A elite intelectual russa reuniu esta terça-feira em Moscovo o Fórum Cívico para ouvir a primeira grande intervenção política de Dmitry Medvedev. O protegido de Vladimir Putin, provável vencedor das presidenciais de Março, aposta em transformar a Rússia numa das cinco principais economias mundiais.
A ambição do próximo Presidente russo, Medvedev, de ter o seu país nos cinco lugares cimeiros das economias mundiais é bem provável. Quanto mais se agudiza a instabilidade internacional, seja por razões energéticas seja por motivos de terrorismo, a Rússia ganha, pois os seus principais concorrentes ocidentais são alvos destas maleitas.
Mas, a Rússia, apesar de ter na presente conjuntura externa uma aliada, e continuará a enriquecer-se cada vez mais à custa do gás e do petróleo, tem as suas lacunas. E essas, que não são poucas, estão na sua casa e são o grande desafio do poder russo.
Sem reformar o país, tornando-o social e economicamente mais forte, promovendo melhores condições de vida, combater a corrupção, consolidar as instituições públicas, colocando-as ao serviço das pessoas e não do poder político, a Rússia continuará a ser um gigante com pés de barro. Sem esquecer o dramático declínio demográfico que afecta a Federação Russa.
Ao contrário do próximo Presidente norte-americano, dependente da situação externa para adequar a sua política interna, o desafio do sucessor de Putin reside no interior, isto, claro está, se quiser, como quer obviamente, projectar o poder da Rússia à escala global.
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