terça-feira, 16 de setembro de 2008

As precipitações do Ocidente

Caminho da NATO está aberto para a Geórgia, diz secretário-geral da Aliança

No rescaldo do conflito no Cáucaso, que permitiu o ressurgimento da Rússia militar no palco internacional, as autoridades norte-americanas e europeias estão a proceder de forma precipitada. E a NATO e UE estão a ser as organizações que estão a transmitir este desconforto ocidental. Ainda que surjam de forma imponente, como se fossem intocáveis.
De Washington surgiu, primeiro, o apoio ao aliado Saakashvili, não vislumbrando a Casa Branca que a médio prazo o Presidente georgiano cairá, muito por causa da sua política errónea. Assim que a poeira deste conflito assentar, verificar-se-á como o Presidente georgiano conduziu o seu país para um beco, em vez de o fortalecer no quadro regional.
Depois, emerge um receio, pouco fundado, de uma intervenção análoga da Rússia na Ucrânia, que fez temer Bruxelas (UE). A dimensão da Ucrânia e posição no quadro regional é bastante superior à da Geórgia.
Na semana passada os responsáveis europeus, Sarkozy/Barroso/Solana, fizeram questão de ir a Kiev dizer ao Presidente Yushchenko que o acordo para adesão deste colosso da Europa central à UE será acelerado.
Os convites da NATO e UE aos dois Estados mais não representam uma clara aposta política de segurar os dois políticos, que nos podem ser prejudiciais. As políticas pouco consistentes que estão a seguir na Geórgia e Ucrânia enfraquecem as suas posições internas.
Por outro lado, estes convites, tanto para a NATO como para a adesão à UE, visam atacar indirectamente a Rússia. Mas os ataques diplomáticos feitos à Rússia nos últimos já estão a causar mossa, e se a chegada da embarcação de guerra Pedro, o Grande ao mar do Caribe é um lado visível, há acordos que o Kremlin está a selar e não são dos melhores. Moscovo já vendeu ao Irão armamento de defesa, que qualifica, e em muito, o poderio militar iraniano, num momento em que se sabe que o seu projecto nuclear está a desenvolver-se a bom ritmo, podendo Teerão estar na posse de poderio nuclear dentro de ano e meio.
As cinzas das relações entre o Ocidente e Moscovo ainda estão acesas e o Ocidente, em vez de as apagar, encarrega-se de as atear.

(Publicado no Câmara de Comuns)

1 comentário:

FMS disse...

Esse navio é o Petr Velikiy da classe Kirov? Com o grupo de batalha associado, ou sozinho?