quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Momento mau

Não tenho a mesma leitura do Pedro Correia.
O PPD não acabou.
Está mal? Bastante. Mas isso não significa que morreu.
Razões? Estar na oposição. E, pior, não tem nenhuma proposta de fundo para o país.
O partido está totalmente refém de uma paralisia (de ideias, rumo e estratégia políticas) que se auto impôs e afecta desde que aprovou a escolha de Santana Lopes para Presidente do partido e, consequentemente, Primeiro-Ministro, em 2004.
O partido preferiu a manutenção do poder a qualquer custo. Nestas circunstâncias, sabe-se, é mais de meio caminho andado para a oposição. Por mais que se esforcem os protagonistas, não se governa sem um projecto político para cumprir. E não se cumpre um projecto sem bons protagonistas. Ora, o Governo de Santana nem tinha projecto nem bons protagonistas.
Averbada uma pesada derrota em 2005, o partido preferiu não aprender a lição que o conduziu a uma das piores derrotas nos últimos anos.
O PPD fez de conta que tal faz da vida política, ora se perde ora se ganha. Mas política não é um jogo de futebol, onde a sorte ou azar do jogo são determinantes. Em política, perde-se ou ganha-se mediante a qualidade das propostas, dos protagonistas e da sua credibilidade junto das pessoas.
O PPD tem muitos e bons quadros que, seguramente, não se querem ver envolvidos nesta eleição nem próximos destas personalidades que ambicionam a liderança. E não será o momento oportuno para aparecerem, não se sujeitem a apanhar muita da lama que tem sido arremessada nestes dias.
Provavelmente, depois de a poeira baixar, e vai demorar algum tempo, o partido vai poder contar com melhores protagonistas, com pessoas que ofereçam qualidade e se dêem ao respeito, algo que nem Mendes nem Menezes garantem, depois destas últimas horas.
Actualmente, o partido vive um hiato, que começou em 2004 e não sabe quando vai terminar.
Há algo que não se pode esquecer que o PPD tem: o faro do poder.
Seria interessante, por exemplo, saber o que se pensa o número um da Comissão Europeia ou o Presidente da República desta situação.
Corredores de fundo como são os dois, sabem que precisam de passar este período sem se envolver, para que acalmadas as hostes possa surgir (de Bruxelas), ou impulsionar (a partir de Belém), um novo rumo para o partido.

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