Rajoy plantea un contrato de integración para inmigrantes a escala europea
Esta eleição espanhola tem um alcance mais vasto do que as próprias políticas de âmbito nacional, nomeadamente no âmbito da política de imigração europeia.
Como se referiu aqui há poucos dias:
Uma vitória expressiva de Zapatero em Espanha será um bom exemplo para a Europa, nomeadamente em termos de política de imigração, que se paute por valores e princípios, não pela discriminação e exclusão.
Como se nota, da visita hoje feita por Rajoy a Merkel, a imigração é um assunto cimeiro a nível europeu, e uma vitória do PP significaria a defesa de uma Europa fortaleza, que tem no residente mor do Eliseu um defensor.
A direita europeia tem vindo a distanciar-se do equilíbrio e equidade sociais e tem na imigração uma área de intervenção que procura anular certos fracassos e/ou problemas internos. Obviamente, a imigração é uma matéria delicada, que, contudo, não pode ser tratada com desdém.
A imigração merece mais trato e a própria Merkel devia ter percebido isso, quando o seu partido sofreu uma hecatombe eleitoral, há poucos dias, no land de Essen, devido à campanha xenófoba realizada pelo democrata-cristão e líder do land Koch.
Bem sei que a recente visita de Erdogan, Primeiro-Ministro turco, à Alemanha, causou um certo mal-estar em Merkel, pela defesa que o governante turco fez da língua e tradições turcas. Mas, nem oito nem 80. E a ostracização, como certa direita europeia demonstra ter vontade imprimir, não é bom sinal.
A esperada vitória de Berlusconi em Itália pode ser mais uma achega às pretensões de governantes de direita moldarem, no Conselho Europeu, uma política de imigração europeia que deposita pouca valorização do imigrante nas sociedades europeias.
Mas é Espanha, pela pujança económica e política que tem, e pelo número de imigrantes que conta, que pode determinar esta guinada europeia que Sarkozy pretende dar. Uma vitória de Rajoy seria uma má notícia para a Europa inclusiva que se quer.
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1 comentário:
Zapatero recebeu hoje uma "ajuda" importante. Contra alguma expectativa reinante,, Espanha cresceu o PIB em 3,8% em 2007 (+1,1pp que a zona euro) e a desaceleração no último trimestre não foi tão grande como parecia, situando-se o cresciemnto nos 3,5%. Apesar do aumento da inflação e do desemprego, a economia espanhola dá mostras de estar sólida (não nos podemos esquecer que Espanha é dos paises europeus aquele que tem neste momento o maior superavit relativo). Pelo que, a argumentação do PP e principalmente do seu candidato para a matéria económica, sofreu um duro golpe com estes novos dados.
Ontem, enquanto Rajoy estava pela alemanha, o recinto de pre´-campanha escolhido pelo PSOE na andaluzia foi pequenos para tanta gente, tendo ZP vindo à rua prometer com 1.200 mil novos empregos para as mulheres e comprometer-se durante a próxima legislatura, acabar com discriminação de género nos salários. Um novo mote para a campaña.
A seguir nos próximos dias.
Abraço,
Nuno Pinto.
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