sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

10 razões para amar Chávez

Uno: "Porque Chávez nos ama, y amor con amor se paga". Dos: "Porque Chávez nos ama y por eso es incapaz de hacernos mal. Si propone la enmienda, sentimos, sabemos, que lo hace para el bien de nosotros, del país, de la revolución"... Seis: "Porque al aprobar la enmienda estamos fortaleciendo a Chávez y fortaleciéndonos nosotros". Son 10 las razones por las que, según el Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), los electores deben votar sí a la enmienda constitucional que ha propuesto el presidente, Hugo Chávez, para establecer su reelección indefinida en el poder.
En cada estación de metro de Caracas, funcionarios públicos y militantes del PSUV reparten el decálogo chavista, que apela, una vez más, al "amor" por el comandante


Tanto amor pelo líder que tanto tempo desperdiçou em melhorar a Venezuela.

Sarkozy não teve uma quinta-feira negra

La France a connu, jeudi 29 janvier, une mobilisation massive contre la politique économique et sociale du gouvernement, échappant toutefois à la paralysie et au "jeudi noir" prévus par certains.

Esperavam os sindicatos e partidos de esquerda uma paralização total de França. Não alcançaram.
Sarkozy ri-se e pode somar mais esta greve. Algo tão natural em França como votar.
O que muda e causou o protesto? Nada.

O pacífico carregamento do barco iraniano com bandeira cipriota

Cypriot authorities on Thursday detained an Iranian arms ship en route to Syria, a European diplomatic source said.
It is carrying a large amount of weaponry, including artillery rounds and rockets that Israel believes are destined for either Hezbollah or Hamas.
Since the ship was flying Cyprus' flag


E pede Ahmadinejad a Obama para os EUA não terem políticas expansionistas e pedir perdão pelos seus pecados.
Bem prega Frei Tomás!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A sucessão de Lula começa a aquecer

Serra conquista apoio de Alckmin e une o PSD B de São Paulo, mas seu maior desafio para 2010 ainda é convencer Aécio Neves e a maioria do partido a desistir de prévias

Com Alckmin fora da corrida, depois da derrota nas presidenciais com Lula, em 2006, e na Câmara de São Paulo, em 2008, o caminho para José Serra ser o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto está mais aberto. Porém, no campo tucano também há quem queira suceder a Lula: Aécio Neves, Governador de Minas Gerais.
Não havendo entendimento entre Serra e Aécio, tudo indica que haverá primárias no partido para escolher o candidato e Serra pode ter o seu rumo comprometido. No entanto, há outro problema, o conflito deixar marcas e haver uma cisão, com a possível assunção presidencial de Aécio pelo PMDB, caso não leve a melhor no PSDB.
Para seguir.

(Publicado no Câmara de Comuns)

Acontecimentos destes dias

Se em Davos, na Suíça, os líderes mundiais se pronunciam sobre a actualidade, em Belém do Pára, no Brasil, decorre deste terça, e até domingo, o encontro dos altermundialistas, o Fórum Social Mundial.

A "mão de Deus" de Chávez?

El director técnico de la selección nacional, Diego Maradona, se mostró en un acto proselitista, en Caracas, en apoyo al proyecto reeleccionista del presidente Hugo Chávez.
Maradona dijo que "es un honor" haber sido elegido para celebrar el próximo 2 de febrero "los 10 años de la revolución" que lidera el bolivariano.


Maradona foi a Caracas, não como selecionador argentino de futebol, para observar algum jogador, mas para se associar e ajudar o seu amigo Chávez na vitória do referendo que pode permitir-lhe perpetuar-se no poder.
No domingo assinalam-se os 10 anos de poder de Chávez.
Pena que El Pibe, tão dado a preocupações com os mais necessitados não tome em atenção o estado da Venezuela, que recebeu milhões de petrodolares nos últimos anos, mas a pobreza, que o pseudo-biblista-bolivarista diz combater, não desapareceu.

No comment

Assim começa o ano na Corea do Norte.

A primeira entrevista de Obama

Um bom sinal dado por Obama. A primeira entrevista que dá como inquilino da Casa Branca foi ao canal árabe do Dubai, Al Arabiya, numa manifesta vontade de querer mostrar disponibilidade de dialogar com todos. E a escolha de um canal árabe não é inocente. Num tempo em que tanto se refere o acosso entre o Ocidente e o mundo muçulmano, Obama manifesta a aspiração de encontrar pontes de diálogo, com todos os interessados.
A Folha de São Paulo disponibiliza, em português, a entrevista.
Naturalmente, esta vontade de Washington querer falar com Teerão está a causar incómodo em Riade, aliado estratégico dos EUA na região. Uma circunstância para acompanhar.

Dia de greve em França

Organisée pour défendre l'emploi, le pouvoir d'achat, les garanties collectives et les services publics, et dénoncer la politique anticrise du gouvernement, cette mobilisation est regardée avec sympathie par l'opinion, selon tous les sondages : 69 % la jugent "justifiée", selon le dernier en date (BVA-Orange-Express).

A França deve dar hoje mais um exemplo de como parar um país. Porém, com um Governo comandado por quem quer uma coisa e o seu contrário e uma população que quer manter um estilo de vida da década de 70 do passado século, cheia de regalias e direitos, com poucos deveres e muitas responsabilidades do Estado, por mais que se proteste, condene e critique, não há grande saída possível.

Berlusconi sem preocupações

La izquierda italiana se disgrega
Según el sociólogo Nando Pagnoncelli, de Ipsos, "la distancia global entre la derecha y la izquierda es en este momento la mayor de la historia italiana: 55% contra 40%".


Com a inexistência de uma oposição, de esquerda, forte, il Cavalieri governa a seu bel-prazer.
Como sempre, a história repete-se. Onde a esquerda brinca às ideologias a direita ganha e faz o que quer. Até pode governar mal, como é o caso, mas as pessoas preferem a direita à esquerda, tal como em França. Porém, em Itália, a realidade é mais complexa e a Justiça é uma manta de retalhos.

Proteccionistas na abertura de Davos

el primer ministro ruso, en la inauguración oficial del Foro también ha reconocido que su país ha sufrido el golpe, pero advirtió contra recetas "populistas" simples para tratar los síntomas de la enfermedad, que luego pueden traer mayores complicaciones. "No debemos volver al aislacionismo ni al egoísmo económico sin límites, y aunque algo de proteccionismo puede ser inevitable durante la crisis, todos debemos tener un sentido de la proporción", ha dicho.
También se ha mostrado radicalmente contrario a regresar al papel prepondeante del Estado para paliar los efectos de la crisis. "La excesiva intervención del Estado en la actividad económica y la fe ciega en la omnipotencia del Estado es un error", ha agregado, para recordar que el pensamiento que se aplicó en la antigua Unión Soviética respecto "al rol absoluto del Estado" condujo a una ausencia total de competitividad.

No considerado forum do capitalismo, o primeiro dia de trabalhos é aberto por dois Primeiro-Ministros de dois países pouco atreitos à concepção plena do capitalismo, o chinês e o russo. Se o primeiro ainda é partidário do comunismo, o segundo cresceu num regime comunista. Apesar da Rússia há muito ter perdido os ensinamentos leninistas como verdades sagradas, ainda se verificam alguns dos seus métodos. E, o mais surpreendente, é ouvir Putin dizer que "a fé cega na omnipotência do Estado é um erro". Será que ele tem em conta o que se passa no país que governa?
Davos continua a ser um local para boas surpresas!

A incrível desfaçatez de Ahmadinejad

Ahmadinejad quer que EUA peçam perdão pelos seus “crimes”
O chefe de Estado iraniano sugeriu que os EUA “devem encontrar-se com as pessoas, falar com elas com respeito e pôr fim às políticas expansionistas”. E, “se querem mudança, devem pôr fim à sua presença militar no mundo, retirar as suas tropas e levá-las para o interior das suas próprias fronteiras.” Devem ainda, concluiu, “deixar de apoiar os sionistas [Israel], os fora-da-lei e os criminosos [implícita alusão aos dissidentes na sociedade civil e à resistência armada dos Mujahedin e-Khalq/Combatentes do Povo, recém-retirados pela UE da lista de grupos terroristas]; e não mais interferir nos assuntos de outros povos”.


No dia seguinte à primeira entrevista de Obama, como Presidente, dada ao canal árabe do Dubai, Al Arabyia, na qual o novo Presidente norte-americano reconheceu os erros do seu país em relação ao universo muçulmano, eis que no dia seguinte surge Ahmadinejad, não a estender a mão, mas a cerrá-la.
Talvez fosse melhor dizer (exigir?) que os EUA têm de pedir perdão e extirpar o Estado sionista, como sonha o flamejante de Teerão.
Por outro lado, não deixa de ter a sua graça ver Ahmadinejad a reclamar dos EUA aquilo que o Irão hoje pratica: implementar políticas expansionistas, no Iraque, na Líbia e em Gaza.
É preciso descaramento.
Obama bem pode querer dialogar com Teerão. Esse é um ponto que não interessa nem serve os propósitos do actual poder político iraniano.

(Publicado no Câmara de Comuns)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

PP à deriva

«Van a por mí», asegura Esperanza Aguirre, que se considera una víctima del espionaje

Enquanto Zapatero se encontra numa situação muito vulnerável, com a crise que afecta gravemente a Espanha, na direita, uma suspeita de que a Presidente da Comunidade de Madrid, Esperanza Aguirre, colocou antigos polícias a espiar elementos próximos do seu companheiro de partido e mais-do-que-inimigo, o Presidente da Câmara de Madrid, Alberto Ruiz-Gallardón, tem deixado o rasto de suspeita nestes dias, parecendo que não há nada mais importante para destacar nas primeiras páginas.
Os dois surgiram juntos, ao lado de Rajoy, no passado fim-de-semana, mas as suspeitas continuam e Aguirre aparece como a má da fita.
Disputas do futuro do PP, dizem uns, tentativas de anular os populares, dizem outros.
Os esclarecimentos ainda emergiram, mas Rajoy não consegue descolar da imagem de um líder da oposição quase inexistente.

Primeiro líder mundial a "anunciar" o fim da crise

Prime Minister Vladimir Putin said he sees "light at the end of the tunnel" for the Russian economy by the middle of the year, and he called for global rules to avert a repeat of the current crisis.

Normalmente no que mexe, Putin tem alcançado o que quer. A confirmar dentro de meses.

Eleição que pode ser histórica

El obstáculo principal que tiene por delante Frei es el empresario Sebastián Piñera, el abanderado de la derecha, cuya fortuna se estima en 1.300 millones de dólares, que tras ser derrotado por Bachelet en 2005, inició de inmediato la carrera para la elección presidencial de diciembre de 2009 y que tiene ahora una gran ventaja en todos los sondeos sobre su rival democristiano.

No dia 11 de Dezembro deste ano, os chilenos vão escolher os deputados ao Parlamento Nacional e o Presidente da República.
A actual Presidente, Michelle Bachelet, impedida constitucionalmente de recandidatar-se - estava na altura de se fazer uma alteração constitucional, de modo a permitir dois mandatos, tal como é dada essa possibilidade ao Presidente em exercício no Brasil, Colômbia e EUA - sai da chefia do Estado, que neste momento, de acordo com os dados avançados, pode ser conquistada por Sebastián Piñera. A suceder, seria um facto histórico, pois pela primeira vez, depois da queda de Pinochet a direita regressaria ao poder. No entanto, o antigo Presidente Eduardo Frei regressa ao activo para reconquistar o primeiro lugar do Estado.
O Chile promete este ano uma luta política interessante.

A prioridade venezuelana

Latinoamérica aumenta en un 91% el gasto de defensa en el último lustro
Venezuela encabeza la inversión en armamento en la región.- La mayoría de países ha adquirido armas para modernizar y sustituir viejas tecnologías, según un informe sobre gasto militar


Na Venezuela de Chávez até pode faltar leite às pessoas, mas não faltam armas. Prioridades!

Começa hoje o Forum de Davos

Começa hoje, na Suíça, o Forum Económico Mundial. A crise actual dá ainda mais projecção ao evento, pois aguardam-se com expectativa apresentações da leitura e respostas à actualidade de diversos líderes mundiais.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A Geórgia de Saakashvili

Even worse is the fact that Georgia is no longer the focus of NATO's and the European Union's interests. Georgia failed as a democratic state. It failed to have free media or an independent justice system. The country did succeed in locking up political prisoners, taking over private properties from independent business owners, and having the most corrupt government in the Caucasus.
According to Human Rights Watch, there are 86 political prisoners in Georgian jails. The recent arrest of Archil Benidze, who donated money to the strongest opposition movement for justice, the Georgian Labor Party, sent shockwaves through political circles. Benidze has since been sentenced to seven years in jail.
Georgia had a dream. But the man who stormed the parliament building in the fall of 2003 has been weakened by ego, hubris and greed.


O estado em que se encontra o Estado georgiano, descrito por um antigo parlamentar georgiano, Tsotne Bakuria.
Quem no passado Verão se compungiu com Saakashvili, por causa da resposta russa, pode constatar em que situação o actual Presidente deixou o país, a quem em 2003 deu um sonho e uma esperança.

Um bom desafio lançado por Ancara

O governo turco, acusado de se aliar ao Hamas durante o recente conflito em Gaza, pediu ao grupo radical islâmico que desista da luta armada e dê preferência aos meios pacíficos para alcançar os objetivos. "O Hamas deveria tomar uma decisão: quer ser uma organização armada ou um movimento político?", disse o chanceler turco, Ali Babacan

O desafio lançado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Ali Babacan, devia merecer eco e uma resposta afirmativa do Hamas.
A Turquia está a assumir o seu papel de actor regional, de querer contribuir para a estabilização do Médio Oriente.

Uma nova era de entendimentos?

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, concordaram sobre a necessidade de pôr fim às "flutuações" nas relações entre os dois países em um telefonema na segunda-feira, informou a Casa Branca nesta terça-feira.
"Os presidentes concordaram que, como eram ambos líderes novos vindos de uma geração pós-Guerra Fria, eles tinha uma oportunidade única para estabelecer um tipo fundamentalmente diferente de relacionamento entre os dois países", disse a Casa Branca.


Será um dos relacionamentos mais esperados do globo. Como se irão dar Obama e Medvedev? Para já, as promessas são de paz e amor.

Possíveis acordos condenados ao fracasso

A oposição do Zibabué rejeitou ter chegado a um acordo com o presidente Robert Mugabe para formar um governo de unidade nacional.
As declarações foram proferidas pelo porta-voz do Movimento para uma Mudança Democrática, depois dos líderes sul-africanos, reunidos ontem em Pretória, terem anunciado um entendimento para pôr fim a dez meses de crise política.


Enquanto Mugabe for Presidente da República, dificilmente se estabelecerão entendimentos. Há muito que Mugabe é o problema, não a solução do Zimbabué.

A débil trégua

O reinício dos confrontos entre o exército israelita e militantes palestinianos ameaça a trégua declarada há nove dias na Faixa de Gaza.

A chegada de contigentes de Forças Armadas de outros países a Gaza seria desejável, de modo a poder travar a quebra desta débil trégua.

Uma oportunidade estendida a Teerão

La secretaria de Estado de EE.UU., Hillary Clinton, afirmó que Irán tiene "una clara oportunidad" para cooperar de "manera productiva" con la comunidad internacional en las negociaciones nucleares y otros asuntos.

Espero estar enganado, mas o Irão não estará disposto para esta oportunidade.
Obama entre com passos de cordeiro, mas mais cedo ou mais tarde perceberá que em certos casos, a diplomacia, sem diálogo e compromissos mútuos, pouco adianta.

O Irão não pode mudar?

Irão espera "mudança concreta" por parte da política americana

De Teerão espera-se mudança de atitude de Washington. E Teerão não pode mudar?
Exige-se aos outros o que não se faz. Bem prega Frei Tomás!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Obama a apoiar Ahmadinejad

Os Estados Unidos vão adoptar em relação ao Irão uma “diplomacia vigorosa” que compreenda uma “diplomacia directa”, afirmou hoje a nova embaixadora americana na ONU, Susan Rice.

O diálogo e a diplomacia são desejáveis? Obviamente. Mas, só é possível dialogar com quem tem interesse em procurar soluções. Neste momento, o diálogo, de empatar, interessa, e muito, aos senhores de Teerão, de modo a fazer passar o tempo. Enquanto as palavras sem consequência se gastam, o processo nuclear avança.
Quando estamos a poucos meses das presidenciais iranianas, e Ahmadinejad está em risco de não renovar mandato, com esta atitude norte-americana, o mais beneficiado será, precisamente, o actual Presidente iraniano, que poderá gabar-se internamente de ter feito os EUA genuflectir perante o Irão.
A ala moderada iraniana merecia outro tipo de apoio, que não o do obstáculo dos EUA às suas pretensões de triunfar.

O favoritismo do Likud

Israelis prefer Benjamin Netanyahu to be the next Prime Minister of Israel over any other candidate, with the Likud chairman being picked by 29 percent of those surveyed.

Continua a confirmar-se o favoritismo do Likud. Infelizmente, nem Livni ou Barak parecem capazes, neste momento, de derrubar Netanyahu.

O porquê de afastar o Hamas da esfera de Teerão

But the outcome of one issue will prove more important to Obama's presidency than all others: Will his administration succeed in preventing Iran from acquiring nuclear weapons?
A nuclear-armed Iran will change the world as we know it. It will pose a direct existential threat to Israel. Equally, Iran's terror proxies, including Hezbollah and Hamas, will operate under an Iranian nuclear umbrella. Iran will move quickly to dominate the world's oil supplies and the nuclear nonproliferation treaty will be rendered meaningless.


Este artigo de Netanyahu, quanto ao perigo do Irão nuclear para o mundo, justifica o porquê de envolver o Hamas em negociações.
Uma das formas de enfraquecer o actual poder político de Teerão é a perda de aliados regionais e os interesses do Hamas não são coincidentes com os do Irão.

O enfraquecimento dos Tigres Tamil

Sri Lankan troops have seized the last town held by separatist Tamil Tiger fighters, Lieutenant General Sarath Fonseka, the army chief, says.
"We have completely captured Mullaittivu," he said in a televised address to the nation on Sunday.
"The end of terrorism is near and we will definitely win. The Tiger garrison of Mullaittivu was destroyed today," Fonseka said.


As Forças Armadas do Sri Lanka parecem mais perto de deter os ataques dos Tigres Tamil, que pretendem há mais de duas décadas a independência da área norte e oriental do antigo Ceilão.
O General Fonseka (o apelido evidencia bem a marca lusa em terras do Índico) transpira optimismo, mas é cedo para dar a batalha como vencida.

Punhos cerrados ou mãos abertas, de quem?

El presidente venezolano, Hugo Chávez, recomendó hoy a Estados Unidos un cambio de política si quiere recibir las manos extendidas de los pueblos del Sur.
En su columna dominical Las líneas de Chávez, el mandatario indicó que Barack Obama asumió la presidencia de Estados Unidos “en medio de grandes expectativas de un mundo que dice ya basta, ante tantas agresiones de un Imperio en decadencia”.
Obama ha dicho que allí donde “los líderes que quieren crear conflictos estén dispuestos a abrir el puño”, entonces “les vamos a tender la mano”, recordó Chávez.


Penso que esta Administração norte-americana, ao contrário da anterior, não virará costas à América Latina. Pelo contrário. Mas esta posição, por si só, será a suficiente para de Caracas se ouvir que há uma "ofensiva do império".
Não penso que a ALBA se renda à ALCA, nem vice-versa.
Veremos se é Obama que abre a mão ou se é Chávez que a mantém fechada.

Referendo venezuelano

Encuesta da ventaja al “si” en referendo constitucional venezolana

Bem perto da Bolívia, a Venezuela, a poucas semanas de novo referendo que pode permitir a eleição crónica de Chávez, na presidência do país, o "sim" a essa permissão constitucional está à frente do "não".
Não creio que desta vez o pseudo-biblista-bolivarista deixe escapar a oportunidade, como em 2007.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Morales ganha referendo

La mayoría de los bolivianos que acudieron hoy a las urnas dijo Sí al proyecto de nueva Constitución, dirigido a refundar el país.
El respaldo al nuevo texto constitucional, votado por primera vez en la historia de Bolivia, se registró en cuatro de nueve departamentos (La Paz, Cochabamba, Oruro y Potosí).
Según ese estudio,la votación en contra de la nueva ley de leyes se registró en Santa Cruz, Tarija, Beni, Pando y Chuquisaca.


Como se esperava, Morales ganhou o referendo e as divisões de apoio ou reprovação do documento surgiram de onde se esperavam.
Talvez o documento possa mudar muito, na lei, para pouco alterar na realidade, isto é, uma sociedade dividida.
Entretanto, a Bolívia continua a ser o país mais pobre da América do Sul.

Despedida do Governo francês sem apelo nem agravo por Sarkozy

Jeudi soir, Rachida Dati a, de fait, été congédiée du gouvernement par le chef de l’Etat.
Pour faire céder Dati, Nicolas Sarkozy mais surtout ses amis chargés des basses besognes ont utilisé tous les stratagèmes : manipulation de la presse pour distiller les rumeurs hostiles, déstabilisation interne via des collaborateurs amis au sein du ministère de la Justice, travail de sape et humiliations pour dénigrer le travail de la ministre.


Rachida Dati surgiu no mundo político francês pela mão de Sarkozy, devido à amizade que tinha com Cécilia, antiga mulher do Chefe de Estado gaulês.
Agora, é despedida do Governo por Sarkozy, que se cansou dela. Influência de Bruni? O tempo dirá.
Seja como for, Sarkozy fez questão de desacreditar a sua Ministra da Justiça, em especial num momento delicado para a sua vida pessoal, quando estava na fase final de uma gravidez de risco.
Ontem, numa tentativa de amaciar a saída em breve de Dati do Governo, lançou-a como número dois da UMP ao Parlamento Europeu, numa lista encabeçada por Michel Barnier.
Caso para dizer, com amigos destes, quem precisa de inimigos? Dati merecia melhor sorte e mais respeito!

sábado, 24 de janeiro de 2009

O testemunho da África miserável e esquecida ainda existente

Somalia is a country in tatters. For 15 years it has had no functioning government.
In the last two years, at least 10,000 people have been killed.
Almost half of its population – more than 3 million people – are in need of food aid, according to the United Nations.
Although the pirate crisis grabs the headlines, the fact is that for years this African country was left to fester in ungoverned criminality and violence as its society literally disintegrated.


Uma questão pertinente da Al Jazeera, é a Somália um novo Afeganistão?
Há muito que este país africano está à mercê do crime e do terror. E isso também nos afecta, como recentemente o surto de pirataria nos mares somalis provou. Sem esquecer que o país serve de base a células terroristas. Com um país assim, sem rei nem roque, a imundíce que ceifa a vida das pessoas, triunfa.

O plano que o mundo espera

Obama defende plano econômico e pede aprovação em menos de um mês

Uma vez mais, os EUA no centro da decisão. Se este plano de Obama resultar, todos ficaremos a ganhar e agradecidos aos EUA por terem resgatado, uma vez mais, o globo da crise que atravessa.
Dirão uns: mas foram os EUA que criaram o problema. Pois foram. Mas de que vale procurar os culpados - que já conhecemos, Bush e quejandos -, se não melhorarmos as nossas condições, recuperarmos a confiança e derrubarmos a crise?
Do mesmo modo que criaram o problema, são os mesmos EUA que mostram e dão a cara e o empenho para o resolver. É nisto que a América é grande.
Oxalá o plano de Obama triunfe!

(Publicado no Câmara de Comuns)

Bom gesto do Hamas

Hamas agrees to allow Fatah forces to patrol Rafah crossing
Hamas spokesman Ayman Taha told Asharq Al-Awsat that his group wants European Union and Turkish troops to patrol Gaza's border crossings with Israel.


O Hamas dá bons sinais de querer dialogar e manifesta vontade de cooperar. Seria bom que os diversos actores envolvidos, de Israel aos EUA, da UE aos Estados regionais, soubessem dar uma resposta positiva e em conjunto procurar soluções conjuntas.

Bibi continua na frente

Less than three weeks before the general election, Likud leads Kadima by four mandates, according to the results of two polls published Friday morning.

Uma sondagem ontem publicada continua a dar o Likud à frente das intenções de voto e o Kadima a consolidar pouca distância do partido de Bibi. Quanto ao futuro pós-eleitoral, tudo está em aberto quanto à constituição do próximo Governo, pois os resultados das principais formações conduzem a um empate, que poderá, como quase sempre, ser desfeito pela posição das pequenas formações.

Tempo de crise, tempo de compras

A top Russian government minister said Saturday that state-owned Vnesheconombank is taking ownership of Hungary's Malev Airlines

Um banco estatal russo acaba de comprar a companhia aérea húngara, Malev.
Em tempo de crise, e a Hungria enfrenta graves problemas económicos, a Rússia faz mais uma compra, num sector estratégico.

Referendo boliviano

Bolivia celebrará mañana su referendo constitucional en una cita histórica para el país, que por primera vez somete a consulta popular una Carta Magna y que supone un examen decisivo para el proyecto refundacional del presidente Evo Morales.
Más de 3,8 millones de ciudadanos están llamados a las urnas el domingo para decidir si apoyan o rechazan una Constitución que propone una Bolivia plurinacional, orientada a la integración indígena y social, con autonomías y con una economía de carácter "estatista".
"Una Bolivia unida y con autonomías" ha sido el lema más repetido por el presidente Morales a lo largo de su campaña en defensa de la nueva Constitución, cuyos principales detractores son sus opositores regionales de los departamentos de Santa Cruz, Beni, Tarija y Chuquisaca.
En su campaña por el "No", la oposición se ha centrado en criticar que el nuevo texto divide a Bolivia en más de 30 naciones "originarias", rompe el principio de igualdad en favor de los indígenas, no asegura una auténtica descentralización autonómica y pone en peligro valores como la religión católica o la familia.


Morales deve levar amanhã a sua investida avante, com o respaldo da maioria dos bolivianos ao seu projecto constitucional, que conduzirá a um aprofundamento da divisão social e cultural, ainda maior, que a sociedade boliviana hoje atravessa, devido às suas políticas.
Os resultados de amanhã podem traduzir isso de modo objectivo, com as regiões mais ricas, com Santa Cruz a liderar, a opor-se e as menos prósperas a apoiar, tendo a zona de La Paz a particularidade de apoiar Morales, mais pelo receio da capital perder o seu título para Sucre do que propriamente de morrer de amores pelo actual Presidente da República.
Para o futuro, fica por confirmar esta promessa de Morales:
Morales tuvo también que ceder en sus posibilidades de reelección y se comprometió a presentarse solo una vez más a los comicios presidenciales, que se celebrarán de forma anticipada el 6 diciembre de 2009

Aquece a luta política na África do Sul

Com a promessa de defender "sem medo" a Constituição e o Estado de direito, o recém-formado partido Congresso do Povo (com a sigla COPE) apresentou hoje na cidade de Port Elizabeth o seu manifesto eleitoral para 2009.
Fundado por dissidentes do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder desde 1994), o novo partido político aposta forte na ocupação do mesmo espaço político e no crescimento à custa da tradicional base de apoio daquele partido.
O presidente do COPE e ex-ministro da Defesa, Mosioua Lekota, acusou na cerimónia de lançamento do documento, perante mais de 30 mil pessoas, o ANC de colocar em perigo a independência do sistema judicial para defender os seus membros envolvidos em actos de corrupção -- designadamente o seu actual presidente, Jacob Zuma -- e de punir aqueles no seu seio que se insurgem contra os corruptos que grassam nas suas fileiras.


Depois do ANC ter lançado o seu manifesto para as legislativas deste ano, foi a vez do recém formado COPE apresentar o seu programa.
Percebe-se que o confronto entre os dois partidos gira em torno de guerras no seio do ANC, de onde os rostos do COPE sairam para formar este partido. Ainda bem presente, no COPE, está o despejo literal que Zuma fez de Mbeki da Presidência do país.
Um confronto para acompanhar.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ver para crer

Barack Obama, the new US president, will engage in "tough and direct" diplomacy with Iran "without preconditions", the White House has said.

Veremos de que modo, quando e onde Obama irá falar "sem condições" com os actuais responsáveis políticos iranianos, tendo em vista o entendimento dos EUA e do Irão.
Desejável? Sim. Provável? Neste momento, muito difícil.
Não creio que a mudança de Presidente em Washington faça Teerão mudar de planos quando ao seu projecto nuclear.

Um tanto ou quanto surpreendente

Meshal urges West: Stop trying to eliminate Hamas, deal with us

O pouco dado a diálogos Meshaal apela à troca de palavras do Hamas com o Hamas. Um bom sinal. Terá aprendido alguma coisa com Hanyeh?
A vontade expressa há dias por Sarkozy de falar com o Hamas e a tomada de posse de Obama, e com isso uma postura mais diplomática dos EUA face ao Médio Oriente, podem estar nessa origem, mas o que se passa no Irão, e as suas presidenciais do próximo Verão, não deve ser afastado das atenções.
Pode estar a surgir outra oportunidade para o Médio Oriente e não se pode excluir o Hamas de uma solução palestiniana que passa tanto pelo envolvimento deste grupo como da Fatah.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Aproximação de Havana a Washington?

El presidente de Cuba, Raúl Castro, dijo esta tarde que Barack Obama "parece un buen hombre". Además, Castro le deseó "suerte" al mandatario de Estados Unidos en el comienzo de su gestión.
"Parece un buen hombre, le deseo suerte", dijo escuetamente el líder cubano
Además, Castro reiteró su disposición a dialogar con Obama sin "intermediarios" y en "igualdad de condiciones"


A mulher do Obama vestiu, na tomada de posse do marido, um fato de um estilista cubano. Facto que não passou despercebido. Pouco menos de 24 horas passadas do juramento do novo Presidente dos EUA e de Havana surgem palavras amistosas e com vontade de dialogar.
Estará um dos mais antigos e relutantes combates políticos à beira da quebra.
Quer Obama quer Raúl teriam a ganhar com a quebra do gelo entre Havana e Washington e marcariam a política dos dois Estados.
É bem possível que diálogos entre os dois possam acontecer, com Obama, e bem, a reclamar a merecida Democracia na ilha do Caribe.

Nem agentes da AIEA nem a BBC no Irão

Irán declara ilegales las emisiones del canal en lengua persa de la BBC
Considera que podría afectar a la seguridad nacional ya que los productores "han incluido en su agenda dañar la imagen del régimen islámico"


Os agentes da Agência Internacional de Energia Atómica não são aceites no Irão, talvez por que apresentariam rapidamente a finalidade militar do programa militar. Desta feita é a nada crível BBC, a ser considerada ilegal, por atentar contra o regime.
A tolerância e a informação qualificada não é o valor mais respeitado pelos actuais líderes políticos de Teerão.

O egoísmo de alguns políticos europeus

Os partidos da coligação de governo na Alemanha envolveram-se hoje em polémica sobre o acolhimento de prisioneiros do campo norte-americano de Guantanamo, defendido pelo chefe da diplomacia, Frank-Walter Steinmeier, mas rejeitado pelo ministro do interior, Wolfgang Schaeuble.
O político democrata-cristão admitiu que "têm de ser os norte-americanos a arcar com as consequências de Guantanamo".


Como seria de esperar, com o anunciado fecho de Guantanamo, os prisioneiros detidos em Cuba têm de sair da base norte-americana e ser transferidos para outros locais. Na maior parte, se regressarem aos seus países de origem, a sentença é conhecida: pena de morte.
Portugal foi o primeiro país europeu a mostrar disponibilidade para cooperar com Washington no encerramento de um dos capítulos mais vergonhosos dos EUA, seguido pela Alemanha, na voz do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier.
Porém, a concordância no seio do Governo CDU/SPD não é consensual. O titular do Interior alemão, o democrata-cristão, Schäuble, diverge do social-democrata Steinmeier. Prenúncios das divergências inevitáveis entre os dois partidos, a poucos meses das eleições legislativas? Também, mas não só.
Enquanto Steinmeier assume uma postura altruísta, o seu colega de Governo demonstra o pior da postura política, como se o problema de Guantanamo fosse só dos EUA.
É interessante observar certos políticos europeus. Quando os EUA importam, Washington tem de estar presente. Quando os EUA precisam, eles que se safem.
Schäuble surge, assim, como o rosto do egoísmo e indiferença política.
Como alemão, que felizmente cresceu na RFA, devia dar o devido valor à solidariedade transatlântica, por que beneficiou, e muito, da ajuda e cooperação norte-americana no seu país.
Veremos o que diz a Chanceler Merkel.

(Publicado no Câmara de Comuns)

Preocupante

The big winner politically in the aftermath of the Gaza war has been Avigdor Lieberman's Israel Beiteinu Party, polls taken since the cease-fire took effect on Sunday have found.
"People said, 'Enough is enough,' and only Lieberman was addressing that issue. While other leaders were out of touch on this issue, Lieberman captured the people's voice."


O ultrarradical Avigdor Lieberman, do Israel Beiteinu, tem, segundo as sondagens, merecido apoios pelo seu discurso inflamado contra tudo o que é palestiniano.
De acordo com um estudo avançado há poucas horas, o seu partido pode ser a terceira formação parlamentar, o que garantiria, praticamente, o Governo de coligação Likud/Israel Beiteinu, presidido por Netanyahu e com Lieberman em lugar de destaque.
Se este senhor e o seu partido granjearem muitos votos, será preocupante.
Recordem-se algumas das palavras proferidas por Lieberman há poucos dias, antes do cessar do conflito em Gaza:
O deputado ultranacionalista israelita Avigdor Lieberman defendeu hoje que Israel deveria combater o Hamas na Faixa de Gaza, como os EUA enfrentaram o Japão durante a II Guerra Mundial. A declaração mereceu já o repúdio de um influente deputado palestiniano.
“Temos de continuar a combater o Hamas como os Estados Unidos combateram os japoneses durante a II Guerra Mundial”, afirmou o líder do Israel Beiteinu (Israel é a nossa casa), formação de extrema-direita que integrou a actual coligação governamental até Janeiro do ano passado.

Já se estava à espera

Dois meses depois de chamar a eleição de Barack Obama de um feito "histórico" que iria permitir a retomada de um diálogo "construtivo", o presidente venezuelano Hugo Chávez considerou que "não há muito a esperar" do presidente eleito dos Estados Unidos, a quem acusou de dar apoio aos seus adversários políticos.
A dois dias da posse de Obama, Chávez retomou seu habitual tom crítico em relação aos Estados Unidos, o "império" que, de acordo com ele, alimenta há anos a esperança de dar fim ao seu governo e até mesmo de matá-lo.


Obama ainda nem abrira a boca nem tomou uma decisão como Presidente dos EUA e Hugo Chávez já sentenciava o seu papel, de senhor do "império". Não surpreende.

(Publicado no Câmara de Comuns)

As vitórias nulas

dentro de uns tempos, quando as armas deixarem de ser usadas com tanta frequência, veremos as duas partes, cada um com o seu argumento, reclamar vitória.

Hamas canta vitória junto às ruínas de Gaza

Como se podia esperar, cada parte reclama a vitória do conflito. Primeiro Israel, agora o Hamas. E, em abono da verdade, ambas triunfaram no seu "jogo". Israel enfraqueceu a ofensiva militar do Hamas em Gaza e o Hamas conquistou apoio popular.

Campanha galega em Buenos Aires

El bocado de los 121.000 emigrantes gallegos que viven en Argentina y que cuentan con derecho voto figura en los menús electorales de todos los partidos. La degustación ya ha comenzado al otro lado del Atlántico. La imagen de Touriño impone ya su mirada sobre los viandantes del centro porteño por el que también circulan los autobuses en los que viajan los carteles donde se puede ver a un rejuvenecido Manuel Fraga en compañía del candidato Núñez Feijóo.

Com o resultado das regionais galegas de há quatro anos bem presente, ganhas pelo PSG devido ao voto dos emigrantes, que afastou do poder galego o histórico Manuel Fraga Iribarne, os partidos não perderam tempo e fazem das ruas de Buenos Aires, a pouco mais de um mês das eleições, um dos grandes palcos de campanha.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O velho amorfismo europeu

Qualquer tentativa do novo Presidente ameriacano, Barack Obama, de obter mais tropas dos Estados-membros da União Europeia (UE) para combater no Afeganistão terá a oposição das populações europeias, segundo uma sondagem publicada hoje no diário britânico “Financial Times”.

Os mesmos que na Europa se rendem a Obama, são os mesmos que se negam a empenhar na defesa do mundo.
Uma vez mais, a Europa à espera que os Estados Unidos assumam as suas e, ao mesmo tempo, as nossas responsabilidades.

O começo

Nunca percebi como tantas pessoas se renderam à campanha de Obama. Talvez defeito meu. Mas foram muitas, de muitos gostos e feitios, por vezes opostos.
A sua candidatura nunca me encantou. Sempre preferi Hillary. E, na recta final, tendo a próxima Secretária de Estado sido arredada da corrida à Casa Branca, e estando McCain na disputa (o mesmo se passaria com Giuliani), preferi o candidato Republicano, só por ser quem é, caso contrário teria preferido Obama a qualquer outro Republicano.
Obama ganhou. Não foi por isso que mudei de opinião e deixei de considerar o país que elegeu duas vezes George W. Bush menos ou mais decente, só por ter ganho a candidatura encarada como imaculada.
Os EUA são uma grande e indispensável nação do mundo. Pela sua grandiosidade e exemplo cívico, mesmo com muitos defeitos que tenha e tem.
O Presidente eleito nunca me encantou nem fascinou. Não o considero um salvador nem um milagreiro. Alcançou feitos inimagináveis, como a sua eleição, e esse mérito ninguém lhe tira.
Obama assume hoje a Presidência dos EUA. A partir de agora espero que seja bem sucedido, por que como europeu, sei que na generalidade, o bem dos EUA será o bem da Europa.
Sei que irei discordar de várias das suas políticas, mas deverei, na maioria, estar de acordo.
Não espero de Obama grandes feitos, mas considero que pode contribuir para um mundo melhor. E isso já será muito bom para nós, da Europa, dos EUA, da Ásia, das Américas e de África.

O fim

Chegou ao fim o mandato presidencial de George Walker Bush.
Longe de ser um Presidente à altura dos grandes estadistas norte-americanos, para já perspectiva-se que a História lhe reserva um lugar pouco abonatório.
O tempo dirá que contributos este Presidente deu e deixou marcados no mundo.
Do balanço dos oito anos que se pode fazer a quente, realça-se a sua presença num dos momentos mais marcantes e trágicos de toda a História dos EUA: o 11 de Setembro.
Investiu numa guerra sem sentido, como a do Iraque, esqueceu-se de combater onde devia, o Afeganistão, desleixou-se com o que não podia, a economia, e deixou o seu país e o mundo numa grave situação, ao mesmo tempo que enfraqueceu o poder mundial dos Estados Unidos.
O tempo dirá, mas provavelmente Bush foi o último Presidente da era em que os EUA eram a única potência mundial.
Dos êxitos que teve, poucos, destaque para a ajuda a África no combate às doenças que assolam o continente esquecido e do captar a Índia para a responsabilização nuclear.
Parte de Washington sem deixar saudades, mas deve ficar a lição das políticas erradas e erróneas que assumiu, para que não se repitam.

Amílcar Cabral destacado em Cuba

Los sueños de Amílcar Cabral fueron cumplidos
Afirmó el Primer Ministro de Cabo Verde en la Universidad de La Habana
Dijo que si antes la mayor parte de la población era analfabeta, actualmente se vive otra realidad: el 80% sabe leer y escribir; el 97% de los jóvenes participa en el sistema de enseñanza, y la nación ha presentado un crecimiento económico promedio del 6% en los últimos años.


Na visita realizada na semana passada a Cuba, o Primeiro-Ministro de Cabo Verde, José Maria das Neves, destacou a presença dos cubanos no envolvimento do período pós-colonial e no cumprimento dos sonhos de Amílcar Cabral.
Penso que Neves sublinhou pouco, na sua intervenção, o sucesso da democracia, que tem levado o arquipélago a patamares invejáveis no quadro africano.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Avizinham-se piores tempos em Espanha

Se a previsão do número de desempregados na Irlanda é preocupante, mais do que duplica em quatro anos, a previsão do desemprego em Espanha é mais grave e gritante, com a previsão de 18,7% em 2010.
Para conhecer os dados no nosso País e dos outros Estados-membros, pode consultar aqui as previsões da Comissão, hoje apresentadas.

O último dia do estado de graça

Sondagem sugere que Barack Obama é agora mais popular do que nunca

Como a História ensina, de pouco vale a popularidade se as políticas implementadas não encontram saídas desejadas pelas pessoas. E em política é muito fácil estar pouco tempo com grande popularidade, mas muito com desprezo.
Ainda há poucos anos assistia-se a um Bush hiper-popular, depois do 11 de Setembro. Sabe-se o seu actual grau de aceitação.
Para Obama, hoje é o último dia do estado de graça. A partir de amanhã ser-lhe-á exigido mais o impossível que o possível, muito por causa da sua motivadora campanha. O próprio tem procurado nas últimas horas baixar a fasquia da "audácia da esperança", mas as pessoas não querem saber disso, apenas querem que as suas palavras correspondam aos actos.
Esperemos que seja bem sucedido, caso contrário poderemos dentro de uns anos considerar estes dias de profunda crise como um paraíso.

(Publicado no Câmara de Comuns)

Aviso a Israel ou disputa com o Irão?

Saudi Arabian King Abdullah warned on Monday that a 2002 Arab initiative offering peace with Israel would not remain on the table forever.
Israel must understand that the choice between war and peace would not always stay open, Abdullah told delegates in Kuwait City at a summit focused on boosting economic growth and development in the Arab world.


As palavras de Abdullah devem merecer mais enquadramento na disputa do poderio regional do mundo árabe do que propriamente um aviso a Israel.
Num momento que Teerão procura fazer sua a dor palestiniana, a outra grande potência regional, a Arábia Saudita, não podia tomar partido de Israel.

Mais um bom resultado dos liberais alemães

Tal como previsto, a CDU de Angela Mergel alcançou a vitória no land alemão de Hesse, um dos mais ricos do país.
Em Hesse, o líder dos democratas-cristãos, Roland Koch, ficou satisfeito com os 37,5% que a CDU recolheu, quase mais um por cento que no ultimo sufrágio regional.
Logo a seguir nas primeiras projecções surge o SPD, com pouco mais de 23 pontos percentuais, o valor mais baixo da história dos sociais democratas alemães.
Em terceiro lugar ficou o FDP, o partido liberal que conseguiu o melhor resultado de sempre, subiu mais sete pontos e chegou aos 17 por cento.


Os liberais alemães estão a obter excelentes resultados nas regionais. Há poucos meses subiram bastante na Baviera. Desta feita, o FDP tem um resultado bastante bom em Hessen. Melhor do que se previa.
Quanto à CDU, Merkel tem razões par descansar. Os democratas-cristãos aguentam-se e os sociais-democratas continuam a averbar pesadas derrotas. Steinmeier tem uma missão quase impossível de alcançar um bom resultado nas legislativas de Setembro.
Veremos o que se segue nas próximas eleições regionais, presidencial e europeias.
Recorde-se que esta eleição no land de Hessen decorre da instabilidade de governar o Estado, na sequência da eleição do ano passado, marcada pela campanha xenófoba de Roland Koch, que este ano deixou a campanha racista de parte. Tudo indica que CDU e FDP vão formar uma coligação.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Vira o disco e toca o mesmo

O Hamas anunciou um cessar-fogo imediato, abrangendo o grupo islamista palestiniano e todos os seus aliados na Faixa de Gaza, e deu a Israel uma semana para sair do território, anunciou um oficial sénior do movimento, Ayman Taha, citado pela Reuters.

Como o Hamas sabe melhor do que ninguém, Israel retirará as tropas quando entender estarem criadas condições para sair, isto é, estiverem assegurados o não ataque do Hamas a Israel. Como Israel sabe melhor do que ninguém, isso não se garantirá, pelo menos até à estabilização de um entendimento entre todas as partes envolvidas na consolidação dos dois Estados, e do lado palestiniano isso implica Fatah e Hamas.

Será desta?

Os primeiros-ministros da Rússia e da Ucrânia, Vladimir Putin e Iulia Timochenko, respectivamente, chegaram esta madrugada a um acordo sobre o gás, após uma reunião, em Moscovo, que se arrastou durante dez horas. A Rússia voltará assim a reabastecer a Europa com gás, através da Ucrânia, nas próximas horas.

Putin e Timochenko entenderam-se e espera-se que as torneiras do gás russo possam ser abertas.
Além da questão energética, veremos qual o impacto deste entendimento na Ucrânia, com Timochenko a surgir como "salvadora", num momento em que Yuschenko tem escassíssimo apoio popular.
Da Presidência checa nem vale a pena dizer muito, dado a sua lassidão e incompetência na gestão deste conflito.

Israel continua a defender-se

Escassas horas depois de decretado o cessar-fogo unilateral por parte de Israel, o Hamas disparou diversos “rockets” contra Sderot, no sul de Israel. A provocação do grupo islamista teve resposta imediata por parte de Israel, que lançou hoje cedo o seu primeiro ataque aéreo desde o curto início das tréguas unilaterais.

Ainda há poucas horas se escrevera aqui:

o Hamas (...) já respondeu às palavras [das tréguas] de Olmert e diz não desistir de atacar Israel. Israel, seguramente, não ficará passiva perante a ofensiva do Hamas em Gaza.

As últimas horas acabam por dar, uma vez mais, validade à intervenção de Israel. Estado que nunca atacou por iniciativa própria, mas sim por legítima defesa.
Segundo alguns, que sempre se manifestam disponíveis para condenar Israel, os ataques do Hamas sã0 justos e a defesa de Israel ilegítima.

A Rússia a conquistar o espaço de influência perdido

Earlier on Saturday, a senior Kyrgyz official told AFP that Kyrgyzstan will order the closure of a US military airbase used to support operations in Afghanistan "in a matter of days" in exchange for a loan from Russia.
Russia, which also operates a military airbase in Kyrgyzstan, saw the arrival of U.S. forces as a Washington attempt to squeeze Russian influence in the ex-Soviet region.
The official said Russia had urged Kyrgyz President Kurmanbek Bakiyev to announce the closure of the base in exchange for financial help to the cash-strapped Central Asian nation, AFP reported.
Russian media have separately reported that Bakiyev would announce the closure of the U.S. base ahead of his planned visit to Moscow next month. The Kyrgyz government has not officially commented on the matter.
Russian officials have discussed extending Kyrgyzstan a 300-million-dollar (225-million-euro) loan as well as 1.7 billion dollars of investment in the energy sector of the ex-Soviet republic, the report added.
"In exchange for such a large loan the Kremlin asked Bakiyev to voice the decision about the pull-out of the US airbase from Kyrgyzstan before his official visit to Moscow," the official said.
Bakiyev's press service has said he will visit Moscow on February 3.


Já aqui se referira a perda da base norte-americana no Quirguistão, importante pelo combate ao terrorismo exportado pelo vizinho Afeganistão.
Afinal, Moscovo estava por trás desta decisão de Bishkek encerrar a base dos EUA. Aos poucos, e com os milhões da energia, Moscovo vai fidelizando as antigas repúblicas soviéticas da Ásia central. Há três anos referira-se, aqui e aqui, essa nova projecção do poder russo na Ásia Central, como um dos eixos do resurgir russo no mundo.

A trégua inexistente

O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, anunciou uma trégua unilateral na ofensiva na Faixa de Gaza, que entra em vigor a partir das 02h locais (meia-noite em Lisboa). Mas com as forças israelitas a permanecerem em Gaza e com o Hamas a recusar parar os ataques, não é claro o que vai acontecer no terreno.

O que Olmert anunciou há poucas horas não pode ser considerada uma trégua, mas sim um cessar da ofensiva israelita em Gaza.
Uma trégua para se concretizar precisa, pelo menos, de duas partes e o que Israel fez foi assumir, por si, um cancelamento das operações militares. Algo que o Hamas não fez e não manifesta intenção de o fazer, pois já respondeu às palavras de Olmert e diz não desistir de atacar Israel. Israel, seguramente, não ficará passiva perante a ofensiva do Hamas em Gaza.
Veremos no que dará esta situação, mas é possível que a data deste anúncio esteja ligado à tomada de posse de Obama.
Os EUA, através dos novos elementos da sua Administração, devem ter pressionado Tel Aviv para a tomada de posse do novo Presidente não ficar marcada por um conflito aberto. O que revela um sinal de empenho da próxima Administração, desde o primeiro dia, na procura de pontes para a estabilidade regional. Uma ida de Hillary Clinton, nos primeiros dias de funções ao Médio Oriente, revelaria esse interesse e seria um bom sinal de Washington.

sábado, 17 de janeiro de 2009

O usurpador de Bolívar e destruidor da Venezuela

Los venezolanos siempre hemos rechazado, a través de nuestra historia, los intentos reeleccionistas de algunos presidentes de la República. La causa ha sido una sola: el abuso de poder. Un buen ejemplo de lo que eso significa lo acaba de dar Hugo Chávez durante su discurso ante la Asamblea Nacional. Encadenar los medios de comunicación, por más de siete horas, para tratar de convencer a nuestro pueblo de que su destino está asegurado con esta revolución de pacotilla es un ventajismo electoral inaceptable. La pregunta también lo es. Esa es la razón de fondo de la frase de Bolívar en el Congreso de Angostura: "Nada es tan peligroso como dejar permanecer largo tiempo a un mismo ciudadano en el poder, el pueblo se acostumbra a obedecerle y él se acostumbra a mandarlo de donde se origina la usurpación y la tiranía". La reelección indefinida conduce a la presidencia vitalicia. De allí sólo hay un paso a la dictadura y al totalitarismo. El régimen presidencialista concede tanto poder a quien ejerce la jefatura del Estado y del gobierno que se hace muy difícil derrotarlo electoralmente. Esa es la verdad. También lo es que los regímenes políticos que toman ese camino terminan en medio de la violencia.

Chávez volta à carga com o referendo que perdeu em Dezembro de 2006, quanto à sua perpetuação no poder, e repete-se o sufrágio no próximo dia 15 Fevereiro.
Este artigo de Fernando Ocho Antich, no El Universal, esclarece o que está em causa com a reeleição perpétua de Chávez, que tanto gosta de referir Simón Bolívar, mas é o primeiro a destruir o seu legado.

Enquanto se espera pela trégua

Israel reserva-se entretanto o direito de ripostar caso o Hamas continue a abrir fogo sobre o sul do país.
Por seu lado, o Hamas já afirmou que só aceitará um cessar fogo caso Israel retire as tropas de Gaza.


Mais do mesmo. Vira-se o disco e volta a tocar a mesma sinfonia de cada parte. Espera-se que dentro de poucas horas o confronto passe a ser só de palavras.

Boas notícias para Merkel

A confortável vitória que a CDU obterá amanhã no land de Hessen, de acordo com as sondagens na ordem dos 42%, e o previsível resultado do SPD, abaixo dos 25%, são boas notícias para Merkel, que depois do fraco resultado do partido irmão da CDU, a CSU, na Baviera, podiam fazer melindrar a candidatura federal de Setembro próximo.
Os sociais-democratas, que apesar da boa prestação no Governo federal, bem melhor que Merkel, não conseguem melhorar a sua posição, de pouco apoio.
Por outro lado, importa verificar o resultado dos liberais do FDP. Prevê-se que alcancem um pouco mais de 12%, tal como os Verdes, e amanhã também será um dia de teste para os possíveis parceiros da CDU no Governo federal. Um bom resultado do FDP, como o obtido na Baviera, pode confirmar a perspectiva que se está a criar, de um futuro Governo CDU/FDP a nível federal, na sequência das legislativas de 27 de Setembro próximo.

A trégua que se espera

Ehud Barack e o primeiro-ministro israelita Ehud Olmert deverão dar hoje à noite uma conferência de imprensa conjunta, após a reunião do gabinete de segurança, que deverá decidir uma trégua unilateral em Gaza, anunciou um alto responsável governamental.

Há muito que as Forças Armadas israelitas enfraqueceram o belicismo do Hamas em Gaza e a trégua, proposta pelo Egipto, devia ter sido aceite pelas duas partes.
Do lado do Hamas, perante a fraqueza do grupo, a trégua foi aceite, resta Israel aceitar. Espera-se que Olmert e Barak confirmem isso dentro de poucas horas.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A UE à deriva

O actual conflito sobre a distribuição do gás ultrapassa as relações bilaterais entre Kiev e Moscovo e só pode ser resolvido com a participação dos europeus, declarou hoje o Presidente russo, Dmitri Medvedev.

A Ucrânia já pedira a presença da UE no conflito com a Rússia por causa do gás. Agora Moscovo também reclama a presença da União. Apenas a UE não se apresenta onde devia estar, a mediar um conflito e encontrar uma solução partilhada. Esta crise está a provocar grandes danos aos povos europeus. E ainda diz o Primeiro-Ministro checo que o Tratado de Nice é melhor do que o de Lisboa!
Talvez seja tempo dos cidadãos europeus começarem a capacitar-se que deve ser mais exigido a todos os governantes nacionais que as políticas europeias precisam de ser aprofundadas, até porque os nacionalismos bacocos e pseudo-altruístas, por muito emocionais que sejam, não nos aquecem nem dão bem-estar, pelo contrário, só nos prejudicam.

(Publicado no Câmara de Comuns)

O que um faz o outro segue

Bolivia broke diplomatic relations with Israel on Wednesday over the Israeli offensive into Gaza, President Evo Morales announced.

Primeiro foi Chávez a rasgar a relação diplomática com Israel. Agora é a vez do seu súbdito boliviano seguir o mesmo passo. Coincidência? Não. É mesmo imitação.

Só a França quer ver o que é o plano nuclear de Teerão?

O programa de enriquecimento de urânio iraniano "não tem nenhuma finalidade civil", afirmou hoje o Presidente francês Nicolas Sarkozy, em Paris.
"Aproxima-se o momento em que os dirigentes iranianos terão de escolher: ou provocam um grave confronto com a comunidade internacional (...) ou chegam, por fim, a uma solução nas negociações lançadas há já cinco anos", acrescentou.

A Comunidade Internacional parece esquecer-se do que está em grande movimento no Irão e dos impactos que o surgir de uma potência nuclear, comandada por fanáticos, provocará, tanto na região como no mundo.

(Publicado no Câmara de Comuns)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Fuga para a frente

La presidencia checa de la UE impulsa la energía nuclear
Topolanek desconcertó ayer a muchos diputados al asegurar que en su opinión "el Tratado de Niza, en vigor, es mejor que el de Lisboa".


Esta Presidência checa da UE está a revelar-se incapaz e totalmente irresponsável. Considerar, como refere o Primeiro-Ministro checo Topolanek, que o Tratado de Nice, em vigor, é melhor do que o de Lisboa - onde estará a atenção do governante perante a incapacidade da UE face ao desentendimento entre Moscovo e Kiev que afecta milhões de europeus, entre eles checos -, e propor, sem qualquer leitura e proposta energética global, que a saída para a actual situação é investir, e em força, no nuclear, só demonstra a fuga em frente deste grupo de políticos irresponsáveis que assume o poder em Praga.

(Publicado no Câmara de Comuns)

Pelo que espera Olmert para assinar a trégua?

Compreende-se que Olmert possa estar ressentido com Livni e Barak, mas o seu cargo, de Primeiro-Ministro, não se pode mover por frustações pessoais.
O Hamas já declarou aceitar a trégua proposta pelo Egipto. Livni, Barak e as cúpulas militares defendem o fim da intervenção e o assumir de tréguas, pelo que espera Olmert?
A situação humanitária em Gaza é bastante crítica e Israel não pode mostrar-se indiferente à dor, perda e, sobretudo, condição de vida dos palestinianos.
Não se compreende esta perseguição obsessiva aos políticos do Hamas nas últimas horas.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Vingança?

Olmert ignoring calls from Barak, Livni for immediate Gaza truce

Nem de propósito, acabei de escrever isto e vejo no Haaretz que Olmert foge de Livni e Barak, agora partidários da trégua, ao contrário do Primeiro-Ministro israelita.
Livni e Barak já perceberam que o conflito não lhes dá o impulso suficiente para ultrapassar Netanyahu e precisam de focar as suas propostas noutro domínio, pois a vitória militar está adquirida. Mas isso, só por si, de pouco vale neste momento.
Olmert, por seu turno, com a posição de não ligar aos seus Ministros, parece dar a entender que se está a vingar. Depois de Livni e Barak terem contribuído para a queda política de Olmert, talvez seja este que esteja a contribuir para a sua derrota.

Likud mantém-se em alta, Livni e Barak descem

According to an online survey conducted by Panels Ltd. especially for Channel 2 news, the Likud party led by Netanyahu would strengthen with 33 Knesset seats if elections would be held today.
Kadima, run by Tzipi Livni, has strengthened slightly with 28 seats, an increase of one seat since last week’s poll results. Unlike Likud and Kadima, the Labor party, headed by Defense Minister Ehud Barak, has actually weakened. Labor has only received 13 seats in comparison to its garnering 15 seats last week.


De acordo com uma sondagem ontem publicada, Netanyahu tem razões para sorrir. O Likud mantém-se estável e o Kadima e Trabalhistas, não obstante os resultados obtidos na condução militar em Gaza, estão a perder fôlego.
Não foi, portanto, por acaso, que no domingo Barak manifestava intenção de terminar com a intervenção militar.
Adquirida a vitória, os israelitas devem voltar a centrar-se nas questões económicas, e Bibi, ainda com a marca de ter sido um bom Ministro das Finanças, surge como o rosto mais promissor.
Quando falta menos de um mês para eleição, percebe-se que o Likud está forte e Kadima e Trabalhistas têm de apresentar outras respostas aos israelitas, que não, apenas, a militar.

Um encontro que representa uma visita oficial

La última mirada de Barack Obama antes de ser investido presidente de Estados Unidos fue hacia el sur. Su reunión de ayer con el presidente mexicano, Felipe Calderón, no sólo constituye un gesto de buena vecindad, sino una declaración de intenciones. Por un lado, Obama prometió "una nueva página en la relación de EE UU con América Latina". Por otro, dejó clara la preocupación creciente de que dos de los problemas más acuciantes que sufre México -el narcotráfico y el desempleo- crucen la frontera y terminen por afectar gravemente a EE UU. De hecho, el presidente mexicano, el único mandatario extranjero que Obama recibirá antes de su toma de posesión, acudió a Washington con sus secretarios de Hacienda, Gobernación y Relaciones Exteriores.
Ahora las cosas pueden empezar a cambiar. Pero no necesariamente por una mayor sensibilidad de Obama, sino porque los narcotraficantes mexicanos, acosados por el Gobierno de Calderón, parecen estar siguiendo la misma ruta que sus víctimas para ponerse a salvo: cruzar la frontera e instalarse en el sur de Estados Unidos. Ya se están dando casos de secuestros, asaltos y disputas entre carteles por el control del territorio en Arizona o Texas.


Obama mantém a tradição e, por isso, a primeira deslocação oficial ao estrangeiro, na qualidade de Chefe de Estado norte-americano, será ao Canadá. Porém, ao receber, em último lugar, antes de ser investido Presidente, o Presidente do México, há um sinal claro que Obama dá ao grande vizinho do sul, com quem tem mais desafios em comum que divergências, e um sinal à América Latina, de colocar, outra vez, Washington sintonizada com a América Latina.
A próxima Administração norte-americana terá de procurar, em especial por razões de inevitabilidade do que por vontade própria, uma política mais concertada. E dúvidas houvessem, note-se como a guerra ao narcotráfico, determinada pelo Governo mexicano, já afecta os Estados do sul dos EUA.

Os amigos do PCP voltam a fazer das suas

La guerrilla de las FARC ha causado este martes la muerte de tres niños y de una mujer en un asalto a la localidad suroccidental de Roberto Payán

Mesmo enfraquecidas, as FARC continuam a deixar a sua marca de terror na Colômbia.

(Publicado na Câmara de Comuns)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Um político chave do Hamas

Hamas television aired a taped message delivered by group leader Ismail Haniyeh on Monday. In the message, Haniyeh declared that Hamas was determined to continue fighting despite Israel's military offensive in the Strip, but added that the group would be willing to cooperate in efforts to negotiate a cease-fire agreement with Israel.

Ismail Haniyeh é um dos políticos do Hamas com quem é possível entabular uma conversa com vista à paz. Apesar da inflamação das palavras, note-se como o ex-Primeiro-Ministro palestiniano demonstra vontade de contribuir para a trégua, ao contrário do líder do Hamas, Khaled Meshaal.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Trégua à vista em Gaza

Hamas agrees that fighting in Gaza must end

Meshaal fez voz grossa no sábado. No domingo, Olmert disse que Israel está quase a concluir os seus objectivos. E no final de domingo, no Cairo, o Hamas mostra disponibilidade para chegar a uma trégua. Finalmente!
Do lado do Hamas as divisões fizeram-se sentir nos últimos dias, com os moderados a procurarem o diálogo e as tréguas e os duros a evitarem.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Na campanha era fácil prometer tudo

Obama admite não encerrar Guantánamo nos primeiros cem dias de mandato
“É mais difícil do que a maioria das pessoas possa pensar”, disse Barack Obama. E acrescentou: “Creio que vai demorar um certo tempo e as nossas equipas de juristas estão a trabalhar com os responsáveis da segurança nacional, neste preciso momento, para saber exactamente o que temos de fazer”.


A realidade é bem mais complexa do que as fáceis promessas de campanha eleitoral. Por aqui deve começar o declínio da obamania, pois muitos dos rendidos ao novo Presidente norte-americano vão perceber o que ele é: o Presidente dos EUA, não o enviado de Kant para estabelecer uma Paz Perpétua no mundo.

Um elefante numa loja de porcelanas

No que será uma mudança significativa face à política do ainda Presidente Bush, Obama revelou que vai procurar um envolvimento muito mais vasto com o Irão. “Vamos ter de adoptar uma nova abordagem. E formei a convicção de que o envolvimento é o ponto de partida certo”, anunciou o presidente eleito.

Obama podia ser mais sensato e num momento delicado para o Irão, como o actual, a poucos meses das presidenciais, a Administração norte-americana não deveria dar sinais de reforçar a candidatura de Ahmadinejad. Que bem poderá aproveitar estas palavras, em termos internos, para mostrar aos iranianos como o seu mandato fez vergar os EUA às pretensões de Teerão.
Quando uma candidatura mais moderada pode triunfar no Irão, Obama pode estar a ajudar Ahmadinejad, que falhou no essencial do seu mandato, ajudar os mais carenciados a melhorarem a sua qualidade de vida.

(Publicado na Câmara de Comuns)

Diálogos que não se podem desprezar

The incoming Obama administration will not abandon President George Bush's doctrine of isolating Hamas, the Obama transition team's chief national security spokeswoman has told The Jerusalem Post.

Se se proporcionar no futuro, e tal cenário não é de descartar dada a possibilidade do Hamas poder ganhar eleições na Palestina, caso este grupo volte a derrotar a Fatah e seja representado por Ismael Haniyeh, o diálogo não deve ser descartado, como os Estados Unidos e Israel erradamente cometeram há três anos. Haniyeh é a voz que possibilitará encontrar pontos de encontro e diálogo, ao contrário de Meshaal.
Obama não deve desprezar quem pode estar empenhado na Paz só por que é do Hamas.

Bush cortou as vazas a Israel para intervir no Irão

O presidente George W. Bush rejeitou no ano passado um pedido secreto feito por Israel para que o governo dos Estados Unidos proporcionasse bombas anti-bunker para um ataque ao complexo nuclear iraniano de Natanz

Esta notícia já tinha sido referida nos meios israelitas, desta feita emerge nos Estados Unidos. Bush divergiu da posição de Tel Aviv procurar destruir as centrais nucleares iranianas.

As promessas de Zuma

South Africa's ruling African National Congress (ANC) party has begun campaigning ahead of the country's parliamentary elections which could see it face a strong challenge from a breakaway group.
"The most important task of the beginning of the year is to ensure that the ANC returns a decisive election victory," the 66-year-old leader said of the poll which is expected to be held in the first half of the year.
Standing in front of banner declaring "Working together, we can do more", Zuma outlined the priority areas for the next five years: job creation, education, health, rural development, land reform and the fight against crime and corruption.
He also said South Africa would work to find solutions in the continent's current hot spots: from Zimbabwe and Somalia to the Democratic Republic of Congo.


O ANC começou a campanha para as legislativas. Zuma assume um programa arrojado, como por exemplo tornar a África do Sul na potência africana com capacidade para determinar o rumo de África, desde o Cabo até ao corno de África. Será interessante saber o que pensará Luanda desta ambição.
Porém, há certas incongruências. Como é que o líder do ANC promete combater a corrupção se ele é um mau exemplo neste âmbito, dados os processos em que está envolvido e é acusado?
O surgir do COPE, dissidentes do ANC leais ao antigo Presidente sul-africano Thabo Mbeky, pode ajudar a melhorar o sistema democrático, dominado pelo partido de Mandela desde o fim do Apartheid.

Meshaal não quer a Paz em Gaza

Hamas has said that the Gaza war has put an end to chances of negotiations with Israel, calling on Arabs to pressure Tel Aviv to seize its attacks on the Gaza Strip.
Meshaal said that any international monitoring force in the Gaza strip would be treated as "occupation" force.
"Before any negotiations could take place, Israel had to halt attacks, pull out of the Gaza Strip and lift the siege of Gaza," Meshaal said.

Em momento algum Meshaal se referiu, na intervenção deste sábado, a qualquer cessar de ataques do Hamas a Israel.
Por outro lado, que receio tem o líder do Hamas de haver uma força internacional em Gaza, para monitorizar a região?
É fácil estar em Damasco, usar e abusar dos civis palestinianos de Gaza como escudo de defesa, e continuar a não admitir o indispensável: vontade de firmar uma trégua imediata para devolver as condições mínimas aos palestinianos de Gaza.

(Publicado no Câmara de Comuns)

sábado, 10 de janeiro de 2009

A candidata de Moscovo à presidência ucraniana?

Observers have noted that Russia's attacks have centred on Yushchenko, leaving Tymoshenko unscathed. Some have interpreted that as Moscow's endorsement of her.

Ainda falta algum tempo para as presidenciais ucranianas e veremos como se aguenta em funções o frágil Governo de Timoshenko.
Porém, há um redesenhar político na Ucrânia nestes tempos, com Timoshenko a aproximar-se de Moscovo, e o Kremlin a dar sinais de que a pode apoiar.
Resta perceber, depois de terminado o conflito do gás, quem na Ucrânia arca com as responsabilidades da quebra de fornecimento da energia, assim como da diminuição do crescimento da economia: o Presidente ou a Primeira-Ministra?
Por outro lado, Yanukovich, o líder pro-russo, que força terá, se Moscovo virar o apoio para a actual chefe do Governo de Kiev? Ou jogará o Kremlin nos dois tabuleiros?

O emergir do racismo na Europa


"As far as we know, nearly all advisers of [former President] Václav Havel are Jews," reads one of Tomáš's articles, written in 1992. "It is unacceptable to have 70 to 80 percent of decisive positions in the state administration taken up by Jews."
Another of the publication's questionable articles from that same year reads, "Racial purity ... is a condition absolutely vital to prevent a nation's fall and the fall of civilization."


O novo porta-voz dos comunistas checos, Josef Tomáš, defende princípios que há pouco mais de meio século eram concretizados pelo nacional-socialismo.
Um pouco por toda a Europa surgem sinais emergentes de anti-semitismo que há muito deviam ter perecido. Ainda há poucos dias, no memorial do Holocausto, em Berlim, foram pintadas cruzes suásticas.
Sempre que a Europa perseguiu as pessoas por razões religiosas, amputava-se sempre.
Há lições do passado distante e do recente que jamais devem ser esquecidas.
Ser judeu, muçulmano ou católico não é crime, muito menos defeito. Na Europa, ainda há, infelizmente, quem pense e defenda o contrário, na lógica de uma mítica supremacia racial.

(Publicado no Câmara de Comuns)

Metas ambiciosas e esforços hercúleos

Tras los desalentadores datos de desempleo de EEUU publicados ayer, el presidente electo Barack Obama afirmó hoy que el plan de estímulo económico que quiere poner en marcha podría crear o salvar hasta cuatro millones de empleos, muy por encima de lo que se consideraba hasta ahora.
Obama, que tomará posesión de su cargo el próximo 20 de enero, trabaja durante estos días con su equipo y con el Congreso en los detalles del Plan de Recuperación y Reinversión Estadounidense, un ambicioso paquete de inversiones que podría situarse entre los 675.000 y 775.000 millones de dólares en los próximos dos años.
Inicialmente, este plan de inversiones, considerado el más ambicioso desde la Gran Depresión de los años 30, iba dirigido a la creación o el mantenimiento de 2,5 millones de empleos, aunque posteriormente se elevó el objetivo a los tres millones.


Obama sobe a parada, devido ao aumento de dificuldades. Veremos se no Verão já há sinais favoráveis do grande plano económico. Poderá ser o começo do fim da crise.

A disputa do poder ucraniano

As autoridades russas acusaram hoje o Presidente ucraniano, Victor Iuschenko, de impedir o trabalho da comissão de controlo internacional que se encontra em Kiev desde ontem.

Não obstante a Rússia ter parte da razão, quando pretende ter observadores seus junto dos da UE, na monotorização do gás russo que passa pela Ucrânia, percebe-se que Moscovo quer influenciar, como sempre quis, o rumo político da Ucrânia.
E quem diria, há uns anos, ver Putin e Timoshenko tão juntos!

Os falsos argumentos de Teerão

The Leader of the Islamic Revolution, Ayatollah Ali Khamenei, on Thursday warned Arab countries near the occupied territories about the “dangerous consequences” of not helping the Gaza people caught up in Israel’s senseless gunfire.

Khamenei sabe muito bem que Israel não atacará nenhum país vizinho por sua vontade, ao contrário dos grupos que Teerão financia.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O capitalismo em debate

Blair, Merkel e Sarkozy falaram em Paris sobre o "Novo mundo, novo capitalismo" e do encontro ressaltou algo bastante evidente, que só não vê nem percebe quem não quer: "os Estados Unidos já não mandam aqui", que é como quem diz, o poder norte-americano não tem a mesma força nem persuasão de há uns anos.

Como muito pode ter mudado na Palestina

Se, este mês de Janeiro, se realizassem na Cisjordânia e Faixa de Gaza eleições legislativas (só previstas para 2010) e presidenciais, os vencedores seriam a Fatah e Mahmoud Abbas (cujo mandato expira hoje - sexta), revela uma sondagem conduzida entre 3 e 5 de Dezembro de 2008, antes da operação militar israelita. Ainda mais significativo: 74 por cento dos palestinianos era a favor de uma extensão da trégua com o Estado judaico.

Talvez o Hamas tivesse razões para espoletar um conflito em Gaza.

A importância do Tratado de Lisboa

Presidência da UE exalta “solidariedade” europeia na crise do gás
Paralelamente aos encontros em Bruxelas, estiveram reunidos em Praga os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27.
No final do encontro os responsáveis pela diplomacia dos Estados-membros reconheceram que o princípio de solidariedade como estabelecido no Tratado de Lisboa era um excelente instrumento para minimizar esta crise.

O Tratado de Lisboa não enfraquece os Estados-membros, torna-os mais fortes menos vulneráveis a riscos, ao mesmo tempo que dá mais segurança e garantias aos cidadãos europeus.

A catástrofe aumenta a cada dia

The outbreak of cholera in Zimbabwe has flared up once again, with more than 1,000 new cases reported in a single day, the United Nations has said.

More than 1,700 people have died since the beginning of the cholera outbreak in August last year, with about 35,000 infections across the country.


O conflito em Gaza e do gás na Europa têm feito apagar das atenções a tragédia que se vive no Zimbabué.
Cada vez mais autista, o déspota de Harare faz de conta que a cólera acabou com o seu decreto.

Kadima apanha Likud


A sondagem não ilude os ganhos de o Kadima e o Likud têm alcançado, devido ao conflito em Gaza, operação que comandam, no Governo, política e militarmente.
O Likud, como se podia prever, está a perder fôlego. E a vitória confortável que se podia antever de Netanyahu há um mês está, a quatro semanas do acto eleitoral, em risco.
Todavia, ainda muita água vai passar por debaixo da ponte.

Israel volta a demonstrar a sua imponência na região

Olmert: IDF has not yet achieved all its goals in Gaza offensive

Ainda não terminou o conflito em Gaza, mas há lições que já se podem tirar destas quase duas semanas de conflito.
Não pensei que Israel realizasse uma operação terrestre, pelos diversos riscos que corria e eram muitos. Tanto humanos - para as duas partes, as 700 mortes de palestinianos são uma tragédia -, como militares e políticas.
Para já, a intervenção, da óptica militar israelita, tem sido um sucesso. O número de mortes de soldados israelitas não chegou à casa da dezena (este tipo de conflito acaba por desprezar o valor de cada vida Humana dado que se toma o número elevado de vítimas como referência... de notícia) e a resistência bélica do Hamas é bastante diminuta.
As circunstâncias não são as mesmas do sul do Líbano, nem o Hamas é o Hezbollah, porém a intervenção tem alcançado um grau de eficácia inequívoco.
As operações de destruição de bases e potenciais espaços do Hamas continua e, por ora, Israel continua com freios livres. Apesar de se mostrar predisposto para uma trégua não se sente vinculado a nenhuma, pois o Hamas não demonstra essa vontade - e não será por acaso: uma forma de mostrar ao mundo muçulmano e árabe como continua a resistir e é o único oponente palestiniano ao "invasor" israelita, ao contrário da Fatah; e, quanto mais o ataque se intensifica, mais o Hamas perde a nível bélico, mas mais ganha a nível popular na Palestina.
Além da observação/análise deste conflito, a extrapolação desta intervenção para o cenário regional pode ser feita e verifica-se que Israel além de limpar a imagem do desastre do Líbano, de 2006, volta a demonstrar a sua força, de Estado imponente na região.

Felizmente chegou-se a acordo... espera-se!

La UE anuncia un acuerdo con Rusia para enviar observadores que controlen el tráfico de gas por Ucrania

Um dia quente de negociações, na fria Europa, com aceitações e recusas, parece ter chegado a bom porto.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O deslocado de Praga

The pragmatic Czechs – with all their criticism of European decision-making mechanisms – will not attempt to initiate a pan-European “velvet revolution” but will promote their interests and priorities. We will treat others as we expect to be treated: with respect for different views. We will be happy if a common denominator in – at least – some cases can be found. Reliance on negotiations and on the positive effect of the diversity of views is what makes Europe Europe.
The EU presidency might give us a chance to make use of some of our views to the benefit of the citizens of all EU member states. Their welfare and happiness will be maximised in a free, democratic, decentralised, open and liberalised Europe.


Vital Moreira considera o actual Presidente checo, Vaclav Klaus, o neoliberal de Praga. Não sou tão optimista como Vital Moreira, pois o Chefe de Estado checo é, como os seus actos corroboram, um desfasado da realidade.
Ainda não tive oportunidade de acabar de ler o seu livro "Planeta Azul (não verde) - o que está em perigo, o clima ou a liberdade?", mas do que já li, é de bradar aos céus a tese apresentada. Para Klaus, os ecologistas de hoje e a valorização da defesa ambiental do planeta representam os soviéticos no tempo da Guerra-Fria e são, por isso, atentados à liberdade. Como se a preocupação e mudança de comportamentos nestes tempos, para evitar descalabros ambientais maiores, não fossem necessários.
Agora, com a Presidência checa da UE, Klaus diz que quer maximizar o bem-estar e a felicidade dos europeus. Veja-se, então, a postura checa, de indiferença para com o conflito russo-ucraniano do gás e como isso prejudicou metade dos europeus, mais de 300 milhões de pessoas.
Os actuais líderes políticos checos podem até desconsiderar o projecto europeu, ao menos prezavam os seus nacionais. Mas nem isso. Hoje, a República Checa é um dos países mais afectados pelo corte de gás russo.
O que é curioso, por outro lado, é que talvez Klaus e os seus apaniguados estejam mesmo convencidos de que a República Checa, só por si, fora da UE, teria capacidade para singrar na actualidade, como por exemplo, chegar a Moscovo e fazer valer a sua voz e força para receber gás, não sendo afectada pelo que se passa com outros países, como se tal fosse possível.

Our historical experience gives us a clear instruction: we always need more of markets and less of government intervention. We also know that government failure is more costly than market failure.

Não sei onde esteve Klaus no último ano, caso contrário poderia ter juntado à sua experiência de convicções a recente lição histórica de que o prejuízo do mercado custa-nos tanto como o excesso de Estado nos prejudica. Ou será que a lição vinda dos Estados Unidos não foi a suficiente?
Em suma, Klaus vive num mundo teórico próprio da Guerra-Fria, não no conteúdo mas na forma.
Bem precisam os checos de uma nova e tranquila revolução de veludo!

(Publicado no Câmara de Comuns)

A Rússia a brincar com a UE

Apesar de um acordo parecer iminente a meio da tarde de hoje
Falhanço nas negociações para o fim da crise do gás


Mal tinha acabado de destacar a solução à vista, surge Moscovo a recusar o que estava a dar por acordado. Pelos vistos, o poder dos negociadores russos em Moscovo é bastante diminuto, uma vez que é o chefe do Governo quem determina o que se faz ou não. Assim sendo, é desejável que Putin se sente à mesa das negociações, em vez dos responsáveis da Gazprom, dado que se pouparia tempo com reuniões em que parte dos representantes não tem competência alguma.
Por outro lado, a Rússia demonstra e faz sentir o seu poder. Tivesse a UE uma voz una e seguramente Moscovo não se comportaria como quer e pretende. Mas a culpa não é russa, é nossa.

(Publicado na Câmara de Comuns)

A verdadeira "change"

O mais famoso canalizador do mundo abandonou as rupturas de lavatórios e as sanitas entupidas para se dedicar a tempo inteiro à política internacional. De tal forma, que durante os próximos dias viajará para Israel, onde permanecerá 10 dias para cobrir a crise em Gaza e falar com “as pessoas da rua”.
Claro que depois da aclamação vem sempre o declínio, e Joe que, por felicidade fonética também é Plumber, acabou descredibilizado. Descobriu-se, entre outras coisas, que não era bem canalizador, que não se chamava bem Joe e que fugia aos impostos.


Como vês, Filipe, a "change" está mesmo a acontecer. Quem diria, este Joe é uma caixinha de surpresa.

(Publicado na Câmara de Comuns)

Começar bem

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, disse hoje que o Congresso precisa de tomar uma “acção dramática” no que toca ao plano de recuperação económica do país, alertando que um falhanço neste campo poderá ter consequências devastadoras, a longo prazo, para a nação.

O discurso da tomada de posse de Obama será importante para perceber os rumos internos e externos que vai implementar nos próximos quatro anos. Como se percebe, a nível nacional, Obama está determinado em derrubar a crise, com um plano económico sem precedentes.
Oxalá seja bem sucedido, pois também beneficiaremos da recuperação económica norte-americana.

Solução à vista graças a Barroso

A Ucrânia assinou hoje um acordo com a Comissão Europeia convidando observadores europeus a deslocarem-se até Kiev para verificaram o trânsito do gás russo por aquele país, indicou à AFP um membro da delegação ucraniana junto da UE. O presidente da Gazprom russa já concordou que irá voltar a abastecer a Europa com gás depois de os observadores comprovarem o funcionamento dos gasodutos na Ucrânia.

Foi preciso o Presidente da Comissão Europeia, e bem, assumir o papel europeu, que devia ter sido da Presidência checa, de colocar russos e ucranianos a procurar entender-se, para acabar a presente situação de corte de gás que prejudica gravemente as famílias e empresas da UE.
A condução europeia, por parte dos checos é tão má que nem com os próprios checos os políticos de Praga manifestaram interesse, pois a República Checa é uma das mais afectadas com o corte de gás russo.
(Publicado na Câmara de Comuns)

Mais um ataque a Israel

Disparan cohetes desde Líbano sobre Israel, que responde de inmediato con misiles
Primer ataque procedente de Líbano a Israel desde 2006

El Frente Popular para la Liberación de Palestina-Comando General (FPLP-CG) rechaza confirmar o desmentir la autoría del lanzamiento de los cohetes. "No confirmo ni desmiento el lanzamiento de cohetes, pero quiero decir que Israel no tiene derecho a preguntar el origen de los cohetes", dijo el portavoz oficial de este grupo palestino radical, al canal de televisión qatarí Al Yazira.

Não há agora nenhuma condenação a quem disparou do Líbano para Israel; ou será que Israel não tem direito, como refere a Frente Popular para a Libertação da Palestina, a saber quem a atacou?
(Publicado no Câmara de Comuns)