domingo, 18 de janeiro de 2009

A trégua inexistente

O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, anunciou uma trégua unilateral na ofensiva na Faixa de Gaza, que entra em vigor a partir das 02h locais (meia-noite em Lisboa). Mas com as forças israelitas a permanecerem em Gaza e com o Hamas a recusar parar os ataques, não é claro o que vai acontecer no terreno.

O que Olmert anunciou há poucas horas não pode ser considerada uma trégua, mas sim um cessar da ofensiva israelita em Gaza.
Uma trégua para se concretizar precisa, pelo menos, de duas partes e o que Israel fez foi assumir, por si, um cancelamento das operações militares. Algo que o Hamas não fez e não manifesta intenção de o fazer, pois já respondeu às palavras de Olmert e diz não desistir de atacar Israel. Israel, seguramente, não ficará passiva perante a ofensiva do Hamas em Gaza.
Veremos no que dará esta situação, mas é possível que a data deste anúncio esteja ligado à tomada de posse de Obama.
Os EUA, através dos novos elementos da sua Administração, devem ter pressionado Tel Aviv para a tomada de posse do novo Presidente não ficar marcada por um conflito aberto. O que revela um sinal de empenho da próxima Administração, desde o primeiro dia, na procura de pontes para a estabilidade regional. Uma ida de Hillary Clinton, nos primeiros dias de funções ao Médio Oriente, revelaria esse interesse e seria um bom sinal de Washington.

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