domingo, 17 de fevereiro de 2008

Memória e responsabilidade

Quem vem depois de mim não tem nenhuma culpa, mas continuam a ser tão responsáveis como a minha geração. Há que transmitir de novo esta ideia a cada geração. E assim será, porque não há liberdade sem memória. Um povo só é realmente livre se conhecer a sua História - também as piores fases - e a enfrenta consciente da sua responsabilidade.
Gerhard Schröder

Caro Lutz,
Estou a ler nestes dias as memórias de Schröder, no qual o antigo Chanceler alemão alude à intervenção no Kosovo como uma medida essencial do seu Governo, e, nem de propósito, as palavras acima transcritas, que ontem li, assentam que nem uma luva à questão sérvia.
Quando refiro os "Tratados de Versalhes" é o sentimento de enxovalho que se pretende impor, por modos mais ou menos directos, aos perdedores e como os "Tratados de Versalhes" são os maiores aliados e fomentadores dos nacionalismos.
A Sérvia já foi demasiado fustigada para continuar a ser alvo de ataque. E, não esqueçamos, há demasiado nacionalismo na Sérvia e este bem pode empunhar o déspota Milosevic e os cruéis Mladic e Karadzic como heróis destes tempos. Quando as suas políticas e práticas merecem total repúdio.
Os sérvios transportam um fardo histórico pesado e o seu povo, que ainda há dias escolheu, na eleição presidencial, a via da moderação não merece o que se está a passar. Amputar o seu berço histórico.
A maioria dos sérvios assumiram a sua responsabilidade. Parte da Comunidade Internacional parece querer não a reconhecer.

1 comentário:

Pedro Sá disse...

Creio que tenho que te lembrar que já existiam sérvios bem antes da batalha de Kosova polje...