Primeiro-ministro kosovar confirma proclamação da independência para amanhã
Na quinta, anunciava-se a independência kosovar amanhã, domingo. Ontem, sexta, havia hesitações. Provavelmente, as chancelarias europeias devem ter tido, nas últimas horas, muito trabalho, no sentido de garantirem o apoio e estarem preparadas para dizer sim e dar as boas-vindas ao novo país balcânico.
Em Belgrado e Moscovo, sobretudo na capital sérvia, o sono deve ter sido escasso, pois a declaração de independência do seu berço histórico pressente-se mais perto do que jamais se sentira.
Resta, então, acompanhar com atenção as próximas horas, que podem inscrever um novo capítulo na Europa, o surgimento do mais artificial de todos os Estados europeus.
Na história do secular conflito balcânico, a grande novidade é o surgimento dos albaneses, que até agora não tinham estado, em mais de dois mil anos, nos entendimentos e, principalmente, desavenças dos eslavos dos Balcãs, que emergiram desde a repartição do Império Romano em 395 d.C. (os ocidentais: croatas e, bastante afastados da contenda, os eslovenos, e os orientais: os sérvios; sem esquecer que ficaram no meio: os bósnios, parte dos quais, mais tarde, no século XIV receberam e passaram a ter um nova identidade, com a conquista por parte do Império Otomano).
O precedente kosovar, se existir, como tudo indica, vai acicatar, ainda mais, as brechas da Europa, que há séculos padece de uma grave enfermidade denominada nacionalismo.
Está à beira de nascer o mais pobre e problemático país europeu.
Pobre Europa, esta, que não quer aprender com os erros do passado, nem respeitar as identidades de cada um.
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