quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Tudo conta

As eleições vão-se jogar no País Basco e na Catalunha e aqui a verdadeira barreira para que o PSOE siga no governo, são os partidos regionalistas e o peso que estes terão na contagem dos votos. Principalmente o PNV no País Basco e a CiU na Catalunha.

Caro Nuno,
Considero que as barreiras (para o PSOE e PP) estão em todas as regiões e todas serão decisivas. Umas mais do que outras, naturalmente.
Por isso, concordo consigo no que se refere à Catalunha, como determinante para o PSOE.
Mais do que a governação da Generalitat, liderada pelo PSC com os republicanos e comunistas, têm sido, e provavelmente serão, as questões ferroviárias, que afectaram a região nos últimos tempos, decisivas na eleição. E como estas têm sido pouco benéficas para os socialistas, tanto do poder regional como nacional. E nem a anunciada chegada da alta velocidade de Madrid a Barcelona pode servir para os socialistas estancarem os votos que perderam nas últimas autárquicas na Catalunha, em especial nas urbes, onde sempre tiveram mais peso.
Por outro lado, pode ser importante para o PSOE a eleição, no mesmo dia, das autonómicas da Andaluzia, que deve renovar novo e confortável mandato ao histórico Manuel Chavez.
Também concordo consigo em relação aos partidos regionalistas. É bem provável que a CiU aumente a votação na Catalunha em relação a 2004. E, por exemplo, que resultado obterá o PP nas terras de Dalí após a recente saída de Piqué? E a ERC? Sujeita-se a baixar? Provavelmente.
E, na Galiza, onde há poucos dias se deu o primeiro embate entre Touriño (PSG) e os seus aliados do governo regional, o BNG, por causa de um projecto na Corunha que derrapou, do tempo de Fraga, que o actual poder galego quer ver fiscalizado, sem o líder socialista galego querer ver verificado pelas autoridades judiciais.
Quanto ao País Basco, também será interessante observar qual o apoio que o PNV vai receber, assim como os socialistas. E, ainda na Euskadi, o Batasuna poderá concorrer?
Em suma, várias questões para ver respondidas na noite de 9 de Março, na certeza, porém, de ver uma campanha bastante disputada em todas as regiões.
O próprio resultado do PP, no concelho de Madrid, por causa de Gallardón, merecerá ser visto e comparado com a Comunidade de Madrid, na disputa que o alcaide da capital tem com Esperanza Aguirre.
Muitas e boas questões para formularmos e acompanharmos ao longo dos próximos dois meses.

2 comentários:

Anónimo disse...

Assim o faremos. De qualquer forma, as noticias de hoje não são muito animadoras para aquela que tem sido uma das grandes bandeiras de Zapatero e do seu ministro da Economia Pedro Solbes. O desemprego subiu em 2007 para os 5,27% (mais cem mil desempregados que há um ano) e a inflacção desde 95 que não estava tão alta: 4,3%. A ver vamos como reage a economia durante os meses de Janeiro e Fevereiro, mas é mais uma prova de fogo para o PM espanhol.
Nuno Pinto.

CMC disse...

Caro Nuno,
A questão aberta no domingo, pela Igreja Católica espanhola, acusando o Governo de Zapatero de "dissolução da democracia" pode ter um impacto maior.
Há um tapete estendido ao PP nesta questão.