um bom passo dado para se encontrarem as pontes de convergência necessárias para encontrar uma base sólida que possa relançar o processo de paz regional.