segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A maquilhagem do PP

Caro Alexandre,
Se notares com pouco mais de atenção verás como a actual liderança do PP está frágil. Rajoy, que ao longo destes anos tem sido um líder fraco e uma sombra de Aznar, não surge como uma alternativa ao forte e credível Governo do PSOE. Apesar da tentativa de agradar aos espanhóis, nomeadamente com a proposta fiscal, de eliminar a retenção fiscal a quem aufere menos de 16 mil euros anuais. No fundo, resta saber quem lhe sucederá na liderança dos populares. Esperanza Aguirre, Alberto Ruiz-Gallardón ou Rodrigo Rato? (É mais provável que saia da comunidade (Aguirre) ou concelhia (Gallardón) de Madrid.)
Referes, e bem, alguns erros cometidos por Zapatero. A questão das autonomias e o diálogo com a ETA não foram bem sucedidos.Tive oportunidade, na altura, de os referir. Felizmente, o Presidente do Governo espanhol emendou a mão. E, num gesto raro, mas digno de um político responsável e prestador de contas, Zapatero admitiu no Parlamento o erro do diálogo com a ETA, algo, por exemplo, que o PP não fez em relação ao 11 de Março, continuando a persistir que houve marca do terrorismo basco no atentado de Atocha. Por outro lado, ainda há dias, o PP deu um triste espectáculo condenando a política externa de Zapatero, no seguimento da defensa da honra política e pessoal de Aznar assumida por Zapatero na Cimeira Ibero-Americana realizada no Chile.
Porém, ao fim de quase quatro anos de mandato socialista, a Espanha continua pujante e com bons índices de desenvolvimento ao mesmo tempo que tem melhores políticas sociais. Algo que o PP não admite.
Por isso, ontem, quando assumiu a candidatura a mais um mandato, Zapatero fez bem em pedir uma "ampla maioria" aos espanhóis.

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