quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Intervenções da noite

Caro Rui,
Não sei se tiveste oportunidade de ver as intervenções desta madrugada, de McCain, Hillary e Obama. Do rescaldo da eleição de ontem, começa a evidenciar-se que McCain dá por adversário directo em Novembro Obama e Obama começa a virar as baterias para McCain.
E das intervenções dos dois, McCain e Obama, que diferença, entre as palavras e propostas do Senador do Arizona e as do Senador do Illinois.
Melhor conhecedor da realidade mundial, McCain, no breve discurso que realizou, fez uso da sua experiência para lidar com as questões globais. Falou de Cuba (a propósito da saída de Fidel), Paquistão (acerca das eleições de segunda) e Venezuela (da ameaça de Chávez cortar o petróleo aos EUA), abordando as questões das Liberdades, Terrorismo e Energia. E, neste último ponto, gostei de ouvir o candidato Republicano falar do investimento que os Estados Unidos têm de realizar em termos de energias renováveis. Será influência do Governador da Califórnia e seu apoiante? Uma coisa noto do discurso de McCain, felizmente nada tem a ver com o de Bush, que colocava as questões em termos quase apocalípticos, de ele ou o caos.
Quanto ao discurso de Obama, além de extenso, três quartos de hora, mostrou um candidato um pouco cansado, é natural, pelo desgaste que a corrida Democrata está a provocar nos dois contendores, e com propostas, externas, que são de arrepiar. Além de ter cooptado uma proposta que McCain fez há dias, de terminar com a vergonha de Guantanamo, uma boa medida, assumiu, ontem, que em 2009, se eleito Presidente, retirará as tropas do Iraque. E fez uso de um discurso, quanto a mim, demasiado populista, referindo um diálogo que teve com uma pessoa que perdeu o seu jovem filho no Iraque.
Continuo, por isso, a considerar que Obama é um risco em termos de posição mundial que os Estados Unidos devem assumir. De certo modo, faz-me lembrar o Bush dos primeiros meses de presidência, antes do 11 de Setembro, de que os Estados Unidos nada têm a ver com o que se passa no mundo e deve estar concentrado nas suas fronteiras... esta política foi o desastre que se viu.
Quanto a Hillary, centrou a intervenção na sua experiência e trabalho desenvolvido, recordando que foi ela que conseguiu, na China (em 1995), o reconhecimento dos Direitos da Mulher e sublinhou a sua grande aposta no Plano de Saúde.
A vida não está fácil para Hillary, que bem pode alcançar um bom resultado no Texas, devido à maior afinidade que a sua pessoa tem com a comunidade hispânica, mas difícil no Ohio, onde Obama pode passar melhor.
Uma última nota, para assinalar a deselegância da candidatura de Obama, que começou a intervir ainda Hillary estava a proferir o seu discurso.

2 comentários:

Pedro Martins disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Já que me parece que Hillary (a minha preferida) não chega lá, então que fique o Mackain. Também acho o Obama um populista inconsequente e um perigo para o mundo.