domingo, 31 de agosto de 2008

A extrema-direita austríaca continua a subir

Completamente refastelados e adaptados ao sistema político austríaco. Assim está o maior partido da extrema-direita do país, que conta com cerca de 20% de apoio, a ter em conta sondagens recentes.
O líder, Heinz-Christian Strache, já manifestou a vontade do seu partido regressar ao Governo federal, seja em coligação com os conservadores ou os sociais-democratas.
Com uma campanha baseada no combate à imigração e um discurso anti-europeu, a extrema-direita austríaca veio para ficar e está a consolidar fortes bases de apoio, num Estado chave da UE, pela posição (geo)estratégica que tem.
O combate dirige-se essencialmente contra a comunidade muçulmana, que tem uma presença assinalável na Áustria.

Indemnização colonial

Italy pays Libya for colonial past

Não deixa de ser estranho esta indemnização colonial paga pela Itália à Líbia.
Seria a única forma dos transalpinos poderem entrar no próspero mercado comercial líbio? Só pode!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Erros que Tbilissi não devia cometer

Breaking off relations with Russia is clearly a mistake.

O antigo Presidente georgiano e último Ministro dos Negócios Estrangeiros da União Soviética, Eduard Shevardnadze, resume, na frase acima transcrita, o essencial, do ponto de vista georgiano.
A manutenção de qualquer relação de Tbilissi com Moscovo não significa qualquer subserviência à Rússia nem rompimento com Washington, como o ex-Chefe de Estado georgiano demonstrou no seu mandato:
We worked with Putin and the Americans at the same time. That's not easy, but it can be done.

O Irão continua a enriquecer urânio

Iran is operating about 4,000 uranium enrichment centrifuges and it is installing several thousand more

Enquanto o Cáucaso merece os focos de atenção, ali bem perto, no Irão, os avanços nucleares progridem a bom ritmo.
Sem dar a conhecer à AIEA os seus projectos, os iranianos anunciam que vão cooperar com a Nigéria, para que esta potência da África central obtenha poderio nuclear com fins civis.
Reconheça-se inteligência e saber aos responsáveis de Teerão. Enquanto o norte anda às turras, no sul estendem-se e partilham-se novos laços, que escapam, por completo, a qualquer influência ocidental. E assim se continua a redesenhar o mapa geopolítico da energia.

A ler

hay que evitar tensiones inútiles con Rusia. Pero también debemos intentar que las estrategias para resolver las diferencias y evitar los conflictos no envíen señales de debilidad, especialmente en un momento en el que las interpretaciones triunfalistas del conflicto en Georgia amenazan con alimentar las ilusiones nacionalistas.
¡Qué viejas quedan ahora nuestras recientes obsesiones sobre cuestiones institucionales como el peso de los votos y el tamaño de la Comisión! Ha llegado el momento de que nos tomemos más en serio nuestras responsabilidades estratégicas.
La seguridad es, por supuesto, la dimensión más importante. Debemos estudiar la propuesta del presidente Medvédev para mejorar la arquitectura de la seguridad europea con un espíritu constructivo y abierto que reconozca la aportación concreta de Rusia a nuestra paz y nuestra estabilidad futuras. Pero debemos comprender también que esas discusiones se desarrollarán en paralelo a la ampliación de la OTAN y no la sustituirán de ninguna forma.

Um artigo muito pertinente do ex-Presidente polaco, Aleksander Kwasniewski, com o qual concordo com praticamente todos os pontos referidos.

Rússia começa a esticar a corda

Rússia ameaça interromper cooperação com Ocidente sobre Irã

Moscovo sabe em que pontos pode colocar o Ocidente em sentido e o programa nuclear iraniano é um deles.
Se a Rússia já pouco coopera com o Ocidente para travar as investidas iranianas, sujeita-se a ter ainda mais liberdade na forma como lida com um dos seus principais e estratégicos parceiros comerciais.
A Rússia é um dos principais investidores estrangeiros no Irão, sustentando, de certo modo, o actual regime, e tem fornecido inúmero material científico à antiga Pérsia.

Uma tese com o seu sentido

Putin acredita que os Estados Unidos provocaram a crise na Geórgia
Suspeito que alguém nos EUA criou especialmente este conflito com o objectivo de tornar a situação mais tensa e criar espaço para que um dos candidatos às presidenciais de Outubro ganhe vantagem sobre o outro”, acrescentou Putin.


A tese apresentada por Putin tem o seu sentido. Nas entrelinhas produzidas nos últimos dias, vai-se constando que houve uma voz norte-americana que sussurrou a Saakashvili para intervir na Ossétia do Sul. Este é um dos pormenores que se tem esquecido e/ou omitido: o que esteve na causa da intervenção georgiana na região rebelde em 7 de Agosto? Está por confirmar.
Quanto à leitura de Putin, não veria tanto a questão presidencial norte-americana como a causa, até porque se for, ele próprio quase que está a fazer campanha por McCain, uma vez que as suas posições são bem propícias para a campanha republicana pegar nas suas declarações e transformá-las como a ameaça do "papão soviético", transformando o Senador do Arizona como o único capaz de travar o avanço do gigante eslavo.
Nesta teoria (da conspiração?) encontro mais sentido e resposta para o que se passou, entretanto, na Polónia. Para a posteridade fica a marca de Bush na Europa e no mundo, com a inauguração de uma nova era militar. Isto é um facto incontornável. A marca desta Administração está firmada. O que esteve tremido deixou, num instante, de estar.
Veremos se o tempo esclarecerá a causa destes tempos crispados.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Rússia sob parada

Putin: Rússia não negociará com países que ameaçam reduzir cooperação com Moscovo

O Ocidente emitiu nos últimos dias um conjunto de ataques diplomáticos pouco coordenados a Moscovo, num misto de ameaça sem querer instigar.
A Rússia, como é natural, sai a terreiro e Putin deixa um avisa claro, de que acordos com quem se atrever a querer fazer algo contra o gigante eslavo não se deve queixar depois.
Este aviso deve ser tomado a sério, em especial nas chancelarias europeias.

Combate ao ópio no Afeganistão

Pour la première fois depuis trois ans, la production d'opium a baissé en Afghanistan en 2008. Ces chiffres, révélés mardi 26 août, apparaissent au lendemain de la saisie d'1,3 tonne d'opium par les forces de police dans le sud de l'Afghanistan. Les surfaces cultivées ont été réduites en 2008 de 19 % mais, en raison d'un meilleur rendement à l'hectare, la production d'opium n'a enregistré une baisse que de 6 %.

Uma diminuição de 6%, ao fim de três anos, é sempre um resultado significativo. Porém, continuam a ser produzidas toneladas de ópio, especialmente nas áreas onde os talibans estão mais presentes, no sul do Afeganistão.

Haja bom-senso

Russia to Continue Cooperation with NATO on Afghanistan
“At present, I think it [halting cooperation on Afghanistan] premature,” Rogozin emphasized, adding, however, that that cooperation could be suspended as well if NATO proceeds with further deterioration of relations.


Que os laços entre a NATO e a Rússia não se quebrem, sob pena de ambas as partes perderem de forma mútua.
O Afeganistão é disso um exemplo.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sociais-democratas apanham conservadores nas sondagens

Numa sondagem de Agosto, o SPÖ conquista apoios e chega aos 28% de intenção de voto, enquanto o ÖVP perde terreno, estando nos 29%.
Com um slogan bem apanhado: a nova escolha, Werner Faymann está próximo de não deixar os sociais-democratas na oposição.
Quanto às restantes formações, o FPÖ, da extrema-direita, sobe as intenções, está nos 17%, e os Verdes também contam com um apoio significativo, de 15%.
Já o partido de Haider, o BZÖ, desce nas intenções, estando na casa dos 5%.
Para seguir, até 28 de Setembro.

A ler

La crisis provocada por la imprudencia de Georgia quizá podría haberse evitado. Los gobiernos de Estados Unidos y Rusia podrían haberse comprometido a contener el problema, en un mundo en el que hay otros muchos mayores.

Um artigo interessante, sobre estes novos tempos espoletados com a crise no Cáucaso.

A nossa hipocrisia

Ocidente denuncia reconhecimento russo das independências no Cáucaso

Tal como a Rússia denunciou o reconhecimento da independência do Kosovo.
Por vezes falta-nos moralidade para exigir aos outros o que não exigimos a nós.

Palavras crepusculares

Rice critica a Israel por el aumento de las construcciones en los asentamientos en Cisjordania

Como facilmente se podia prever, a Cimeira de Annapolis, de Novembro passado, não resolveria num ano o que foi constantemente adiado em praticamente meio século.
Rice critica hoje Israel, pois a Administração Bush falhou com os objectivos traçados no último Inverno, de consolidar as fronteiras dos Estados israelita e palestiniano.
Mas do lado de Washington, o problema repete-se. As Administrações só se empenham na resolução do conflito do Médio Oriente no final de mandato, desprezando-a nos primeiros anos. Assim foi com Clinton, assim está a acontecer com Bush. Oxalá a próxima tome as negociações desde o primeiro momento.

As novas campanhas da extrema-direita

El Partido Nacional checo regala billetes de avión a gitanos para que abandonen el país

Não sendo partidários da violência, pelo menos esta medida assim o indica, os nacionalistas checos estão dispostos a pagar bilhetes de avião à comunidade cigana para que saiam da República Checa.
Mas, neste caso, em termos legais, os "convites" podem dizer respeito a muitos cidadãos checos, pois o facto de serem ciganos não invalida a circunstância da nacionalidade.

Mais um exemplo comunista

As Nações Unidas apelaram hoje aos maoístas, à frente do governo nepalês, à libertação de 3000 crianças soldado, com menos de 18 anos, que ainda permanecem nos campos maoístas.

Os governantes e modelo político que o PCP tanto preza, continuam a dar exemplos de total apreciação dos Direitos Humanos. Mas no papel, porque na prática, nem a desejar ficam.

Reagindo ao histórico avanço, o porta-voz do PCN-M, Krishna Bahadur Mahara, sublinhou que «o povo nepalês foi libertado de séculos de tradição feudal e abriu as portas para uma transformação social e económica radical».

Veremos se há "avanço histórico", com a libertação das três mil crianças.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A Rússia não é uma criação soviética

Aparentemente, desde o fim da Guerra Fria, o grande objectivo estratégico de Washington, e dos seus aliados, tem sido “humilhar” a Rússia. “Humilhou-a” com os alargamentos da Aliança Atlântica (e da União Europeia); “humilhou-a” no Kosovo e “humilhou-a” mais recentemente na Ucrânia e na Geórgia.

Todo este artigo está pejado de premissas erradas e, por conseguinte, infere de modo enviesado.
João Marques de Almeida manifesta desconhecer a história da Rússia, que não surge nem corresponde, exclusivamente, à história da URSS. Muito longe disso.
Como a interpretação do ex-Director do IDN anda pelo tipo de solo que havia antes da "instalação" de São Petersburgo, quer dizer, Petrogrado, quer dizer, Leninegrado, quer dizer, São Petersburgo!
Por outro lado, e aqui reconheço legitimidade ao argumento de Moscovo, não há "humilhação" pelo alargamento da NATO, mas incumprimento do acordado entre o Ocidente e o gigante eslavo após a implosão da União Soviética. E esta História é bem mais recente do que a anterior a 1917.

O Paquistão não pode andar a brincar à politiquinha

El ex primer ministro Nawaz Sharif anunció hoy que su partido, la Liga Musulmana-N, ha decidido abandonar la coalición gubernamental paquistaní, encabezada por el Partido Popular (PPP) de la fallecida Benazir Bhutto.

Conhecida a candidatura do viúvo de Bhutto à presidência do Paquistão, eis que surge o parceiro de coligação governamental a romper o acordo e anunciar candidatura própria.
Está visto que a coligação entre o PPP de Bhutto e a formação política de Sharif alcançaram o seu único objectivo: derrubar Musharraf. Depois, surge o desentimento.
Mas o Paquistão não é um país qualquer, nem tem uma solidez institucional que resista a terramotos políticos.
Esta brincadeira de poleiro/protagonismo, pois é disto que se trata, ainda nos vai sair cara.
O extremismo agradece esta peleja.

I had a dream today

domingo, 24 de agosto de 2008

Uma peça-chave do xadrez político e económico ucraniano

Who is Akhmetov?

Um nome a reter, pela importância e influência que este multimilionário tem na vida da Ucrânia. E não é só pela presidência do clube futebol da sua terra natal, o conhecido Shakhtar Donetsk.

Ségolène mais longe da liderança socialista

Delanoë toujours favori pour succeder à Hollande

A três meses do congresso dos socialistas franceses, o Maire de Paris surge como o grande favorito para liderar o PSF.
Ségolène está mais distante de suceder a François Hollande, de acordo com a sondagem actual aos militantes socialistas.
Por outro lado, entre os não filiados, a distância entre Delanöe e Ségolène é escassa. Mas os que contam, para esta corrida, são os primeiros e é bem possível que Delanöe leve a melhor.

Colmatar lacunas

Do mesmo modo que Obama convidou um político (Biden) com créditos firmados numa área que pouco domina, como a política externa, não me admiraria muito que McCain* escolha Mitt Romney para o lugar de Vice, dados os poucos conhecimentos na área económica do candidato Republicano.
Romney tem a seu favor dois factores determinantes: é alguém com conhecimento e méritos reconhecidos na área económica e é uma pessoa estimada pela ala mais conservadora dom partido, que desconfia de McCain e dos seus laivos liberais. Além de outra questão, mais importante para o partido do que para o candidato, McCain, se eleito, pode fazer apenas um mandato, e Romney poderá surgir, dentro de quatro anos como o grande candidato do GOP.
Romney, recorde-se, foi o adversário directo de McCain nas primárias Republicanas.

* No início considerei que Joe Lieberman seria o escolhido de McCain, mas como em política muito muda, é provável que para não perder eleitorado do próprio partido, o Senador do Arizona não escolha um independente e opte por um companheiro de partido. De qualquer modo, uma vitória de McCain deve contemplar um posto para Lieberman, como por exemplo, ser sucessor de Condoleeza Rice.

O erro de cálculo dos socialistas bascos

Respecto a las próximas elecciones autonómicas, ha indicado que concibe un "Gobierno vasco liderado por un lehendakari socialista" y ha matizado que él quiere "pactar con todos los partidos democráticos, nacionalistas y no nacionalistas".
Ha insistido en que no contempla un fracaso en este ámbito y ha asegurado que "si el PSE-EE gana las elecciones habrá lehendakari socialista".


O líder dos socialistas bascos, Patxi López, mostra-se muito confiante quanto ao resultado da eleição autonómica do próximo ano. E tem razão para isso, tendo em conta o resultado do PSOE nas legislativas de Março último. Já o cenário político que traça está um tanto ou quanto incerto.
É certo que dos partidos nacionais no País Basco (PSOE e PP), os socialistas são os que têm melhores condições para dialogar com todos, mas do mesmo modo López sabe que se os socialistas ganharem, dificilmente haverá coligação com o PNV, pelo menos, debaixo de liderança socialista, uma vez que seria uma certa humilhação para o partido nacionalista que há décadas governa a Euskadi.
E, outra equação nada despicienda, que López deveria fazer, é que uma vitória do PSE não significa a liderança em Vitória, pois as formações nacionalistas bascas podem eleger mais deputados.

sábado, 23 de agosto de 2008

As promessas de Obama caem com muita facilidade

Joe Biden: quem é o "número dois" de Obama?

Nos últimos dias começou a ganhar força o nome de Joe Biden como possível Vice de Obama, o que se acaba por confirmar.
Porquê Biden? Por causa de McCain.
A Obama faltava apresentar um lado que pudesse tentar anular a reconhecida experiência do candidato Republicano em política externa, e ninguém melhor no campo Democrata como Biden para desempenhar essa função.
O que não deixa de ser interessante nesta escolha é mais uma "promessa" deixada cair por Obama e que ao longo das primárias fazia questão de a usar até às entranhas: o combate ao sistema de Washington. Biden representa, precisamente, um dos rostos do "sistema".
Seja como for, Biden (que votou a favor da intervenção no Iraque - mais uma curiosidade!) é um político experiente e que dá credibilidade à dupla Democrata.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Segurança militar para as eleições... em Cabinda?

O chefe do Estado-Maior da Marinha de Guerra, almirante Augusto da Silva Cunha, disse hoje, sexta-feira, no Soyo, província do Zaire, que este ramo das FAA vai reforçar o controlo da fronteira marítima para evitar a entrada ilegal de estrangeiros no período eleitoral.
O responsável, que falava à imprensa à margem dos segundos jogos militares da Marinha de Guerra de Angola, garantiu o reforço do patrulhamento com meios e efectivos antes e durante as eleições das águas territoriais do país, de forma que as eleições decorram num ambiente de paz e segurança.


A duas semanas do acto eleitoral, as Forças Armadas vão reforçar o controlo das fronteiras, em especial as marítimas, com a finalidade de assegurar o bom ambiente eleitoral. Algo pouco comum.
Pela província em que o Almirante Cunha proferiu a declaração, o Zaire, por sinal a que fica geograficamente mais perto do 'rebelde' enclave Cabinda, não me admiraria que tal medida tivesse em vista a manutenção da ordem neste território não contíguo ao angolano.

Um pacto essencial para combater o crime

El Acuerdo Nacional por la Seguridad y la Legalidad ha sido adoptado por los gobernadores de los 32 Estados, los encargados de seguridad y prevención del delito del gabinete de Calderón, representantes del poder legislativo, el titular de la Suprema Corte de Justicia y miembros de colectivos ciudadanos de lucha contra la delincuencia.
Entre los más de 70 compromiso signados se encuentra el depuramiento de las fuerzas policiales - cuyo costo será de 1.500 millones de pesos mensuales (100.000 euros)-, una estrategia antisecuestro, nuevos centros penitenciarios con módulos especiales para secuestradores y un sistema de ubicación en tiempo real de los teléfonos móviles usados por los secuestradores.

Num país que se encontra há décadas refém da criminalidade, o Acordo Nacional pela Segurança e Legalidade celebrado no México é um marco histórico e exemplo para políticos, corpos judiciais e cidadãos de outros países.

Uma via própria?

Lugo, que venció las elecciones presidenciales el pasado abril al frente de una heterogénea coalición de izquierdas llamada Alianza Patriótica para el Cambio, con lo que se puso fin a 61 años de poder absoluto del Partido Colorado, quiere, al parecer, moverse con prudencia sin precipitar choques con la minoría político-empresarial que controla el depauperado país suramericano de seis millones de habitantes.
Lugo pretende moverse en la ambivalencia de un modelo de izquierda que no será copia exacta del de Venezuela, Bolivia o Ecuador, pero tampoco de Brasil, Argentina o Chile.


Fernando Lugo parece estar a dar passos sensatos, nestes primeiros dias de presidência.

Teste para a direita e esquerda alemãs

No próximo dia 28 de Setembro, em plena Oktoberfest, os bávaros são chamados a escolher o próximo Governo do Land.
O que parece uma eleição para cumprir calendário é, na realidade, algo que ultrapassa as fronteiras da Baviera, sendo um teste eleitoral importante para todas as forças políticas que dentro de um ano estarão a disputar a eleição legislativa.
Apesar de se poder antecipar o vencedor da disputa, os números a alcançar por cada partido indicarão uma tendência.
Devendo a CSU (irmã bávara da CDU) ganhar com alguma folga, resta saber qual a margem de vantagem em relação ao adversário directo, o SPD.
Assim, ao resultado da CSU, que apresentará um novo candidato, depois da saída da vida política do histórico Stoiber, importa apurar se mantém ou não a maioria absoluta.
Ao SPD, se o dano nacional não afecta o apoio local.
Ao Die Linke, quanto apoio terá. Não se prevendo resultados significativos, como noutros Lands, nos quais tem crescido, dado o posicionamento político bávaro ser pouco atreito a discursos nacionalizantes.
Não menos relevantes, até pelas conjecturas que já se fazem em termos de possíveis futuras coligações federais, os resultados dos Verdes e dos liberais do FDP também contam.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O escudo de defesa dos EUA vair ser instalado na Polónia

Después de 18 meses de interminables conversaciones, Washington recibe al fin luz verde para desplegar en territorio polaco diez bases de misiles interceptores, con el objetivo de evitar posibles ataques balísticos provenientes de Irán, según dijo recientemente en Washington Dana Perino, portavoz de la Casa Blanca.
Esta especie de escudo virtual de alta tecnología, que se prevé que esté operativo a partir del año 2012, estará unido a un potente radar que se instalará en la República Checa, país con el que la administración Bush firmó un acuerdo el pasado 8 de julio.


Os EUA surgem como um dos ofendidos pelo que está a suceder no Cáucaso, não tanto como o demagogo Saakashvili, que é quase impossível de bater na sua hipocrisia, mas Washington aproveitou o momento para acelarar a instalação da defesa anti-míssil na Polónia; país que até há poucas semanas contava com um Governo céptico em relação ao acolhimento no seu território do equipamento norte-americano.
Assim, dentro de quatro anos, já deverá estar a funcionar o escud.
Não fosse o conflito do Cáucaso, nem em 2015 os EUA deveriam ter o seu equipamento instalado na Polónia.
Como o fantasma do "papão russo" foi tão útil para Washington!

O trágico quotidiano argelino

Um duplo atentado com carros armadilhados matou pelo menos 11 pessoas na Argélia, um dia depois de outro ataque suicida ter feito 43 mortos junto a uma academia militar

Como se disse, ontem, aqui: o sangre não estanca neste país africano.
A Europa deve olhar com mais atenção para a sua margem sul e providenciar auxílio à Argélia, sob pena de mais dia menos dia a trágica realidade argelina poder cruzar o Mediterrâneo. E vontade à Al-Qaeda para passar o mar não falta.

Efeitos da 'pressão' norte-americana

Assad said Israel's role would only encourage countries like Syria - a U.S. foe and ally of Iran - to step up cooperation with Russia.
"I think that in Russia and in the world everyone is now aware of Israel's role and its military consultants in the Georgian crisis," Assad told Kommersant
"And if before in Russia there were people who thought these forces can be friendly then now I think no one thinks that way."
A diplomatic source in Moscow told Interfax news agency that Russia and Syria were preparing a number of deals involving anti-aircraft and anti-tank missile systems.
"Damascus is Moscow's long-standing partner in military cooperation and we are expecting to reach an agreement in principle on new weapons deals," said the source.


Comportando-se como um elefante desvairado numa loja de porcelana, os EUA, com as ameaças feitas a Moscovo nos últimos dias, mais não fazem do que convidar o gigante eslavo a outras e preocupantes alianças.
A visita de Assad à Rússia mais não visa do que estreitar relações entre Moscovo e Damasco, que há uns tempos ficaram congeladas pelo 'entendimento cordial' entre Washington e Moscovo, tendo, também neste caso, Israel um papel relevante.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Uma boa medida que é eleitoralmente benéfica para o MPLA

O Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social (Mapess) e o Banco de Comércio e Indústria (BCI) procederam ontem, em Luanda, ao lançamento de um programa de empreededorismo na comunidade, denominado “Micro-Crédito-Amigo”.
Dirigido a pessoas de baixa renda, o produto financeiro destina-se a micro-empresas que, a nível das comunidades, produzem ou comercializam bens e serviços, bem como a jovens que pretendam criar pequenos negócios ou desenvolvam actividades geradoras de rendimento.


A proposta tem princípios originários na doutrina do economista do Bangladesh, e Prémio Nobel da Paz de 2006, Muhammad Yunus, e é uma boa medida para dinamizar a economia angolana e promover o emprego.
Mas, a poucas semanas do acto eleitoral, esta medida do Governo angolano tem tudo de eleitoralista.
O MPLA continua, assim, a beneficiar das condições de ser o partido do poder.

O terrorismo cada vez mais activo às portas da Europa

Argélia: 43 mortos e 38 feridos em atentado contra escola de recrutamento da polícia

A Argélia continua a ser palco e alvo do terrorismo. O sangue não estanca neste país africano.

Turquia procura entendimentos no Cáucaso

The Baku visit, as with Moscow and Tbilisi, is expected to focus on an initiative from Ankara to establish a regional stability and cooperation platform to resolve crises in the Caucasus. Erdoğan last week said Turkey also wanted Azerbaijan to participate in the platform, adding that economic cooperation and energy security were essential issues for the body. He also gave a green light to the possibility of Armenia's participation in a "Caucasus alliance," as it would greatly increase the stability of the region.

Enquanto a Casa Branca parece assaltada por um pensamento da Guerra-Fria, por causa do Cáucaso, o Primeiro-Ministro turco tem vindo a procurar encontrar soluções para apaziguar o clima bastante crispado e chegar a entendimentos com os seus vizinhos caucasianos, estando, para isso, a procurar envolver todos os país da região.
Um grande e precioso contributo de Erdogan para a saída de uma crise que não interessa a praticamente ninguém.

Respostas que o tempo dará

The real credit for causing Musharraf’s fall goes to civil society and the media, both new actors on Pakistan’s social and political scene. In all new democracies, where the transition from military to civilian rule has taken place, these two actors have proved catalysts of political change

Veremos se a sociedade civil e os media paquistaneses têm assim um poder tão determinante. Seria, com certeza, um bom sinal, até pela consolidação de um Estado Democrático.
No entanto, em relação à realidade paquistanesa e ao contexto regional em que se insere, umas reticências não são demais.

Como seria de esperar, a coligação laranja volta a quebrar

A presidência ucraniana acusou hoje a primeira-ministra Iulia Timochenko, que mantém relações tensas com o chefe de Estado, Viktor Iuchtchenko, de “alta traição” em benefício de Moscovo, nomeadamente por não ter condenado a intervenção russa na Geórgia.
Como se escreveu aqui, há poucos dias:

Em relação à Ucrânia, talvez o poder de influência de Moscovo sobre Kiev surja e o Kremlin nem precisa de se mexer muito, pois basta o frágil entendimento entre Yuschenko (Presidente da República) e Timoshenko (Primeira-Ministra) romper, para o partido pró-russo, de Yanukovich, neste momento o maior, mas não o maioritário, conquistar o poder ucraniano. E a eleição presidencial tem lugar no próximo ano.
O que não se entende, desta postura de Yuschenko, é o que ele quer gerar com este desentendimento, pois dos dois envolvidos, Presidente e Primeira-Ministra, só o terceiro elemento, o pró-russo Yanukovich, é o beneficiado.
Timoshenko até é conhecida por ter uma relação muito pouco amistosa com Moscovo. Aos poucos, o poder ucraniano está a ser entregue aos adeptos de relações mais estreitas com os russos.
Como se esperava, o entendimento não duraria muito. À questão de quanto tempo, sabe-se hoje que nem um ano durou.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A pressão sobre a liderança socialista basca

Ante estas realidades políticas, sumadas al grado de confusión y hartazgo de buena parte de la ciudadanía vasca, me pregunto qué podría hacer el PSE-EE. De entrada, tiene que dejar bien claro, de manera pedagógica, que con la llamada consulta pretenden iniciar una vía hacia la independencia. Así de simple. Digámoslo claro para que nadie se engañe.
su candidato deberá dejar bien claro que no formará gobierno con el PP, y que para aprobar las leyes y proyectos estratégicos para Euskadi buscará apoyos transversales sólidos.


No artigo hoje publicado no El País, o alcaide socialista de San Sebastian, Odón Elorza, lança um repto ao líder do PS basco, Patxi López, de que este deve ter a independência do País Basco como uma das vias possíveis para o futuro da Euskadi e deve assumir, desde já, que não fará qualquer coligação com o PP, caso os socialistas possam governar o Governo de Vitória, a partir de 2009.
Os bascos, antes das eleições autonómicas do próximo ano, ainda têm, em termos de calendário eleitoral, um referendo que pode conduzir à auto-determinação desta região espanhola, proposto pelo PNV, que, à luz da Constituição de Espanha, não tem qualquer validade. Agendado para o Outono, este referendo ainda fará correr muita tinta e, provavelmente, deixar o partido no poder basco, o PNV, ainda em piores lençóis, já que não terá lugar. Pelo menos, mesmo que se realize, o acto é nulo.
Como Elorza sabe, o PSE a governar o País Basco, só deverá ter condições se estabelecer uma coligação com o outro partido nacional, o PP, pois dificilmente qualquer formação basca reunirá as condições para viabilizar um Governo socialista. Do lado popular, o último congresso do PP Basco foi dado um sinal de abertura. Resta saber se os socialistas também estão disponíveis para isso. Para já, importa ganhar a eleição, o que não é fácil. Mesmo com um PNV vulnerável, o partido de Urkullu e Ibarretxe continua a ter uma forte base social de apoio.

Algo verdadeiramente preocupante para estes tempos

O Presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, anunciou hoje que se demite do seu cargo, na véspera de um procedimento de destituição anunciado pelo seu governo.

Eis uma notícia mais preocupante do que o conflito no Cáucaso. A saída de Musharraf da liderança do Paquistão.
A confirmar-se a sua demissão há uma enorme incógnita que surge quanto ao futuro do país. Que é, importa não esquecer, uma potência regional com poderio nuclear e é cobiçado pelo terrorismo, com forte presença no vizinho Afeganistão e alguma influência no Paquistão.
Com a saída deste aliado do Ocidente, com muitos defeitos, é certo, mas ainda assim, um aliado que dava algumas garantias, agora, quem sucederá e o que fará?
Se os tempos já estão difíceis, a saída de Musharraf pode tornar a actualidade ainda mais incerta e perigosa.
Ao fim e ao cabo, o Paquistão é a actual fronteira da luta contra o terrorismo. Perder esta luta no Paquistão significa um enorme mar de complicações e problemas para todos nós.

(Publicado no Câmara de Comuns)

A extrema-direita à espera de continuar a crescer na Áustria

Haider fundó la BZÖ hace tres años, tras abandonar el también ultraderechista Partido Liberal de Austria (FPÖ) que había presidido durante 14 años. Aunque de momento sostiene que no pretende abandonar su despacho en Klagenfurt por un escaño en Viena, Haider aspira sin duda a afianzar su nuevo partido, hoy el más pequeño del Parlamento federal. Trata de llevarlo a cotas electorales como las que, bajo su dirección, permitieron al FPÖ formar una coalición de Gobierno con los conservadores del ÖVP en 2000.

Le Pen foi um grande terramoto na Europa, quando passou à segunda volta das presidenciais francesas. No entanto, a FN está a perder fôlego, ao ponto da sua sede partidária ter sido vendida a capital chinês. E são contra os emigrantes!
Mas foi há oito anos, antes mesmo da candidatura presidencial de Le Pen em 2002, que a extrema-direita causou o seu primeiro terramoto político na Europa, com a entrada de uma formação radical num Governo. E a extrema-direita austríaca não está em declínio, como a francesa. Antes pelo contrário, está em vias de aumentar o seu peso político.
Em 2000, Jörg Haider, o rosto da extrema-direita austríaca, era capa de muitas primeiras páginas. O então e ainda hoje Governador do Estato austral da Caríntia fez abalar a Europa política, com a entrada da sua formação no Governo de coligação federal com os conservadores (ÖVP).
Muita água passou debaixo da ponte e Haider saiu do FPÖ e criou o BZÖ, outra formação de extrema-direita, com menos peso, mas com representação parlamentar nacional.
A pouco mais de um mês da eleição legislativa antecipada, por queda do Governo de sociais-democratas e conservadores, o Governador da Caríntia surge outra vez, como candidato do BZÖ, com vontade de fazer tremer o sistema político austríaco.
Hoje, além de Haider, há uma séria preocupação, o peso da extrema-direita na Áustria é cerca de 20% e o seu potencial de crescimento existe.
Com a esquerda enfraquecida, a vitória da direita - leia-se conservadora - é bastante provável. Resta saber qual a percentagem que os dois partidos da extrema-direita vão receber, sendo espectável que aumentem os lugares no Parlamento de Viena. E é possível que o FPÖ chegue outra vez ao Governo federal.

(Publicado no Câmara de Comuns)

domingo, 17 de agosto de 2008

Os efeitos nefastos dos neocons

A Administração Bush vai terminar o mandato como começou: mal.
As suas interpretações e posições neoconservadoras, grande parte delas baseadas em princípios dicotómicos datados da época da Guerra-Fria, voltaram estes dias a emergir, e da pior forma possível. Como sempre que se fizeram sentir.
Num mundo global, em que vários actores externos estão presentes, e hoje não são apenas os Estados os únicos com este papel no palco mundial, os EUA, em vez de procurarem entendimentos com outra relevante e indispensável potência mundial, a Rússia, em especial para combater um dos piores cancros mundiais: o terrorismo, a Administração Bush tudo tem feito, nestes dias, para isolar Moscovo da cena externa, como se o gigante eslavo fosse parceiro menor ou irrisório. Ou como se estivesse a decorrer qualquer diálogo crispado entre os EUA e a URSS. O Muro caiu há quase duas décadas!
Em vários campos do planeta, como Teerão ou Caracas, esta posição de Washington cai como mel na sopa, pois o Kremlin será recebido ainda com mais fragor.
Vivemos numa era multipolar, onde o Ocidente já não predomina como antes. E novas alianças florescem e consolidam-se.
Em fim de mandato, seria sensato Bush não procurar causar mais estragos dos que fez nestes últimos oito anos.
A próxima Administração norte-americana, qualquer que seja, terá uma árdua missão externa, em especial a de recuperar a credibilidade internacional que esta esbanjou.
É compreensível que os EUA não deixem o seu aliado estratégico do Cáucaso, mas isso não pode ser sinónimo de cobertura e solidariedade inequívoca com o populista de Tbilissi.

(Publicado no Câmara de Comuns)

Efeitos positivos para Washington do conflito no Cáucaso

O reticente Governo polaco, de Donald Tusk, quanto à instalação de um escudo anti-míssil norte-americano na Polónia, acelerou conversações sobre esta matéria com Washington após o conflito rebentar no Cáucaso.
A iminência de uma ameaça russa - como se essa alguma vez estivesse no horizonte de Moscovo atacar algum membro da NATO, bem como o inverso! - conduziu ao fim das reticências do Executivo polaco. As dúvidas de ontem esboroaram e deram lugar às certezas de hoje. Assim, já há entendimento entre Varsóvia e Washington para acolher a base anti-míssil em território polaco.
Apesar de ser favorável à sua instalação, não vejo, todavia, o momento actual como o melhor para firmar este importante, e delicado, tema.
É importante fazer ver aos russos que eles não são ameaça mas parte da solução. Infelizmente, nestes dias, o entendimento assim não está a ser assumido. O que não é nada bom, para ninguém, a médio prazo.

Os dois pesos e duas medidas de Washington

A major issue is Russia's contention that the regions of South Ossetia and Abkhazia may not be a part of Georgia's future. But these regions are a part of Georgia, and the international community has repeatedly made clear that they will remain so. Georgia is a member of the United Nations, and South Ossetia and Abkhazia lie within its internationally recognized borders. Georgia's borders should command the same respect as every other nation's.
There's no room for debate on this matter. The United Nations Security Council has adopted numerous resolutions concerning Georgia. These resolutions are based on the premise that South Ossetia and Abkhazia remain within the borders of Georgia and that their underlying conflicts will be resolved through international negotiations. These resolutions are based on the premise that South Ossetia and Abkhazia are to be considered a part of the Georgian territory, and to the extent there's conflicts they will be resolved peacefully.
These resolutions reaffirm Georgia's sovereignty and independence and territorial integrity. Russia itself has endorsed these resolutions. The international community is clear that South Ossetia and Abkhazia are part of Georgia, and the United States fully recognizes this reality.


É por este tipo de posições que os EUA são acusados de atitudes pouco dignas. E, neste caso, com sentido.
O que tem a Sérvia a mais ou a menos do que a Geórgia? Qual a diferença do Kosovo para as duas províncias rebeldes da Geórgia?

sábado, 16 de agosto de 2008

A lata de Saakashvili

Gorbachev: Saakashvili Doesn’t Deserve Trust, but This Is for Georgians to Decide

O último líder soviético disse o evidente: o Presidente georgiano não merece confiança.
Aliás, nestas últimas horas, a postura do populista georgiano tem ultrapassado os limites do razoável. Sempre com ar de ofendido, como se fosse um inocente e alvo de uma situação que foi o próprio Saakashvili que desencadeou, é de pasmar como o líder georgiano ainda não colocou a mão na consciência e verificou o erro que cometeu e o clima de crispação mundial que criou.

(Publicado no Câmara de Comuns)

A incógnita paraguaia

Os aplausos repetiam-se. Fernando Lugo soltava decretos, agora presidenciais. “Hoje termina um Paraguai exclusivo, um Paraguai com fama de corrupto.” Com um “sin, juro” gritado, o ex-bispo católico terminou com 61 anos de poder ininterrupto do Partido Colorado. Na véspera, ao prometer “libertar o povo paraguaio”, acrescentou ao juramente um “hasta la muerte”.
A grande incógnita consiste em saber se Lugo alinhará no bloco ligado a Hugo Chávez e Evo Morales, ou se seguirá o modelo dos governos de esquerda moderados da região - Lula da Silva, Cristina Fernandez de Kirchner e a chilena Michele Bachellet.


O fim da dominação do Partido Colorado, no Paraguai, abre um novo capítulo num dos Estados mais pobres da América do Sul. Resta saber, agora, qual é a via do novo Presidente, Fernando Lugo, se do lado populista ou dos moderados.

Ao contrário do que refere esta notícia do Público, a alusão de Cristina Fernandez como pessoa do campo moderado, na esquerda da América Latina, não corresponde à realidade, como não se pode enquadrar a Chefe de Estado argentina no campo do populismo. A peculiaridade argentina (peronismo), no quadro regional, continua a existir.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Lições irlandesas?

De Juana Chaos está en Dublín, según la Policía irlandesa
El ex dirigente de ETA asistirá a eventos organizados por el Sinn Fein, brazo político del IRA


Colocado em liberdade, há poucas semanas, um dos rostos mais visíveis da ETA, De Juana Chaos, tem andado, nestes primeiros tempos, após pouco mais de duas décadas de prisão, na Irlanda.
Será que está a aprender alguma coisa com o exemplo irlandês?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Uma proposta interessante para Angola

PRS defende implementação de federalismo

Uma proposta interessante para o desenvolvimento de Angola, apresentado pelo jovem Partido de Renovação Social (PRS), de federalizar o país.
Hoje, Angola conta com um sistema muito centralizado e ainda por democratizar. De facto, o estabelecimento de uma República Federal poderia dar vias de desenvolvimento regional que o actual modelo não dá.
Todavia, num universo eleitoral ainda a dar os primeiros passos, esta é uma proposta de vulto que deve ter pouco impacto junto da população.

Acordo da treta II

Grupo dissidente do MDC nega assinatura de acordo com Mugabe

Afinal, parece que não houve acordo nenhum.
Resumindo, com ou sem acordo, Mugabe continua no poder.

Quando só há imagem, esta cansa

É natural que as pessoas se cansem de ver a mesma coisa, sem nada de novo:
Pesquisa: americanos estão cansados de superexposição de Obama

A última e inconsequente oferta de Olmert

Los palestinos rechazan crear un estado en Gaza y el 93 por ciento de Cisjordania
Rudeina aseguró que los palestinos sólo aceptarán un Estado sin interrupciones territoriales y libre de asentamientos judíos, basado en las fronteras anteriores a la Guerra de los Seis Días de 1967, en la que Israel ocupó Cisjordania y Gaza.
La oferta habla de un supuesto paquete ofrecido por el primer ministro israelí, Ehud Olmert, al presidente Abás en la última reunión que ambos celebraron la semana pasada.


Uma propostas que vale o que vale, a poucos dias da saída de Olmert do poder israelita: nada.
Fica para a História, mais uma hipótese sem qualquer validade.

Acordo da treta

Mugabe e grupo dissidente do MDC assinam acordo de governação
O acordo foi assinado na presença do presidente sul-africano Thabo Mbeki, que mediava as negociações entre o presidente histórico do Zimbabué e o líder do MDC, Morgan Tsvangirai.
No entanto, as negociações entre Mugabe e Tsvangirai falharam tendo em conta que o líder do MDC, que obteve uma vitória histórica nas eleições gerais de 29 de Março, abandonou a ronda negocial, deixando assim o MDC fora do acordo.


Os dissidentes do MDC, que agora se dão com Mugabe ganham uns trocos, e o tirano de Harare continua no poder, sem qualquer beliscão.
Esta foto, com Mbeki, nem para inglês ver.

Uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma

Proposta prevê negociações sobre futuro estatuto da Ossétia do Sul e Abkházia
Rússia aceita plano da UE para fim do conflito com a Geórgia


Para já, o plano que Sarkozy 'acordou' com Moscovo e Tblissi, a pouco mais conduz do que ao silêncio das armas.
A médio prazo, conduz as duas regiões a uma possível saída à la Kosovo.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Efeitos da guerra do Cáucaso nas presidenciais dos EUA

Qual efeito colateral, esta guerra do Cáucaso pode transformar-se numa grande e inesperada ajuda para a campanha de John McCain e ser decisiva no próximo dia 4 de Novembro.
A Geórgia, tão distante do quotidiano norte-americano mas bem mais real do que a ficcionada Albânia, surge como um passaporte de credibilidade para o experiente Senador do Arizona, que faz da política externa a sua mais-valia.
Não será, por isso, de estranhar se em breve as campanhas Republicanas transpirarem um anti-sovietismo primário, tão bem aceite nos EUA, e declarem McCain como o único candidato capaz de travar a batalha contra o "papão" russo, além da questão do terrorismo.
E, para 'apadrinhar' a cena, nada como trazer à colação o Presidente norte-americano que é visto como o melhor de todos os tempos, e é encarado por muitos como o homem que derrubou a URSS: Ronald Reagan, com quem McCain trabalhou.

(Publicado no Câmara de Comuns)

UNITA na caça ao voto

UNITA quer dominar praças onde ganhou no pleito de 92
Ficamos com a impressão de que existe, pelo menos em Luanda, algum secretismo no tocante à divulgação do programa oficial da campanha da UNITA, alegadamente por razões de segurança. Até que ponto isso corresponde à realidade?
O nosso programa vai-se desenvolvendo semanalmente. Temos um programa estratégico cujas balizas estão centradas na mobilização e educação cívica das populações. Este é o cerne da nossa campanha eleitoral. Também temos outra vertente, que é a defesa do voto, correspondente à terceira e última fase da nossa campanha.


Tal como o MPLA, mais do que uma proposta para o futuro de Angola, a UNITA também aposta na "educação do voto".
Ciente da dificuldade de ganhar em 5 de Setembro, a UNITA obterá um bom resultado se impedir a maioria absoluta do MPLA, daí a importância de renovar a vitória nas províncias ganhas em 1992.

Bolívia no impasse

El referéndum revocatorio consolidó la fractura política de Bolivia. Evo Morales triunfó con claridad con su proyecto indigenista y centralista, al igual que los cuatro gobernadores que hoy empezarán a aplicar los estatutos de autonomía aprobados por la población. Ante esta ruptura entre el ancestral mundo andino y el oriente joven y pujante, la sociedad pide diálogo y concertación que promueva el entendimiento y no el sometimiento de unos contra otros.

Lejos de generar condiciones para resolver la confrontación del país, los resultados fortalecen en sus posiciones a ambos bloques.

En medio de la desesperanza, Evo Morales dio un paso hacia la conciliación con un discurso cauto y cuidadoso, poco triunfalista, alejado de su usual estilo amenazador. Por primera vez en mucho tiempo se mostró respetuoso con los gobernadores opositores que fueron ratificados en sus cargos y anunció que el voto ciudadano debe ser entendido como un mandato para compatibilizar la Constitución del gobierno y los estatutos autonómicos.


Em vez de clarificar, o resultado de domingo acaba por agravar a situação boliviana, com a divisão social e cultural do país.

A Rússia está em ascensão

O problema é que um país em declínio pode ser simultaneamente um “papão” bem real, pelo menos a nível regional…

Caro André,
Um dos grandes problemas que afecta a Rússia, como Israel e a UE, é a questão demográfica. Mas enquanto russos e israelitas estão a procurar dar respostas ao declínio demográfico, na UE assobia-se para o ar e depois vê-se.
Quanto à política interna russa, uma vez que a percepção da política israelita é mais evidente - ou não fosse a política doméstica de Israel determinante na forma como se encara e actua no Médio Oriente -, no lado ocidental da Europa parece que ainda estamos 'amarrados' à percepção de uma Rússia débil e sem força, como se encontrava após o desmembramento da URSS.
É pena que não se tenha mais presente a política interna russa, na qual se percebe melhor as pretensões mundiais do gigante eslavo. Ora, na última campanha eleitoral, para as legislativas, em Dezembro último, o então Presidente da Federação Russa e candidato do partido "Rússia Unida", tinha como principal bandeira os equilíbrios sociais e económicos da Rússia para os próximos anos, na qual a questão demográfica é estratégica. Afinal, já no tempo presidencial, essa questão estava sinalizada:
O presidente russo, Vladimir Putin, apresentou hoje seu relatório anual sobre o estado da nação destacando a luta contra a crise demográfica que aflige o país e a necessidade de melhorar a defesa da Rússia para manter o "equilíbrio estratégico de forças" no mundo. (10/05/2006)
A Rússia não está em decadência, mas em ascensão.

Um passo maior do que a perna

Tony Halpin, o enviado do diário londrino à Geórgia, observa que o povo georgiano "sente-se atraiçoado" pelos países ocidentais - com os Estados Unidos à cabeça - que andaram a cortejá-lo desde a implosão do império soviético.

A "traição" não veio de Washington, que seguramente não deu luz verde a Tbilissi para intervir na Ossétia do Sul. O "traidor" está entre-muros georgianos.
Por ser muito amigo do Tio Sam, isso não significa que este coloque as mãos no fogo pela Geórgia, como ninguém naquela região do mundo colocaria com a Rússia, como era previsível.
Em suma, a Geórgia quis dar um passo maior do que a perna e o resultado está à vista.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Tempos de intervenção

Russia will take its peacekeeping mission in South Ossetia to logical conclusion, Prime Minister Vladimir Putin announced Monday

A declaração de "ameaça" de Bush à Rússia é proferida horas depois de Putin ter dito que os russos vão providenciar as "forças de paz" na Ossétia do Sul.
O que o poder russo não diz, nem transpira, são as intervenções russas, e com que legitimidade, em território georgiano, muito para além das fronteiras da Ossétia do Sul.

A frágil posição dos EUA

Líder dos Estados Unidos ameaça degradação das relações com o seu país
Bush ordena que Rússia acabe rapidamente com conflito na Geórgia


Há tanta coisa em jogo, ainda que neste momento não pareça o mais relevante, como o caso nuclear iraniano, que Bush não está em grandes condições de "ordenar" a Moscovo seja o que for, nem degradar as relações com a Rússia.

Pode levar-se Saakashvili a sério?

Georgia President says Russia cut country in half

Desde sexta-feira, quando o Presidente da Geórgia decidiu colocar o pé na argola, isto é, ordenar o ataque militar na Ossétia do Sul, Saakashvili já disse várias coisas e o seu contrário num escasso período de horas.
As notícias existentes são contraditórias e, sinceramente, desta referência do Chefe de Estado georgiano de que os russos dominam metade do país, já não levo a sério.
Inábil na actuação política, mas apto na agitação de demagogia, Saakashvili joga com o sentimento da Comunidade Internacional, em especial a Ocidental, de quem sabe ter uma grande desconfiança da Rússia. Na tradicional estorieta do pequeno a ser mal tratado pelo grande, como se o segundo fosse o mau e o primeiro o bom, está a querer fazer-se dos russos o "papão" georgiano. E como isso entra e passa tão bem no Ocidente. Os russos não são nenhuns anjos, mas Saakashvili não é nenhum menino de coro, ainda que queira parecer.

Putin não é um político da Guerra-Fria mas do século XXI

Através do target="_blank">Atlântico, chego a este artigo de João Marques de Almeida, no Diário Económico de hoje.
Do que se lê do texto do ex-Director do Instituto de Defesa Nacional constata-se um conjunto de argumentos válidos mas muitos deles desfasados no tempo. Mas muito predominante nas leituras que nestes tempos se fazem no Ocidente da Rússia de Putin, como se esta fosse a União Soviética. Que não é.
Há muito que a Rússia 'ultrapassou' várias das premissas apresentadas por Marques de Almeida, e que este vê como ameaça, como por exemplo a relação com a UE.
O caso da política energética é dos mais manifestos. À falta de uma (essencial) política comum, o Kremlin tem sido extremamente inteligente em manietar a UE. E está a realizar esta política há quase uma década. Em vez de negociar com Bruxelas, o que seria mais delicado, Putin dividiu para reinar, com vantagens para Moscovo e perdas, nítidas, a médio prazo, para os cerca de 500 milhões de consumidores europeus. Ou seja, negoceia individualmente.Primeiro, negociou com a Alemanha de Schröeder o pipeline que está a ser construído no mar Báltico, evitando ter intermediários, como os Estados Bálticos, a Ucrânia ou a Bielorrússia. Depois da Alemanha, foi o negócio energético com a Bulgária, porta de entrada europeu do Mar Negro, que receberá petróleo e gás russo. Após a Bulgária, foi o entendimento energético com o novo Governo de Berlusconi, que estava, entretanto a ser preparado pelo anterior Executivo de Prodi.
No que diz respeito à UE, os tentáculos energéticos russos estão a fortificar-se, e têm capacidade para asfixiar a Europa central de frio, no Inverno, se quiserem.
Em relação à Ucrânia, talvez o poder de influência de Moscovo sobre Kiev surja e o Kremlin nem precisa de se mexer muito, pois basta o frágil entendimento entre Yuschenko (Presidente da República) e Timoshenko (Primeira-Ministra) romper, para o partido pró-russo, de Yanukovich, neste momento o maior, mas não o maioritário, conquistar o poder ucraniano. E a eleição presidencial tem lugar no próximo ano. Moscovo pode acenar aos ucranianos boas recompensas energéticas, assim os rostos da revolução laranja, hoje no poder, sejam afastados.
Quanto à questão de Henrique Raposo, se depois de deixar "cair" Geórgia a Ucrânia e/ou a Polónia vão ser "deixadas cair". Tal leitura não se pode ter, como se fosse o império soviético a alastrar o poder. A Rússia de Putin nada tem a ver com a forma, muito menos métodos de conquista dos soviéticos. Se o caso ucraniano já foi referido, no polaco, os russos não querem um confronto directo com a NATO. Nem a NATO com os russos.
Os tempos são outros, e a UE e os EUA parecem que ainda estão a lidar com a URSS. Como nos enganamos com essa leitura. E nos prejudicamos.

(Publicado no Câmara de Comuns)

O populismo ganha referendo com travo amargo

Morales sobrevive al referéndum revocatorio
El mandatario boliviano y su vicepresidente ratifican sus cargos con cerca del 60% de los votos, un apoyo superior al de 2005, pero los gobernadores opositores también salen reforzados


Provavelmente, o que se esperaria que fosse esclarecedor, não foi. Morales levou a melhor, e com um bom resultado, 60% de votos a seu favor, em termos nacionais, mas perdeu a nível regional.
É bem provável que o impasse na Bolívia prossiga.
Daqui a uns tempos se perceberá melhor a utilidade deste referendo.

domingo, 10 de agosto de 2008

A Rússia já não é o que era

Leio no Atlântico, a propósito da Rússia, que: Quem manda naquela região continua a ser o velho poder decadente, e nunca a aliança atlântica.
Esse é que é o erro de leitura e interpretação no Ocidente*, pensar que a Rússia está em decadência ou é uma força menor ou menos capaz.
Já não estamos na era soviética, nem na czarista, nem em 1992, pois o Kremlin não tem um líder, ou alguém pelo todo-poderoso escolhido, como Yeltsin.
Putin lançou, a partir de 2000, as sementes que hoje dão frutos inquestionáveis: a nova e poderosa Rússia. Seja pela via das armas ou da mais eficaz e poderosa via energética.

* Eis um ponto, da política externa de McCain, que me incomoda, a leitura das relações com a Rússia, como se estivessemos, ainda, na Guerra-Fria. A "liga das Democracias" que nos fala o candidato Republicano tem essa interpretação muito presente.

Mais do que o Cáucaso em jogo

La asistencia a Georgia coloca a Israel entre la espada rusa (potencia amiga pero no tanto como el aliado estadounidense y fundamental para imponer sanciones en la campaña internacional contra el proyecto nuclear iraní) y la pared georgiana (posibilidad de sacar grandes contratos). La espada ha acabado por doblegar al interés económico y hoy en día la asistencia se ha reducido considerablemente limitándose a material puramente defensivo. Hace dos meses Moscú envió una enérgica carta al Ministerio de Exteriores israelí exigiendo el fin de la ayuda a Georgia. En la misiva se recuerda que también Rusia congeló o anuló completamente el suministro de armas a países enemigos de Israel.

Nem só de dinheiro vivem os interesses.

Jornada eleitoral tranquila na Bolívia

La jornada de consulta transcurrió en Bolivia con normalidad y sin incidencias, a pesar de que el referendo llegó precedido de una tensa semana dominada por la conflictividad política y social.

Enquanto se aguarda o resultado do referendo de hoje, do balanço que se pode fazer da jornada eleitoral boliviana, tudo correu com grande normalidade. Apenas um pequeno incidente, que não mancha o acto.

O outro lado da intervenção russa na Geórgia - a "sorte" estónia

Há pouco mais de um ano, um conflito entre a Estónia, antiga república soviética báltica, e a Rússia rebentou, por causa de uma estátua removida da cidade de Tallin, que aludia ao triunfo dos soviéticos sobre os nazis. A estátua era encarada, na recém independente república báltica, como uma forma de presença e 'ocupação' russa em território estónio. Tudo isto num país em que cerca de um quarto da população é russa e as relações entre os autóctones e a comunidade russa não são as melhores.
Não fosse a integração da Estónia, em 2004, na NATO e na UE, e provavelmente aquilo que hoje se assiste na Geórgia já se poderia ter verificado no norte do Báltico no ano passado.
Além do ataque cibernético, a intervenção também deveria contar com vários 'utensílios' militares.
Quem pensa que as instituições nada valem e nada contam, fica o exemplo da Estónia, pois não fosse o "escudo", em especial da NATO, e hoje Kalininegrado não seria, talvez, a única região russa mais a ocidente. Não é por acaso que o Presidente georgiano quer a adesão do país à NATO e à UE. Se fosse Estado-membro, nunca a Rússia actuaria como está a proceder.

O outro lado da intervenção russa na Geórgia - a vingança serve-se fria

Os EUA devem estar a sentir o que Moscovo viveu quando o Tio Sam apoiou e suportou a declaração unilateral de independência do Kosovo.
Todavia, há uma diferença neste caso da Geórgia, com nítida vantagem para a Rússia, Washington perde mais com um enfraquecimento de um aliado no Cáucaso do que a Rússia com a amputação da irmã-eslava Sérvia.
Se se verificar com cuidado o discurso de Moscovo nestas últimas horas, as palavras são uma cópia fiel do que Washington disse quando interveio nos Balcãs, no final da década de 90. Mais abaixo referi que os russos evocariam a figura da "legítima defesa", Medvedev e Putin referem o combate a um iminente "genocídio" e ser uma intervenção "humanitária".

Dia decisivo na Bolívia

Los bolivianos deben acudir a las urnas el domingo para intentar resolver lo que el vicepresidente Álvaro García ha llamado un "empate catastrófico" entre las fuerzas y movimientos políticos antagónicos que ha paralizado al país más pobre de la región en medio de una severa crisis.

Segundo os prognósticos, Morales deverá triunfar hoje. Resta esperar pelo fim do dia e apurar o resultado da situação "catastrófica" que a Bolívia atravessa, como bem denominou o Vice-Presidente boliviano, bem como o que se passará a seguir ao referendo, que não devem ser muito pacíficos, qualquer que seja o resultado.

O terrorismo continua bem activo às portas da Europa

Un atentado suicida mata a siete civiles en una playa de Argelia
Se trata del segundo atentado suicida en una semana, después de que el pasado domingo un terrorista suicida hiciese estallar otro coche bomba cerca de la Comisaría de Tizi-Ouzou, capital de la región de la Cabilia. Ese atentado causó 25 heridos, entre ellos cuatro policías, según el Ministerio de Interior.


Não merece destaque de abertura de telejornal e apenas recebe nota de rodapé, passando quase despercebido o que se passa aqui mesmo ao nosso lado: às portas da Europa o terorismo continua activo e eficaz.
A Argélia continua a ser um trágico palco de um grupo ligado à Al-Qaeda que está bastante activo e parece ter livre-trânsito para actuar.

Olhe que não, olhe que não!

Num post bastante pertinente, o Pedro Correia indica que: A esquerda europeia anda eufórica com a perspectiva de vitória de Barack Obama nas presidenciais de Novembro.
Sentindo-me elemento deste campo político, caso para parafrasear as célebres palavras empregues num debate famoso de há umas décadas no nosso país: a esquerda europeia eufórica com Obama, pela minha parte: olhe que não, olhe que não!
Sendo indefectível de Hillary, até Edwards, que agora está a ser massacrado pela comunicação social pelos seus assuntos da vida privada, seria melhor candidato que o Senador do Illinois.

Inevitável

Tbilissi quer mediação americana
Geórgia retira as tropas da Ossétia do Sul


Antes que fossem dizimados pelas Forças Armadas russas, os militares georgianos bateram em retirada da Ossétia do Sul, perante a inevitabilidade de um anão não conseguir
travar uma batalha entre iguais com um gigante.
Porém, quanto à pretensão de Tbilissi ter os EUA como mediadores do conflito, Moscovo não aceitará, pois tratar-se-ia de uma derrota diplomática, depois do triunfo militar, uma vez que Washington tudo faria para ajudar o seu aliado do Cáucaso.
Putin já avisou: dificilmente a Geórgia tem condições para manter a soberania na região rebelde. E essa posição pode estender-se, sem grande dificuldade, à Abcázia, que aproveitou a oportunidade para confrontar a Geórgia.
Em suma, como se disse aqui, Saakashvili encurralou-se e, sem querer, foi o melhor amigo de Moscovo. Ao decidir atacar os rebeldes da Ossétia do Sul, mais não fez do que estender um enorme tapete vermelho à Rússia para entrar na Geórgia, com os russos a clamarem legitimidade para a sua intervenção.

(Publicado no Câmara de Comuns)

sábado, 9 de agosto de 2008

Merkel pode contribuir para o silêncio das armas na Geórgia

The Chancellor of Germany expressed profound concern over the situation, the hope for an accelerated and complete cessation of hostilities, the resumption of the negotiating contacts, and her willingness to contribute to this process by political-diplomatic means.
Dmitry Medvedev and Angela Merkel agreed to continue their discussion of this problem as well as a broad range of issues of mutual interest during the upcoming visit of the Federal Chancellor of Germany to Russia on 15 August 2008.
The conversation was held at German initiative.


A visita, na próxima sexta-feira, de Merkel à Rússia, pode ser determinante para o silêncio das armas no Cáucaso.
Berlim esteve bem, ao tomar a iniciativa de contactar directamente com Moscovo, transmitindo a Medvedev a preocupação com o que se está a passar na Geórgia. A situação, não sendo tão dramática em termos humanitários como é para a Geórgia, é bastante preocupante para a Europa.
A Alemanha é dos poucos parceiros europeus com influência na Rússia e Merkel está a fazer desse trunfo uma condição para travar as investidas russas. Veremos se a palavra alemã é suficiente para demover as armas russas.

Intervenção russa entra pela Geórgia adentro

o Exército russo desmentiu hoje que os seus aviões tenham bombardeado "populações civis na Geórgia", apesa da televisão estar a mostrar imagens de vários civis mortos em consequência do lançamento de bombas sobre zonas habitacionais.

De acordo com o lado georgiano, que o russo desmente, a intervenção militar do gigante eslavo ultrapassa as fronteiras da Ossétia do Sul e já ceifou a vida a muitos inocentes.
Por outro lado, importa saber se o pipeline, de petróleo, que passa na Geórgia, que vem do Azerbaijão, é, ou não, alvo da artilharia russa.

Tensão em crescendo na Bolívia

El ministro de Relaciones Exteriores y Cultos de Bolivia David Choquehuanca denunció este viernes que "grupos antidemocráticos" han empezado a realizar acciones violentas para evitar, sabotear y empañar el Referendo Revocatorio del próximo 10 de agosto.

Na véspera do decisivo referendo boliviano (de amanhã), à tensão que vários sectores bolivianos fizeram aumentar nos últimos dias, junta-se a tensão fomentada pelos elementos do regime de Morales.
É bem provável que o dia de amanhã não seja um fim de ciclo, mas a abertura de uma nova e pouco promissora etapa para a Bolívia.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Saakashvili encurralou-se

Ante la inferioridad de condiciones de su Ejército respecto al ruso, el presidente georgiano solicitó el apoyo de Estados Unidos y aseguró que sus fuerzas armadas están actuando en legítima defensa contra "una agresión directa de Rusia".
el presidente georgiano solicitó la ayuda de Estados Unidos alegando que "no se trata sólo de Georgia, se trata de América y de sus valores". "Somos una nación amante de la libertad que está siendo atacada", prosiguió.


O Presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, entrou num beco sem saída. Desesperado, pede ajuda ao aliado EUA, porém Washington, com os 'afazeres em que está metido', não tem condições para acudir o amigo de Tbilissi, como este gostaria.
Depois de ter sido um herói, com a defesa da Liberdade, através da revolução das rosas, em 2003, Saakashvili coloca-se a jeito de perder o poder. Não perdeu há oito meses por uma joga política de mestre. Mas a sua saída é algo do agrado de Moscovo, dadas as pretensões do Chefe de Estado georgiano querer que o seu país adira à UE e NATO.
Em termos internos, uma derrota na Ossétia do Sul, contribui para a degradação da imagem do comandante supremo.

As justificações russas para intervir na Geórgia

Comunicado do Presidente russo:

Last night, Georgian troops committed what amounts to an act of aggression against Russian peacekeepers and the civilian population in South Ossetia. What took place is a gross violation of international law and of the mandates that the international community gave Russia as a partner in the peace process.
Georgia’s acts have caused loss of life, including among Russian peacekeepers. The situation reached the point where Georgian peacekeepers opened fire on the Russian peacekeepers with whom they are supposed to work together to carry out their mission of maintaining peace in this region. Civilians, women, children and old people, are dying today in South Ossetia, and the majority of them are citizens of the Russian Federation.
In accordance with the Constitution and the federal laws, as President of the Russian Federation it is my duty to protect the lives and dignity of Russian citizens wherever they may be.


Os combates já cessaram na Ossétia do Sul, mas nada indica que tenham acabado.
A Rússia vai continuar a mostrar o seu músculo à Geórgia, que se colocou a jeito para o gigante eslavo intervir na região separatista georgiana.

Previsível

Rússia invade a Geórgia

Saakashvili diz que Geórgia está a ser alvo de agressão russa

Há poucas horas, a propósito da intervenção das Forças Armadas georgianas na Ossétia do Sul no início da noite de ontem, referiu-se aqui que a procissão ia no adro.
Isso constata-se, com a intervenção russa.
Muita água vai correr debaixo da ponte e, lamentavelmente, muito sangue deve ser derramado.
Tbilissi fez pior ao intervir militarmente, porque os russos surgirão candidatamente, na arena internacional, a reclamar a conhecida figura da legítima defesa.

A procissão vai no adro

A situação na república separatista da Ossétia do Sul agravou-se. Esta noite a Geórgia atacou a capital daquela região, que declarou unilateralmente a independência em 1990. Quinze civis morreram. A Rússia, país que apoia a Ossétia do Sul, envolveu-se no conflito e bombardeou hoje a cidade georgiana de Gori.
O Presidente da Geórgia, Mikheil Saakachvili, anunciou hoje numa declaração televisiva, que a maior parte do território independentista da Ossétia do Sul foi “libertado” e agora é controlado pela Geórgia. Acusou a Rússia de conduzir uma operação "a larga escala" contra o seu país.
A Rússia apelou à comunidade internacional para agir a fim de evitar "um banho de sangue". Segundo o Kremlin, o Presidente russo Dmitry Medvedev está a trabalhar para "restaurar a paz na Ossétia do sul e para defender a população civil local, no âmbito do seu mandato de manutenção de paz".


O que se passou nas últimas horas na Ossétia do Sul está longe de ter terminado.

Os "piratas do Caribe" são o "eixo da esperança"?

Tariq Ali mostra em "Piratas do Caribe" como as visões do presidente venezuelano Hugo Chávez polarizaram a América Latina e contribuíram para a ascensão de uma esquerda democrática na região. O autor examina a hostilidade dirigida a essas administrações e discute a influência de Fidel Castro sobre o "Eixo da Esperança", que conta ainda com a Bolívia e o Equador.

Eis um livro que deve merecer leitura, em especial para tentar encontrar o "eixo da esperança".
Não sendo nenhum dos personagens/'piratas' reais tão interessantes como o ficcionado pirata Sparrow interpretado por Depp, o riso deve ser o mesmo. Afinal, uma 'esquerda democrática' influenciada por Fidel, deve ser, mesmo, muito democrata.

As vozes 'civis' do MPLA

Os tempos de antena do MPLA são de outro campeonato e nem sequer é legítimo estabelecer comparações, tal a discrepância de qualidade e de meios utilizados. Há partidos que se limitam a gravar um discurso e a apresentarem uma imagem estática. A qualidade da imagem é muito baixa e alguns programas apresentam uma séria discrepância entre o som e a imagem.

É sabido que o Jornal de Angola é próximo do MPLA, tão próximo que as suas notícias parecem pessas de campanha do partido que está no poder em Angola. Todavia, por maior proximidade e simpatia que este órgão de comunicação social tenha pelo MPLA, o JA devia moderar o tom, sob pena da sua função, de informar, perder sentido.

Inevitável

Há poucas horas escreveu-se aqui:
Esta guerra é uma peleja sem grande retorno para Tbilissi. Para os separatistas é um combate a alimentar, tendo em vista não a independência mas a integração na Rússia.
O braço-de-ferro deve continuar. Calculo que o silêncio das armas deve durar pouco.


Nem 12 horas passaram, eis que:
"Georgian troops are storming the city, the city is being bombed," he said.
"Our troops are holding their ground with confidence, the city is well defended; the fighting is tough, and the Georgian side is already suffering losses," the South Ossetian leader said.
*

De duas uma, ou Tbilissi está desesperada ou não sabe o que está a fazer, pretendendo, a quente, restabelecer a ordem na província rebelde. O mais provável é estar desesperada e sem saber o que fazer.

* A informação é dada pelo lado russo, que procura evidenciar que os separatistas da Ossétia do Sul estão a fazer frente e a travar as investidas dos militares georgianos.

As ameaças terroristas à China

A video purportedly from an armed group based in western China has released a video threatening an attack on the Olympic games in Beijing, according to a US internet-monitoring group.

Numa altura em que a China é alvo de todas as atenções, o terrorismo não falta à chamada dos holofotes, o oxigénio indispensável do barbarismo.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Um conflito que não interessa a Tbilissi

Georgia has offered South Ossetian separatists an immediate ceasefire following days of heavy fighting.

Tbilissi sabe que tem mais a perder se continuar a investir militarmente na Ossétia do Sul e na Abkazia. Por isso, este pedido de cessar-fogo na Ossétia do Sul.
As duas regiões separatistas sabem que contam com o financiamento do gigante e vizinho russo e, por isso, têm todas as condições para continuar a combater. Já o Governo georgiano sabe que apenas ganha a legitimidade sobre as duas terras em termos de reconhecimento internacional, porque por grande parte dos autóctones, já perdera, há muito, a jurisdição dos territórios.
Esta guerra é uma peleja sem grande retorno para Tbilissi. Para os separatistas é um combate a alimentar, tendo em vista não a independência mas a integração na Rússia.
O braço-de-ferro deve continuar. Calculo que o silêncio das armas deve durar pouco.

Mais uma notícia nada benéfica para as nossas carteiras

A economia japonesa pode ter entrado em recessão, mas os economistas ouvidos pela Lusa desvalorizam a importância dessa economia na cena internacional e as suas consequências para a Europa.
O governo japonês admitiu hoje que a economia japonesa, a segunda maior do mundo, está a enfraquecer pela primeira vez desde Maio de 2001, altura em que o país estava em recessão.


Neste planeta globalizado, pensar que uma das principais economias mundiais não nos afecta muito, por mais que as relações comerciais entre a UE e o Japão não tenham uma dimensão tão vasta como com outros blocos, é puro engano.

O grande desafio de Zapatero

Montilla denuncia que Catalunya acusa falta de recursos económicos

Nesta legislatura, Zapatero terá um teste político mais difícil do que entre 2004 e 2008. A conjuntura económica mundial não é a melhor e a situação económica espanhola dá sinais preocupantes de recessão. O desemprego está a aumentar, a olhos vistos, e vários sectores estão a apresentar sinais negativos.
Num país em que a sensibilidade política do Governo nacional tem de existir, devido às características das autonomias espanholas, vivendo-se actualmente um período de maior aperto financeiro, o financiamento autonómico também tem repercussões e sente o apertar de cinto. Como a notícia indica, de Barcelona pedem mais verbas a Madrid, e não é por ser um poder socialista catalão que este se demite de reclamar mais verbas ao Governo socialista nacional.
Pelo que se sabe, no que depender de Pedro Solbes (Ministro das Finanças), dificilmente José Montilla, Presidente da Generalitat, levará mais um cêntimo do que Madrid determinar. Zapatero tem uma bota difícil para descalçar. E o futuro não se vislumbra muito risonho para o Presidente do Governo espanhol.

Mugabe continua agarrado ao poder

O Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, desmente que já exista um acordo para a partilha de poder com a oposição, mas garante que as negociações estão a decorrer a bom ritmo.

Quando vi a capa do DN de hoje, considerei ter um título muito arrojado. Porém, uma vez lida a notícia, o título, e sobretudo o conteúdo, é manifestamente mais lúcida do que a chamada de primeira página.
Duvido que Mugabe ceda o poder à oposição, esperando, com este gesto, obter uma amnistia.
A ceder e aguardar que fosse intocável, com a determinação britânica, Mugabe, provavelmente, se sujeitaria a 'seguir os passos' de Charles Taylor.
Mugabe pode ser muita coisa, mas parvo não é. De todo.

As dores de parto de uma jovem Democracia

Los generales que ayer perpetraron un golpe de Estado en Mauritania han anunciado la celebración de elecciones presidenciales "lo antes posible", aunque sin concretar la fecha

Já se percebeu o que esteve na base deste golpe de Estado. Não foram os desentendimentos entre os políticos mauritanos, significativos nestes tempos, mas a decisão de mudar a liderança das Forças Armadas, determinada pelo Presidente Sidi Ould Cheij Abdallahi.
Como qualquer país que conquista a Democracia, a Mauritânia não escapou aos terramotos que o sistema, ainda pouco institucionalizado, não consegue suster.
Resta esperar que a Liberdade seja restabelecida.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A 'educar' o povo a votar no MPLA

Ontem mesmo, no largo dos Eucaliptos, foi afixado num painel a réplica da posição do partido no boletim de voto. Com 6.60 metros de largura contra 2 metros de comprimento, bem visível para as mais de 200 mil pessoas, a imagem continha o nome do partido, a bandeira e o espaço para votar.
No meio de canções sobre as especificações da bandeira, João Baptista Kussumua indicou à população como votar no MPLA


Mundo tão díspar o nosso. Enquanto nos EUA, a internet é uma peça de campanha chave, em Angola as campanhas têm outros formatos, adaptados à realidade local, como se verificou ontem no Bié, com um painel gigante a servir de quadro educativo.

Bolívia em tensão até ao referendo decisivo de domingo

La tensión social y política parecía calentarse más a medida que se acerca el día de la consulta cuando Morales, su vicepresidente y ocho prefectos, seis de los cuales son adversarios del mandatario, someterán la continuidad de sus cargos al voto.

A poucos dias do decisivo momento para o futuro da Bolívia, em que está em causa a continuidade ou fim de mandato de Evo Morales, a tensão social aumenta na Bolívia.
Um dos principais grupos apoiantes da ascensão de Morales à presidência, os mineiros, estão, nestes dias, a combater o regime de La Paz. E das greves por estes provocadas, já resultaram mortos.
A tensão deve continuar até, durante e depois do referendo do próximo domingo.

O Irão continua a tourear a Comunidade Internacional

Iran says it is ready to provide a clear response

Dado um prazo de duas semanas para o Irão responder ao desafio lançado pela Comunidade Internacional, depois do encontro realizado há pouco mais de 15 dias na Suíça, Teerão diz, em carta endereçada à UE, estar pronta para dar uma resposta objectiva... apesar de nada ter dito de concreto.
Há mais de dois anos que as autoridades iranianas andam a tourear a Comunidade Internacional, e esta faz de conta que está a negociar e a travar um processo (nuclear) que o Irão tem desenvolvido e aperfeiçoado.

Kadima: uma conquista difícil

Shaul Mofaz, Israel's transportation minister, has officially launched his campaign to replace Ehud Olmert, the Israeli prime minister, as leader of the Kadima party.

Dos diversos nomes que têm possibilidade de suceder a Ehud Olmert, gostaria de ver Mofaz como vencedor. Para isso, o ex-Ministro da Defesa e actual titular dos Transportes precisa de conquistar a liderança do Kadima e, depois, derrotar o mais que favorito Netanyhau. Porém, duvido que Mofaz vença a corrida no Kadima a Livni.

A história recente da Guiné Equatorial

Pocos dirigentes han tenido tantas oportunidades como Obiang. Durante 29 años ha gozado de la benevolencia de la comunidad internacional. Un país de medio millón de habitantes recibe asistencia de casi todas las naciones prósperas del mundo, sin que tan nutrida cooperación se note en la vida cotidiana del pueblo. Desde 1991, Guinea Ecuatorial produce ingentes riquezas, petróleo y gas, cuyos beneficios acapara la "familia presidencial", mientras la gente vegeta en una miseria espantosa; no hay agua potable ni en la capital, y los apagones eléctricos duran meses.

Continuando a série de posts sobre África, vale a pena reter este escrito de Donato Ndongo Bidyogo a propósito da história recente da Guiné Equatorial, país que esteve há pouco tempo debaixo dos holofotes da atenção portuguesa, pelo interesse deste pequeno país africano, e antiga colónia espanhola, aderir à CPLP.

No melhor pano cai a nódoa

Mauritânia: Presidente e primeiro-ministro detidos durante golpe de Estado

Desde o golpe de Estado de 2005, que derrubou o ditador Ahmed Ould Taya, que acompanhei a transição política da Mauritânia. O que inicialmente era visto como uma ameaça, cedo se transformou em exemplo, como aqui se destacou.
Três anos depois do golpe de Estado, eis que novo tem lugar. Uma vez mais, os militares assumiram o control do país. Para acompanhar no que dará.

Dias decisivos para a África do Sul

Jacob Zuma viu o seu julgamento suspenso e a decisão adiada para o dia 12 de Setembro.
O juiz decidiu dar provimento ao enésimo recurso apresentado pelo líder do ANC, no âmbito do processo por corrupção que enfrenta no tribunal.


Jacob Zuma será, ao que tudo indica, eleito Presidente da República da África do Sul no próximo ano.
Num país em que o ANC tem um peso incontestado, como durante décadas o PRI teve no México, qualquer líder do partido de Mandela sujeita-se a suceder a Thabo Mbeki.
Todavia, Zuma tem um 'currículo' pouco abonatório, dado os antecedentes de corrupção, entre outros pouco dignos, que podem afectar a sua carreira política.
O Tribunal sul-africano decidiu que 12 de Setembro é conhecido o veredicto quanto ao processo de corrupção em que está envolvido. Sinceramente, e sem desmerecer o poder judicial sul-africano, não prevejo que este seja um obstáculo a Zuma.

Eleições angolanas

Começando a dar algum destaque às eleições angolanas, de realçar que dos 98 partidos angolanos, só 14 concorrem no próximo dia 5 de Setembro.
Pelo que é dado a ver, do boletim, MPLA e UNITA ficam juntos no papel que receberá a cruz.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A China também não está incólume

China: autores do ataque que matou 16 polícias tinham em sua posse propaganda à guerra santa

Como grande potência, a China não escapa à mira do terrorismo e a poucos dias de começarem as Olimpíadas, os avisos à estabilidade do gigante asiático já causaram mortes.
Depois de norte-americanos e russos, os chineses percebem melhor os diversos combates que enfrentam. E eles surgem como sempre, de forma cobarde e inesperada. Além de que, a China conta com um problema difícil para o regime suster de forma inflexível, a heterogeneidade do país.

A um mês da eleição legislativa

Dentro de um mês, Angola vai a votos.
Os principais partidos, MPLA e UNITA, arrancam, hoje, com as campanhas oficiais.
Oxalá os partidos angolanos encarrilem, de vez, a potência africana nos carris da Democracia.

P.S.- É bem provável que o MPLA continue a dominar o poder do País, em termos legislativos. Duvido, no entanto, que alcance uma confortável maioria.

Always changing

Como medida más urgente, Obama sugirió en un discurso sacar al mercado 70 millones de barriles de las reservas estratégicas de Estados Unidos, lo que representa un 10% del total acumulado en depósitos en Tejas y en Luisiana.

El candidato demócrata, que no era partidario antes de recurrir a ese medida de emergencia, consideró ayer que ahora se hace necesario ante el impacto que los altos precios del petróleo está teniendo en cadena en las economías más modestas.


Obama se había opuesto hasta ahora al levantamiento del veto para realizar prospecciones en las costas norteamericanas debido al riesgo ecológico que ello conlleva. El presidente George Bush y el candidato presidencial republicano, John McCain, han pedido el fin de esa restricción y han hecho de ese asunto una de las principales banderas de la campaña republicana.

Varios congresistas demócratas, sensibles al hecho de que el levantamiento del veto goza de gran popularidad entre los votantes, se han ido situando en las últimas semanas en el campo de los que están dispuestos a estudiar esa alternativa. También
Obama aceptó este fin de semana la posibilidad teórica de acabar con el veto a las nuevas prospecciones
siembre que sea como fruto de un acuerdo bipartidista en el Congreso y en condiciones de plenas garantías ecológicas.

Aos poucos, todo o discurso das primárias de Obama está a mudar. Afinal, o candidato até está a ser coerente com o seu lema de "change".

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Vai começar o jogo sujo

Os ataques da campanha de John McCain contra seu rival Barack Obama parecem render resultados positivos para o senador republicano, que está empatado com Obama, com 44% de apoio dos eleitores, de acordo com a pesquisa do Instituto Gallup feita no fim de semana. O senador democrata tinha nove pontos de vantagem (49% a 40%) sobre McCain no dia 26 de julho.

Provavelmente, entusiasmados por estes resultados das sondagens, a campanha Republicana é capaz de aprofundar o tipo de campanha baixa. Resta saber como responde a campanha Democrata. Que não deve ficar a observar a campanha a passar.

domingo, 3 de agosto de 2008

Irão continua irredutível com programa nuclear

Concerning Iran's nuclear program, Ahmadinejad said, "Iranians will never step back from their inalienable rights."

Não poderia haver melhor momento para Teerão aproximar-se de Damasco, quando Israel mergulha numa crise política, com a saída, em breve, do Primeiro-Ministro que estava a abrir uma via para o entendimento regional entre os Estados vizinhos de Israel, Ehud Olmert.
Quanto aos diversos pontos da agenda de Al-Assad, na visita de três dias ao Irão, os principais responsáveis iranianos dão-se por muito satisfeitos com as rondas de entendimentos, que até há bem pouco pareciam mais débeis entre sírios e iranianos, com a possibilidade de Tel Aviv e Damasco aproximarem os seus pontos de vista.
O Irão continua empenhado no seu processo nuclear que, reiteram, é pacífico. Não se percebe, todavia, o secretismo do seu desenvolvimento. Ou melhor, deduz-se facilmente onde conduz o pseudo-pacifismo que as autoridades iranianas candidamente pretendem manifestar: possuir armamento atómico.
O tempo começa a esgotar-se, pois os avanços nucleares iranianos estão à beira de dar os frutos pretendidos pelo regime de Teerão.

(Publicado no Câmara de Comuns)

sábado, 2 de agosto de 2008

Aumenta a tensão no Cáucaso

Pelo menos seis pessoas morreram e treze ficaram feridas esta madrugada ma Geórgia durante confrontos armados entre tropas nacionais e da região separatista da Ossétia do Sul.

O clima de crispação entre as regiões separatistas georgianas e a Geórgia voltam a causar mortes. E prevê-se que os confrontos se repitam nestes dias.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A primeira audiência de Karadzic

Radovan Karadzic pediu hoje mais tempo para analisar as acusações que lhe são feitas pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ) antes de se pronunciar inocente ou culpado. O antigo líder dos sérvios bósnios compareceu esta tarde pela primeira vez na instância e confirmou que prescinde de advogado.
De acordo com os estatutos do tribunal, o arguido tem 30 dias para se pronunciar sobre as acusações sendo que, o incumprimento deste prazo, equivale a uma declaração de culpa.
Face à decisão de Karadzic, o juiz Alphons Orie agendou nova audiência para 29 de Agosto, ao início da tarde.


Muitos sérvios e bósnios ficaram esta tarde colados ao ecrã de televisão para assistir à primeira audiência de Karadzic no TPI. Com uma postura muito serena e cortez para com os membros do Tribunal, o ex-líder dos sérvios da Sprska, na Bósnia, referiu que teve apoio norte-americano, entretanto desmentido por Richard Holdbrook, para ganhar imunidade, se em 1996 abandonasse a liderença sérvia na Bósnia. É um assunto que ainda vai fazer correr muita tinta e para continuar a acompanhar.