Caro Zé,
Agora consideras que não quis estabelecer um diálogo contigo. Desde o início que perceberas isso, confessas agora. Interessante relato, o que revelas.
Como é óbvio, numa troca de pontos de vista, há pontos convergentes e outros divergentes. É natural que não concordes comigo e eu contigo. Qual o problema? Nenhum. Pelo contrário, se daí advierem circunstâncias que suscitem mais e interessante debate, melhor. Todos saímos a ganhar.
Nunca te quis impor o meu ponto de vista, até porque, mesmo não concordando contigo, respeito a tua opção.
Referias amiúde a questão, que parecia a central do debate, da "renovação". E amiúde questionei, como pode um projecto político, pois não consigo conceber, liderado pela mesma pessoa, com mais de uma década, ser alvo de renovação? Disfarçaste.
Como inúmeros exemplos demonstram, um projecto esgota-se ao fim de determinado período, por diversas razões, que qualquer pessoa facilmente identifica e percebe.
Agora surges com a questão do "escrutínio". O escrutínio será feito no dia 7 de Março, quando os militantes se pronunciarem. Qual é a dúvida científica?
Rematas, depois com:
Entendia que o Carlos estaria num patamar superior onde o entusiasmo pelo debate da Política se sobrepusesse sobre a táctica da política rasteira
Devo dizer-te que não me considero nem estou num patamar superior ou inferior. Nem ando aqui com tácticas rasteiras.
Se és tão apreciador de Teoria Política, devias saber que isso dos patamares superiores são verve leninista. E as tácticas rasteiras só são comuns de quem apenas quer manter a própria sobrevivência à custa de terceiros. Como muito bem sabes, não sou deste escol.
No fundo, e centralizando no campo da Ciência Política, como diria Robert Michels, na abertura do prefácio da sua obra referência acerca dos partidos políticos:
Há pessoas que, sobretudo em coisas de política ou de religião, não conseguem ouvir opiniões diversas da sua sem que o coração lhes comece a palpitar poderosamente. Essas, deixemo-las em paz.
Como consideras que te ataco e te enganaste em relação ao "patamar" em que me vês, provavelmente não "devo estar no teu patamar", não me resta outra solução se não deixar-te em paz.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
tenho pena. antecipava um bom debate.
Boa campanha, carlos.
Caro Zé,
Penso que ambos comungamos da mesma leitura, de um debate aberto e frontal, com elevação.
Provavelmente, a prosta do Rui (no Loja de Ideias), de debate os programas, uma vez conhecidos, possa ser o momento adequado.
Espero então. Entretanto, apresentarei os meus pontos de vista, teoricos, acerca de alguns temas que considero de importancia.
É que os programas já são peças de campanha, logo a análise nunca será tão clara como agora; acho.
É reler Michels, e actualiza-lo.
Sem stress, Carlos, entendo a tua posição.
Já agora que tal Max Weber" a politica como profissão", para o carlos castro ficar a preceber um pouco mais disto, visto só ter lido o principe de maquiavel
Enviar um comentário