Ouvi, há pouco, na SIC/Notícias, o ex-edil alfacinha e actual líder da bancada parlamentar do PPD referir que no seu tempo havia obra na Câmara Municipal de Lisboa e, agora, com o PS, nada se faz e nada acontece. Não há obra, referia amiúde.
Em termos de buraco orçamental, Santana Lopes sacudiu a água do seu capote, referindo que o buraco não era do seu mandato, dando a entender que era obra dos socialistas.
E, qual cereja no topo do bolo, Santana Lopes disse, se fosse o actual Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o Parque Mayer renascido estaria à beira de abrir.
De duas uma, ou Santana Lopes estava a brincar com os telespectadores ou esquece-se de parte da história recente de Lisboa.
No tempo de Santana, obra, a única que houve, foram duas: o buraco orçamental, que duplicou sem qualquer obra visível; e, a obra de fachada, anunciando mundos e fundos. Quem é que não se lembra de percorrer Lisboa e deparar-se, sobretudo junto à frente ribeirinha, dos Olivais praticamente até Belém, nuns anúncios, enormes, prometendo obras arquitectónicas desde Foster a Piano – com a célebre frase “aqui vai nascer”?
Quanto ao Parque Mayer, então, nem devia falar. Prometeu, em 2001, se ganhasse a eleição, que ao fim de oito meses, oito!, o Parque Mayer abriria como novo. Anos depois, o Parque Mayer apenas recebeu intenções da dupla Santana/Carmona, que, nesses mesmos anos de liderança municipal esbanjaram dois milhões de euros em estudos encomendados a Frank Gehry... para nada.
O Parque Mayer, entretanto, continuava a degradar-se.
E o Túnel do Marquês, tal como o Parque Mayer, nem devia ser referido por Santana. Uma obra que gosta de fazer ostentar, como a sua marca na cidade. Mas, veja-se, então, a marca: além de todas as trapalhadas do projecto, ainda está um troço por abrir e, mais grave, o túnel está todo por pagar. Um factura que este Executivo municipal, liderado por António Costa, terá de pagar.
Já se percebeu que há uma nítida vontade de Santana se fazer chegar à frente e querer assumir, em 2009, a candidatura laranja à Câmara de Lisboa. O que é legítimo. Porém, falta legitimidade em falar do estado da cidade, quando a sua (des)governação contribuiu tanto para que Lisboa, em vez de progredir, regredisse nos últimos anos.
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2 comentários:
É verdade. Não só foi a desgraça dos lisboetas, que o elegeram para gerir a sua cidade, como pior ainda um 1º. ministro sem ter sido sequer deputado
apenas e só escolhido pela sua direcção política. Ou seja se o ridículo fosse personificável era ele que o representava.
Um abraço do Raul
Caro Raul,
Felizmente, não estamos em Itália. (Espero!)
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