quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A amnésia laranja

António Costa não tem competência para governar a câmara de Lisboa, diz o líder da distrital de Lisboa do PSD. Carlos Carreiras considera que as dívidas da autarquia são do tempo de João Soares e, por isso, exige que o executivo camarário divulgue as datas em que essas despesas foram contraídas, informa a TSF

Pouco habituados ao rigor, como os últimos seis anos de (des)governação na capital evidenciam, os responsáveis do PPD começam a reagir sem sentido à postura correcta e responsável de António Costa, que ontem disse que se deve equacionar qualquer cenário, caso a maioria laranja da Assembleia Municipal rejeite a proposta do PS de pedir um empréstimo para retirar a Câmara do estado comatoso em que se encontra.
Que o Vice-Presidente da Câmara de Cascais e actual líder da distrital laranja de Lisboa queira fazer de conta que o seu partido não tem responsabilidades no actual estado caótico de Lisboa, não está a assumir a sua parte de responsabilidade.
É verdade que João Soares contraiu dívidas no seu mandato, mas há substanciais diferenças. Primeiro, João Soares informou os lisboetas de que iria contrair um empréstimo para acabar com as barracas na cidade. Pensará o líder distrital laranja que o Casal Ventoso, a Musgueira e outros bairros de barracas acabaram num passo mágica? Não. Hoje, que já se dá a mudança por consumada, é fácil falar, mas quem se recorda, ninguém pensaria que esses bairros degradados da cidade algum dia teriam a reconversão que receberam com a governação do PS.
Mas, João Soares deixou a Câmara com uma dívida controlada e com obra feita.
Nos seis anos seguintes aos mandatos de João Soares, da responsabilidade do PPD, que agora António Costa está a tentar inverter, não só se verificou a duplicação da dívida, como, pior, não se comprovou nenhuma obra de relevo que melhorasse a cidade. Pelo contrário, a cidade perdeu a todos os níveis: Educação, Ambiente, Juventude, Desporto, Acção Social. Em pouco mais de meia década desbarataram o bom trabalho feito entre 1990 e 2001. E, se porventura algum dirigente laranja quiser argumentar com o famigerado túnel do Marquês, devia saber que o túnel foi construído, e não está completo, não foi pago. Recaindo, portanto, essa factura, no actual Executivo municipal.
Agradece-se, portanto, aos responsáveis distritais e locais do PPD que assumam as suas responsabilidades. António Costa quer viabilizar a governação da cidade. O PPD, pelos vistos, quer manter-se fiel ao que fez nos últimos seis anos. É Lisboa que continua a perder.

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