Os resultados catalães foram decisivos para a vitória nacional do PSOE (como o Nuno Pinto referiu no início do ano).
Numa autonomia em que normalmente os partidos nacionalistas têm um protagonismo significativo, o PSC alcançou uma vitória esmagadora, elegendo 25 dos 47 deputados da Catalunha.
Os partidos nacionalistas receberam menos votos, mas, ainda assim, a CiU obteve mais um deputado do que há quatro anos.
Quanto à Esquerda Republicana, a descida foi abissal. Na intervenção da noite, o seu líder, Carod Rovira, referiu duas causas pela pesada derrota de um partido que agora só tem 3 eleitos, quando na sessão que terminou contava com 8 deputados: grande parte do eleitorado da ERC ter ficado em casa e outra parte ter votado útil, isto é, no PSC.
Visto o resultado da abstenção na Catalunha, há, de facto, 5% do eleitorado que não foi votar este ano, quando comparado com 2004. Todavia, pode haver outra razão e que não foi dita: a postura radical da ERC, que tende a afastar as pessoas.
Uma sondagem publicada há dias indicava que na Catalunha há uma forte preocupação com a coesão nacional de Espanha e a vitória do PSOE nesta autonomia não deixa de ser curiosa; pois o partido que mais incentivou, sem querer, pretensões independentistas na Catalunha, devido ao novo Estatuto, foi o principal beneficiado. Talvez a recente chegada da alta velocidade a Barcelona seja outro dos motivos para o PSC ter recebido mais votos.
Quando ao maior partido nacionalista catalão, a CiU, veremos como se posiciona em termos nacionais, pois os seus votos em conjunto com os socialistas dão a maioria absoluta.
A jogada política da CiU deverá ser sempre efectuada a pensar na Catalunha, mas o PSC, depois desta vitória clara, não abdicará do poder na Generalitat.
Em termos de votos, o PSC não teve mais do que há quatro anos. As circunscrições acabaram por favorecer, desta vez, os candidatos socialistas, depois de tanto terem sido prejudicados, em especial no tempo de Pujol.
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