Na Geórgia assinala-se a primeira eleição democrática com maior equilíbrio, desde a independência após o fim da União Soviética. Todos os actos eleitorais anteriores ficaram marcados por vitórias esmagadoras dos Presidentes eleitos: em 1991, Gamsakhurdia obteve 86.5%; em 1995 e 2000, Shevardnadze alcançou 70% e 80% respectivamente; e, em 2004, Saakashvili contou com 96% dos votos.
Porém, este maior equilíbrio do próximo sábado deve traduzir-se na repetição da vitória de Saakashvili, agora que está praticamente garantida a desistência do principal adversário, Badri Patarkatsishvili, depois de estar na iminência a divulgação pública de actos comprometedores, em termos de corrupção, deste magnata georgiano.
Esta eleição, resultante de uma antecipação eleitoral convocada pelo próprio Presidente georgiano, surge para evitar o seu colapso político.
Depois de herói da revolução das rosas, em 2003, Saakashvili está mais perto da queda do que da consagração, fruto de uma liderança política que tem deixado muito a desejar, tanto em credibilidade como em qualidade. Porém, o estatuto de "herói" ainda proporciona algumas garantias na sociedade georgiana. Por outro lado, não fossem as amizades e aliança com Washington, que tem na Geórgia um aliado determinante para conter a imperial Rússia numa área bastante sensível e determinante do globo como o Cáucaso (por onde passa muito do ouro negro), e o herói georgiano de 2003 já tinha virado besta em 2007.
Veremos o que ditam as urnas no próximo sábado, sendo mais do que seguro que em Moscovo alguns responsáveis estarão bem atentos ao resultado desta república caucasiana, e preparados para fazer das regiões separatistas georgianas da Ossétia do Sul e da Abkázia, e pró-Moscovo, uma dura e árdua dor de cabeça a Saakashvili.
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