Bush considera que decisão de invadir o Iraque "foi justa"
No mesmo dia em que o Presidente dos EUA refere a 'justiça' da invasão do Iraque, apesar de omitir a mentira que criou das armas de destruição maciça e a inexistência de ligações de Saddam Hussein à Al-Qaeda que fabulou na época, há um interessante post do Pedro Correia, no Corta-Fitas, referindo o bom decálogo do bom esquerdista contemporâneo, a propósito da forma como do nosso lado se percepciona os EUA.
À excepção do sétimo ponto (vale a pena recordar a máxima de Alan, sobre o ser de esquerda ou não), e se recuarmos cinco anos, podemos lembrar-nos de como o anti-americanismo era predominante na Europa em 2003 e muitos dos pontos descritos pelo Pedro assentavam, que nem uma luva, a muita boa gente, tanto de esquerda como de direita, que à época verberavam contra os Estados Unidos.
Agora que a era Bush Jr. chega ao fim, resta saber como percepcionará a Europa os Estados Unidos a partir de 2009. Independentemente de ser Hillary, McCain ou Obama, nada mudará para algumas pessoas de esquerda, que verão sempre do outro lado do Atlântico o imperialista inimigo (e não me refiro só aos comunistas, ressabiados com a queda do Muro e o desmoronamento do seu modelo autocrático e injusto de sociedade). Na direita, também vários sectores, se bem que com menos protagonismo nestes tempos, não encaram muito bem o aliado norte-americano. E, neste caso, faço minhas as palavras do André, no comentário do texto do Pedro, o anti-americanismo na esquerda, como na direita acrescento eu, "está infelizmente longe - muito longe - de ser residual".
Hoje, em muitos sectores da esquerda europeia, há uma esperança desmesurada em Obama. Como se o homem fosse um salvador e um justiceiro. Nem é uma coisa nem outra. Tem boa oratória, mas tem propostas que em nada ficam atrás das desastrosas e nocivas aventuras de Bush Jr.
No fundo, Obama está hoje para muita da esquerda europeia como há um ano Sarkozy esteve para a direita europeia. Uma esperança... O tempo acaba por comprovar o que tanta inovação e mudança esperada trouxe: frustração.
Os tempos não estão para brincadeiras nem para cair em contos de fadas. Porém, a ilusão também faz parte da política. Não se pode negar.
Para já, e retomando o fio inicial da conversa, destaco, como refiro no texto abaixo, a postura do candidato McCain, em termos de disponibilidade de entendimentos e acções conjuntas dos EUA e da UE.
Dada a situação do mundo, actualmente, é algo que faz muita falta, tanto ao lado de lá, como ao de cá. Só não vê, nem percebe, quem não quer.
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