quarta-feira, 5 de março de 2008

A poucos dias da escolha espanhola

Caro Nuno,
Ambos partilhamos da mesma interpretação acerca do resultado de domingo: a vitória do PSOE. Resta saber, porém, se Zapatero alcança, ou não, a maioria absoluta.
Apesar de não ser nada fácil, penso que Zapatero poderá alcançá-la. Tudo depende do resultado em diversas circunscrições, pois de pouco vale aumentar a percentagem, em relação a 2004, se depois, o que efectivamente conta, é a eleição por cada área.
Não é por acaso que a IU se queixa, e com algum sentido, pois tem mais votos que os partidos nacionalistas mas obtém menos lugares na Câmara dos Deputados.
Destas últimas horas, penso que há uma boa notícia para o PSOE, o triunfo do ortodoxo Antonio Rouco na eleição para a presidência Episcopal. Um claro sinal da Igreja Católica, mais um, contra o Governo.
A vitória de Rouco sobre o bispo de Bilbao, o moderado Ricardo Blázquez, pode despertar parte do eleitorado socialista que podia sentir-se um tanto ou quanto indiferente.
Com a eleição de um bispo ultra-conservador e perante a interpretação catastrofista de Rajoy, que perde a sua credibilidade com estes argumentos, considero que o PSOE pode beneficiar destes casos.
O resultado da Andaluzia é importante e pode ser decisivo. Pode ser que o barão socialista andaluz, Manuel Chavez, seja preponderante numa vitória maioritária do PSOE.
Quanto à Catalunha, parece-me que Mas acredita ser decisivo na composição do futuro Governo nacional. As cartas da CiU estão na mesa. Para viabilizar um Governo minoritário do PSOE, Montilla terá de sair da Generalitat. Sinceramente, não creio na possibilidade do PSC abdicar do poder na Catalunha. Todavia, a CiU poderá ser importante para o PSOE se este não alcançar a maioria absoluta e os canais entre os dois partidos estão minimamente estabelecidos.
Domingo veremos estes e outros resultados.

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