Caro André,
Concordo praticamente com tudo o que é expresso. Obviamente, o New Labour deve muito a Brown. Se o Reino Unido teve um enorme sucesso em termos económicos na era de Blair, isso se deve ao responsável do Tesouro: Gordon Brown.
Não omito o desgaste do Governo. Tem quase 11 anos. E uma década no exercício do poder desgasta, e o desgaste, presentemente, devido ao mediatismo, é maior, muito maior do que no tempo de Thatcher ou Major.
Porém, como os tempos provam, e sempre se pôde perceber, ainda que muitos não queiram admitir, Blair não foi apenas um executor fotogénico. Caso contrário, nem quatro anos duraria em Downing Street, se fosse apenas uma imagem sem conteúdo. Muito menos teria alcançado os resultados sem precedentes que obteve nas últimas décadas, durante os seus mandatos. Foi um estadista como poucos são na actualidade mundial. E a Brown falta-lhe esta dimensão política, que também passa pela imagem, mas não se esgota apenas nesta (Merkel é um bom exemplo de uma política sem grande imagem, mas como um sentido político apurado). Brown tem um grande feito, o facto de ter sido o principal responsável das Finanças dos Governos de Blair, sem o qual muitos dos sucessos não teriam sido alcançados. Infelizmente, sujeita-se a ser relembrado como o Primeiro-Ministro desastrado do Labour. Teve tudo nas mãos para deixar a sua própria marca no Reino Unido, assim quisesse legitimar o seu poder, quando assumiu a liderança do partido e do Governo. Não quis. Falta-lhe o faro e instinto políticos. O que distingue os grandes e marcantes políticos dos restantes.
E quanto à dureza da análise, ela não é tão dura como a resposta que os britânicos deram nas urnas.
sábado, 3 de maio de 2008
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