quarta-feira, 16 de julho de 2008

Argentina a ferro e fogo

Na véspera de uma decisiva votação no Senado argentino, sobre a aplicação de impostos aplicados às exportações agrícolas, patrocinado pela Presidente da República Cristina Kirchner, as ruas de Buenos Aires encheram-se de pessoas, uns bons milhares repudiando e outros tantos apoiando a medida.
Há mais de 100 dias que a polémica proposta tem deixado o país paralisado e a crise argentina volta a emergir.
E, não deixa de ser paradoxal, num momento em que a Argentina podia beneficiar com a crise mundial, pois é um dos maiores produtores mundiais de bens alimentares essenciais, o país está a ferro e fogo e afecta, directamente, a economia de países vizinhos.
Em suma, a votação desta quarta-feira torna-se um verdadeiro referendo à liderança de Cristina Kirchner. Por isso, é de antever que a sua proposta passe, porque a não passar, pode abrir-se uma crise institucional e a precipitação de eleições presidenciais.

A ler a interessante entrevista dada por um dos principais artífices da recuperação da Argentina no início desta década; Roberto Lavagna:

BBC Brasil - O que a Argentina precisa fazer para não entrar em uma nova crise econômica?
Roberto Lavagna - O plano de sucesso da Argentina durante quatro anos estava baseado em seis pilares. Superávit fiscal alto, dólar alto, juros baixos, redução da dívida, consumo como motor do crescimento e dos investimentos e distribuição de renda.
BBC Brasil - Destes seis pilares, poderia se afirmar...
Roberto Lavagna -
O superávit cresceu, o dólar caiu, os juros subiram, a dívida está subindo. E a inflação está fazendo com que parte do poder de compra da população caia e há pior distribuição de renda e em conseqüência se enfraquece o consumo. E (...) os investimentos não chegam porque o consumo cai.

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