quinta-feira, 31 de julho de 2008

Comparações descabidas

Na tradicional ladainha dos argumentos de cada um dos grandes partidos políticos norte-americanos, os Republicanos acusam Obama de provocar o aumento dos impostos - e a exportação de petróleo estrangeiro, para validar a exploração de jazidas integradas em áreas protegidas -, Obama é comparado com Paris Hilton e Britney Spears. Deste anúncio pode dizer-se que é uma idiotice.

Miliband tenta evitar catástrofe do Labour

In the aftermath of Labour's third successive defeat at the 1959 election, a famous pamphlet asked the question: "Must Labour lose?" Today, the temptation is similar fatalism.

The odds are against us, no question. But I still believe we can win the next election. I agree with Jack Straw that we don't need a summer of introspection. The starting point is not debating personalities but winning the argument about our record, our vision for the future and how we achieve it.

New Labour won three elections by offering real change, not just in policy but in the way we do politics. We must do so again. So let's stop feeling sorry for ourselves, enjoy a break, and then find the confidence to make our case afresh.


Miliband foi directo e conciso, do que está em causa nas próximas legislativas. Porém, para o Labour ganhar, Brown não pode ser o rosto dos trabalhistas.

A estupidez do Hamas

Hamas qualifica de "vitória" decisão de Olmert de deixar o poder

Provavelmente, o Hamas esperará que com Netanyahu terá mais hipóteses de diálogo.
Em abono da verdade, a saída de Olmert é também uma derrota para o Hamas.

Rússia procura aproximar Estados europeus de Moscovo

Dmitry Rogozin, Russia’s Ambassador to NATO delivered a new foreign policy concept of his country at the Russia-NATO Council session. Presenting the keynote document, he suggested that the western bloc should give up competing with Moscow and focus on the reconfiguration of the European security system together with Russia. Moscow hasn’t defined the new world order principles yet, but it has listed the shortcomings of the current one, “NATO’s swelling, the OSCE is not doing the things it should, and the Council of Europe interferes in the spheres out of its authority.”

Depois da decadência da era pós-soviética, que mergulhou a Rússia durante a década de 90 na penúria, eis que o gigante eslavo, oito anos depois da reconstrução do orgulho e força russas, feitas por Putin, mostra-se ao mundo como uma das principais potências.
Inteligentes, nesta nova fase política (que não é propriamente pós-Putin), os russos apelam a um entendimento com os europeus, de modo a manter as influências da NATO (leia-se: EUA) distantes dos acordos entre russos e UE.
Porém, a UE carece tanto da aliança com os EUA como de bons entendimentos com a Rússia.
Nestes momentos, em que os russos mostram o seu poderoso músculo, a UE continua a evidenciar a sua fraqueza, dada a inexistência de uma consequente política de segurança e defesa.
De aguardar, então, pela proposta eslava, a apresentar em Setembro próximo, para perceber melhor o que querem os russos da UE. Na certeza, porém, de no interior da União vários Estados, designadamente os outrora pertencentes ao Pacto de Varsóvia, encararem a proposta russa com muita desconfiança.

(Publicado no Câmara de Comuns)

Abkazia extrema posição

South Ossetia Reiterated Desire for Being Annexed by Russia

As províncias rebeldes georgianas continuam a extremar posições. Não será de admirar que em resposta à pretensão da Ossétia do Sul ser anexada pela Rússia, de Moscovo se refira o caso kosovar como um exemplo que pode ser seguido.
Obviamente, em Tbilisi as preocupações continuam a aumentar.

Novas notas, velhos problemas

Os Zimbabueanos vão deixar de andar carregados com notas, como acontece até agora. A inflação galopante, que segundo os analistas independentes ultrapassa os 12.000.000%, faz com que a moeda nacional tenha um valor próximo do zero e levou recentemente à introdução de notas de 100 mil milhões de dólares zimbabueanos.
O banco central do país tomou agora uma medida drástica – a introdução de uma nova moeda. Um novo dólar passa a valer 10 mil milhões na antiga moeda.


O Zimbabué continua na sua situação de degradação acelarada, onde Mugabe finge que negoceia com a oposição sob auspícios do sul-africano Mbeki.

A extradição de Karadzic

Milhares de pessoas, na sua maioria afectas ao Partido Radical sérvio, desfilaram nas ruas de Belgrado e alguns entraram em confronto com a polícia, tudo por causa da detenção e extradição de Karadzic para Haia.
Por sinal, um dos presentes na manifestação foi o ex-Presidente e antigo Primeiro-Ministro sérvios Vojislav Kostunica.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Mais um revés para o Médio Oriente

Dirigente não se vai recandidatar à liderança do Kadima
Olmert abandona chefia do Governo israelita em Setembro


No dia seguinte à apresentação da candidatura de Tzipi Livni à liderança do Kadima, Olmert, ao anunciar não ser candidato, reconhece que o seu tempo político terminou.
Apesar de ser um líder com muitas fragilidades, sobretudo internas, é inequívoco o empenho de Olmert em procurar um caminho para a estabilidade no Médio Oriente. Via que o próprio Olmert foi o grande responsável e arquitecto, quando começou a esboçar e projectar na era de liderança de Sharon. Agora, Olmert retira-se para responder perante a Justiça das acusações de que é alvo.
Quanto ao Kadima, Livni é o nome mais forte, uma vez que, na iminência de eleições legislativas antecipadas, que bem podem ter lugar este ano, a actual Ministra dos Negócios Estrangeiros é um nome forte para fazer frente ao favorito Netanyahu, do Likud. A seguir, no seio do Kadima, a postura de outro peso-pesado da política israelita, Shaul Mofaz.
Quanto aos entendimentos regionais, da parte de Israel, entra-se numa nova fase de congelamento dos processos.
Lá se vai o sonho de Bush, com Annapolis, de haver um entendimento entre israelitas e palestinianos até ao final deste ano. Algo de muito previsível.

Boas notícias vindas da Turquia

Turkey's highest court has announced that it will not close down the governing Justice and Development Party (AK) on charges of undermining the country's secular system.

A Justiça turca decidiu que o AKP não vai ser ilegalizado. Caso se verificasse uma sentença em sentido contrário, o momento de tensão aumentaria e a instabilidade ganharia lugar na Turquia. Assim, um assunto delicado terminou com a decisão correcta. A Justiça turca preferiu a estabilidade e o respeito das urnas, que há um ano atribuiu uma clara vitória ao AKP.

O boom de Angola vai arrefecer

O Banco Mundial espera que a economia angolana cresça 20 por cento, em 2008, mas, em 2009 o crescimento deverá ficar nos 10 a 11 por cento

Depois de alguns anos com o maior crescimento mundial, devido ao aumento da produção de petróleo, Angola entra numa nova, mais estável e decisiva etapa económica, como política e social. De duas uma, ou o país aproveita a oportunidade para se consolidar como uma das grandes potências regionais ou sujeita-se a comprometer a sua credibilidade e desenvolvimento. O combate à corrupção é decisivo. Por isso, a Angola não basta livrar-se da reputação*, deve combater a praga. Assim o próximo Parlamento angolano se empenhe (tive oportunidade de abordar este assunto no primeiro número da revista digital lusófona Sem Correntes).

* O país africano juntou-se à OPEP em 2007, está a lutar para se livrar da reputação de ser um dos países mais corruptos do Mundo, enquanto se prepara para as primeiras eleições nacionais desde 1992, no próximo dia 05 de Setembro.

O terrorismo alimenta-se do ópio

Gilani said the insurgents in the FATA are better armed with sophisticated weapons than Pakistani forces, adding that Pakistan lacks such sophisticated weaponry.

O combate ao terrorismo, tanto no Afeganistão como no Paquistão, passa pela destruição das culturas da papoila, que se mostram muito rentáveis para os bandos de radicais. Afinal, como seria possível os insurgentes terem melhor armamento do que as Forças Armadas paquistanesas?

Uma revolução mundial adiada novamente

Diretor-geral da OMC confirma fracasso de negociações da Rodada de Doha
Desavenças entre EUA, Índia e China determinaram novo colapso das negociações.


Uma das maiores revoluções mundiais, a liberalização do comércio, voltou a ser adiada, pelas mesmas razões de sempre, cada potência defende o seu interesse. Entretanto, quem mais perde são vários países que poderiam beneficiar da nova ordem mundial em termos de comércio.
Todavia, o assunto continua pendente e mais ano menos voltará a estar na agenda do dia. Até quando a UE manterá a sua PAC obsoleta em vigor? Com a abertura, quase inevitável, dos mercados, serão os europeus uns dos primeiros povos a pagar caro a factura, por não nos termos adaptado à nova realidade mundial.

A questão das tropas norte-americanas no Iraque

Caro Miguel,
Sobre o assunto, já me tinha pronunciado no Câmara de Comuns.

terça-feira, 29 de julho de 2008

A vida política tem destas incongruências

Alan García no convence a los peruanos
Tras dos años de gobierno, apenas el 26% apoya al presidente pese a la bonanza económica
Lo cierto es que aunque las cifras de reducción de la pobreza han bajado más de lo esperado (del 49% al 39,3% en menos de dos años), García es mucho menos popular ahora que lo que era a estas alturas de su primer Gobierno, que terminó con el país sumido en una crisis económica terrible, con índices de inflación que batieron todos los récords.
El Alan García de la actualidad es, en muchos aspectos, diametralmente opuesto al que gobernó Perú entre 1985 y 1990. Mientras el primero enarboló la bandera del antiimperialismo, renegó del pago de la deuda externa y dilapidó los recursos en una vorágine de populismo

A política também tem destas contradições. Alan García está a demonstrar bons resultados, como a redução - significativa - da pobreza indica, mas recolhe menos apoio do que na época em que era Chefe de Estado e seguia uma política que hoje é muito apreciada pelos populistas latino-americanos e arruinou o Peru.

Livni disputa liderança do Kadima a Olmert

Livni: I have all the qualifications needed to be prime minister
In an interview with Army Radio, Livni said, "If the prime minister decides to run in the Kadima primary, which doesn't seem reasonable to me, I will beat him."


Numa tentativa bem sucedida por Olmert, há poucas semanas, para desviar as atenções das acusões judiciais de que é alvo e conter a retirada dos trabalhistas do Governo e com isso a inevitável queda do Executivo israelita, o Primeiro-Ministro e também líder do Kadima anunciou a realização de primárias no seu partido, no próximo mês de Setembro.
Ora, a dois meses da disputa interna, Livni afronta Olmert na disputa do Kadima.
Veremos quem leva a melhor. E Livni surge como o nome mais forte do partido fundado por Sharon para poder bater o Likud nas cada vez mais inevitáveis legislativas antecipadas.

A Áustria à beira de virar à direita

As legislativas austríacas antecipadas, convocadas para o próximo dia 28 de Setembro, têm como prato forte de campanha as questões do poder de compra.
O provável futuro Chanceler, Wilhelm Molterer, dos conservadores do ÖVP, tem esse objectivo como bandeira principal.
Resta saber qual o resultado, pois não se prevê maioria absoluta dos conservadores e como irá o ÖVP viabilizar o próximo Governo, num país em que a extrema-direita tem um peso significativo, com a presença parlamentar de dois partidos, o ex de Haider, o FPÖ, e o actual de Jörg Haider, o BZÖ. Regressará o entendimento com o FPÖ, que tem do anti-europeísmo e xenofobismo os lemas principais?
Por outro lado, esta eleição austríaca com a provável vitória do ÖVP pode ser um obstáculo para a renovação de Durão Barroso na Comissão Europeia, uma vez que o ex-líder conservador austríaco, Wolfgang Schüssel, é visto por Angela Merkel como um nome a apoiar. A juntar à Alemanha pode, assim, surgir o Governo conservador austríaco e este pode conseguir recolher apoios juntos dos vizinhos comunitários.

A um ano da eleição alemã

A pouco mais de um ano da eleição legislativa alemã, a CDU continua a cotar-se como o partido com mais apoio, quase com 40%. O parceiro dos democra-cristãos na coligação nacional, o SPD, pouco mais alcança do que 25%. Enquanto a esquerda anacrónica, Die Linke, vai subindo, recolhe 12%.
Não menos relevante é a percentagem dos liberais, possíveis parceiros da CDU, caso esta obtenha a vitória e não conte com maioria absoluta. Os 10% que neste mês de Julho o FDP recolhe são mais do que suficientes para Angela Merkel construir um Governo com estabilidade para uma legislatura.

Discurso sem sentido.. ou demasiado!

El presidente iraní, Mahmud Ahmadineyad, aseguró hoy en una entrevista exclusiva a una cadena de televisión estadounidense que Teherán no está fabricando armas nucleares, porque no cree en ellas y porque no caben en este siglo.
Estas declaraciones se producen después de que el propio Ahmadineyad anunciara el sábado que Irán posee entre 5.000 y 6.000 centrifugadoras para el enriquecimiento de uranio, casi el doble de las que tenía el pasado abril.
a la pregunta de si el mensaje de Irán al mundo es de confrontación o de cooperación, Ahmadineyad prefirió no responder y aludir a la postura estadounidense


Uns dias mostra-se feroz. Outro pacífico. Quanto à questão se o regime prefere a confrontação ou cooperação, Ahmadinejad não responde. Há silêncios que dizem muito.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

A ortodoxia do regime

Raúl Castro aparca las reformas en Cuba
"Hay que acostumbrarse no sólo a recibir buenas noticias", advierte el presidente


Ontem, num dia histórico para o regime cubano, Raúl Castro adoptou um discurso mais duro para com o futuro da ilha e dos cubanos.
Depois da tomada de posse, em que as palavras indicavam ventos de mudança, ontem foram soprados ventos de desalento.
Resta saber se Raúl falava para as pessoas ou tentava agradar ao Comité Central do PC cubano.
A verificar nas próximas medidas a implementar.

O 'estranho' atentado de Istambul

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou hoje implicitamente os rebeldes curdos de serem os responsáveis pelo atentado de ontem num bairro popular de Istambul que, segundo o mais recente balanço, matou 17 pessoas e feriu mais de 150.

Até ao momento, ninguém reivindicou a autoria do duplo atentado, mas desde que foi afastada a hipótese de as explosões terem sido causadas pela fuga de gás que a imprensa e as autoridades turcas apontam o dedo aos rebeldes.

vários sites próximos dos separatistas curdos adiantam que o grupo nega qualquer envolvimento e condena mesmo no atentado contra a zona residencial.


Um atentado nada tem de estranho. Ele acontece e, infelizmente, costuma fazer vítima.
A estranheza deste atentado em Istambul prende-se com o momento em que surge. A um dia do julgamento do AKP e nenhum grupo radical reivindica mais um acto hediondo que ceifou a vida a 17 pessoas e deixaou feridas cerca de centena e meia.

Momento decisivo para a Turquia

Começa hoje, na Turquia, o julgamento do partido do Presidente Gül e do Primeiro-Ministro Erdogan, o AKP.
Pretendem os auto-considerados bastiões do regime laico turco, desta feita não as Forças Armadas mas elementos do poder judicial, que o partido seja ilegalizado e os seus responsáveis máximos impedidos de assumir e exercer cargos políticos.
De seguir este julgamento, que mais não passa de uma tentativa de golpe de Estado por parte de alguns actores do poder judicial, estando na iminência a convocação de eleições legislativas antecipadas.

A detenção de Karadzic - o papel de Kostunica

A detenção de Karadzic por parte dos serviços secretos sérvios, na semana passada, pode permitir esclarecer um variado conjunto de questões. Uma das quais prende-se com a posição, ao longo destes anos, de Kostunica para com os famosos foragidos sérvios: Karadzic e Mladic.
Recorde-se que Kostunica foi o Presidente sérvio que divergiu da postura do então Primeiro-Ministro Dindic, depois assassinado, na sequência da sua permissão para extraditar Milosevic para Haia.

Aos poucos o homem revela-se

Com um périplo pela Ásia e Europa na semana passada, Obama quis mostrar que conhecia bem as questões externas e que tem respostas para os problemas.
Ora, não fosse a ilusão que alguma imprensa europeia tem alimentado sobre o candidato Democrata, e perceber-se-ia que o seu tour foi um flop.
No caso do Iraque, rendeu-se à evidência do sucesso da nova estratégia norte-americana no país. Todavia, pouco ciente da realidade mundial, e em especial do combate ao terrorismo, disse querer retirar as tropas em 16 meses, como se um país ainda instável se pudesse dar ao luxo de dispensar a ajuda na defesa e segurança nacionais.
Quanto ao Afeganistão, pelos vistos o Senador do Illinois conhece pouco a realidade afegã, tal como as hipóteses de uma potência marítima (como é o caso dos EUA) ganhar batalhas em terra, sem ter fortes aliados internos. No Afeganistão disse ter-se dado muito bem com Karzai. Poucos dias depois, na Europa, já não demonstrava ser o mesmo entusiasta com o Presidente afegão.
Por cá, no nosso Velho Continente, Obama quis imitar Kennedy. Merkel, e bem, não apreciou uma intervenção junto às Portas de Brandemburgo. Teve como palco outra área nobre de Berlim.
Ciente da sua popularidade entre muitos europeus, Obama disse o mais demagógico que pode haver: quer acabar com as armas nucleares. Será que o Senador do Illinois está a concorrer à Casa Branca ou à liderança da Quercus? Por muito agradável que seja ouvir tal desiderato, há ameaças que fazem com que as grandes potências reservem poderio militar para si, em caso de extrema necessidade.
E, cereja no topo do bolo, Obama teve oportunidade de visitar, na Alemanha, os militares norte-americanos feridos em combate, mas sem permissão de ter câmaras de filmar a acompanhar o candidato nessa visita. Que fez Obama? Não visitou os militares.
Já dizia Lincoln: Pode-se enganar todas as pessoas durante algum tempo, mas não se pode enganar todo o mundo por todo tempo.

(Publicado no Câmara de Comuns)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Dúvidas destes dias

A participação no Câmara de Comuns tem sido bastante interesse e de certo modo, o tempo empregue na blogosfera tem sido mais encaminhado para este novo projecto.
Por isso, é natural observar a diminuição da publicação de textos, aqui, no Palavra Aberta.
Apesar de lá escrever mais sobre política nacional e, aqui, questões de âmbito internacional, várias das quais dizem pouco respeito ao nosso quotidiano nacional, estou na dúvida de continuar a manter activo este blogue, dada a sua especificidade.

terça-feira, 22 de julho de 2008

domingo, 20 de julho de 2008

A incoerência de Obama

Barack Obama defende reforço das tropas americanas no Afeganistão

Com a leitura correcta de que o Afeganistão é um dos palcos mundiais mais periclitantes e onde a intervenção se deve efectuar para não perder a batalha contra o terrorismo, é o mesmo Obama que quer retirar quanto antes tropas do Iraque, sem garantir a estabilidade do território.
Tal como o Afeganistão, o Iraque é um dos palcos onde a batalha da segurança não se pode perder e retirar contingentes antes de tempo seria tão ou mais trágico do que a errada intervenção de 2003.

(Publicado no Câmara de Comuns)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O revés para Cristina Kirchner

La votación terminó igualada en 36 votos. Y el vicepresidente tuvo que desempatar. "Voto en contra. Que la historia me juzgue", dijo en un mensaje dramático, a las 4.25. El debate en el Senado duró 18 horas. La decisión es un durísimo revés político para el Gobierno, que enfrenta disidencias en el peronismo y el alejamiento de algunos aliados. El campo y la oposición, los ganadores.

Ontem vi um pouco da emissão de um canal argentino, já a sessão do Senado durava há oito horas e não se perspectivava o fim da sessão, mas nunca esperei que tivesse a duração de 18 horas.
Ao contrário do que previ, e do que esperava a Presidente argentina, a sua proposta de aumentar os impostos das exportações agrícolas foi reprovada, e quem decidiu foi o Vice-Presidente, dado o empate de votos que se registava.
A crise institucional está instalada e a fragilidade da liderança de Kirchener está mais acentuada.
Com uma frase que faz lembrar a de Fidel, quando foi julgado em 1958, por tentativa de derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista, de que a história o absolveria, Julio Cobos, o braço direito da Chefe de Estado vetou o aumento e expressou: "Que la historia me juzgue, pido perdón si me equivoco. Mi voto no es positivo, mi voto es en contra."
Para seguir e acompanhar esta derrota histórica do kirshnerismo e as suas consequências.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Argentina a ferro e fogo

Na véspera de uma decisiva votação no Senado argentino, sobre a aplicação de impostos aplicados às exportações agrícolas, patrocinado pela Presidente da República Cristina Kirchner, as ruas de Buenos Aires encheram-se de pessoas, uns bons milhares repudiando e outros tantos apoiando a medida.
Há mais de 100 dias que a polémica proposta tem deixado o país paralisado e a crise argentina volta a emergir.
E, não deixa de ser paradoxal, num momento em que a Argentina podia beneficiar com a crise mundial, pois é um dos maiores produtores mundiais de bens alimentares essenciais, o país está a ferro e fogo e afecta, directamente, a economia de países vizinhos.
Em suma, a votação desta quarta-feira torna-se um verdadeiro referendo à liderança de Cristina Kirchner. Por isso, é de antever que a sua proposta passe, porque a não passar, pode abrir-se uma crise institucional e a precipitação de eleições presidenciais.

A ler a interessante entrevista dada por um dos principais artífices da recuperação da Argentina no início desta década; Roberto Lavagna:

BBC Brasil - O que a Argentina precisa fazer para não entrar em uma nova crise econômica?
Roberto Lavagna - O plano de sucesso da Argentina durante quatro anos estava baseado em seis pilares. Superávit fiscal alto, dólar alto, juros baixos, redução da dívida, consumo como motor do crescimento e dos investimentos e distribuição de renda.
BBC Brasil - Destes seis pilares, poderia se afirmar...
Roberto Lavagna -
O superávit cresceu, o dólar caiu, os juros subiram, a dívida está subindo. E a inflação está fazendo com que parte do poder de compra da população caia e há pior distribuição de renda e em conseqüência se enfraquece o consumo. E (...) os investimentos não chegam porque o consumo cai.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Alguns passos importantes alcançados em Paris

O projecto para o Mediterrâneo que Sarkozy lançou no domingo teve mais de espectáculo do que de concreto. De qualquer modo, é indiscutível que a Presidência francesa da UE teve o mérito de sentar à mesma mesa o Presidente sírio e o Primeiro-Ministro israelita. O que é, por si, já um feito.
E foi o Chefe de Estado sírio, Bashar Al-Assad, que acabou por ser a figura proeminente nestes dias. Primeiro, em França, por uma questão da política exterior gaulesa. Sarkozy quebrou, e bem, com um tabu que Chirac tinha instituído, de isolar a Síria (que está pretensamente envolvida com o assassinato de Rafik Hariri, próximo de Chirac). Ora, se da parte de Damasco há vontade de abertura, o momento é de aproveitar a oportunidade, não de excluir quem pode e é parte da solução, em termos de estabilidade no Médio Oriente. E aqui há mérito francês, de corresponder à abertura síria - facto que provocou bastantes indisposições em Teerão, vendo algumas mentes mais ortodoxas como uma traição, a posição de Al-Assad.
Por outro lado, o Presidente sírio manifestou bom-senso. Um entendimento com Israel não dispensa o envolvimento dos EUA. E presentemente, a poucos meses de renovar a Administração de Washington, é desejável estabelecer um entendimento com a futura liderança norte-americana. Quem não se pode descartar das negociações é Israel e Al-Assad foi objectivo e sincero, dada a debilidade da liderança política israelita, com um Governo na iminência de cair, não se pode acordar qualquer entendimento que um futuro Governo de Tel Aviv venha a rasgar. E com o cenário actual, de previsível antecipação de eleições e a possível vitória do Likud, a concretização de um entendimento, especialmente relacionado com os Montes Goulã será difícil.
Do encontro de domingo, saldo positivo, pelo diálogo e acordo entre sírios e libaneses de abertura de embaixadas dos países nos dois Estados. Quanto ao projecto para o Mediterrâneo, continua a evidenciar-se muita vontade mas pouco empenho de muitos dos presentes, em especial da orla sul.

A disputa acesa pela direita espanhola continua

La caída de Zapatero sigue sin aprovecharla el líder del principal partido de la oposición, Mariano Rajoy, que permanece anclado en niveles modestos de aceptación (4,3 en este caso), aunque la diferencia con el jefe del Gobierno se ha reducido.
Y como la política no suele admitir incertidumbres prolongadas ni vacíos, toda esta situación facilita la emergencia de otra personalidad alternativa. Así, el político mejor valorado por el conjunto de los españoles es el alcalde de Madrid, Alberto Ruiz-Gallardón (PP), con una puntuación de 5,6 en el momento presente.


Caro Adolfo,
Retomando uma conversa que estabelecemos no início do ano, a propósito da direita espanhola e dos cenários de lideranças a seguir a Rajoy, recordo-me das leituras distintas que tivemos. Pois bem, num momento de crise, em que o primeiro a pagar politicamente a factura é o Governo, e com isso, desde logo, Zapatero, neste momento, em Espanha, o político espanhol mais 'cotado' é o alcaide de Madrid, um dos possíveis sucessores de Rajoy.
Esperanza Aguirre, a sua arqui-inimiga, e também hipotética candidata à liderança dos populares, fica uns furos abaixo de Gallardón.
Poderás argumentar, e com todo o sentido: ainda muita água vai correr debaixo da ponte, nomeadamente o congresso dos populares de Madrid do próximo Outono, acerca do qual Gallardón já disse apoiar Aguirre se esta quiser a liderança federativa. Todavia, não deixa de ser mais um sinal daquilo que pode confirmar-se, após a saída de Rajoy (resta saber se antes ou depois das legislativas de 2012), Gallardón surge como um dos nomes mais fortes.
Uma vez mais, as duas correntes ideológicas mais predominantes do PP, personificadas por Gallardón e Aguirre, a moderada e a aguerrida respectivamente, continuam latentes.

Simplesmente abjecto

Se fosse norte-americano seria Democrata. Apesar disso, nunca tive grande simpatia pelo Senador do Illinois e agora candidato Democrata à Casa Branca, de tal modo que desejo a vitória de John McCain no próximo dia 4 de Novembro. Porém, isso não anula o respeito que Obama merece e é por esse motivo, mas também pela política com elevação, que considero esta capa do The New Yorker do mais pútrido que pode haver.
Procurar caricaturar Obama, na Casa Branca, como um terrorista, pelos trajes análogos a Bin Laden, que surge em imagem num quadro de parede - qual ícone!-, por cima da lareira na qual arde uma bandeira dos EUA, ao mesmo tempo que se pretende mostrar a mulher de Obama como uma facínora, é algo do mais desprezível que há em política e do mais rasteiro de que tenho memória.
Uma coisa é não concordar com as políticas e propostas apresentadas por Obama. Outra, completamente diferente, é insinuar que o Senador do Illinois não é um patriota e representa um autêntico atentado aos EUA.
A terra do Tio Sam tem tanto de admirável como de lamentável e esta capa, mais do que lamentável, é totalmente desprezível e com finalidades de manipulação muito bem explícitas. Até porque, como se costuma dizer, e adaptando a máxima, um cartoon vale mais que mil palavras. Simplesmente abjecto.

Publicado no Câmara de Comuns

Bélgica volta a perder Primeiro-Ministro

El primer ministro belga presenta su dimisión
la noticia de la dimisión ha llegado de manera totalmente inesperada, a pesar de los problemas que existían en el terreno de la reforma institucional para la descentralización del Estado.

A passos largos, a Bélgica caminha para se bater, lado a lado, com a Itália em termos de instabilidade governamental.
Uma vez mais, na base da crise, estão as políticas de descentralização de poderes para as duas grandes regiões e comunidas belgas.

O cerco continua a apertar-se

Detido um dos chefes da guerrilha das FARC

O grupo terrorista e narcotraficante que o PCP tanto admira continua a ver os seus pilares tombarem. Boas notícias!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Inevitável

Obama perde eleitores por mudar de discurso

Como seria de esperar, o Senador de Illinois começa a apresentar as suas fragilidades. Nesta recta final evidenciam-se as bases de um discurso inicial enviesado, que se fez a pensar naquilo que as pessoas queriam ouvir e não naquilo que realmente se pode e tem de fazer.
A realidade é bem mais forte do que as ilusões que se querem criar. Obama está a sentir isso.

O poderio da Gazprom

Ahmadinejad se disse "muito interessado pelo aprofundamento das relações com a Rússia no setor do petróleo e do gás", segundo a TV pública.

A diplomacia russa continua a trilhar o caminho de tornar o potentado eslavo no mais influente em termos energéticos à escala global.
O cerco do Ocidente ao Irão e a fragilidade do regime de Teerão, enfrentar, por si só, as investidas diplomáticas e económicas dos Estados ocidentais por causa do programa nuclear iraniano, favorecem a entrada e aliança com russos e chineses, que estão a financiar a antiga Pérsia.
O grande e forte tentáculo do Estado russo, Gazprom, continua a estender os seus tentáculos, com nítidos ganhos para Moscovo.

O grande desafio de Obama

Obama entiende, pues, que lo que sirvió para derrotar a Clinton no servirá para derrotar a McCain.

O Senador do Illinois percebeu que a sua campanha primária, por mais sucesso que alcançou, e foi significativa, a tal ponto que conquistou a nomeação, não lhe dá as mesmas perspectivas de levar a melhor em 4 de Novembro.
Por isso, a mudança de posições nesta fase final, mais centradas na responsabilidade e não no onirismo. E aqui reside o grande desafio de Obama, ganhar a América que não se pode dar ao luxo de sonhar com meras pretensões de mundos floridos, pois olha constantemente para a carteira e conta os tostões que tem.

domingo, 13 de julho de 2008

Uma embaixada que dá dinheiro

El presidente de Bolivia, Evo Morales, reveló que recibe recursos "directamente" de la embajada de Venezuela en La Paz, para eludir la burocracia del Tesoro de su país o del Banco Central, según señaló este sábado en un discurso ante cientos de mineros de cooperativas privadas.
"Por ésa y muchas razones yo dije al presidente (de Venezuela, Hugo) Chávez (que) en vez de que me mande plata al Tesoro General de la Nación -y después retirar (el dinero) va a costar (tiempo)- por qué (no) más bien, de la misma embajada, puede firmar la inversión directamente", señaló.


O novo conceito de embaixada banqueira surgiu na Bolívia, com a embaixada venezuelana em La Paz a financiar os projectos do Presidente Morales.
Se a dependência ideológica de Caracas já era conhecida e manifesta, se existência de financiamentos do regime de Caracas ao de La Paz bastante suspeita, Morales clarificou tudo. Se isto não é tornar um país soberano dependente de outro, o que será? E tudo é feito para iludir as Finanças bolivianas.
Talvez fosse melhor o referendo do próximo dia 10 de Outubro não abordar a continuidade ou não de Morales na presidência mas sim a continuidade ou não da dependência de Caracas. Ao fim e ao cabo acaba por ser a mesma coisa. A continuação de Morales na presidência boliviana mais não representa do que a continuação de Chávez a determinar o futuro da Bolívia.

Porta aberta para entendimentos no País Basco

La "ventaja" de los populares vascos para sustituir "en el poder" a quien "ya se ha convertido en un problema para la sociedad vasca" es, según sus palabras, la falta de "complejos, ni de vascos ni de españoles". También deseó "poder acordar temas de fondo con quienes dicen que quieren ser alternativa al PNV", en alusión al PSE.

Poder-se-á dizer que se confirmou o esperado: os populares bascos abrem a porta a possíveis entendimentos com os socialistas, caso os resultados da próxima eleição autonómica permitam os partidos nacionais - PSOE e PP - formar uma coligação e governar o País Basco.

Annapolis dois

Israéliens et Palestiniens n'ont "jamais été aussi proches d'un accord" de paix, a déclaré le premier ministre israélien Ehud Olmert dimanche à Paris après une entrevue avec le président de l'Autorité palestinienne Mahmoud Abbas, en présence de Nicolas Sarkozy.

Olmert sabe muito bem que a Paz no Médio Oriente não está próxima. Pelo contrário. E há vários factores que concorrem para esta indecisão, factores tanto endógenos como exógenos a Israel.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A superioridade de Uribe

La reconciliación más esperada
Hugo Chávez y Álvaro Uribe se reencuentran hoy en suelo venezolano, con la finalidad de pasar página en la tormenta diplomática de la relación bilateral


A deslocação que Álvaro Uribe fará amanhã à vizinha Venezuela, para reunir com quem recentemente o insultava, o pseudo-biblista-bolivarista, demonstra o grau de superioridade do Presidente colombiano.
Uma vez debilidatas as amigas FARC, que treina(va)m guardas pessoais do timoneiro de Caracas, entre outros entendimentos nada dignos, Chávez sabe que precisa de uma relação amistosa com o Estado colombiano, em especial pelos alimentos básicos, como o leite, que a Colômbia vende à Venezuela e sem os quais a população venezuelana ainda passará mais dificuldades.
Veremos se este entendimento durará. Tenho algumas dúvidas. Mas Chávez precisa mais de Uribe do que o inverso. O que não deixa de ser curioso. Quem queria caçar, acabou por cair na sua própria armadilha. Mas como Chávez não tem pudor, continua sorrindo, como se fosse triunfador de um conflito que não conquistou, o de derrubar Uribe e tornar as FARC um grupo aceite e reconhecido internacionalmente.
Amanhã ainda se poderá o anfitrião dizer que Uribe é um grande amigo. De Chávez já nada me surpreende.

A argumentação contraditória de Lavrov

Rússia afirmou nesta sexta-feira que os testes com mísseis realizados pelo Irã mostram que não há justificativa militar para os planos dos Estados Unidos de colocar escudos antimísseis na Europa. Segundo o governo russo, os testes mostraram que Moscou tinha razão em qualificar o plano como "desnecessário".
"Os testes realizados pelo Irã só confirmam que o país conta atualmente com mísseis de 2.000 km de alcance", afirmou o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov


A argumentação de Lavrov é de todo contraditória. Se há algo que reforça a importância de ter as bases norte-americanas anti-míssil na Europa são estes exercícios militares do regime de Teerão.
Como o governante russo sabe muito bem, o Irão está a desenvolver armamento no sentido de ter a capacidade de possuir misseís com alcance de 3 mil e 4 mil km. Algo como ter a Europa toda, à excepção da Península Ibérica, na mira de Teerão.

Um congresso com mais interesse

O congresso dos populares bascos, que tem lugar hoje e amanhã, assume um interesse maior em relação aos mais recentes, pois pela primeira vez os partidos nacionais (isto é, PSOE e PP em coligação) podem chegar à liderança do Governo autonómico no próximo ano, destronando as coligações governamentais que os partidos nacionalistas bascos formam para viabilizar um Governo. Assim se confirmem os resultados das sondagens projectadas nestes dias.
Importa, por isso, saber qual será a posição da nova direcção dos populares, se estão ou não disponíveis para um Governo de coligação com os socialistas.

Segunda factura

Bruxelas anuncia cheque de 500 milhões de euros para o Kosovo

Depois dos EUA terem anunciado que vão doar 400 milhões de dólares, a UE anuncia que dará ao Kosovo cerca do dobro do cheque norte-americano.
Lá vamos começar a pagar uma independência ridícula.

A caminho de 4 de Novembro

Depois do destaque dado neste blogue às primárias, eis que se avizinha o decisivo combate eleitoral de 4 de Novembro, que decidirá quem será o próximo Presidente dos EUA.
Pelo meio ainda se conta com as duas convenções. Primeiro a Democrata, em Agosto, depois a Republicana, em Setembro.
Após os primeiros meses do ano se ter destacado no canto superior direito uma ligação ao LA Times, em que se tomava conhecimento do calendário eleitoral das primárias dos dois partidos, desta vez a ligação é ao O Globo*, que tem uma página dedicada à corrida norte-americana bastante interessante, não só pela qualidade gráfica como pelo diverso conteúdo que fornece.
Sublinho, com especial destaque, o mapa que se pode encontrar na página, abaixo, com a explicação de todo o processo eleitoral, além de outras questões bastante informativas, como as curiosidades. Uma página a consultar com regularidade até Novembro.
Com mais pormenores e uma cobertura mais ampla pode consultar o The New York Times, também linkado.

* Para aceder às notícias é necessário registrar-se. Há uma opção de 'cadastrar' que permite a consulta gratuita.

A embriaguez do momento

Popularidade de Uribe sobe para 91,72% após resgate de Betancourt

Uribe tem apoio de 72% para terceiro mandato

Álvaro Uribe tem indiscutíveis méritos na melhoria que a Colômbia tem alcançado nestes anos, tanto em termos de combate ao terrorismo como em termos económicos. Porém, uma vez mudada a Constituição, para permitir a sua reeleição (caso que levantou e sobre o qual persistem muitas dúvidas que estão actualmente a ser tratadas pelo poder judicial colombiano), não deve a Lei das leis sofrer nova mudança para permitir um possível terceiro mandato. A limitação de mandatos é um dos bons exemplos dos presidencialismos democráticos americanos, a começar no mais antigo, como o norte-americano, e a terminar no mais recente, como o brasileiro.
Uribe é um político que deixa boas marcas. Mas, como se sabe, em Democracia, não há insubstituíveis. Querer fazer deste momento um trunfo para uma terceira candidatura presidencial, em muito contribuiria para o descrédito e regeneração do sistema político colombiano.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Os ensaios militares iranianos continuam

Ignorando por completo la condena realizada por las potencias occidentales e Israel, Irán prosiguió hoy con los ejercicios militares en el Golfo Pérsico y volvió a probar misiles con capacidad para alcanzar territorio israelí y bases norteamericanas en la región.

Indiferentes, como se nada fosse, mesmo depois da condenção dos primeiros exercícios militares, os guardas da revolução iraniana continua a dar seguimento aos seus testes, que querem demonstrar algo mais do que simples treinos militares.

A um ano da eleição basca a disputa aquece

Empate técnico entre PNV y PSE, aunque los socialistas podrían lograr más escaños
El tripartito vasco, formado por PNV, EA y EB, tendría casi imposible volver a formar gobierno
La suma de PSE y PP arrojaría mayoría absoluta y haría muy difícil la reedición del Gobierno tripartito y la investidura por cuarta vez consecutiva de Juan José Ibarretxe como lehendakari.


Os socialistas bascos continuam na mó de cima e os nacionalistas continuam a perder força.
Talvez o desfecho do referendo que Ibarretxe marcou para o próximo dia 25 de Outubro, que contou com a aprovação do Parlamento de Vitória (com os votos favoráveis dos nacionalistas), e Madrid já disse que tal convocatória é inconstitucional, seja um momento decisivo e contribua para o resultado das próximas autonómicas bascas, a decorrer dentro de um ano, se entretanto não houver, como pode suceder, uma antecipação do calendário, por pretensão do PNV.
Ibarretxe jogou uma parada alta e pode estar à beira de cair.

Primeira factura

Os Estados Unidos vão atribuir ao Kosovo “um pouco mais de 400 milhões de dólares” para o período 2008-2011 durante a conferência de doadores organizada amanhã em Bruxelas, anunciou hoje a directora da agência americana para o desenvolvimento (USAid).

Começa-se a pagar a independência do Kosovo. Os EUA foram os primeiros a despejar dinheiro. Uns trocos para os cofres norte-americanos, é certo, mas que devem ser os primeiros de muitos trocos.

Os lentos passos da recuperação iraquiana

A senior US army officer has said that ground troops will have mostly finished combat operations in Iraq by the middle of 2009. ...
However, he said that US forces might still be needed after that point for air support and training. ...

The Iraqi military said on Wednesday that the number of "terrorist attacks" in June was down 85 per cent from the same period a year ago.

Aos poucos o Iraque começa a recuperar e a diminuição de atentados é disso prova. Porém, o caminho para a estabilidade nacional continua a ser longo.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O tigre de papel gaulês

Sarkozy vai à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos

O Presidente gaulês continua a demonstrar a sua falta de convergência entre o que diz e o que faz.
Há poucos meses, procurando obter as atenções mundiais, como se fosse o único a afrontar a China pelo que se passava no Tibete, e em jeito de ameaça, Sarkozy ecoava aos quatro ventos que não iria à abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, caso a situação tibetana não mudasse.
Ora, a situação não mudou e Sarkozy vai à capital chinesa para assistir ao primeiro dia dos Jogos Olímpicos.
O problema nem reside na sua deslocação à China, mas no que disse e não cumpriu.
Algo que já não surpreende. Convém reconhecer.

A fazer de conta que nada se passa

Leio no Insurgente:
Hoje, Rui Tavares afirma, a dada fase, na sua crónica no Público, que “[n]o Ocidente, uma corrente em decadência - a dos neoconservadores - sempre desejou um conflito com o Irão. Relatórios dos próprios serviços secretos americanos, que dão o Irão como muito longe de ter armas nucleares, foram desvalorizados pelos neoconservadores, que mantiveram a necessidade de atacar“.

Um conflito com o Irão não é desejado, porém ignorar quais as pretensões nucleares do Irão é mais irresponsável. Será que só nos devemos preocupar quando Teerão tiver poderio nuclear e começar a ameaçar, como já hoje ameaça Israel? Chamberlain é 'uma lição' que não se deve esquecer.
Quanto aos neoconservadores, só se preocupa com esta corrente quem ainda pensa que Karl Rove and friends mexem os cordelinhos estratégicos da Casa Branca. A era GWB está a chegar ao fim e o próximo Presidente, mesmo que seja Republicano, tem tanto de apreço pelos neoconservadores como o diabo tem da cruz.

Parece que Obama está a despertar para a realidade

Obama muda tom e defende «diplomacia agressiva» com Irão

Parece que o Senador do Illinois e candidato Democrata à presidência norte-americana está a perceber que o mundo não se gere com convites para chás e torradinhas com os flamejantes de Teerão e outros que tais.
Mais vale tarde do que nunca.
Pode ser que agora perceba por que é importante para os EUA e para a estabilidade mundial ter tropas estacionadas no Iraque.

Moscovo deverá responder


Cresce a tensão entre Mosvoco e Washington, depois de assinatuira de um acordo, para a instalação de um sistema de detecção e intercepção de misseis, na República Checa.

Medvedev já respondeu a partir do Japão ao acordo entre norte-americanos e checos e é bem provável que as relações entre Moscovo e Washington se agudizem.

As FARC à beira de trocar as armas pelas palavras?

"El Gobierno, a través del alto comisionado para la Paz, Luis Carlos Restrepo, ha dicho que está dispuesto a dialogar directamente con la guerrilla (...) De manera que si las FARC están de acuerdo con eso, el presidente (Álvaro Uribe) está listo al acuerdo humanitario o a la negociación política", dijo.

Un comunicado de las FARC divulgado este martes por un informativo de televisión, aunque fechado en junio pasado, indica que "Alfonso Cano" acepta "un contacto directo" con el Gobierno colombiano "para el intercambio humanitario".


Alfonso Cano, o novo líder das FARC, parece demonstrar sensatez e tem a oportunidade para ser parte da solução e não do problema.
Pode ser que a Colômbia esteja à beira de ganhar a estabilidade e segurança que o país há muito merecia. E parte depende das FARC.

La Paz quer aproximar-se de Washington

Choquehuanca precisó que el acercamiento entre Bolivia y Estados Unidos contempla acuerdos en las áreas comercial y judicial. "Bolivia quiere tener un acuerdo comercial con Estados Unidos", precisó.

Quem diria, o populista menor da América do Sul quer aproximar o seu país dos EUA.
A um mês do referendo decisivo, Morales dá sinais de querer inverter a política que tem prosseguido desde 2006. Com esta política de aproximação a Washington mais não faz do que piscar o olho às regiões mais ricas do país onde, provavelmente, colherá menos apoios no referendo que determinará a sua continuidade ou não à frente dos destinos do Estado boliviano.
Mas, será que Chávez sabe destas pretensões do seu 'protegido' de La Paz?

terça-feira, 8 de julho de 2008

Eleições antecipadas na Áustria

A crise política austríaca, aqui referida, acabou, como se poderia esperar, por rebentar.
Assim, já se avistam eleições antecipadas. O Governo de coligação SPÖ/ÖVP está quase a dissolver-se, até porque os conservadores já expressaram o seu desagrado pelo rompimento de entendimentos por parte dos sociais-democratas.
Por outro lado, o actual Chanceler, Alfred Gusenbauer, que não se apresentará nas urnas, decidiu que qualquer Tratado europeu que no futuro se apresente aos Estados-membros da UE, terá, necessariamente, de ser sufragado em referendo. Um gesto claramente de limpeza de imagem, querendo, deste modo, Gusenbauer deixar uma marca da sua governação, ao mesmo tempo que procura disfarçar um Governo que liderou e falhou.
É bem provável que o SPÖ obtenha um mau resultado nas legislativas antecipadas. Resta saber qual a votação dos conservadores e da extrema-direita (tanto do ex como do actual partido de Jörg Haider).

Por que não gostam os conservadores de McCain

John McCain est considéré par de nombreux républicains comme insuffisamment conservateur. Il a été partisan d'un parcours de légalisation des immigrés clandestins. Il est aussi en faveur d'un accord sur les émissions globales de CO² avec l'Inde et la Chine, alors que la grande majorité des républicains est fortement opposée au traité de Kyoto et croit dans les forces du marché pour régler les problèmes environnementaux.

Os focos de atenção, em termos partidários, nos EUA, centram-se mais nos Democratas, até pela candidata derrotada, alguém com muito mais peso político do que qualquer concorrente das primárias Republicanas. Será que o Partido Democrata surgirá unido? É uma das grandes dúvidas que só o resultado de 4 de Novembro clarificará.
Porém, do lado Republicano, e como se podia prever, conforme acima se descreve, McCain não é pessoa muito apreciada no partido, em especial pelos conservadores, que o encaram como alguém pouco consonante com os seus valores.

A importância de Espanha para uma política de imigração europeia

El ministro español de Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, se ha mostrado hoy "satisfecho" con este Pacto Europeo de Inmigración, que ha cedido ante las propuestas de España y recoge lo esencial del modelo español en política migratoria.

El Gobierno español pactó la última redacción en una reunión con el Ejecutivo francés celebrada el pasado jueves en Madrid. Las sugerencias españolas influyeron en Francia que terminó por retirar el contrato de integración, que era un conjunto de obligaciones e imperativos para los inmigrantes. España recomendaba sustituirlo por un "equilibrio de derechos y deberes de los inmigrantes" con la única obligación de "respeto a las leyes del país de acogida".


Como aqui se referiu, em Fevereiro último, a vitória do PSOE nas legislativas espanholas teria um impacto significativo na política europeia de imigração, como se verifica agora.

Curiosa a forma como em França se apresenta o mesmo assunto, como um triunfo francês:
Les pays de l'UE acceptent le pacte sur l'immigration présenté par Paris

Mas a notícia acaba por reconhecer a importância de Espanha na modificação do projecto:
Les autorités espagnoles ont fait modifier ou supprimer plusieurs points contenus dans les versions précédentes du texte, notamment le fait de rendre obligatoire le contrat d'intégration aux candidats à l'immigration et d'interdire les régularisations massives d'immigrés illégaux.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

A libertação de Ingrid: finalmente!

El Ejército de Colombia rescató sanos y salvos a la ex candidata presidencial Ingrid Betancourt, a tres estadounidenses y a once militares secuestrados por las FARC, ha anunciado hoy el ministro de Defensa, Juan Manuel Santos. Después de 2.323 días en cautiverio en la selva colombiana, Betancourt podrá volver a ver a sus familiares y amigos.

Graças a uma operação das Forças Armadas colombianas foram resgatados vários reféns do grupo terrorista colombiano FARC.
Entre os libertados encontra-se Ingrid Betancourt, uma mulher que deu a vida pela Paz e Liberdade da Colômbia na eleição presidencial de 2002, e que os traficantes, na sua tradicional e hedionda postura detiveram. Precisamente quanto Ingrid pretendia dialogar com os terroristas e à postura de diálogo a candidata foi raptada pelas FARC.
Mais do que uma vitória do Presidente Álvaro Uribe, homem que tem sido alvo de muitas críticas por partes dos homólogos populistas da América do Sul, sobretudo pelos sucessos que a sua política de combate às FARC tem alcançado, e da libertação de Ingrid, é a certeza cada vez maior que se tem de que quem há décadas tem tornado a Colômbia um inferno, está a ficar limitado na sua acção, já de si, muito débil, nestes tempos.
A libertação de Ingrid, por parte das FA colombianas, é mais um passo certo em direcção à Libertação da Colômbia do terror que tem vindo a devastar o país.