quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O (correcto) exemplo de Menezes

João Villalobos, numa interpretação que faz da manutenção de Menezes em Gaia com a presidência do PPD, alude a um artigo do Correio da Manhã, que apresenta a justificação do novo Presidente laranja para a acumulação dos dois cargos. Trata-se, seguindo o autarca de Gaia, de “uma visão europeia moderna da assunção de responsabilidades políticas”. Para isso inspirou-se nos antigos primeiros-ministros franceses, Pierre Mauroy, Chaban-Delmas e Alain Juppé
Nunca, como se calhar agora, Menezes foi tão coerente com as suas palavras e actos em política. Ele que nunca se fadou para isso. No congresso de Barcelos disse que não mais seria candidato a Gaia e acabou por ser. Nada que surpreenda.
Porém, em relação a uma das referências que cita, Juppé (e dispenso a leitura sensacionalista do CM quanto à corrupção de que foi acusado o antigo Primeiro-Ministro gaulês, pela qual teve de ficar afastado da vida política salvo erro dois anos; se em França se verificasse e julgasse o que fez um antigo Maire de Paris que depois viria a residir oficialmente no Eliseu durante 12 anos... Juppé sempre foi um bobo da festa), mas, escrevia, Juppé deve ser mesmo a referência de Menezes. Não é mero acaso. Trata-se, apenas e tão só, do político da direita gaulesa contemporânea que mais derrotas nacionais averbou, resumindo a sua glória política à conquista da Câmara de Bordéus, à qual, por acaso, volta a ser candidato, depois de não ter alcançado a eleição para deputado no Verão, condição que Sarkozy impôs na UMP para os Ministros manterem o seu cargo no Governo.
Menezes, como Juppé, tem a sua Bordéus do lado sul do Porto. Outra coincidência? Bordéus também é terra de bom vinho. Percursos análogos? 2009 deve corroborar.

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