Pedro Santana Lopes foi convidado pela SIC/Notícias para opinar sobre o estado do partido em que milita. Poucos minutos depois do início da entrevista, esta é interrompida por que José Mourinho chegava a Lisboa e a emissão tinha de passar para o aeroporto. Este critério editorial da estação de televisão merece uma palavra: miserável.
Primeiro, porque o assunto em questão, o estado de um dos maiores partidos portugueses merece preocupação, e o partido em causa respeito.
Segundo, porque o entrevistado foi Presidente do PPD e, mais do que isso, Primeiro-Ministro de Portugal.
Só estas duas condições, por si só, bastavam para respeitar o entrevistado e a entrevista e distinguir o que importava: o PPD ou a chegada de José Mourinho.
A SIC/Notícia preferiu, pelo bem do interesse nacional, emitir a partir do aeroporto, de onde, por acaso, o treinador nem uma palavra disse quando chegou.
Quando a emissão retomou aos estúdios, pouco depois, Santana Lopes fez bem e disse que não diria mais nada, pois por mais respeito que Mourinho mereça, há coisas mais importantes para o país, e seguramente, por muito mal que esteja o PPD, este merece respeito.
Lição exemplar e que merece elogio a atitude do antigo Chefe do Governo. Não vale tudo e não pode valer tudo.
Oxalá a SIC/Notícias, que é um dos melhores canais portugueses, e outros órgãos de comunicação entendam o que devem ter como prioridade no serviço público que prestam.
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3 comentários:
Concordo. É lamentável que a SIC Notícias tenha interrompido a entrevista. Fiquei impressionado pela positiva com a posição do PSL.
Pedro Cardoso
Por uma vez discordo do CMC.
O princípio está correcto. Mas que autoridade moral tem PSL para dizer o que disse?
Armado em estadista que nunca jamais pode ficar em segundo plano face a um reles treinador de futebol.
Como se ele e os "futebois" nunca tivessem ligado. Ele jamais foi presidente de um clube e muito menos comentador de vários programas da bola, claro.
A que propósito é que Santana Lopes quer, de repente, dar uma de Pacheco Pereira?
Simples. O homem acha que o povo não tem memória e não se lembra dos seus tempos futeboleiros. A avaliar pelo que já li na blogos, parece que tem razão.
Mesmo sendo Santana Lopes a ser interrompido, o episódio é lamentável. O critério editorial da decisão é mais que discutível, é infeliz. Se se tratasse de alguma notícia de carácter urgente, de um acontecimento inesperado, tudo muito bem, mas tratava-se apenas, e sublinho o apenas, de José Mourinho.
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