O líder conservador David Cameron desafiou o primeiro-ministro Gordon Brown a marcar eleições antecipadas apesar de as previsões lhe serem desfavoráveis.
Cameron não sabe se será bem ou mal sucedido na liderança dos Conservadores, isto é, ganhar as eleições e alcançar a função de Primeiro-Ministro. Há poucos meses, no fim da era Blair, tudo indicava que sim. No entanto, Brown demonstrou não ser uma sombra de Blair e conseguiu o que poucos previam, mesmo no Labour, voltar a liderar as sondagens e gerir, com qualidade, o Governo britânico. Tendo sido submetido a uma série de testes difíceis, desde ameaças de atentados a cheias, além do crónico problema de lidar com as enfermidades que afectam a agricultura das terras de Sua Majestade. De todos os casos difíceis soube sair-se bem.
Há uma semana, na Convenção do Labour, Brown tinha a faca e o queijo na mão, se anunciasse a convocação de eleições antecipadas. Fez tabu do assunto e assim se mantém. Tudo está no segredo de Downing Street.
Numa jogada inteligente, hoje, Cameron convida Brown a vir a jogo. Quando devia ser o contrário.
Mesmo sabendo-se em desvantagem, nas sondagens, os Conservadores sabem que têm de jogar ao ataque, não à defesa, afinal estão na oposição. Mesmo não desejando eleições, pois correm o risco de perder, os Conservadores sabem que ao colocar a fasquia de pedir, antes do Labour, eleições, podem obter proveitos. Primeiro, se Brown convocar eleições, os Conservadores dirão que o Labour rendeu-se à sua proposta. Sinal de fraqueza do Primeiro-Ministro e sinal de força dos Conservadores junto do eleitorado. Segundo, se não houver eleições, como parece o mais provável, Cameron ganha dois anos para preparar a corrida e esperar um deslize do Governo, além de apostar na cartada de desgaste de 12 anos de trabalhismo.
Cameron atacou o lado mais débil de Brown, não apresentando qualquer proposta inovadora, mas pela falta de temeridade de Brown pelo risco.
Em política a falta de audácia costuma pagar-se caro.
P.S.- Aqui está algo que pode prejudicar Brown.
domingo, 30 de setembro de 2007
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