quinta-feira, 20 de março de 2008

O futuro da direita espanhola

Creo que las cosas son un poco más complejas y que deben analizarse con una mirada más amplia. Entiendo que tanto el PP como el PSOE han combinado estrategias competitivas de tipo centrípeto (la búsqueda de votos en el centro) con otras de tipo centrífugo (buscar el voto en los extremos). Los dos son catch-all-parties, obligados a atender simultáneamente intereses contrapuestos de diversas clientelas internas. En el componente centrípeto de la competición, los datos apuntan a que se ha impuesto el PP. Sólo en esa lógica cabe interpretar el que "robe" votos de clase media y clase media-baja al PSOE en proporciones apreciables.

Caro André,
O artigo acima referido, de José Ignacio Wert, ontem publicado no El País, merece uma leitura e reflexão atenta por parte dos socialistas. Apesar do PSOE ter ganho as legislativas, obtendo mais apoios sobretudo nas margens políticas, há uma grande parte da sociedade, que, a priori, devia estar mais próxima dos socialistas, a classe média e média-baixa, e não esteve em 9 de Março. As votações obtidas em Madrid e Valência devem conduzir os socialistas a não empregar todo o regozijo nos bons resultados alcançados na Catalunha e no País Basco. Até na Andaluzia, feudo socialista, o PSOE perdeu terreno para o PP. E, em 2012 a vitória do PSOE será mais difícil de garantir, do que a conquista do poder por parte dos populares. Desde logo, o desgaste do poder está garantido, serão oito anos de exercício, e não se sabe se Zapatero assume uma terceira candidatura.
Por isso, é com legitimidade que Rajoy se quer assumir como novo candidato dentro de quatro anos, pois em termos líquidos, nestas eleições, o PP subiu mais do que o PSOE. E, como é tradição da política espanhola, à excepção de Zapatero, González e Aznar só alcançaram o poder depois de duas derrotas, triunfando à terceira.
Por enquanto, tudo tende a indicar que Rajoy manter-se-á mais quatro anos na liderança dos populares, mas não se pode ignorar que há nomes dos populares que podem ascender à presidência do PP e nada garante que Rajoy fique mais quatro anos como principal protagonista da oposição.
Dois dos vários nomes passíveis de alcançar o estatuto de líder da oposição encontram-se em Madrid: Esperanza Aguirre e Alberto Ruiz-Gallardón. Oxalá, se um dos dois chegar a número um da direita espanhola, não seja a Presidente da Comunidade de Madrid. Antes o alcaide da capital espanhola, pois não tem uma política nem postura vincadamente conservadoras.
Por isso, não identifico nenhum erro nem problema em Gallardón, mas sim uma mais-valia, pela visão descomplexada, liberal e cosmopolita que apresenta. Ao mesmo tempo, Gallardón podia dar uma nova aragem e impulso à direita espanhola, muito agarrada presentemente à crispação, e Rajoy como Aguirre são alguns desses rostos da exasperação.

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