terça-feira, 1 de abril de 2008

Preocupante

O tribunal constitucional aceitou a queixa contra o Partido da Justiça e do Desenvolvimento, AKP, do primeiro-ministro Recep Tahip Erdohan, apresentada pelo procurador-geral do tribunal de apelação, que acusa a formação política de ameaçar a laicidade do Estado.
A decisão reveste-se de alguma importância já que os 11 juízes aceitaram por unanimidade examinar a queixa que pede o afastamento político de 71 dirigentes do partido islâmico, incluindo o primeiro-ministro, por um período de 5 anos.
Já sem unanimidade, os juízes concordaram também considerar o afastamento do presidente Abdullah Gul, apesar de já não ser militante do AKP e do chefe de Estado poder apenas ser levado a tribunal em caso de alta traição.


Afinal, não foram os militares a colocar em causa o poder político do AKP, mas os tribunais, que pretendem agora assumir-se como os defensores da política de Ataturk.
A verificar-se a decapitação política das pessoas envolvidas, entre os quais o Presidente da República e o Primeiro-Ministro, a Turquia sujeita-se a mergulhar numa profunda crise que desencadearia um grave problema para toda a região, que, neste momento, precisa de tudo menos de instabilidade.

2 comentários:

Pedro Sá disse...

Eu não iria tão longe. Isto trata-se apenas de uma aceitação formal. Quase burocrática.

Ou seja, de que não há razões para indeferimento liminar.

CMC disse...

Não se trata de ir longe Pedro, mas de notar a instabilidade que provoca.