segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Óptimo 2008!

O Portugalzinho

A maior instituição bancária privada portuguesa, que devia ser uma referência, virou, este ano, no exemplo acabado do Portugalzinho, que Eça, há sensivelmente um século, tão bem retratou.
Os sectores público e o privado deste país ainda precisam de dar um salto qualitativo e entender que a 'vidinha do dia-dia', de outras eras, não dá progresso nenhum, só nos atrasa.
Mas mais do que as instituições são as pessoas, afinal, todos nós assistimos a este triste espectáculo como se fossemos a banda do Titanic e pensássemos que a derrocada do navio também não nos afecta.
Como diria Palma, "ai Portugal, Portugal, do que é que tu estás à espera..."

domingo, 30 de dezembro de 2007

Pressionar Damasco

French President Nicolas Sarkozy said Sunday he had instructed his staff to suspend diplomatic contacts with Syria until Paris has proof that Damascus is working for a consensus president in Lebanon.

Interessante declaração, e posição, do Presidente francês sobre a situação libanesa, pressionando a Síria.

Esperança de 2008

Apesar de ser o sistema com mais defeitos, à excepção de todos os outros, a Democracia contribui para a esperança. E como a esperança é importante quando os tempos são incertos.
Só o simples facto de estar a chegar ao fim de mandato, sem possibilidade de renovação, uma das Administrações norte-americanas que deixa menos saudades, pelos erros trágicos que cometeu, a presidência dos EUA que se segue, qualquer que ela seja, traz uma nova esperança aos Estados Unidos e ao mundo.
Os índices de confiança devem começar a aumentar e quanto mais viva e melhor for a corrida presidencial, - oxalá seja! - mais a certeza de se estar à beira de virar um capítulo pouco frutuoso aumenta.
De todos os candidatos na presente corrida, considero que só Hillary Clinton está à altura de consumar, interna e externamente, essa mudança de capítulo.
Será uma boa notícia para o mundo, dentro de um ano, se Hillary Clinton tomar posse, na qualidade de Presidente dos Estados Unidos da América, em Janeiro de 2009.

sábado, 29 de dezembro de 2007

O ano da China

Os Jogos Olímpicos de 2008 exibirão ao mundo uma China pujante.
A nova potência mundial tudo fará, e será bem sucedida - dada a sua disciplina e organização, para, em Agosto, demonstrar que é um país bem sucedido.
Os Jogos Olímpicos serão, por isso, um momento que pode assustar parte do globo que ainda duvida das potencialidades da China.
No entanto, os Jogos Olímpicos poderão ter um impacto, ainda maior, no seio do grande país asiático, a médio longo prazo.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Depois da televisão o livro

Pais do Amaral comprou a D. Quixote

De certeza que os livros rendem. E ainda dizem que somos um país com poucos leitores!

Mais um erro estratégico de Washington

uma vez mais esta Administração está a cometer um erro, a apressar-se com esta pressão toda, que pode conduzir o Paquistão a uma situação ainda mais vulnerável do que a actual.
Bush quer sair da Presidência do país com alguns bons marcos externos, depois do desastre do Iraque. Annapolis, amanhã, deve ser o primeiro tiro falhado. Paquistão, em 2008, pode ser um barril de pólvora pronto a explodir, se o país não for lidado com todas as precauções.


Esta Administração norte-americana devia ter aprendido com a lição do Médio Oriente, que a Democracia não se estabelece por lei, mas sim por vontade interna. Não aprendeu e, uma vez mais, falhou. Com uma trágica factura, a morte de Bhutto.
A pressão depositada em Musharraf, para convocar eleições legislativas quanto antes, foi um erro, como aqui se referiu. O país não reunia, reúne, nenhumas condições para o acto. Tal como o Iraque não tinha em 2005.
Não se pode andar a brincar às eleições, enquanto o sangue continua a correr, a estabilidade é uma miragem e as condições de segurança indispensáveis não estão alcançadas.
O tempo passa e em vez do risco do terrorismo diminuir, que já é vasto e está presente em várias frentes, Washington ateia, ainda mais, o risco.
Não basta proclamar discursos contra o terrorismo, é preciso adoptar medidas que o cerquem, em vez de o franquear.

Momentos de 2008

Angola
A marcação de eleições legislativas de Angola para Setembro de 2008 é uma boa notícia.
A grande potência lusófona africana pode, finalmente, entrar nos carris da Democracia, depois de quase três décadas de uma guerra civil, a juntar a pouco mais de uma década de guerra colonial, que martirizaram um povo há muito preso a um atraso que não merece, dada a fortuna que o país possui.
O MPLA, que deverá vencer a eleição com uma folgada margem, como o partido do poder desde a independência, desempenha um papel crucial. E no MPLA residirá a estabilidade do país, mais propriamente em José Eduardo dos Santos. Fará Eduardo dos Santos em Angola o que Chissano fez em Moçambique? Veremos, em 2009, aquando das presidenciais.
Para já, será um bom sinal se Angola passar a contar, no próximo ano, com um Parlamento democrático e contribuinte do desenvolvimento nacional.
Angola pode aproveitar o momento de crescimento económico que atravessa (um dos maiores do mundo, na ordem dos 20%) e recuperar o atraso de que o país padece.
A corrupção será um dos grandes desafios do país, em especial do poder legislativo e judicial. Nela reside o sucesso ou não de um país próspero e credível internacionalmente, com vantagens e densenvolvimento internos.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Um lugar na Assembleia da República

Nos últimos tempos muito se tem falado, e sobretudo criticado, a opção que PS e PPD pretendem adoptar, de partidos com menos de 5 mil militantes deixarem de existir.
Algumas criticas, pertinentes, podem, e devem, ser apontadas. Porém, outras têm sido esquecidas e não são referidas.
Ao determinar este limite mínimo, de 5 mil, está mais do que patente que em breve vão existir círculos uninominais nas legislativas.
Ao estabelecer este número, apenas se previne casos que pouco podem contribuir para o interesse geral, dados interesses particulares que podem surgir.
Parece que ninguém com responsabilidade se esqueceu do célebre caso 'limiano'.
Um lugar na Assembleia da República vale muito. Um Orçamento de Estado inclusive. Importa recordar.

Lamentável

A partidaride que o líder do PPD exibe nas interpretações que expressa acerca das mudanças que se operam no BCP são mais um lamentável contributo para a situação do maior banco privado português.
Como maior partido da oposição, o PPD devia assumir mais responsabilidades. Mas como se pode pedir responsabilidades a quem diz que "desmantela" o Estado em meio ano?
A credibilidade não reside, definitivamente, nas hostes laranjas.

Regresso trágico

Benazir Bhutto faleceu após um atentado num comício em Rawalpindi, no Paquistão. A morte da ex-presidente paquistanesa, que fazia campanha para as eleições gerais de 8 de Janeiro, aconteceu horas depois de um tiroteio num comício de um outro dirigente da oposição paquistanesa.

Há pouco mais de um mês escreveu-se por aqui:

Brincar às eleições. É o que se pode dizer do que irá acontecer no dia 8 de Janeiro próximo.
Sem condições de segurança e estabilidade, como se pretende realizar um acto eleitoral?
Normalmente quem brinca com o fogo queima-se.


A morte de Benazir Bhutto, num atentado suicida, é resultado de uma circunstância que proporciona(va) a eliminação de figuras proeminentes que contam com o apoio de Washington.
As eleições legislativas do próximo dia 8 de Janeiro (se tiverem lugar) são apenas uma mera formalidade que em nada contribuirá para a melhoria do país.
Perde a vida quem podia contribuir para a estabilidade e desenvolvimento do Paquistão. Porém, quando se quer apressar momentos que têm de ser tratados com pinças, dá no que, infeliz e tragicamente, aconteceu.
Depois de ter sido alvo de um atentado há poucas semanas, o de hoje foi fatal.
Quem mandou perpetrar o atentado? Quem beneficia com a morte de Bhutto?
As questões serão muitas e as teses também, mas a resposta à realidade continua a ser a mesma: o Paquistão continua numa situação bastante vulnerável e somos todos nós que nos encontramos em risco. Mesmo os que estão longe geograficamente do Paquistão.

Personalidades do ano

Putin
Com todos os defeitos e virtudes que tem, e em termos de Direitos Humanos eles não são abundantes, o Presidente russo termina o seu mandato presidencial com vários objectivos cumpridos.
A Rússia volta a ter um peso e influência que perdera com o fim da era soviética. Moscovo é actualmente um poder que conta e determina no mundo, depois de uma década de 90 à deriva.
O renascer e ascensão russas são mérito de Putin.
A Time fez uma distinção, como personalidade do ano, que não é exagerada. O mérito sublinhado não se prende com a sua personalidade mas com o seu trabalho ao fim de dois mandatos presidenciais. A distinção é sinal da obra que o novo Czar alcançou em menos de uma década de poder.
Putin assume a partir de Março uma nova etapa, que não significa, todavia, perda de poder. Ele apenas vai continuar a ter o poder que tinha até agora, mas noutra condição. Uma questão de formalismo, para dizer que respeita as regras do jogo. O jogo em que ele põe e dispõe.

Personalidades do ano

Sarkozy
Eleito este ano Presidente francês, ambição há muito desejada, e nunca escondida, Sarkozy acaba por ser, duplamente, uma personalidade marcante em 2007.
Em primeiro lugar, por suceder a um já gasto e apagado Chirac. Como aqui se escreveu, qualquer sucessor que tivesse seria sempre melhor do que o homem que sucedeu a Mitterrand, tal não foi o estado de agonia e decadência que a França teve durante os seus dois mandatos. A França precisava de sangue novo.
Obtendo uma vitória não tão fácil como se previa, o nome Chefe de Estado gaulês tem vindo a empreender um novo estilo. E aqui reside o segundo ponto.
Baseado no hiper-mediatismo, quer na necessidade quer na obsessão de estar sempre em manchete, este Presidente francês marca uma nova era política. A sua deslocação à Líbia e ao Chade, para libertar prisioneiros, são disso exemplo. A sua vida pessoal tem sido cuidadosamente trabalhada em público, de forma a não prejudicar a imagem do Presidente, antes pelo contrário, procura favorecê-la. Primeiro com Cécilia, agora com Carla Bruni.
Em termos europeus, Sarkozy deu o sinal de se querer juntar a Berlim e assumir, de novo, a responsabilidade de motor europeu.
Foi anunciado, perante os parlamentares europeus, a aposta no projecto europeu.
O próximo ano servirá para tirar as teimas de até que ponto a França quer mesmo inovar e contribuir para a mudança que a UE precisa. E, inovar, para a França, significará penar num campo nevrálgico: a Agricultura.
A França assume a Presidência da UE no segundo semestre e estão previstas intervenções em duas áreas importantes para a UE: a Defesa e a Agricultura.
A UE, como se sabe e sente, precisa de mudar e a grande mudança estrutural passa pela reforma e diminuição do peso da PAC no orçamento comunitário, que beneficia, e em muito, a França, ou melhor, os agricultores franceses. Não estou tão seguro que os consumidores franceses, como os europeus em geral, sejam grandes beneficiados com a actual situação.
Veremos, então, até onde o todo hiper-activo Sarkozy quer, realmente, transformar e qual o contributo que quer dar no próximo ano.
As reformas internas, bem necessárias, são outras das bandeiras de Sarkozy. Até agora tem sido mais parra do que uva. Mas, o senhor ainda não tem um ano de mandato e os resultados não se alcançam do dia para a noite. Dentro de um ano pode-se estar em melhor condição para avaliar o trabalho de Sarkozy.
Goste-se ou não da personagem, e não tenho grande simpatia pela pessoa, Sarkozy é uma das personalidades de 2007.

Aprofundar a europeização

Le Parlement européen a récemment adopté une modification du règlement relatif au statut et au financement des partis politiques européens, qui leur permettra de s'engager directement dans la prochaine bataille et de créer des fondations.

O passo para consolidar os partidos políticos europeus está dado.
Uma boa notícia para a UE.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Esperar para ver IV

Familiares de rehenes de las FARC celebran decisión de Uribe
Definitivamente estamos felices, contábamos con esta respuesta, contábamos con el apoyo del gobierno colombiano y estamos muy, muy felices. Ya sentimos a mi mami, a clarita y a Emmanuel muy, muy cerquita gracias a Dios", dijo María Fernanda Perdomo, hija menor de la ex congresista Consuelo Gonzáles, una de las cautivas en proceso de liberación.

Esperar para ver III

O governo colombiano aceitou o plano apresentado nesta quarta-feira pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para a libertação de três reféns em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Nos momentos decisivos, como o presente, o Presidente colombiano, Álvaro Uribe, manifestou a sua posição, de apoio à libertação dos presos pelas FARC.
Espera-se que dentro de poucas horas três pessoas adquiram, de novo, a Liberdade que os terroristas colombianos roubaram.

Esperar para ver II

Chávez, pediu ao governo colombiano que autorize a entrada em seu país de aviões identificados com o símbolo da Cruz Vermelha para recolher os três reféns que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) querem libertar.

Muitos têm acusado o Governo de Bogotá de não estar interessado em libertar presos das FARC, Ingrid Betancourt em particular.
Veremos, então, o que fará o poder político colombiano, agora que parece estar aberta uma janela de Liberdade para três pessoas (apesar de nenhuma delas ser a ex-candidata presidencial).

O resultado das obsessões

É incrível como a obra de pouco mais de duas décadas vai, num ano, por água abaixo.
A obsessão de Jardim Gonçalves, de tudo comandar, conduziu o maior banco privado português à situação em que se encontra, quase à deriva.
Tivesse(m) Paulo Teixeira Pinto desempenhar as suas funções, que as estava assumir conforme o mercado joga e com bons resultados para a instituição, e nada disto se tinha passado.
O BCP precisa, agora, de recuperar mais de meio ano de suplício. E não vai ser fácil.
Oxalá a próxima direcção consiga devolver a projecção e força que o banco teve até ao final de 2006.
Por outro lado, é triste assistir quem devia sair pela porta grande, depois do trabalho árduo que empreendeu para empreender uma grande instituição, sair pela porta pequena.
O BCP perde dois grandes activos por uma questão de poleiro.
Quem pensou, no Verão, que alcançara alguma vitória, com a saída de Teixeira Pinto, pode, hoje, verificar que os triunfos de Pirro acabam por ser bem amargos.

Boas notícias no Médio Oriente

A hipótese de Israel libertar Marwan Barguti é uma boa notícia.
Se o homem que foi condenado a cinco prisões perpétuas for libertado, Israel estará a dar um bom contributo para a estabilidade da região, em especial, da Palestina, que tem atravessado tempos controversos, com a latente guerra civil entre Fatah e Hamas.
Barguti pode ser o homem que pode unir os desavindos, dado o peso político e simbólico que tem entre os palestinianos, e pode ser a pessoa indicada para abrir o caminho para o estabelecimento, definitivo, de dois Estados sólidos e pacíficos no Médio Oriente.
Oxalá Blair aproveite esta oportunidade que parece estar a despontar na posição de vários responsáveis israelitas, de encontrar em Barguti um aliado e não um inimigo.

Esperar para ver

Entrevista de Chávez sobre libertação de reféns das Farc deve ocorrer no início da tarde

Aguardando...

domingo, 23 de dezembro de 2007

Feliz Natal

Barney, o junior Park Ranger

A não perder a penúltima produção natalícia de Barney, antes de sair da Casa Branca.
Um filme que conta com a participação de Tony Blair.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Desprezo pelas condições essenciais e elementares dos portugueses

Quais devem ser as Funções do Estado?
O Estado deve sair do ambiente, das comunicações, dos transportes, dos portos, e na prestação do Estado Social deve contractualizar com os privados e acabar com o monopólio na saúde, educação e segurança social.

Ao líder do PPD só faltou dizer que o Estado português deve sair do País.
É preocupante saber que o líder do maior partido da oposição não quer saber das condições elementares e essenciais dos portugueses.

Olhe que não, olhe que não

Putin may become Gazprom chairman

Caro André,
Já ficou claro que Putin será o próximo Primeiro-Ministro russo, após cessar o mandato presidencial.
Acumulará Putin a liderança do Governo com a Gazprom? É uma questão mais formal do que real.
O homem eleito personalidade do ano 2007 pela Time manda na Rússia, seja no Kremlin, no Governo ou na Gazprom. Porém, estar num cargo do poder político é muito mais importante do que sentar-se na poltrona de uma das maiores e mais poderosas empresas do mundo. A função política confere-lhe uma autoridade e poder que a económica, por mais forte que seja, não tem (isto, claro está, nas grandes potências mundiais).
Putin tem sido excessivamente inteligente e por isso os erros da sua gestão não se encontram. Dir-se-á que os seus métodos para manter e exercer o poder são mais do que ortodoxos. Não nos podemos esquecer que estamos a referir à Rússia, onde os métodos sempre foram assim, desde que a Rússia é império. E a escola soviética ainda está demasiado fresca.
Aliás, a escolha entre Medvedev ou Ivanov para Presidente foi feita com segurança. Putin escolheu o delfim que melhor pode controlar, o político que não teve escola KGB.
Na Rússia, o exercício do poder pode ser forte, mas as ameaças a quem o exerce não são menores. Putin sabe isso e joga com isso.
Resta saber se assumirá, mais cedo ou mais tarde, a reforma constitucional, que confira mais poderes ao Primeiro-Ministro, uma vez que as actuais funções apenas atribuem uma função quase administrativa e totalmente subordinada às orientações do Chefe de Estado.

Presidência eslovena

O que eu acho é que todos os países dos Balcãs ocidentais têm aspirações legítimas nessa matéria. Eles também fazem parte da Europa. Por isso acho que temos que perceber a psicologia e a política destes pedidos de adesão à União Europeia. Por outro lado, temos que reconhecer que os candidatos têm que respeitar certos critérios. Por isso, a Eslovénia vai tentar ajudar esses países a serem mais rápidos e a estarem mais bem preparados para preencherem os critérios necessários para se tornar membro da União.

A poucos dias de assumir a Presidência da UE, uma entrevista interessante do Presidente esloveno, Danilo Turk, à Euronews.
A Eslovénia é um caso bem sucedido de integração europeia, para os Estados que aderiram em 2004 e 2007, integrando, já, a zona €uro, e é o primeiro país dos recém aderentes da União a assumir a Presidência da UE. Um sinal de confiança neste país com pouco mais de dois milhões de pessoas.
Por outro lado, a Eslovénia (antigo território pertencente à Jugoslávia) pode desempenhar um papel importante no processo de adesão dos restantes Estados balcânicos à UE.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Dia histórico

Os líderes europeus multiplicam-se hoje em cerimónias oficiais para assinalar o alargamento do espaço Schengen.

Pode ser um momento sem grande impacto no sul da Europa, mas de grande simbolismo na Europa central.
As nossas fronteiras terrestres residem, hoje, na fronteira com a Bielorrússia, a Rússia e a Ucrânia.
A livre circulação de pessoas no espaço Schengen é uma das grandes e mais significativas das Democracias europeias.
O dia de hoje contribui para o derrubar de dúvidas e receios que sempre se manifestaram e estiveram latentes no Velho Continente.

Belgrado também conta

Brok disse que na capital russa viu confirmada a sua percepção de que «a Sérvia, um país orgulhoso, nunca poderá ser negligenciada».

Parece que alguém, na UE, neste caso um elemento do Parlamento Europeu, lembrou-se que Belgrado também conta neste processo kosovar.
Por outro lado, é pertinente a referência de um responsável russo:

O chefe da delegação russa na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Konstantin Kosatchev, indignou-se com o facto de «pela primeira vez na história da ONU duas organizações (UE e NATO) poderem vir a decidir o destino de um país (Sérvia) que não as integra».

A UE e a NATO devem, de facto, ser parte integrante do processo, todavia a ONU não pode eximir-se desta matéria, até porque nenhuma das partes envolvidas pertence a alguma das duas instituições.

Outra vez a rasteira da saúde pessoal

Giuliani Released From Hospital After Treatment

Até há poucos meses considerava Giuliani um candidato quase imbatível no campo Republicano. Apenas McCain podia fazer frente. Faltava mais de ano e meio para a eleição de Novembro de 2008.
Hoje, penso que Mike Huckabee é o pretendente Republicano melhor colocado nas primárias. Veremos se se confirma ou não.
Depois de em 2000 Giuliani não ter disputado o lugar de Senador de Nova Iorque com Hillary Clinton, por causa de uma quimioterapia que estava a receber para debelar um cancro, o antigo Mayor de Nova Iorque pode sofrer outro revés idêntico, com esta estada no hospital. Ainda por cima, a poucos dias da primeira eleição, no Iowa.
Um mau arranque nas primárias compromete seriamente uma candidatura. Como se verificou há quatro anos com Howard Dean, o grande favorito Democrata antes da realização das primárias. Giuliani parece estar nesta circunstância.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A correcta junção de esforços europeus

Zapatero, Prodi y Sarkozy lanzan la 'Unión del Mediterráneo' "contra la guerra y la discriminación"

Felizmente os responsáveis espanhóis, franceses e italianos decidiram unir, em vez de dividir, esforços em torno do Mediterrâneo.
Aquilo que era visto até há pouco tempo por Madrid como uma tentativa de 'assalto' de liderança do processo mediterrânico por parte de Paris, com o novo projecto da União Mediterrânica de Sarkozy, um concorrente directo do Processo de Barcelona, como há dias transpirou da Cimeira espanhola-italiana, acabou por se esfumar.
Os três países preferiram, e bem, complementar a sua intervenção e serem uma ponte privilegiada com as diversas margens do mar a sudoeste do Velho Continente.
Todas as margens beneficiam desta coordenação europeia.

De mal a pior

«Faremos tudo para convencer os nossos amigos de Chipre, e não só, de que o Kosovo é uma situação 'sui generis', que não constitui um precedente»

As palavras são do Ministro dos Negócios Estrangeiros esloveno, que em breve coordenará os trabalhos dos Assuntos Externos da UE, quando o seu país assumir, em Janeiro, a Presidência da União.
Porém, de duas uma, ou Dimitrij Rupel acredita piamente no que diz - tendo sido há pouco mais de duas décadas cidadão jugoslavo duvido - ou apresenta a desculpa mais esfarrapada, para justificar o injustificável, o que é pior a emenda que o soneto.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

O Estado não se descarta com facilidade, mesmo que queira

Ron Paul é um dos candidatos das primárias (Republicano) norte-americanas ao qual não daria a mínima atenção, não fosse o seu impacto na internet.
Pelo que vejo na blogosfera lusa, em especial entre os nossos liberais mais assertivos, Paul é um nome que se empunha como causa e princípio.
Estimados blogueres como Adolfo, o André ou o Gabriel são grandes entusiastas deste candidato.
Do que já percebi ser a doutrina deste candidato, Estado-mais-do-que-mínimo, penso que este desenho, que o Gabriel expôs no blogue de apoio a Paul em Portugal, deve ser o que melhor traduz a posição política deste candidato.
Porém, com a 'libertação' de tantos assuntos da esfera pública, com o que ficaria o Estado norte-americano?
Os 'caixotes' deitados ao mar, nalguns casos que caixotes! (como o caso das fronteiras), são matérias incontornáveis para qualquer governante, seja Democrata ou Republicano, aos quais, pura e simplesmente, por mais que desagradem e, nalguns casos, sejam incómodos, como o Iraque, não podem ser descartados.
Há matérias, por mais que não se queira, que não fogem ao domínio e intervenção estatal, como a questão das fronteiras e migração.

A última chance de chegar à Casa Branca

Connecticut Senator Joe Lieberman, who was the Democrats’ vice presidential candidate in 2000, has decided to endorse Republican Sen. John McCain of Arizona for president tomorrow morning.

O homem que esteve à beira de ser Vice-Presidente dos EUA, caso Al Gore tivesse ganho em 2000, e que em 2004 foi candidato nas primárias Democratas, sem alcançar a nomeação que desejava dado os escassos votos que recolheu nas primárias, apoia, na corrida de 2008, McCain.
Algo que não surpreende, dada a amizade e pontos de vista em comum deste antigo Senador Democrata, hoje Senador independente, com o Senador do Arizona e candidato Republicano à Presidência.
Será a última tentativa de poder chegar à Casa Branca como Vice-Presidente. Porém, penso que McCain não vencerá as primárias Republicanas. Para já, pode valer uns votos para McCain no Connecticut.

Faltam 26

UE/Presidência: Hungria foi hoje o primeiro dos 27 a ratificar o Tratado de Lisboa

Começou da melhor forma o processo de ratificação do Tratado de Lisboa. Já só faltam 26 Estados-membros.

domingo, 16 de dezembro de 2007

A maior e mais peculiar artificialidade europeia

Através deste destaque do André, chego a este escrito do Miguel, com quem tive oportunidade de trocar, há uns meses, umas palavras sobre o Kosovo.
Pelos vistos o Miguel desconhece uma proposta feita há poucas semanas por Belgrado aos kosovares-albaneses, concordando os sérvios com a existência de um sistema no Kosovo semelhante ao de Hong-Kong. Uma forte cedência de Belgrado. Ou seja, o Kosovo desfrutaria de uma larguíssima autonomia. Proposta que foi rejeitada liminarmente pelos kosovar-albaneses que só aceitam a independência.
O Rui Oliveira refere outros aspectos pertinentes, em relação à procura de tornar o Kosovo independente.
Um Kosovo independente será, com certeza, uma das maiores e mais peculiares artificialidades realizadas na Europa. A maior, seguramente, depois da II Guerra Mundial.
A união que já houve entre checos e eslovacos até parece, à luz da independência do Kosovo, perfeita.

A legítima preocupação grega

Caro Rui Fernandes,
Se calhar os gregos não estão para acolher mais refugiados, oriundos de mais conflito balcânico, nos seus mais do que cheios campos de refugiados, que não têm merecido grande destaque dos media.

A UE a brincar com o fogo

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Grécia, Dora Bakoyannis, disse hoje que será «um erro» ligar a perspectiva de adesão da Sérvia à União Europeia (UE) à questão do «estatuto futuro» do Kosovo.

O Presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou sexta-feira em Bruxelas que a Sérvia »tem um futuro« na UE »se respeitar os Direitos do Homem e a independência do Kosovo«.

Até que enfim se ouve uma voz lúcida na UE, vinda da Grécia - além da posição reticente de Nicósia, pouco concordante com a independência do Kosovo.
Será que os europeus não aprenderam com o passado, especialmente o recente? Nem tem mais de uma década.
Em Atenas, até pela proximidade da fronteira com o sul da Sérvia, percebe-se o que está em causa. E não é pouco.
O Presidente francês, por seu turno, pensa que resolve uma questão delicada com chantagem. Autêntico elefante numa loja de porcelanas.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Referendar ou não?

Agora que está firmado o Tratado de Lisboa pelos Chefes de Estado e de Governo dos 27, importa saber como será abordado o seu tratamento em cada Estado. Competirá aos parlamentares nacionais ou aos cidadãos pronunciar-se pela sua aprovação ou rejeição?
A única certeza, para já, em termos referendários é a Irlanda, por determinação constitucional. E o resto, por ora, indica o tratamento parlamentar. Algo tão legítimo como o referendo.
A questão que se coloca no nosso país é: referendar o Tratado de Lisboa, sim ou não?
Pela lógica, este Tratado não devia ser referendado. Não foi o de Maastricht, o de Amesterdão ou o de Nice. Por que seria o de Lisboa, que surge no seguimento, com a estrutura e complementaridade dos outros? Por isso se diz, pertinentemente, que a leitura do documento é intragável, quando comparada com o Tratado Constitucional. Afinal, o Tratado de Lisboa não coloca fim aos Tratados já existentes, é um aperfeiçoamento e adaptação do existente. Caso que sucedida no Tratado Constitucional, que passava a ser o único documento.
De qualquer forma, é tempo de começar a tratar o quotidiano nacional como as leis nacionais, de dimensão europeia.
Um referendo será sempre bem vindo, mesmo correndo os riscos de haver muita deturpação.
No fundo, os portugueses, europeístas e eurocépticos, sabem que o grande aliado do desenvolvimento nacional foi a integração europeia.

As lições que a UE não quer aprender

os líderes europeus querem acelerar o processo de adesão da Sérvia à União Europeia. Uma tentativa de contrariar uma eventual escalada do nacionalismo no país, após a previsível independência da província.

É um erro crasso e lamentável, facilitar a adesão da Sérvia à UE pela aceitação da independência do Kosovo pela parte de Belgrado.
Isto tem uma qualificação: chantagem baixa das chancelarias europeias.

Telhados de vidro

É compreensível que os comunistas europeus exijam referendos. Ao Tratado. À Carta dos Direitos Fundamentais. E a tudo o mais. Só se pode exigir referendos nos países democráticos, onde existe liberdade de expressão, liberdade de reunião e de manifestação, constituição de partidos políticos, separação de poderes e por aí fora. Não lhes passa pela cabeça pedir referendos na Coreia do Norte ou em Cuba.

Pois é Tomás, quem tem grandes e frágeis telhados de vidro age sem pudor.

Boa escolha

Os líderes europeus chegaram hoje a acordo para nomear o ex-chefe de governo da Espanha, Felipe Gonzalez, presidente do «grupo de reflexão» que até 2010 irá elaborar um relatório sobre o futuro da UE.

Uma boa escolha, para reflectir o porvir europeu.
González é um dos grandes políticos europeus e pode dar um contributo decisivo.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A UE rumo ao futuro

O primeiro-ministro português entende que o Tratado de Lisboa assinado esta quinta-feira abriu «novos caminhos no ideal europeu».

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, considera que a assinatura do Tratado de Lisboa marca o «nascimento de uma nova Europa» alargada a 27 Estados e pronta a enfrentar os desafios da globalização.

A UE está a sair da letargia em que viveu nestes últimos dois anos.
Bons sinais!

A forte corrida Republicana II

É verdade que está tudo em aberto, talvez até a própria convenção, mas isso não me parece uma força quando nenhum dos candidatos que estão à frente nas sondagens apresenta um perfil e um programa compatíveis com o melhor da herança do GOP.

Caro André,
Nem George W. Bush tinha um perfil e programa 'compatível com o melhor da herança do GOP' e ganhou em 2000 e 2004.
A forma como correrem as primárias pode ser determinante. Apesar de algum favoritismo Democrata, qualquer candidato Republicano, independentemente da preparação, está em condições de ser o próximo Presidente. E, naturalmente, o vencedor das primárias será um candidato mais reforçado em termos públicos, depois de alguns meses de acesa e árdua disputa.
Estou, por isso, em crer que as primárias serão um teste provavelmente mais duro para o candidato Republicano do que propriamente a recta final para a Casa Branca, em disputa directa com o candidato Democrata.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A forte corrida Republicana

A subida de Huckabee nas sondagens compreensível se tivermos em conta o perfil pouco consistente dos principais candidatos e as características das bases conservadoras, mas, vista de fora, uma corrida no GOP reduzida a uma escolha entre Giuliani, Romney e Huckabee é francamente desanimadora e levanta sérias questões sobre o estado do partido.

Onde o André identifica uma fraqueza do Partido Republicano, eu noto uma força. O facto de tudo estar em aberto, quanto ao candidato a disputar a Casa Branca, e são vários, será uma força.
Aos três nomes referidos pelo André, acrescentaria mais dois: McCain e Thompson.
Os primeiros Estados, onde decorrerão as primárias, encarregar-se-ão de fazer uma triagem e é provável que em meados de Fevereiro, a partir de 12 (mapa eleitoral do LA Times), se perceba quem está em melhores condições para vencer a corrida interna.
Por isso a importância de ganhar os primeiros Estados. Na sequência destes resultados, mesmo quem desiste, na sequência dos resultados pouco abonatórios alcançados, não deixa de ter preponderância, pois o apoio a prestar a um candidato em disputa é determinante. São momentos importantes e decisivos e todos os votos contam, como o resultado da Florida, em 2000, serve de exemplo.
Por outro lado, em termos de óptica doutrinária, posso ser conduzido a concordar com a interpretação do André, em termos de valores, pois é mais difícil encontrar um candidato Republicano típico (no que esta designação pode valer nos dias de hoje, mas nos EUA conta, por isso muitos adeptos conservadores não apoiam Giuliani, segundo eles demasiado liberal, ou reconhecem e identificam um perfil Republicano em Thompson, mas este tem um handicap com a sua situação familiar).
Talvez McCain e Huckabee sejam os que transportem melhor o estereótipo do Republicano (aqui deve residir o factor Huckabee, com uma candidatura mais fresca, que a já vetusta e conhecida de McCain, que pode ter no factor idade e estado de saúde um ponto pouco favorável para algumas faixas do eleitorado).
Uma campanha a acompanhar, a par e passo, até porque as diferenças de propostas entre os candidatos Republicanos devem ser maiores do que entre candidatos Democratas, onde o peso da personalidade deve ser o merecedor de maior avaliação, pois programaticamente há poucas diferenças nas questões essenciais.
O Partido Republicano está a entrar na era pós-neoconservadora.

Boas notícias da Suíça

O ministro suíço da Justiça cessante, Christoph Blocher, figura de proa da direita helvética foi afastado do governo helvético no processo de nomeação parlamentar, apesar da vitória do seu partido de extrema-direita
O líder da direita nacionalista Christoph Blocher agita a vida política suíça há 15 anos com um programa ideológico de tendência xenófoba e antieuropeia.


O Parlamentarismo tem a virtude e responsabilidade de pugnar pela preservação e estabilidade nacional.
O Parlamento suíço deu hoje esse exemplo.

O erro de Israel

The possibility of a large-scale IDF operation in the Gaza Strip is growing, Chief of Staff Lt. -Gen. Gabi Ashkenazi said Wednesday

O Ministro da Defesa israelita, Ehud Barak, já avisara, há umas semanas, que Israel estava a preparar uma operação militar na Faixa de Gaza, controlada há meses pelo Hamas, após o desentendimento entre este grupo e o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.
Infelizmente, Israel não querer aproveitar a oportunidade de dialogar com a ala moderada do Hamas, que governou a Palestina enquanto Abbas permitiu, contando, deste modo, com um grupo significativo e determinante para a Paz no Médio Oriente.
Quantos mais ataques e cortes (de energia e água) se fizerem em Gaza, mais força os radicais do Hamas obtêm e os moderados perdem.
Como refere, e bem, o general israelita a propósito do programa nuclear iraniano: "Iran's development is negative for Israel as well as for world peace."
Em Gaza podem surgir oportunidades, caso elas queiram ser procuradas. Do Irão, por enquanto, com a postura do actual regime, só ameaças.

Tibieza

Só a insistência de Merkel e Barroso garantiu a presença de Brown em Lisboa

A partir da Convenção do Labour, em que Gordon Brown criou o tabu de antecipar as eleições e legitimar o seu poder, e teria quase todas as garantias de triunfar caso antecipasse as eleições, o tabu que criou acabou por se virar contra o próprio Brown, pela fraqueza que demonstrou ao não querer clarificar posições. A partir de então o Primeiro-Ministro britânico começou a dar sinais de um rumo político sem sentido e este trajecto continua incerto. Ora está, ora não está.
A presença em Lisboa para assinar o Tratado Reformador é um caso acabado da falta de estratégia de Brown, que, a cada dia que passa, dá mais trunfos aos Conservadores.
Numa matéria tão delicada no Reino Unido, como a da construção europeia, a pior posição que se pode ter é não ter posição.
À medida que o tempo passa, Brown dá mais tiros nos pés.
Assim, é previsível conhecer o desfecho das legislativas de 2009. Mesmo com o excelente trabalho de 12 anos de governação Labour.

A falta de respeito da Esquerda Unitária europeia

Eurodeputados de esquerda interrompem sessão para reclamar a Sócrates referendos ao Tratado de Lisboa

O respeito da família política europeia do PCP e do BE, Esquerda Unitária, é diminuto.
Será que os parlamentares europeus da Esquerda Unitária não sabem que a realização ou não de um referendo ao Tratado de Lisboa é uma competência nacional?

O xeque-mate de Putin

Rússia: Kasparov anuncia fim da candidatura à presidência
O «grupo de iniciativa» de Kasparov tinha uma reunião marcada quinta-feira na sala de cinema «Mir», em Moscovo e o candidato tinha já pago o aluguer do local. Na terça-feira, a gerência da sala reviu a decisão.

De acordo com a porta-voz do líder da oposição ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, Marina Litvinovitch, todas as tentativas de alugar um local para a realização da reunião «terminaram em recusas sem qualquer tipo de explicação».


As jogadas de Putin, na Rússia, costumam ser imbatíveis. Desta vez, e como seria previsível, até o ex-campeão mundial soviético, Kasparov, soçobrou perante o Mestre do Kremlin.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O terrorismo continua activo

Quem pensa que o terrorismo não está activo e é uma paranóia, pode dispensar um pouco de atenção ao que se passou hoje, aqui bem perto de nós, do outro lado do Mediterrâneo, na Argélia.
O ataque do grupo leal à Al-Qaeda, que opera no Magreb e em especial na Argélia onde tem vindo a ceifar centenas de vidas inocentes nos últimos tempos, é uma preocupante ameaça para a estabilidade do norte de África e um sério risco para a Europa.
Quando no último fim-de-semana, em Lisboa, na Cimeira UE/África, tanto se falou de cooperação, eis um campo onde esta é necessária e indispensável aos dois lados.
Os laços entre os dois continentes precisam de se solidificar, pois continuam a morrer pessoas por causa de um grupo terrorista que apenas tem como objectivo a destruição.

A ameaça nuclear iraniana continua presente

Mohaddessin said Iran did shut down a Teheran weapons program center known as Lavizan-Shian in 2003 under international pressure and demolished the site. However, Mohaddessin claimed the Iranian authorities shifted their weapons program to other sites, which resumed the work in 2004.

O Irão continua a desenvolver, como sempre desenvolveu, o seu programa nuclear de modo secreto.

Futuro próximo da Rússia decidido em 24 horas

A day after President Vladimir V. Putin endorsed a loyal protégé, Dmitri A. Medvedev, as his successor, Mr. Medvedev went before the nation today and declared that he in turn would name Mr. Putin as his prime minister.

Em 24 horas ficou esclarecido o futuro da Rússia. Ontem, Medvedev recebe o apoio de Putin para Presidente. Hoje, o futuro Presidente russo declara que Putin será o próximo Primeiro-Ministro do gigante eslavo.
Ao contrário do que considerava, Putin não se afasta dos cargos políticos e mantém-se na linha da frente. A única forma de sobreviver politicamente.
Resta saber se serão introduzidas alterações na Constituição russa, que retirem poder ao Presidente e o atribua ao Governo.
Resta saber qual o papel que Medvedev quer assumir como Chefe de Estado, se um Presidente com um papel semelhante ao que Putin desempenhou, ou um Presidente manobrado pelo Primeiro-Ministro. Para já, a segunda tese tende a vingar.

O desconhecimento da História sérvia

há duas coisas de que tenho a certeza
A primeira é a de que o maior responsável por esta perda sérvia é Slobodan Milosevic
A segunda coisa que afirmo com convicção é a de que esta será a solução menos má não apenas para o Kosovo, mas também para a própria Sérvia.
Da boca para fora a maioria dos sérvios dirá não; nos seus corações talvez comecem a dizer sim


Deste artigo, do reputado historiador britânico, publicado hoje no Público, fica claro qual o pensamento dominante e errado em relação à questão kosovar por parte de muitos ocidentais.
Garton Ash interpreta o caso a partir do período de Milosevic, quando a questão balcânica é muito anterior, mais profunda e complexa que o desmoronamento da Jugoslávia comunista.
Será que Garton Ash sabe por que ainda hoje assinalam os sérvios a trágica data de 1389 no Kosovo? Pelos vistos não, pois saberia, então, que o Kosovo não é um território qualquer para os sérvios.
No fim, Garton Ash, como muitos dos defensores de um Kosovo albanês, crê, piamente, que os sérvios querem abrir mão do território, ainda que publicamente não o digam.
Ora, são estas leituras, erradas e deturpadas da questão balcânica, que estão a conduzir a um conflito que pode, uma vez mais, fazer correr sangue nos Balcãs. E este já corre há séculos. Não é um acontecimento recente, do tempo de Milosevic, como se pode pensar.

Para quem pensa que as alterações climáticas são uma miragem

Quem não acredita que as pequenas ilhas são vulneráveis às alterações climáticas, ouça o que diz Enate Evi. Ele é o responsável ambiental do Governo do Tuvalu, um mini-país de dez mil habitantes, formado por um conjunto de ilhotas no meio do Pacífico. A ilha principal, onde está a maior parte da população, nada mais é do que uma estreita língua de terra, quase ao mesmo nível da água.
Nas grandes marés da Primavera e do Outono, o mar simplesmente invade a ilha. "Chega aos meus joelhos", diz Evi. "Até a pista do aeroporto fica alagada."


As Alterações Climáticas não são tema de menor relevo ou importância, como algumas pessoas consideram.
Depois de ontem se saber que várias cidades do mundo podem sofrer um impacto económico negativo, devido à subida do mar, como Nova Iorque ou Bombaim, entre outras destacadas metrópoles, as ilhas são os territórios mais ameaçados e, no Pacífico, são vários os arquipélagos em risco. Tuvalu é mais um preocupante exemplo.
Na Europa o assunto tem merecido mais atenção e preocupação na Islândia, mas, no continente, países como a Holanda (como é compreensível) começam a dar mais importância às mudanças do clima.
Quem pensa que o meritório trabalho de Al Gore é alarmante, talvez devesse prestar mais atenção aos sinais, esses sim, bastante alarmantes, que o planeta dá.

A tensão continua a subir

Kosovo's ethnic Albanian leaders will work with the United States and European Union to make a unilateral declaration of independence from Serbia early next year.

A Rússia sublinha o apoio à Sérvia. De visita a Chipre, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov alertou para os efeitos de reconhecimento de uma independência unilateral do Kosovo.
"Quero salientar que uma declaração de independência do Kosovo e o seu reconhecimento não vão ficar sem consequências. Vão provocar uma reacção em cadeia através dos Balcãs e noutras regiões do mundo", anunciou Lavrov.


A UE parece querer cometer um atentado no continente, com o reconhecimento de um novo Estado nos Balcãs.
As lições do passado, em especial do passado recente, parecem não ter sido tiradas e pretende-se fazer um novo Rambouillet, com a única pretensão, uma vez mais, de desmantelar a Sérvia - irmã eslava da Rússia.
Das diferenças existentes do período dos acordos de Rambouillet, em 1999, para a actualidade, é a condição da Rússia, à época de rastos e hoje uma potência influente e poderosa. É um factor a não menosprezar.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Que novo rumo para a Argentina?

Cristina asumió con gestos de continuidad y la promesa de "corregir lo necesario"

Se em termos internos Cristina Kirchner fez saber que prosseguirá, na generalidade, as políticas que o marido e Chefe de Estado cessante, Néstor, iniciou, em termos externos a Argentina deve ter um novo capítulo.
Maior protagonismo na cena latino-americana. O facto de servir como nova intermediária no caso da libertação de Ingrid Betancourt, após posições concertadas com Paris, Buenos Aires poderá ter um papel central.
Onde o antecessor tinha um problema e acicatava a questão com o Uruguai, devido a um diferendo ambiental na fronteira, devido à pretensão uruguaia de instalar uma fábrica de papel, Cristina parece empenhada em ultrapassar a questão.
E, não menos recorrente, as Malvinas, com a defesa expressa do retorno das ilhas a território argentino.
Resta, em suma, saber qual a relação com Caracas, que se pretende assumir como o novo pólo de poder sul-americano, e com Brasília, com quem Buenos Aires nem sempre teve as melhores relações.

Resta saber o futuro lugar de Putin

Putin Named Medvedev the Successor

Como se referiu aqui há uns meses, o Primeiro-Ministro russo Zubkov era uma lebre que Putin lançara, pois não será o seu sucessor na Chefia do Estado.
Acaba-se, assim, por confirmar que um dos delfins do grupo de Petrogrado (Medvedev ou Ivanov) sucederá a Putin no Kremlin.
A escolha recaiu em Medvedev, que, em princípio, está em condições de presidir a Rússia durante oito anos, correspondentes a dois mandatos, dada a sua juventude, pois tem 42 anos.
Depois de se saber qual o candidato com apoio de Putin, resta saber qual a sua futura função.
Medeved, Vice-Presidente russo, recorde-se, tem poder na ultra-poderosa empresa estatal Gazprom, lugar para onde Putin pode ir, como líder máximo.
Resta saber se Putin continuará dentro de alguns anos com o poder que tem actualmente ou Medvedev assumirá o poder-total, conforme Putin assumiu nestes últimos oito anos. A tentação e manutenção do cargo, no caso russo, a isso convidam.

Causas e convicções

Para quem não esteve com grande atenção, foi possível observar, neste fim-de-semana na Cimeira UE/África uma liderança com visão de futuro e responsabilidade do presente por parte do Presidente da Comissão da União Africana.
O ex-Presidente do Mali, Alpha Oumar Konaré, foi uma das vozes mais lúcidas e responsáveis do encontro que ontem terminou. Um bom sinal, pois o grau de exigência que o próprio colocou, não só aos parceiros europeus, como aos africanos foi elevado.
Sem traumas nem ilusões, Konaré mostrou estar interessado no futuro dos povos africanos, com Paz, Democracia e Desenvolvimento.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Mérito português, triunfo europeu

«Todos os objectivos propostos para esta cimeira foram cumpridos», afirma Luís Amado

O Governo português, nomeadamente o Primeiro-Ministro e a equipa do Ministério os Negócios Estrageiros, está de parabéns pela excelente condução da Presidência do Conselho da União Europeia.

Um novo marco entre UE e África

À escala mundial, temos hoje uma consciência mais clara da nossa interdependência vital e estamos decididos a congregar esforços para enfrentar os principais desafios políticos do nosso tempo, como a energia e as alterações climáticas, as migrações ou as questões de género.
Como testemunho das nossas ambições, e de tudo o que hoje partilhamos e partilhámos no passado, estamos decididos a construir uma nova parceria política estratégica para o futuro, ultrapassando a tradicional relação doador-receptor e partindo de valores e objectivos comuns, na via da paz, da estabilidade e do Estado de direito, do progresso e do desenvolvimento.


Uma mudança de capítulo na relação entre a UE e África.
Era tempo de cambiar, dadas as novas realidades, e a Cimeira Lisboa serviu de impulso à nova relação que o norte e o sul do Mediterrâneo teve estabelecer.
Dentro de três anos se poderão verificar os resultados obtidos.

Mitos e fantasmas sem sentido

E de facto uma PM Alemã é mesmo a pessoa mais indicada para dar lições de civismo. Há gente que nunca há-de enxergar nada.

Estas palavras, inscritas numa caixa de comentários mais abaixo, demonstram bem, além da falta de conhecimento, mitos e fantasmas sem sentido.
Pretende-se dizer entrelinhas que Angela Merkel não tem legitimidade "para dar lições de civismo", afinal ela alemã, logo, na mente de certas pessoas é defensora do nazismo, só por causa da sua nacionalidade. Por essa ordem de sentido os portugueses são todos salazaristas, os espanhóis franquistas, os italianos fascistas e por aí fora? Idiotice pura.
Por outro lado, Merkel não deu nenhuma lição de moral ontem. Limitou-se a constatar o existente no Zimbabué.
Além do mais, o autor do comentário manifesta desconhecer o percurso pessoal de Merkel. Como poucos líderes europeus da actualidade, Merkel sabe bem o que é uma ditadura e o peso da opressão, por ter sentido na pele uma das piores do século XX, enquanto cidadã da Alemanha comunista.
Enfim, quem muito condena a Alemanha, acaba, de certo modo, por cuspir no prato em que come. Como estaria hoje a UE sem o empenho alemão?
Com todos os defeitos e virtudes que a Alemanha tem, e Merkel por inúmeras vezes faz saber o 'peso histórico' que a Alemanha transporta, sem precisar que alguém lhe lembre isso - ela 'transporta' na pele as duas piores marcas despóticas do séc. XX, o nazismo e o comunismo -, a Alemanha, primeiro a Federal, depois de 1991, a Alemanha unificada, desempenha um papel relevante na estabilidade e desenvolvimento da Europa e do mundo.
Mas, ao fim e ao cabo, há sempre quem não se "enxerga" e não quer "enxergar".

sábado, 8 de dezembro de 2007

Um RX deste tempo

Cara Miss Pearls,
Sem pretensão de dar lições a ninguém, o filme de Robert Redford expõe, a nu, e de forma crua, sem dogmas nem tabus, as angústias deste tempo global.
Desde o político ambicioso, que torna os sentimentos uma arma de arremesso, à jornalista com profundo sentido de dever ético, passando pelo editor mais preocupado com o sensacionalismo que beneficia a cadeia de televisão, ao professor angustiado com o seu método de ensino, aos jovens que aderem à causa do patriotismo e sobem na vida a pulso por mérito próprio e acabam por se ver encurralados no meio de talibãs, sempre com a solidariedade que os tornou pessoal e colectivamente mais fortes, ao jovem inteligente mas que simplesmente se desprende da sua responsabilidade cívica... afinal, o ensino também tem a dimensão de Cidadania activa.
Um bom filme, a não perder.

Os críticos agora calam-se

Angela Merkel critica situação no Zimbabwe

Há quem tenha por hábito criticar o que se faz, como o que não se faz, não tendo estas pessoas outra postura que não seja criticar só pelo simples acto de desdenhar.
Nestes últimos dias leu-se, ouviu-se, tomou-se conhecimento, de acordo com os que só sabem criticar, de que neste fim-de-semana estaríamos perante mais um momento de hipocrisia dos europeus, por receberem vários ditadores africanos na Cimeira UE/África.
Ora, esses ditadores, que nas suas mansões imperais fazem ouvidos de mercador, primeiro às necessidades do seu povo e do seu país, pouco ligam ao que dizem e consideram a seu respeito no exterior, enquanto governam a seu bel-prazer intramuros. Se há momentos em que é possível dizer, olhos nos olhos, a esses ditadores que a sua política não é benéfica, aliás, é nociva, estes encontros são ocasiões propícias para se expressar o que se considera, mantendo, como é óbvio, respeito pela pessoa e soberania de cada um. Caso contrário pouco se deferiria do autocrata.
As palavras de Merkel, hoje, acerca da situação do Zimbabué, não deixam espaço para dúvidas. É hipocrisia? Não.
Talvez seja tempo de perceber que não bastam meras intenções, mas sim responsabilidades. Esta cimeira parece querer dar esse passo.
Os que tanto criticam, e só respiram essa condição, critiquem, então, a Chanceler alemã, como outros líderes europeus e africanos, que hoje assinalaram o que de grave se passa no Darfur, no Zimbabué ou na Somália.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Será desta?

Uribe anuncia una "zona de encuentro" para negociar con las FARC la liberación de los rehenes

Uma boa proposta do Presidente colombiano. Espera-se a sua concretização.

Outra vez o Iowa?

O Estado do Iowa parece ser, novamente, o centro de grandes decisões.
Depois de em 2004 ter decidido o vencedor da corrida presidencial, o vencedor das primárias neste Estado, em especial no campo republicano, pode ser o escolhido para concorrer à Casa Branca.

Boa decisão

Os ministros da Justiça da União Europeia, reunidos estas exta-feira em Bruxelas, aprovaram por unanimidade a instituição do Dia Europeu contra a pena de morte.

Depois da Polónia, com o anterior Primeiro-Ministro a não aprovar a instituição do Dia Europeu contra a pena de morte, a mudança de poder em Varsóvia limitou-se a viabilizar o óbvio.

Bom exemplo africano IV

A principal potência da África austral apresenta diversos e, nalguns casos, graves e preocupantes problemas, como a criminalidade urbana.
Todavia, é um país em franca ascensão e com um sistema democrático que começa a consolidar-se.
O Mundial de futebol de 2010 é uma das oportunidades para projectar uma das potências emergentes mundiais.
A transição do apartheid para a socidade de plenos direitos tem sido feita paulatinamente com a estabilidade que a grande referência, Nelson Mandela, imprimiu.

Mauritânia, Cabo Verde, Botswana

Saber comunicar

Lino: Nunca disse aeroporto «na margem Sul jamais»

É verdade que o Sr. Ministro não disse que expressou "jamé", por sua própria vontade, em relação ao aeroporto na Margem Sul. O Sr. Ministro estava a citar o que os ambientalistas lhe transmitiram nas reuniões que tiveram acerca da construção do novo aeroporto.
No entanto, a forma como citou os ambientalistas dava a entender que essa também era a posição do Sr. Ministro.
O Sr. Ministro já devia ter percebido que a comunicação, escorreita e objectiva, deve ser usada para não provocar equívocos.

Triunfo da Presidência portuguesa

A Cimeira UE/África era o grande objectivo da Presidência portuguesa.
Muito se duvidou quanto à sua realização. Teria lugar ou não?
Fruto de um bom trabalho da Presidência portuguesa da UE, a Cimeira realiza-se e Portugal dá um forte contributo para o estreitar de relações entre a margem norte e sul do Mediterrâneo, que bem precisam, dados os desafios comuns que ambos têm.
Para quem tanto duvida do nosso papel na Europa e no mundo, eis um bom exemplo das nossas capacidades e qualidades. Quando se antevia o seu adiamento, a Cimeira concretiza-se.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Mensagem às FARC

Mensaje directo de Sarkozy a la guerrilla FARC (ver vídeo)

O Presidente francês dirigiu-se directamente às FARC sem quaisquer subterfúgios nem encontros que o poder legítimo da Colômbia não tenha conhecimento.

Bom exemplo africano III

Desde 1965 que o Botswana tem tido eleições multi-partidárias, que decorreram sempre sem incidentes que inviabilizassem o processo democrático de legitimação do poder.

Não há dúvida de que o Botswana é um país africano em franca expansão económica cuja referência em contexto africano deve ser assinalada. A par da expansão económica também a estabilidade política tem tido um papel determinante na gestão deste território.


Os trechos acima referidos assinalam o bom exemplo do Botswana no quadro africano.

Mauritânia, Cabo Verde

Efeitos da governação

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) prevê que o crescimento da economia portuguesa acelere para 2% no próximo ano, ultrapassando a Zona Euro pela primeira vez em sete anos.

Pode a oposição condenar as políticas do Governo.

Novo 'furacão' do Arkansas?

Será Mike Huckabee, ex-Governador do Arkansas, o Bill Clinton republicano? Sucederá no campo republicano em 2008 o que se passou no democrata em 1992? Com os filhos do Arkansas a triunfar?
Este candidato Republicano tem vindo a subir nas sondagens e Giuliani - o favorito - não deverá ter uma eleição nada fácil. Terá, até, dificuldade em triunfar em certos Estados do sul, o que pode comprometer a sua eleição.
Outro candidato merecedor de atenção é Mitt Romney, também bem colocado, de acordo com as sondagens assim como John McCain (duvido que seja o vencedor das primárias) e Fred Thompson.
São, portanto, vários os nomes no campo Republicano, mais do que no Democrata, praticamente reduzido a Hillary e Obama, com possibilidades de disputar a corrida à Casa Branca.
Serão meses interessantes de acompanhar, entre Janeiro e o fim da Primavera.

A ameaça nuclear continua presente

Na Europa muitos parecem ter ficado tranquilos e, sobretudo, satisfeitos com o documento da agência de inteligência norte-americana que refere a paragem do processo nuclear iraniano nos finais de 2003.
Pena que não se questionem por que nunca as autoridades iranianas disseram, que além de terem esse programa, o pararam. Só disseram que não o tinham, quando, na realidade até o tem. Na gaveta ou em actividade, resta saber em que situação está, mas tem o programa.
Pena que não se questionem que o perigo nuclear iraniano é uma ameaça directa à Europa, muito mais que aos Estados Unidos.
Pena que não vejam que em Janeiro de 2009 o Presidente dos Estados Unidos já não é o actual Chefe de Estado e que o mundo continua a girar.
Foi a complacência com o desconhecido, que em abono da verdade se sabia o que queria e fazia, que conduziu a Europa à pior tragédia de sempre. Há lições, do passado século, que não deviam ser esquecidas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Ver para crer

South Africa is leading efforts to mediate an agreement between Mugabe's Zanu PF party and the Zimbabwean opposition to start a process of transition and ensure fair elections next year. Such a deal could be presented at Lisbon.

No sábado se verá se há entendimento em Lisboa quanto ao futuro político do Zimbabué.

Telhados de vidro

Eu sou a única a ficar chocada com a decisão do Público de aceitar a colocação de um texto de página inteira do criminoso Muammar Khaddafi na página 20 da edição de hoje? Ainda por cima um texto a atacar a Convenção de Otava contra as minas anti-pessoais e o Tribunal Penal Internacional?

Um jornal com um director tão prendado, conforme os seus editoriais costumam dar conta, e permite a publicação de um anúncio do recém recuperado (para a Comunidade Internacional) líder líbio, com o conteúdo que Ana Gomes realça?
Paga-se e pronto. Será assim tão fácil? Basta apresentar uns cifrões?

Bom exemplo africano II

A condição geográfica, as questões históricas e a diáspora podem ser importantes, e são, de facto, mas o caso de Cabo Verde merece ser destacado como bom exemplo africano pela prosperidade que o arquipélago tem adquirido nos últimos anos.
Com uma democracia que se consolida e com uma dinâmica própria, Cabo Verde tem todas as condições de se tornar. a médio prazo, um dos países africanos com condições de vida próxima dos melhores padrões mundiais.

Mauritânia

O respeito continua

Chávez insiste en la reforma de la Constitución y llama "victoria de mierda" al triunfo opositor

O respeito do Presidente venezuelano continua apurado.

Não se pode condescender II

"The Iranians have a strategic choice to make," he said. "They can come clean with the international community about the scope of their nuclear activities, and fully accept the long-standing offer to suspend their enrichment program and come to the table and negotiate, or they can continue on a path of isolation."

O Presidente dos EUA procede bem ao declarar que Teerão tem de fazer uma escolha, de isolamento ou diálogo com a Comunidade Internacional.
Afinal, de acordo com o relatório da agência de inteligência norte-americana que satisfez muitos responsáveis iranianos, o Irão fez uma paragem não o arquivou.

Os ziguezagues do líder laranja

O líder do PSD, Luís Filipe Menezes, considerou esta terça-feira que os deputados municipais do partido «optaram pela posição correcta» ao viabilizarem a contratação de um empréstimo de 400 milhões de euros para a Câmara de Lisboa.

Há um dia o líder do PPD defendia o voto contra. Um dia depois diz que os deputados municipais laranja fizeram bem em viabilizar o empréstimo.
Está tudo explicado, quanto à coerência de Menezes.

Prenda de Natal

Cara Isabel e Caro Francisco,

Depois dos escritos primaveris que trocámos e dada o espírito da quadra que se aproxima, se tivesse de vos dar uma prenda, este livro, que ontem foi lançado, seria o presente de Natal adequado.
Afinal, vocês partilharam, na primeira parte deste ano, uns textos belos acerca de Mme. Royal!

Arrancou a corrida para as legislativas alemãs

O congresso da CDU, que ontem terminou em Hannover, permitiu que Merkel assumisse o espaço do centro, como pertença dos democrata-cristãos, depois do SPD desbaratar um espaço político importante em prol de uma guinada à esquerda, conforme o congresso de há poucas semanas deixou claro.
Inteligente, Merkel limitou-se a percorrer o tapete estendido pelos sociais-democratas, ainda que com uns contornos de demagogia - ao dizer que o socialismo descamba em totalitarismo -, e prepara-se para conquistar o poder, em 2009, sem alianças, pelo menos com o SPD, com quem mantém uma coligação no Governo federal e com quem já começa a ter uma relação conflituosa no Executivo.
A campanha para as legislativas está em marcha e a CDU deverá levar a melhor, muito por causa dos caprichos doutrinários do SPD.

Uma vez mais o Kosovo

A Bósnia-Herzegovina deu mais um passo em direcção à União Europeia.

Resta saber se dentro de dias a Europa não fica mais distante da Paz que se tem conseguido manter nos Balcãs.
Cara Sofia,

Agradeço a amável distinção dada ao Palavra Aberta.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A lição de Sá Carneiro

O PSD/Lisboa reiterou hoje a intenção de chumbar terça-feira na Assembleia Municipal o empréstimo de 500 milhões de euros e vai apresentar uma proposta alternativa que prevê um empréstimo inferior e venda de património.

Ainda bem que os deputados municipais laranja preferiram optar pelo futuro da cidade e chumbar a posição da direcção nacional e distrital do PPD.
Neste dia, que também é memória pelo que se passou em Camarate, é bom ver que no PPD ainda há quem siga uma das máximas de Francisco Sá Carneiro: acima do partido está o País - neste caso, a cidade.

Empréstimo aprovado

A Assembleia Municipal de Lisboa acaba de aprovar o empréstimo de 400 milhões.
O PPD deu o dito por não dito e rendeu-se às evidências, a Câmara tem de pagar o que deve. É uma questão de elementar senso e responsabilidade.
António Costa pode, agora, pagar, na qualidade de Presidente da edilidade, os 360 milhões que a Câmara de Lisboa deve a fornecedores.
Dir-se-á que Costa queria 500 milhões e só foram aprovados 400.
A explicação do edil alfacinha foi muito clara: 360 milhões de euros para pagar dívidas a fornecedores e 140 milhões de euros para contenciosos, dependendo a mexida nesta segunda fatia de uma aprovação da Assembleia Municipal.
A bancada laranja, querendo disfarçar o erro assumido, apenas pretende que a CML tenha apenas 40 milhões.
Costa, que é responsável e não amua, sabe que o grosso determinante do empréstimo são os 360 milhões. Encontrada a viabilização do empréstimo, António Costa obtém um triunfo para a cidade de Lisboa, e em especial para a Câmara, que a partir de amanhã pode começar a preparar o saldo das dívidas que a dupla Santana/Carmona deixaram em Lisboa.

Não se pode condescender

O presidente dos Estados Unidos da América (EUA), George W. Bush, afirmou esta terça-feira que a comunidade internacional deverá continuar a pressionar o Irão

A Comunidade Internacional não deve embandeirar em arco e considerar que o projecto nuclear iraniano não tem ambições militares, por um relatório de um serviço de inteligência norte-americano, hoje divulgado, indicar que o Irão suspendeu o programa nuclear em 2003.
Conforme disse o Ministro da Defesa de Israel, nada garante que este processo não tenha sido retomado entretanto.
Esteve bem o Presidente dos EUA ao reiterar as pressões internacionais ao Irão. Afinal, não se pode esquecer, os inspectores da AIEA não têm acesso livre às iniciativas iranianas de enriquecimento de urânio e o Irão também não mostra vontade dessa abertura.

Bom exemplo africano

Não querendo contrabalançar os excelentes textos com que o Pedro Correia tem brindado os habituais leitores do Corta-Fitas, acerca dos autocratas do continente africano que estarão em breve em Lisboa (sobre os quais escreverei algo noutra oportunidade), deve-se, por outro lado, referir alguns bons exemplos de África. Poucos, é verdade, mas existem.
Um, bem recente e a todos os níveis merecedor de admiração e elogio, foi o golpe de Estado perpetrado em 2005 na Mauritânia, que abriu as vias da Liberdade e da Democracia neste país. O regime ditatorial de Sidi Ahmed Taya tombou pela acção dos militares que não extravasaram as suas funções, comuns em períodos de transição (como o nosso exemplo nacional contemporâneo, entre 1974/1982, é prova) e dois anos e meio depois, já se referendou uma Constituição democrática e o país engrena na via democrática.
Aliás, arrancou hoje em Paris a reunião de trabalho do Grupo Consultivo da Mauritânia, que junta à mesma mesa governantes e responsáveis de diversas organizações, de modo a definir uma estratégia de desenvolvimento para a Mauritânia.
Um bom exemplo africano.

Os quase puritanismos de todos nós I

Um punhado de destacados escritores europeus e africanos vão aproveitar a cimeira UE/África do próximo sábado para condenar a hipocrisia da UE, por consentir o que se passa no Darfur e no Zimbabué.
Se estas tragédias humanitárias merecem atenção e, principalmente, intervenção, outras áreas há, no continente africano, que têm sido esquecidas e merecem uma intervenção cuidada, pois não é só o Afeganistão, o Paquistão ou o Iraque onde há fonte de terrorismo.
O corno de África é desde há uns anos uma das áreas onde o terrorismo está presente e domina o território e o cuidado prestado a esta região sido bastante diminuto.
Darfur e Zimbabué têm muito destaque negativo, mas outras regiões há, tão negativas, que ninguém refere.
Os escritores africanos e europeus deviam realçar algo mais do que o medidatismo que todos conhecemos. Mais do que a sua responsabilidade, essa devia ser a sua função, evidenciar aquilo que nem sempre se vê.

A coerência da inconsistência

O Dr. Meneses, presidente da CM de Gaia, que fez aprovar na Assembleia Municipal de Gaia, um empréstimo à CGD de 200 milhões de euros, para pagar as suas dívidas, é o mesmo senhor que agora na qualidade (part-time) de presidente do PPD/PSD, está profundamente empenhado em que o seu partido, que tem a maioria na Assembleia Municipal de Lisboa vote contra um empréstimo que serviria para pagar as dívidas da uma desastrosa gestão laranja, da Capital deste rectângulo à beira mar plantado.

Caro Carlos Alberto,
O líder do PPD continua a ser fiel à sua postura, não faças o que eu faço, faz o que eu digo.
Veremos se logo à tarde os deputados municipais do PPD assumem as suas responsabilidades com a cidade ou vão mater-se fiéis ao descalabro que os seus edis arranjaram em Lisboa nos últimos seis anos, dol qual a actual direcção nacional e distrital apreciam.
Espera-se bom-senso e decoro.

Resultados inequívocos

Os resultados de domingo na Chechenia são bem claros do elevadíssimo grau de popularidade do Presidente russo nesta região do Cáucaso. Com uma taxa de participação de 99,4%, a formação "Rússia Unida", de Putin, obteve 99,3% dos votos.
Alguém identifica algum dado errado? São inequívocos e sem margem para qualquer dúvida.

Escrito sem tino

Através deste escrito do Adolfo tomo conhecimento que o André Azevedo Alves, do Insurgente, é "rotulado" por Tiago Mendes de: ultra-conservador, neo-liberal de extrema-direita.
Não partilhando da interpretação e leitura do André na maioria das questões, normalmente estamos em campos distintos e, por vezes, opostos, no que concerne ao papel do Estado - este é um dos pontos nevrálgicos -, penso que o André não deve dar muita importância a quem, sem substância, nem precisão, o 'qualifica' de tanta coisa. Parece ter escapado a "condecoração" de chavista!
Os termos empregues são excessivamente irreflectidos, pois as compatibilidades entre as correntes são abissais. Como é que uma pessoa pode ser ultra-conservador e neoliberal e, ao mesmo tempo, ser de extrema direita? De duas uma, ou não lê o que o André escreve ou inventa.
Enfim, o rol de argumentos apresentados, ou melhor, despejados, sem qualquer sentido nem critério, não merecem mais do que serem desmontados. No caso, com excessiva facilidade.
Infelizmente, é uma situação recorrente, empregar termos sem discernir o seu conteúdo; à qual a blogosfera não é alheia.
Penso que dos 'epítetos' referidos, só o neoliberal acertou. Também, referindo quase tudo, seria difícil não acertar num!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Governar "à la Gaia"?

O PSD de Lisboa pretende apresentar terça-feira na reunião da Assembleia Municipal uma proposta alternativa à aprovada na semana passada pelo executivo camarário, implicando a contracção de um empréstimo de 143 milhões de euros para "pagamento imediato a todos os fornecedores com dívidas inferiores a três milhões de euros".
António Costa contestou a alternativa hoje proposta pelo líder da distrital social-democrata de Lisboa, Carlos Carreiras, sublinhando que o pagamento imediato de apenas 143 milhões de euros de dívida implica "um aumento de 24 milhões de euros por ano de juros, dois milhões de euros de juros por mês".
Por outro lado, Costa considera que a venda de património para saldar as dívidas "não é alternativa".

Parece que sentido de responsabilidade e bom-senso nem imperam na direcção nacional nem na distrital de Lisboa do PPD.
A proposta hoje apresentada pelo líder da distrital laranja nem dá para pagar metade das dívidas a curto prazo que a Câmara Municipal de Lisboa tem.
Os dirigentes nacionais e distritais do PPD deviam perceber que António Costa não quer uma governação, em Lisboa, como há em Gaia, de endividamento.
As funções públicas requerem rigor e disciplina.
Veremos, amanhã, se os deputados municipais do PPD estão interessados em agradar às direcções nacional e distrital do partido ou estão interessados no futuro da cidade. É isto que está em causa.

Onde estão os que tanto acusam Israel?

Israel libertou hoje 429 prisioneiros palestinianos, uma semana depois da reunião com a Autoridade Palestiniana

Quando Israel cumpre os seus compromissos, os que tanto acusam o Estado hebreu não expressam qualquer palavra e remetem-se ao silêncio.

Palavras acertadas

O presidente francês denunciou hoje em Argel o sistema «profundamente injusto» do colonialismo, que classificou de «contrário aos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade».

A poucos dias da Cimeira UE/África o Presidente francês esteve bem ao qualificar o sistema colonial como indigno dos Direitos Humanos, precisamente na última colónia gaulesa em África.

Vitória da democracia

Venezuela dice 'no' a la Constitución de Chávez

Confesso que não estava à espera do bom sinal que o povo venezuelano deu ontem.
Talvez o populismo esteja mais perto do fim. Até lá, é provável que a pressão, por parte do regime, aumente.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Pormenores

Cara Miss Pearls,
É verdade. Essa imagem há muito que desapareceu da convivência da retina das pessoas. Encontrá-la foi uma verdadeira pérola! Já nem me lembrava dela... e vi-a exposta tanto em quadros como em molduras.
Quanto a outros rostos, não tão tristes, mas mais circunspectos, como por exemplo aquele que agora empresta a face a agentes ao serviço de Sua Majestade, estarão em breve nas telas do cinema.
Confesso que até tenho interesse em ver A bússola dourada. Deve ser da época!
Não acha que o homem está com um ar de aristocrata russo do século XIX?
De qualquer forma, na próxima quinta também estreia um filme que não merece desconsideração.
Quanto ao Daniel, cá estaremos para ver se está bem na tela... quando o Brosnan fez de Bond, não apreciei muito, mas o seu papel em "O Caso Thomas Crown" foi irrepreensível. Talvez Craig esteja bem neste novo filme, já que no Casino não me entusiasmou muito.

Socialistas portugueses activos

Caro Zé,
Através deste texto, exposto pelo eurodeputado socialista espanhol, Carlos Carnero, no seu blogue, tomo conhecimento de como os camaradas do PSOE elogiam o trabalho do PES Portugal, como aqui referem, e dão como exemplo a seguir em Espanha.
Aos poucos, o projecto do programa socialista para as europeias de 2009 ganha dinâmica e cresce, pois todos os socialistas, de todos os Estados-membros, se empenham no mesmo objectivo.
Em Portugal, merece destaque o trabalho que estás a desenvolver, assim como o da Gisela Oliveira, que em Bruxelas tem desenvolvido um labor profícuo em prol da participação e contributo do nosso País.

A incógnita continua

Amanhã, o partido de Putin, no qual não está filiado, vencerá as eleições com mais de 50% dos votos. Um acto eleitoral que ficará a dever muito à credibilidade que uma escolha livre e intransmissível de cada cidadão tem num Estado de Direito.
Porém, sabendo-se o resultado da eleição antes da própria, a dúvida continua: o que fará Putin depois de Março, quando terminar o mandato presidencial?
A eleição legislativa nada responde a esta questão.
Ter-se-á, pois, de aguardar mais uns tempos para saber ao certo o que fará Putin, sendo quase seguro que algo fará para continuar a dominar o país. Resta saber como e em que cargo.

Pagar dívidas é fazer campanha?

Filipe Pontes [do PPD] entende que "a situação é difícil, mas este valor é excessivo e pode destinar-se a uma campanha eleitoral de António Costa para 2009".

Se o Presidente da Junta de Freguesia da Sé (Lisboa) considera que pagar dívidas que os Executivos camarários do PPD deixaram é, para o PS, fazer campanha, algo vai mal na forma de actuar do PPD.
Será que este deputado municipal laranja quer dizer às centenas de fornecedores a quem a Câmara deve que o pagamento dos serviços que prestaram à autarquia não é importante?
Por isso é que muitos autarcas laranja não apreciam a nova Lei das Finanças Locais, pelo rigor e responsabilidade financeira que assume.
Todavia, parece haver deputados municipais do PPD dispostos a não inviabilizar o empréstimo. Haja alguém com sentido de responsabilidade!

A última cartada do populismo antes do referendo de amanhã

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou nacionalizar os bancos espanhóis no país --Santander Central Hispano e BBVA-- caso o rei da Espanha, Juan Carlos, não se desculpe por ter exigido que o presidente venezuelano se calasse

A poucas horas de um referendo decisivo, o Presidente venezuelano recorre, como tem acontecido nos últimos tempos, à ameaça, que apenas prejudica a economia e a população venezuelanas.
Face à ameaça de nacionalizar bancos espanhóis, quem é o investidor estrangeiro que quer apostar num país governado por um político populista de fortes laivos autocráticos que vive de oscilações de humor?
A Venezuela tem todas as condições para prosperar e, no entanto, verifica-se o seu afundamento, que tem sido disfarçado pelos petrodolares.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Entre o essencial e acessório

O desemprego, na Alemanha, atingiu o valor mínimo dos últimos 14 anos.

Angela Merkel tem grande mérito na condução da governação germânica. Isso é indiscutível. Mas, o Governo alemão é tão assumido pela CDU como pelo SPD.
Os dados hoje divulgados, e os feitos alcançados em termos de emprego, históricos na última década, são, em grande medida, fruto do trabalho de Ministérios liderados por sociais-democratas, o do Trabalho e das Finanças.
É, por isso, que continuo a considerar lamentável o empenho da direcção do SPD em "virar" o partido à esquerda, entrando no tipo de despique estéril com as forças de esquerda que não têm nem querem assumir responsabilidade, como as suas propostas demonstram.
A esquerda responsável governa e procura melhorar as condições. A que não gosta de assumir responsabilidades, e por isso grande parte da população não lhe atribui confiança, apenas sabe criticar e condenar.
O SPD tem bons resultados e devia afirmar-se como partido credível. A pretensão de concorrer com PDS (ex-comunistas e dissidentes do SPD) conduz aos resultados que as sondagens indicam, a cerca de 10 pontos percentuais da CDU.
A esquerda democrática deve ser fiel a si própria, preocupar-se com as condições das pessoas, em vez de bater no peito ou elevar a voz para dizer que é mais de esquerda.

Ridículo

Chávez asegura que Simón Bolívar no murió de tuberculosis sino que fue asesinado por la oligarquía colombiana
Al presidente de Venezuela le dio ahora por hurgar en la historia para atacar al país. Su último argumento para mostrar su molestia con Colombia no podía ser más delirante: Dijo que el Libertador no murió de muerte natural sino en una conspiración en la que también participó Estados Unidos.


O Presidente da Venezuela tem assumido posturas ridículas e pouco decentes nos últimos tempos. Primeiro, insultou e provocou Espanha, tendo recebido, e bem, a resposta pela parte do Rei Juan Carlos.
Agora, insulta a Colômbia, com quem quebrou uma relação de acordo quanto aos presos das FARC, afirmando que Símon Bolívar foi assassinado por colombianos com conivência dos Estados Unidos; numa atitude de reescrever a história mediante o seu interesse pessoal, dadas as divergências recentes com a Colômbia.
O ridículo que o pseudo-biblista-bolivarista tem exibido nos últimos dias, e comprometido a honradez do Estado venezuelano, merece a forte e inequívoca reprovação por parte dos venezuelanos. A mudança da Constituição, que, a vencer o "sim", dará todos os poderes ao Presidente da República, merece ser chumbada.
Se o "não" à mudança da Constituição ganhar (o que duvido em termos oficiais, se calhar não tanto a nível real), provavelmente a Venezuela ficaria mais perto de se libertar do populismo demagógico que domina o país desde 2000.
Porém, há bons sinais de o populismo não ser tão predominante. O nervosismo evidenciado pelo populisma-mor da América latina nos últimos tempos, em especial nos últimos dias, é um bom indício.

A irresponsabilidade continua

Estamos todos a assistir ao PPD/PSD ao seu mais baixo nível

Caro Luís,
Não estamos a assistir. Continuamos a assistir. Pelos vistos, mudou a direcção nacional e distrital e a irresponsabilidade é a mesma.

Imagens de Ingrid Betancourt

El Gobierno colombiano ha informado esta madrugada de la detención de tres miembros de las redes urbanas de las FARC en Bogotá, en cuyo poder se hallaron pruebas de la superviencia de un grupo de secuestrados por esa guerrilla, entre ellos de Ingrid Betancourt y de los tres estadounidenses.

La ex candidata presidencial aparece en las imágenes sentada con las manos sobre las rodillas, abatida y con la cabeza y la mirada dirigidas hacia el suelo.


A detenção de terroristas das FARC na capital colombiana permitiu saber que Ingrid Betancourt está viva. Uma boa notícia, quando há muito não se sabia em que estado se encontrava a candidata presidencial.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A democracia russa no seu melhor

O presidente russo apelou hoje ao voto no seu partido. Numa alocução televisiva, Vladimir Putin pediu aos seus concidadãos para elegerem os deputados da Rússia Unida

Só na musculada democracia russa o Presidente Putin podia pedir, no canal público, aos russos para votar em Putin candidato a deputado.

Juntos outra vez até quando?

Ukraine's pro-Western "Orange Revolution" parties have created a majority coalition in Ukraine's parliament.

Até quando durará a relação política de Yuschenko e Timoshenko, agora que voltam a formar a coligação de poder na Ucrânia? Uns meses, um ano?
Com as presidenciais de 2009 no horizonte, e tendo ambos ambições da Chefia do Estado, é provável que ao longo dos próximos tempos um dos dois se queira afirmar como o candidato preferido pela parte da população pró-ocidental, já que Yanukovich é o candidato da ala social e cultural ucraniana pró-russa.
Não é por nada, mas desconfio que Julia Timoschenko levará a melhor sobre Yuschenko. Veremos quem armadilha quem e quem, no fim, leva a melhor.

A amnésia laranja

António Costa não tem competência para governar a câmara de Lisboa, diz o líder da distrital de Lisboa do PSD. Carlos Carreiras considera que as dívidas da autarquia são do tempo de João Soares e, por isso, exige que o executivo camarário divulgue as datas em que essas despesas foram contraídas, informa a TSF

Pouco habituados ao rigor, como os últimos seis anos de (des)governação na capital evidenciam, os responsáveis do PPD começam a reagir sem sentido à postura correcta e responsável de António Costa, que ontem disse que se deve equacionar qualquer cenário, caso a maioria laranja da Assembleia Municipal rejeite a proposta do PS de pedir um empréstimo para retirar a Câmara do estado comatoso em que se encontra.
Que o Vice-Presidente da Câmara de Cascais e actual líder da distrital laranja de Lisboa queira fazer de conta que o seu partido não tem responsabilidades no actual estado caótico de Lisboa, não está a assumir a sua parte de responsabilidade.
É verdade que João Soares contraiu dívidas no seu mandato, mas há substanciais diferenças. Primeiro, João Soares informou os lisboetas de que iria contrair um empréstimo para acabar com as barracas na cidade. Pensará o líder distrital laranja que o Casal Ventoso, a Musgueira e outros bairros de barracas acabaram num passo mágica? Não. Hoje, que já se dá a mudança por consumada, é fácil falar, mas quem se recorda, ninguém pensaria que esses bairros degradados da cidade algum dia teriam a reconversão que receberam com a governação do PS.
Mas, João Soares deixou a Câmara com uma dívida controlada e com obra feita.
Nos seis anos seguintes aos mandatos de João Soares, da responsabilidade do PPD, que agora António Costa está a tentar inverter, não só se verificou a duplicação da dívida, como, pior, não se comprovou nenhuma obra de relevo que melhorasse a cidade. Pelo contrário, a cidade perdeu a todos os níveis: Educação, Ambiente, Juventude, Desporto, Acção Social. Em pouco mais de meia década desbarataram o bom trabalho feito entre 1990 e 2001. E, se porventura algum dirigente laranja quiser argumentar com o famigerado túnel do Marquês, devia saber que o túnel foi construído, e não está completo, não foi pago. Recaindo, portanto, essa factura, no actual Executivo municipal.
Agradece-se, portanto, aos responsáveis distritais e locais do PPD que assumam as suas responsabilidades. António Costa quer viabilizar a governação da cidade. O PPD, pelos vistos, quer manter-se fiel ao que fez nos últimos seis anos. É Lisboa que continua a perder.

É preciso topete

“Estou muito preocupado e admirado com a situação criada nos últimos dias, porque me parece que estão a brincar às câmaras”, disse Carmona Rodrigues à agência Lusa, sublinhando que num executivo “com quatro meses não se esperava que fossem criados factores de instabilidade desta ordem”.

É preciso ter lata para dizer que António Costa anda a "brincar às câmaras", quando quem brincou foram os anteriores dois edis da capital, ora entrando ora saindo da Câmara Municipal.
Carmona Rodrigues, tal como o PPD, não pode sacudir a água do capote e fazer de conta que não tem nenhuma responsabilidade no estado deplorável da Câmara e da cidade.
António Costa apresenta um projecto muito claro e sem tergiversações para Lisboa, o que não aconteceu nos últimos seis anos.

Gigante económico e anão político

"A zona euro é o principal parceiro comercial da China: porque é que o yuan se desvaloriza face ao euro?" interrogou-se Juncker, reconhecendo, no entanto, que não esperava resultados imediatos.
Perante a subida de tom dos europeus, os chineses adoçaram o discurso, embora sem grandes concessões. Wen Jiabao, primeiro-ministro chinês, reconheceu a existência de um problema, mas tratou de o atirar para os ombros dos EUA. "Penso que a principal causa da subida do euro é a grande queda do valor do dólar. Por isso, sugiro que esta questão deve ser colocada às autoridades financeiras dos Estados Unidos", afirmou na conferência de imprensa final.


Enquanto a UE não se afirmar politicamente, dificilmente a sua forte economia passará disso mesmo, um gigante com frágeis pés de barro. Os outros blocos concorrenciais aproveitam-se disso. Como é interessante observar a China a sacudir a água do capote, como se não fosse um "player" mundial, como os Estados Unidos ou a Índia.
É tempo de no espaço europeu se perceber, do cidadão comum ao governante nacional e ao elemento da Comissão, que continuaremos a perder mais enquanto se sobrepuserem os interesses (egoístas) nacionais aos interesses comuns de todos.
A debilidade e vulnerabilidade do maior bloco económico mundial (UE) são a força dos outros concorrentes. Não nos queixemos dos outros, quando não debelamos nem encaramos conjuntamente as nossas falhas e fraquezas.