domingo, 30 de setembro de 2007

Lois Maxwell

Cara Miss Pearls,
Tomo conhecimento, pelo Fim de Semana Alucinante, da morte da mais marcante Miss Moneypenny dos filmes de James Bond, Lois Maxwell.
Moneypenny, a par do engenhocas Q (Desmond Llewelyn), era uma das personagens mais marcantes da série.
Os seus substitutos ficam aquém da sua marca, em especial no caso de Moneypenny. Já duas ou três actrizes desempenharam o seu papel. No caso do Q, o Monty Piton Cleese ainda merece aprovação.
Ainda não vi o filme sobre as Bond girls, que saiu na semana passada com o filme de Bond, distribuído com o Público. Não sei se a sua personagem é referida, mas é, seguramente, a "maior de todas" Bond girl, não pelo papel e estética escultural, apesar de ter uma beleza deslumbrante, sobretudo nos filmes com Connery, mas na sua incontornável marca presencial, pois passou por muitos filmes, de Connery a Moore.
Talvez a possamos considerar como "aBond girl", por se diferenciar das restantes.
Parte a secretária mais marcante da 7ª Arte.

Jogada inteligente dos Conservadores

O líder conservador David Cameron desafiou o primeiro-ministro Gordon Brown a marcar eleições antecipadas apesar de as previsões lhe serem desfavoráveis.

Cameron não sabe se será bem ou mal sucedido na liderança dos Conservadores, isto é, ganhar as eleições e alcançar a função de Primeiro-Ministro. Há poucos meses, no fim da era Blair, tudo indicava que sim. No entanto, Brown demonstrou não ser uma sombra de Blair e conseguiu o que poucos previam, mesmo no Labour, voltar a liderar as sondagens e gerir, com qualidade, o Governo britânico. Tendo sido submetido a uma série de testes difíceis, desde ameaças de atentados a cheias, além do crónico problema de lidar com as enfermidades que afectam a agricultura das terras de Sua Majestade. De todos os casos difíceis soube sair-se bem.
Há uma semana, na Convenção do Labour, Brown tinha a faca e o queijo na mão, se anunciasse a convocação de eleições antecipadas. Fez tabu do assunto e assim se mantém. Tudo está no segredo de Downing Street.
Numa jogada inteligente, hoje, Cameron convida Brown a vir a jogo. Quando devia ser o contrário.
Mesmo sabendo-se em desvantagem, nas sondagens, os Conservadores sabem que têm de jogar ao ataque, não à defesa, afinal estão na oposição. Mesmo não desejando eleições, pois correm o risco de perder, os Conservadores sabem que ao colocar a fasquia de pedir, antes do Labour, eleições, podem obter proveitos. Primeiro, se Brown convocar eleições, os Conservadores dirão que o Labour rendeu-se à sua proposta. Sinal de fraqueza do Primeiro-Ministro e sinal de força dos Conservadores junto do eleitorado. Segundo, se não houver eleições, como parece o mais provável, Cameron ganha dois anos para preparar a corrida e esperar um deslize do Governo, além de apostar na cartada de desgaste de 12 anos de trabalhismo.
Cameron atacou o lado mais débil de Brown, não apresentando qualquer proposta inovadora, mas pela falta de temeridade de Brown pelo risco.
Em política a falta de audácia costuma pagar-se caro.
P.S.- Aqui está algo que pode prejudicar Brown.

Os que têm a mania de ser Fredericos II's da Prússia

Mesmo com o dedo indicador atado, Francisco Almeida Leite coloca o dedo na ferida.
Há sempre alguém com memória.
A história do grupo parlamentar laranja nos idos do cavaquismo é, a todos os títulos, ilustrativa.

Há diferenças na mesma família política

Caro Pedro,
Claro que há diferenças entre os diferentes conjuntos partidários da extrema-direita. Não o nego. Não veria, por exemplo, a FN com a postura da formação, de certo modo exótica, de Pim Fortuyn (partido que se extinguiu há pouco tempo).
Como há diferenças no seio das diversas famílias políticas europeias. Nas maiores famílias políticas europeias, socialista e popular, reconheço maior homogeneidade no PSE do que no PPE. A UMP não é CDU (alemã) e, no caso socialista, o PSF não tem uma concepção coincidente à do Labour.
Se quisermos, no campo comunista, onde há partida até poderia haver maior unidade programática, podemos notar diferenças significativas na própria Ibéria, veja-se o caso do sovietismo do PCP e o eurocomunismo da IU.
A abordagem é feita num quadro macro e, por isso, não tem em conta essas especificidades que bem aponta.
Questões históricas, como se referiu, a que se pode acrescentar o sistema político, que não é o mesmo em todos os países.

Não é só Menezes que vira de opinião consoante o vento

No poder da Pérola, são sempre bem vindos quem lhes apoiar o despesismo. Como sempre! E da São Caetano à Lapa, não faltará a coerência do novo líder, que tanto apoia uma coisa como de seguida o seu contrário.
Tendo Menezes obtido um bom resultado no Funchal, devido ao edil da capital madeirense, que está metido em apuros judiciais, e, com isso, em dificuldades na corrida pela liderança do PPD/Madeira (a disputa com o vice-presidente do Governo regional pela sucessão de Jardim vai estar ainda mais ao rubro do que já está - de recordar que o soba regional já está na recta final da sua carreira política com mais de três décadas), a liderança de Menezes pode ser decisiva quanto à escolha do próximo líder partidário regional. A eleição de sexta-feira foi um autêntico balão de oxigénio partidário para o autarca do Funchal.
De acompanhar, na outra Região Autónoma, o que acontecerá à liderança do PPD/Açores. Menezes quer outro líder partidário (a Presidente da Câmara de Ponta Delgada?) no lugar de Costa Neves (apoiante de Mendes).
Os Açores, por sinal, que serão o primeiro teste à nova liderança laranja, quando em 2008 se disputarem as regionais. Não é por nada, mas o resultado do primeiro embate deve repetir-se nas três eleições de 2009. Alguém, dirá, na noite das legislativas: o PPD como está não pode continuar!
Veremos, então, quem é o líder que se segue.

História mundial apócrifa escrita pelo regime de Teerão

The Iranian parliament on Saturday voted to designate the United States' Central Intelligence Agency and the U.S. Army as terrorist organizations

O regime de Teerão tem o condão, como nenhum outro, de reescrever a História consoante o seu interesse... nuclear.
Primeiro, a negação do Holocausto. Tal não existiu e é uma miragem. Agora, organizações do Estado norte-americano são terroristas.
O que se segue?

Acentuar a clivagem

Presidente Yushchenko apela ao voto anti-russo

Yushchenko pode fazer quase todos os apelos que entender, não deve, no entanto, estimular, a divisão do país, sobretudo na qualidade de Presidente. Ou será que ele só é Presidente para a parte ocidental da Ucrânia? Na parte oriental, onde a maioria da população é dominantemente pró-russa, pode não ver no seu Presidente o garante da unidade nacional.
Logo à noite se verá se se confirma o mesmo resultado de há um ano. Vitória dos pró-russos, sem maioria, com os partidos ligados às principais figuras da Revolução Laranja, Tymoshenko e Yushchenko, alcançarem o segundo e terceiros lugares respectivamente.

E Gaza?

«Estamos muito satisfeitos com o trabalho dele. Até agora, consideramos que tem feito um excelente trabalho. Está a colaborar muito de perto com os palestinianos, não só com o presidente Abbas mas também com o governo, nomeadamente com o primeiro-ministro. Mas esperamos ainda mais dele», sublinhou Ried Malki.

Questionado sobre o que Blair trouxe de novo ao processo de paz para o Médio oriente, o chefe da diplomacia palestiniano destacou o «bom relacionamento» que o ex-primeiro-ministro britânico tem, em geral, em todo o mundo.

«Trouxe a sua sabedoria, o seu conhecimento, a sua experiência, a sua liderança e a sua ligação com o presidente (norte-americano, George W.) Bush. Trouxe ainda o bom relacionamento que tem com a liderança israelita», respondeu.


A questão de Gaza, território controlado pelo Hamas, tem merecido pouca referência, se bem que seja um dos pontos mais delicados do presente momento. Que Abbas e os novos governantes palestinianos não queiram referir o assunto, e parte da Comunidade Internacional condene o grupo palestiniano, importa não esquecer quem venceu a eleição democrática, na Palestina, de 2005. E, espera-se, que Israel não concretize o plano de ataque à Faixa que já tem preparado. Além de que, merece repúdio a posição israelita de completo isolamento, sem condições, dos cerca de milhão e meio de palestinianos que vivem em Gaza.
Oxalá Blair empregue a sua experiência política, em especial a adquirida no processo da Irlanda do Norte, e alcance o diálogo com os moderados do Hamas.
O Hamas, como a Fatah, é parte da solução. Se o quiserem continuar a fazer parte do problema, pouco se conseguirá de concreto no Médio Oriente. É preciso isolar os radicais, não o grupo.

Fim de uma era na Baviera

Stoiber deja el liderazgo de la CSU tras 14 años de poder total en Baviera

Este é o primeiro de dois passos que Stoiber dará, na direcção de colocar um ponto final na sua longa carreira política. Primeiro a saída da liderança do partido, depois do Land.
Goste-se ou não da pessoa, foi um dos políticos mais marcantes da Alemanha das últimas décadas e que esteve à beira de ser Chanceler federal em 2002.
Mais marcante, na Baveira, só mesmo o histórico Franz Josef Strauss.

sábado, 29 de setembro de 2007

FMI

O francês Dominique Strauss-Khan foi eleito para o cargo de director-geral do Fundo Monetário Internacional.

Mais uma (dupla) vitória de Sarkozy. Sem dúvida. A nível externo, a França começa a surgir como Estado activo. A nível interno, mais um socialista que o Chefe de Estado pesca.
Independentemente das questões políticas, é uma boa notícia, a eleição de Strauss-Khan para o FMI. Além de bom político, é um bom técnico e tem a sensibilidade de saber que nem o pragmatismo deve ser excessivo, nem o optimismo desprezado.

Escrito nas estrelas II

Menezes vai sentir, nos próximos dois anos, uma pressão mais premente a nível interno, oriunda dos comentadores políticos laranja, que não perderão oportunidade de o desacreditar publicamente, do que a pressão que fez nos últimos dois anos à liderança de Mendes.
Menezes pode ter os caciques, não conta, todavia, com a projecção mediática.

Escrito nas estrelas I

não ficaria de todo surpreendido se o autarca de Gaia ganhasse a corrida, até porque se está a mostrar mais destro e empenhado na campanha que o actual número um laranja

Ganhou quem mais se empenhou, mesmo em truques menos dignos, na campanha.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Transformar o Iraque numa nova Bélgica?

Nuri al-Maliki, Iraq's prime minister, has rejected a US senate resolution calling for the creation of separate Sunni, Shia and Kurdish federal regions.
(...)
Turkey, a US ally, would oppose such an initiative, fearful of unrest among its Kurdish population. Ankara feels that a partitioned Iraq would lead outside powers like Iran and Saudi Arabia to boost rival ethnic armed groups.


Em termos de modelo de Estado, a proposta norte-americana tem o seu sentido. Se bem que, questão determinante, devem ser os iraquianos a decidir o modelo a estruturar.
Em termos de realidade, como várias vozes indicam, desde o Primeiro-Ministro iraquiano às autoridades turcas, tal modelo pode possibilitar a fracturação do país. Veja-se o caso da Bélgica.

O mesmo diapasão

A Rússia apelou hoje à adopção de “medidas urgentes” para impedir a escalada de violência na Birmânia mas considerou “prematuras” as sanções internacionais contra a Junta militar no poder.

Depois de Pequim, Moscovo segue as pisadas, na protecção do regime birmanês.
De seguir, também, a atitude de países vizinhos da Birmânia para com a Junta Militar, como a Tailândia, pois uma mudança de regime em Myanmar pode provocar um impacto, com o surgimento dos nacionalismos e pretensões independentistas na região.

O beijo da reconciliação?

Será que o beijo dado ontem pelo Presidente Yushchenko a Julia Tymoshenko indica aquilo que se vai passar na noite de domingo, isto é, a aliança dos dois?
Tudo indica que Yanukovych ganhará a eleição legislativa, mas não contará com um grupo parlamentar suficiente para alcançar a maioria e formar governo.
Assim, os dois principais rostos da Revolução Laranja, e que se desentenderam, podem voltar a unir esforços. O beijo pode ter selado esse compromisso.
Mesmo não tendo uma relação de grande confiança, o Chefe de Estado preferirá um Governo pró-ocidental, em vez de um Executivo próximo de Moscovo.
Resultados a apurar na noite de domingo.

Da extrema-direita e dos comunismos

Caro André,
A propósito do texto exposto, convém recordar que nas recentes legislativas gregas, um partido de extrema-direita obteve um resultado consideráveis, contando, na nova sessão legislativa, com um grupo parlamentar.
É certo que a extrema-direita tem vindo a perder fôlego na parte ocidental da Europa. Tal se deve, por um lado, ao esgotamento das propostas apresentadas (em França tal é manifesto - as propostas apresentadas pela UMP que soube cativar muito eleitorado da FN também contribuíram para a quebra da FN), e, por outro, à assunção de responsabilidades governativas de partidos de extrema-direita, como na Áustria e na Holanda. Provou-se, em exercício de funções, que uma coisa é a demagogia propalada na oposição, outra é assumir responsabilidades políticas.
O discurso oco, sem conteúdo e irresponsável, ainda que se apresente de forma cativante, através da exploração de questões delicadas, mas abordadas de modo muito superficial, como a imigração, provam que a extrema-direita, tal como a extrema-esquerda, não são contribuintes de estabilidade e segurança que se pretende numa sociedade. Pelo contrário, tendem a criar desiquílibrios.
É verdade que os partidos comunistas, muitos deles adeptos e simpatizantes do modelo e método totalitário soviético, não são "olhados de lado" na parte ocidental, pois estes foram parte da resistência às ditaduras de direita. Mas, verificar-se-á, nos países outrora pertencentes ao Pacto de Varsóvia, e recém integrados na UE, como a limitação ou ilegalização de partidos comunistas tem sido assumida, como na República Checa ou Estónia.
Questões histórias. Onde uns foram resistentes, mesmo adeptos do totalitarismo, estão hoje integrados no sistema político. Onde outros tiveram o poder ou simpatia pelo poder do período autocrático, merecem hoje reprovação do sistema político, social e cultural.

Repressão na Birmânia

La Junta Militar birmana ha dado un paso más en el aislamiento del país y ha cortado la conexión a Internet para impedir que salga al exterior información sobre la represión ejercida para frenar las protestas, en las que ya han muerto 15 personas desde el pasado miércoles.

Espera-se que o mundo não desligue da Birmânia, como o poder político e militar birmanês quer desligar-se do mundo.

Noite longa

Deve ser uma noite longa, hoje, nas hostes laranjas. É provável, tendo em conta o sucedido ao longo da campanha em especial nas últimas horas, que haja queixas quanto aos resultados em várias secções.
Resultados a apurar com interesse: quem vencerá na distrital de Lisboa? Hoje é uma primária para a líder da secção de Algés e apoiante do autarca de Gaia.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Efeitos benéficos da globalização

El periodismo ciudadano está ganando la batalla a la dictadura más antigua del planeta: los generales que dirigen Myanmar no pueden detener las informaciones que salen del país, todo lo contrario que en las protestas de 1988, cuando la única voz eran las agencias de información que mandaban su información por télex.

Ao contrário de 1988, quando a Junta Militar matou três mil pessoas, por mais que queira, actualmente o regime birmanês tem enormes dificuldades em travar todas as informações que saem do país.
Por acaso algum altermundialista quer pronunciar-se agora contra o mal destes tempos que correm. Ou uma ditadura merece ser conservada, só por que detesta a Liberdade, despreza os Direitos Cívicos e resiste à Globalização?

Interesses egoístas

Os Estados Unidos insistiram hoje que levam "as alterações climáticas muito a sério" e Condoleezza Rice disse que cada país deve tomar as suas decisões, de acordo com os seus interesses

As questões ambientais não são já um penacho, mas uma preocupação, e que diz respeito a todo o planeta e para as quais tem vindo a evidenciar-se uma sensibilidade maior por parte das pessoas.
O poder político devia tomar as rédeas e assumir, de vez, as questões climáticas como um desafio comum e prioritário, que a ONU, como muito bem propôs Zapatero, devia conduzir.
Lamentavelmente, a Secretária de Estado norte-americano não entende isso, ou melhor, não quer entender, pois está mais preocupada com a economia do seu país. Mas, na realidade, é a economia dos EUA e dos outros que vão continuar a perder. A não ser claro, que as questões de Saúde não mereçam importância.

E bem perto da Birmânia, no Paquistão

Pakistan's main opposition alliance has announced a parliamentary boycott in protest at President Pervez Musharraf's plans to run again for office.
(...)
Earlier this week the United States called on Gen Musharraf to ensure the elections were free and fair.
He is a key ally in America's 'war on terror' but observers say Washington is worried about his declining popularity and the increasing problems of militancy in the country.

Bem pode uma revolução estar às portas de rebentar no Paquistão. E, ao contrário da Birmânia, o país não deverá cair na Democracia. Havendo, no caso paquistanês, mais um pequeno pormenor, o do país possuir armas atómicas.

Primeiras mortes na Birmânia

Ontem morreram cinco pessoas, hoje já morreram nove, devido aos protestos pacíficos que a população e monges birmaneses têm mantido nas ruas birmanesas, contra o aumento brutal do preço do petróleo e pela Liberdade.
A Junta Militar já começou a ceifar vidas inocentes. Até quando?

Perdão?

«A SIC-Notícias não falta ao respeito aos seus convidados nem aos telespectadores», refere o director da SIC Notícias, adiantando que a chegada de José Mourinho «era um acontecimento que também marcava a noite».

Não falta?

Pois...

A China lançou esta quinta-feira um apelo à junta militar birmanesa para que exista moderação em lidar com os monges budistas e civis que participam nas manifestações pró-democracia, no entanto, recusou condenar a actual repressão militar sobre os manifestantes.

A China tem por hábito diplomático não se intrometer e salvaguardar as questões internas de cada país. Porém, não se coíbe de avisar países quanto a quem devem ou não receber.

Um pouco de memória

Caro Zé,
Gosto de ver a forma como certos políticos se apresentam a público, de ar impoluto, dando opiniões sobre tudo e nada, de como a democracia devia melhorar e que tal sucederia se eles fossem os responsáveis políticos. Algo não confessado mas que se percebe.
O PS tem no deputado Carrilho esse exemplo. Porém, a coerência que o deputado quer demonstrar nas palavras não corresponde aos actos do próprio.
Tão preocupado está com a vida dos partidos, em especial daquele em que milita, o PS, o deputado Carrilho, que me lembre, foi candidato à Câmara de Lisboa em 2005.
Ora, foi precisamente em Lisboa, onde teve lugar um projecto válido, estruturado pela concelhia de Lisboa do PS, o Fórum Cidade, que reuniu várias centenas de pessoas, militantes e independentes, que ao longo de dois anos contribuíram para a preparação de um programa à autarquia e que, não se esqueça, o candidato socialista fez ouvidos de mercador às propostas e trabalho de muitas pessoas.
O candidato, pura e simplesmente, descartou o trabalho desenvolvido ao longo de dois anos. Um trabalho de militância e, também, entrega de muitas pessoas sem qualquer filiação partidária. o seu desprezo sobre este projecto é manifesto no livro que escreveu sobre a corrida eleitoral de Lisboa, só faltando denominar a iniciativa da concelhia como algo inócuo.
Vem agora o senhor deputado querer dar lições de melhoramento da vida política? Será que o senhor não se envergonha do livro que escreveu há dois anos, no qual refere que não tem culpa nenhuma na derrota e foi tudo uma maquinação contra si?
E, não se deve esquecer o seu mandato como Vereador na autarquia alfacinha, que ficou mais do que a desejar.
Lições políticas do senhor deputado Carrilho? A memória não é curta.

A má postura da SIC/Notícias

Caro Walter,
Não tenho a mínima simpatia política pelo antigo Presidente do PPD e Primeiro-Ministro, mas isso não invalida que o respeite.
O senhor é dado a futebóis, é, com certeza. A presidência do Sporting não desmente. Porém, ontem ele foi convidado como político. Foi nessa qualidade que ele se deslocou aos estúdios da SIC/Notícias, que ao longo da noite, querendo sacudir a água do capote, numa atitude pouco digna, disse que o ex-Primeiro-Ministro estava irritado, ao escusar-se a comentar o estado do PPD, por uma (putativa) embirração, devido à chegada de Mourinho.
Se o deputado laranja fosse aos estúdios comentar futebol, e a saída do técnico português do Chelsea em concreto, teria sentido a passagem de emissão para o aeroporto. Agora, falar-se de um dos partidos fundadores da democracia portuguesa e interromper um convidado só porque chega um técnico de futebol. Há limites!
Não é embirração, é dar-se ao respeito e o deputado do PPD deu-se, e muito bem, a ele.
Não pode valer tudo e os responsáveis televisivos têm de perceber que devem respeitar quem convidam.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Momento mau

Não tenho a mesma leitura do Pedro Correia.
O PPD não acabou.
Está mal? Bastante. Mas isso não significa que morreu.
Razões? Estar na oposição. E, pior, não tem nenhuma proposta de fundo para o país.
O partido está totalmente refém de uma paralisia (de ideias, rumo e estratégia políticas) que se auto impôs e afecta desde que aprovou a escolha de Santana Lopes para Presidente do partido e, consequentemente, Primeiro-Ministro, em 2004.
O partido preferiu a manutenção do poder a qualquer custo. Nestas circunstâncias, sabe-se, é mais de meio caminho andado para a oposição. Por mais que se esforcem os protagonistas, não se governa sem um projecto político para cumprir. E não se cumpre um projecto sem bons protagonistas. Ora, o Governo de Santana nem tinha projecto nem bons protagonistas.
Averbada uma pesada derrota em 2005, o partido preferiu não aprender a lição que o conduziu a uma das piores derrotas nos últimos anos.
O PPD fez de conta que tal faz da vida política, ora se perde ora se ganha. Mas política não é um jogo de futebol, onde a sorte ou azar do jogo são determinantes. Em política, perde-se ou ganha-se mediante a qualidade das propostas, dos protagonistas e da sua credibilidade junto das pessoas.
O PPD tem muitos e bons quadros que, seguramente, não se querem ver envolvidos nesta eleição nem próximos destas personalidades que ambicionam a liderança. E não será o momento oportuno para aparecerem, não se sujeitem a apanhar muita da lama que tem sido arremessada nestes dias.
Provavelmente, depois de a poeira baixar, e vai demorar algum tempo, o partido vai poder contar com melhores protagonistas, com pessoas que ofereçam qualidade e se dêem ao respeito, algo que nem Mendes nem Menezes garantem, depois destas últimas horas.
Actualmente, o partido vive um hiato, que começou em 2004 e não sabe quando vai terminar.
Há algo que não se pode esquecer que o PPD tem: o faro do poder.
Seria interessante, por exemplo, saber o que se pensa o número um da Comissão Europeia ou o Presidente da República desta situação.
Corredores de fundo como são os dois, sabem que precisam de passar este período sem se envolver, para que acalmadas as hostes possa surgir (de Bruxelas), ou impulsionar (a partir de Belém), um novo rumo para o partido.

Atitude exemplar

Pedro Santana Lopes foi convidado pela SIC/Notícias para opinar sobre o estado do partido em que milita. Poucos minutos depois do início da entrevista, esta é interrompida por que José Mourinho chegava a Lisboa e a emissão tinha de passar para o aeroporto. Este critério editorial da estação de televisão merece uma palavra: miserável.
Primeiro, porque o assunto em questão, o estado de um dos maiores partidos portugueses merece preocupação, e o partido em causa respeito.
Segundo, porque o entrevistado foi Presidente do PPD e, mais do que isso, Primeiro-Ministro de Portugal.
Só estas duas condições, por si só, bastavam para respeitar o entrevistado e a entrevista e distinguir o que importava: o PPD ou a chegada de José Mourinho.
A SIC/Notícia preferiu, pelo bem do interesse nacional, emitir a partir do aeroporto, de onde, por acaso, o treinador nem uma palavra disse quando chegou.
Quando a emissão retomou aos estúdios, pouco depois, Santana Lopes fez bem e disse que não diria mais nada, pois por mais respeito que Mourinho mereça, há coisas mais importantes para o país, e seguramente, por muito mal que esteja o PPD, este merece respeito.
Lição exemplar e que merece elogio a atitude do antigo Chefe do Governo. Não vale tudo e não pode valer tudo.
Oxalá a SIC/Notícias, que é um dos melhores canais portugueses, e outros órgãos de comunicação entendam o que devem ter como prioridade no serviço público que prestam.

Referência que não deve ser esquecida

Faleceu hoje um dos fundadores do PPD, Magalhães Mota.
Seguramente, não partiu com a tranquilidade, em termos partidários, que merecia, pois ainda assistiu aos casos vergonhosos que se estão a passar no partido que fundou.
Haja, das duas candidaturas, um pouco de respeito, já que não têm entre si, pelo menos pela memória de Magalhães Mota.

Das palavras aos actos

O primeiro-ministro da Grã-bretanha, Gordon Brown, pediu uma reunião urgente, ainda para esta quarta-feira, do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com o propósito de analisar a actual crise na Birmânia.

Faz bem, Gordon Brown, em pedir uma reunião com carácter de urgência do CS da ONU devido à situação da Birmânia.
Depois das palavras do Presidente dos Estados Unidos ontem, vem, hoje, Londres actuar, antes que se repita o massacre de que os birmaneses foram alvo em 1988 por parte da Junta Militar, quando morreram três mil pessoas.
Veremos o que os aliados da Junta Militar birmanesa, e com assento permanente no CS, China e Rússia, farão. Darão protecção à Junta Militar ou assumirão a defesa dos birmaneses?

Pois, pois...

No Irão não existem homossexuais

Caro Tomás,
Não existem homossexuais e heterossexuais só às vezes.

Ranking da governação africana

Mauritius is the best run country in sub-Saharan Africa while Rwanda has made the greatest improvements in good governance in recent years, a new study says.

The index ranks 48 countries on five factors: safety and security; rule of law, transparency and corruption; participation and human rights; sustainable economic opportunity; and human development.


As pequenas ilhas africanas do Pacífico, Maurícias e Seicheles, recebem a pontuação máxima em termos de estabilidade, num ranking onde Cabo Verde se encontra em lugar cimeiro dos Estados africanos com mais estabilidade.
Em termos lusófonos, de assinalar o 44º lugar, em 48, da Guiné-Bissau - o pior, e as melhorias verificadas em Angola, que se referem, não obstante a 42ª posição.
Moçambique encontra-se em 23º lugar e São Tomé e Príncipe em 10º.
Destaque, pela positiva, para as melhorias que se verificaram no Ruanda, depois de anos trágicos.
Quem estiver interessado pode obter mais informações no site da Fundação que elaborou o estudo, algo que seguramente é de todo o interesse do Zé Flávio.
P.S.- Nenhum país do norte de África (de Marrocos ao Egipto) entra nesta avaliação.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Caldos de galinha

Nunca fizeram mal a ninguém.
Talvez nas Necessidades se devessem tomar uns, quer em relação ao Tratado Reformador quer à Cimeira UE/África.
Mais do que acção de proclamação, quer-se bastante diplomacia de bastidor.
Nada do que está programado, e oxalá se cumpra, tem garantia de sucesso total.

Episódios de um estado pré-comatoso

Ouvir o autarca de Gaia à hora do jantar foi confrangedor. Com que legitimidade quer o senhor ser Presidente do PPD depois de ter dito o que disse de alguns dos militantes do partido? A mesma com que o actual Presidente e candidato à liderança tem depois de referir que o grupo parlamentar foi escolhido numa noite de nevoeiro.
Uma desgraça nunca vem só.

Ainda não li

O Calimero do PS tem escrito uns artigos sobre a vida política nacional na imprensa. Essa referência mor de como perder e não se sentir culpado por nada, pois a culpa é sempre dos outros.
Confesso que ainda não li nenhum texto.

O principal problema mundial

Pakistani President Pervez Musharraf will stay on as head of the army if he is not elected for another presidential term, his lawyer says.

O advogado do Presidente paquistanês diz que o seu cliente, caso não seja reeleito Chefe de Estado, não renunciará à chefia das Forças Armadas.
Ora, não só acho que Musharraf vencerá as eleições, provavelmente de forma fraudulenta, como manterá a liderança dos militares.
A sua missão agora é mais complexa, a cada dia que passa: evitar a sua queda, ou por golpe de Estado ou por revolução. E o que isso acarreta para o país, para a região e para o mundo.
A seguir, a par e passo, o que se passa numa das potências nucleares asiáticas e país tampão do avanço terrorista.

Boa atitude de Washington

George W. Bush anunciou esta terça-feira, perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que os EUA vão reforçar as sanções económicas à Birmânia. O presidente norte-americano disse ainda que os EUA estão «indignados» com a situação que se vive no país e com as atitudes da junta militar.

Nunca é tarde para emendar a mão e os Estados Unidos parecem estar, desta vez, apostados a não ser coniventes com a ditadura militar birmanesa.
O regime militar pode estar por fios e a luta de muitas pessoas, por uma país livres, mais perto de alcançar.

Deplorável

Candidato à liderança do PSD, Luis Filipe Menezes agendou para esta terça-feira, às 20:00 horas, uma tomada de posição pública sobre a recente decisão do Conselho de Jurisdição (CJ) que exclui 1.442 militantes dos cadernos eleitorais, impedindo a sua participação nas eleições directas da próxima sexta-feira.

Cartada de última hora, servida à hora do jantar.
O país inteiro está a assistir ao que há de mais deplorável em termos políticos.
Todos estes senhores, candidatos e séquitos, fariam um bom serviço ao PPD e ao país se se afastassem da política. Infelizmente, como grande parte deve estar dependente da política, nada são sem o partido. O PPD bateu no fundo.

As tergiversações de Teerão II

O Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad desmentiu hoje num debate na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, ter negado a existência do Holocausto e reivindicou o direito para o Irão de continuar o seu programa nuclear.

Mais um ziguezague do flamejante de Teerão.
Por acaso, esta notícia do Público não diz, mas o Presidente iraniano não desmentiu em Columbia ser a favor do desaparecimento de Israel do mapa.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Entre o que anunciam e o que fazem

Nostalgia? Duvido que o Presidente angolano seja dado a tais sentimentos. Caso contrário, já não devia estar no poder.
Leal aos princípios que advoga? Um político comunista não faz o que a doutrina anuncia (alguém conhece algum regime comunista onde não haja exploração do homem? não só há como fazem questão de a exercer).
Não é, portanto, de estranhar que o ditador de Havana receba, sem quaisquer problemas, o Chefe de Estado angolano. O político outrora fidelíssimo de Moscovo e Havana, agora amigo de Washington.
Devia o ditador de Cuba, portanto, condenar de herege o seu homólogo de Cuba? Pela aliança com Washington, naturalmente. Por interesses, não.
Assim, Tiago, se percebe porque se dão tão bem.
Agora essa de debater os problemas que afectam a Humanidade, tem o seu quê de interessante.
Será que os dois não podem, por brevíssimos momentos, reconhecer que cometeram os seus nos países que comandam? Ou será que consideram a sua atitude um contributo positivo?
A miséria e a pobreza não valem como itens de qualidade de vida!

O caso mais premente e complexo da actualidade

Cresce a especulação de que Musharraf poderá dissolver o parlamento e declarar estado de emergência, caso a justiça bloqueie a candidatura à presidência.

A estabilidade mundial depende, actualmente, do que se passa no Paquistão.
Se este país cai nos braços dos fundamentalistas, e a probabilidade não é nada remota, podemos ter um caso grave, mais ainda do que o projecto nuclear iraniano.
As eleições de Outubro nada terão de democrático, mas a Comunidade Internacional não pode dar-se ao luxo de deixar cair Musharraf, o militar que chegou ao poder por um golpe de Estado e mantém-se por controlo férreo do país.
Nada do que se passa no Paquistão indica cenários de tranquilidade. Pelo contrário. A cada dia que passa o risco de descalabro aumenta.

Péssima imagem

Quatro sociais-democratas terão pago largas centenas de quotas de militantes do PSD nos últimos dias. Estas irregularidades foram comunicadas pelo secretário-geral do partido, Miguel Macedo, ao Conselho de Jurisdição (CJ), que hoje reúne para analisar o problema.

E diziam que estes episódios deploráveis só aconteciam nos jotinhas!
Esperava-se um pouco de decência.

O alívio dos Conservadores britânicos

Brown falou à Convenção, cumpriu com algo que já anunciara, o Parlamento vai passar a ter a competência de decretar a guerra e anunciou a eleição para a Câmara dos Lordes.
Continuou a sublinhar a veia humanitária do Governo britânico no mundo, nomeadamente no que se refere ao Darfur.
Sobre eleição antecipada, nada. Tabu? Não se sabe. Mas o lado pouco propenso ao risco de Brown surgiu nesta Convenção.
O líder britânico não se deve sentir muito seguro com as sondagens que dão 6% de vantagem ao Labour, hoje ou ontem saiu uma que dava 8%. Deve cumprir o mandato até 2009.
Os Tories devem estar a respirar de alívio.

Legitimar a liderança

The prime minister told the BBC: "I've got a programme of change for the future. Do I need to call an election to do so? No. The right thing to do is to get on with the job.

Brown fará mal se não aproveitar este momento e não anunciar, dentro de algumas horas, que pedirá a convocação de novas eleições.
Brown já provou não ser uma sombra de Blair e, como tal, deve, quanto antes, legitimar o seu mandato.
O dia acaba por ser, assim, um dos mais importantes na vida política do líder trabalhista.

As tergiversações de Teerão

Num dia, um Ministro iraniano avisa os Estados Unidos e Israel de serem alvo de um ataque sem precedentes por parte de Teerão caso haja uma intervenção militar destes Estados no Irão. Noutro momento, e amiúde, o Presidente iraniano indica que o desaparecimento do mapa de Israel está para breve. Agora, o mesmo Presidente diz, nos Estados Unidos, não ter qualquer pretensão de guerra.
Teerão mostra peito feito quando pretende conquistar almas internas, mostra-se cordeiro quando sai da toca.
Talvez no Ocidente, em especial na Europa, as palavras do Ministro dos Negócios Estrangeiros francês merecessem mais atenção. Não porque a guerra seja desejável, que nunca é, mas porque uma ameaça maior pode surgir quando menos se espera.
Este poder político de Teerão não dá quaisquer garantias de segurança, pelos dois pesos e duas medidas que assume.

O pior dia do PPD

Terá lugar na próxima sexta-feira. O que devia ser um momento de clarificação, revelar-se-á um momento de adiamento. Mais um.
Não tendo o vencedor da contenda mais de 60%, ver-se-á o partido esmiuçar dentro e fora do Parlamento.
Os últimos dias foram maus demais para trazer qualquer sinal de mudança. Apenas se (pre)vê o afunilamento.

Será desta que a Junta Militar cai?

Cerca de 30.000 birmaneses, entre os quais 15.000 monges, estão hoje a manifestar-se em Rangum, junto da sede da Liga Nacional para a Democracia (LND), da oposição, segundo testemunhas.

Os protestos pacíficos que se verificam há dias na Birmânia, actualmente denominada de Myanmar, têm vindo a aumentar de dia para dia.
Estará para breve a queda do regime militar?
Espera-se que sim. Assim como a libertação de Aung San Suu Kyi.

A China devia perceber

Pekín interpreta el hecho de que un jefe de gobierno alemán haya decidido por primera vez recibir al Dalai Lama como un apoyo indirecto a lo que considera aspiraciones secesionistas de Tíbet y, por ello, como una "intromisión en asuntos internos".

Merkel não é pessoa que se deixe intimidar com grande facilidade, pois a Chanceler alemã sentiu na pele o que é opressão. Provavelmente, mais do que quem ameaça Berlim a partir de Pequim.

Dúvida do dia

Será que Gordon Brown anunciará hoje, na Convenção do Labour, que convoca eleições antecipadas no Reino Unido para 25 de Outubro?
A tentação é grande. As sondagens dão um empurrão nesse sentido, dada a margem conforável que o Labour conta.