Pero en el ambiente se respira algo peor, menos coyuntural: en Milán, en Cerdeña, en Sicilia, en Nápoles o en Roma, es muy fácil encontrar gente que ha perdido la fe en su propio país. "Italia es una novela negra", afirma Massimo Carlotto, de 51 años, autor de libros policiacos provocadores, que denuncian la infiltración creciente de las mafias, nacionales y foráneas, en la policía, la magistratura, la política, la economía.
"Estamos mal, peor que nunca, la decadencia moral es absoluta, vivimos en una falsificación permanente y no hacemos más que lamentarnos porque el mundo no se adapta a nosotros", diagnostica el escritor napolitano Maurizio Braucci.
"Los empresarios y las élites se comportan de modo criminal con el medio ambiente y la seguridad; los sindicatos tienen una cultura del puesto del trabajo, no del trabajo; la precariedad laboral ha precarizado la vida; hay un corporativismo paralizante a izquierda y derecha, y la Iglesia es un enorme problema cultural, porque hace política pero no utiliza su autoridad moral para denunciar la conexión familia-criminalidad que favorece a las mafias".
Dentro de 15 dias os italianos voltam às urnas. Prevê-se uma abstenção elevada, devido à desmotivação das pessoas que não se identificam com os políticos. E não deve ser para menos, a Itália é o único país da Europa ocidental onde os Governos tendem a não cumprir a legislatura. O sistema político também não ajuda. E, por isso, uma das grandes reformas passa pela sua reestruturação, de modo a que o país, um gigante europeu e mundial em franco declínio, não fique dependente, como tem ficado, de poucos deputados, que nem chegam a representar 2% do eleitorado.
Entre os principais candidatos, percebe-se que Veltorni quer ganhar para tentar mudar, na medida do possível, a situação. Berlusconi, em mais uma repetição, pretende adquirir o poder, pela terceira vez, para continuar a Governar a seu bel-prazer. Ou seja, Veltroni é uma esperança de mudança, Berlusconi é mais do mesmo.
Por enquanto, il Cavalieri é favorito, como indicam as sondagens, mas Veltroni tem vindo a reduzir a desvantagem. Duvido que chegue para anular a desvantagem da direita, mas nada é impossível.
Algo possível, e nada desejável, seria um quase empate, isto é, a vitória de uma das partes por ligeiríssima diferença. Se em Espanha ou na Alemanha tal não é razão de obstáculo ao desenvolvimento do país, devido a um sistema político menos fragmentado, em Itália, como os últimos dois anos demonstram, tal seria mais um adiar de solução que acabaria por conduzir a novo momento de espera de queda de Governo e convocação de novas eleições.
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