Nos últimos dias vários militantes do PPD têm tecido fortes críticas à actual liderança bicéfala do seu partido, nomeadamente António Capucho e Rui Rio.
Por ambos já terem desempenhado a função de secretário-geral do partido, ou seja, quem mexe na máquina partidária, sabem, melhor do que ninguém, o que está em causa: a manutenção do poder por parte da actual direcção, independentemente dos resultados que os portugueses queiram dar ao PPD em 2009.
Capucho e Rio já perceberam, como qualquer português sabe, que o PPD terá uma derrota pesada no próximo ano (europeias, legislativas e autárquicas), não tanto pelo mérito do PS ou esforço do CDS, principais beneficiados do eleitorado mais próximo do PPD, mas pela falta de credibilidade dos seus dirigentes, se estes continuarem ao leme do partido. E, o pior, para o futuro líder laranja, qualquer que ele seja depois das legislativas, não será a assunção de um partido com pouca força, porque o PPD continua a ser um grande partido nacional, será a âncora e grande fardo que Marques Mendes teve de carregar e de forma penosa: um grupo parlamentar pouco qualificado e mais apostado em manter os poderes internos, sem qualquer preocupação e visão do País.
A manutenção da dupla Menezes/Santana, que bem poderá sair depois das legislativas de 2009 (se chegar até lá), não é o mais grave, é uma saída natural (a de Menezes, pois Santana continua... por aí). O mais grave, e perigoso para o futuro do PPD, é a renovação de um grupo parlamentar que poderá deixar o partido sem qualquer espaço para se apresentar como alternativa. E hoje, nem alternância o PPD é.
Não deixa de ser preocupante, para a vida política nacional, quando um dos grandes partidos e com elevadas responsabilidades no País está refém de tácticas de capelinhas internas em vez de projectos para Portugal.
Está mais do que visto que ninguém quis tirar nenhuma lição em 2005.
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