quarta-feira, 31 de outubro de 2007
O faro político dos neocons
Sinceramente, não esperava ver Giuliani com elementos neocons, mas eles já estão na sua equipa de campanha, como bem referes.
Faro e argúcia nunca faltaram aos neocons.
'Milagres' do marketing
Primeiro os livros das duas personalidades referidas. A partir de amanhã estará em exibição o filme português que deverá receber mais público nas salas de cinema, batento recordes de bilheteira.
O que não faz um bom marketing, mesmo que o conteúdo não seja grande coisa.
Duas corridas numa
(...)
La buena consideración que el alcalde de Madrid tiene en Catalunya y su talante moderado hace que sea uno de los líderes más deseados por el PP catalán por la credibilidad de la que goza en Catalunya y con la que quieren sumar votos que den el triunfo a Rajoy.
Rajoy agarra todos os trunfos, mesmo os que não lhe convém internamente (Gallardón é já dado como um dos sucessores de Rajoy à frente do partido), para procurar sobreviver politicamente, isto é, ganhar as legislativas de Março próximo.
Gallardón, sem nada a perder com este convite para em nome do líder do PP intervir na Catalunha (onde se têm verificado com alguma frequência problemas nas redes de comboios), e com uma imagem política a divulgar e consolidar fora de Madrid, onde é Presidente da Câmara, aproveita a oportunidade para se mostrar fora dos seus muros de intervenção, e, provavelmente, começar a conquistar apoios, que, segundo o La Vanguardia, já tem nos populares da Catalunha.
Uma autêntica corrida paralela onde nenhum dos dois tem nada a perder. Porém, Gallardón é dos dois o que pode ganhar mais, a sua meta não está em Março, mas no que se segue.
A campanha em Espanha começa a aquecer.
Preservar a estabilidade
Do debate dos candidatos democratas, vai ficando cada vez mais claro que Hillary é a única candidata com um programa sólido e uma interpretação realista do mundo.
Dos restantes candidatos, mais do que propostas, constata-se, apenas, ataques a Hillary.
O caso da Câmara do Porto
O Tiago refere a incongruência a todos os níveis, com o exemplo do que se passa na Câmara Municipal do Porto, de quem mais se reclama coerente e portador e cumpridor exímio da elevada ética no exercício de funções políticas.
Projectos nucleares, diferenças
He said the project will be developed in co-operation with "international partners" including the UN International Atomic Energy Agency (IAEA).
Uma diferença clara entre a ambição nuclear egípcia e a iraniana. A primeira demonstra o que pretende e quer a participação de diversos parceiros. A segunda tem tudo fechado a sete chaves.
O que tem feito a Rússia?
A complacência de Moscovo também não tem contribuído para a resolução do problema. Aliás, tende a permitir que ele aumente.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Só responde Tel Aviv e Paris?
Baradei disse, em entrevista à CNN, não haver provas de o Irão estar a desenvolver uma bomba atómica. Mas também não garantiu que não estão a ser reunidos esforços nesse sentido.
Só Israel e França reagem às palavras do director da Agência de Energia Atómica? Estará a Comunidade Internacional à espera que o regime de Teerão surja aos olhos do mundo como uma vítima de uma conspiração?
A nova referência do BE
Já se pode imaginar a campanha bloquista com uma: hasta la vista baby!
Salazar eleito
Quem diria, o jornalista que escreveu a biografia do maior traficante de droga de Medellín, foi eleito alcaide desta cidade colombiana.
Jogos de paróquia
Com virtudes e defeitos, o antigo Presidente Executivo do Millennium jogou com as regras do jogo. Foi a terreiro e perdeu. Tal como no basquetebol, ou se ganha ou se perde, não há empate.
Agora, e inteligentemente, o BPI soube aproveitar a fraqueza do BCP.
Porém, esta proposta de fusão tem contornos demasiado paroquiais. Que, para lhe dar mais sentido, no burgo, ainda presenteia os portugueses com um debate no canal público, logo à noite, no Prós e Contras. O que deverá ser um programa mais-do-que-interessante.
Estamos a precisar de privados que sejam capitalistas.
Há cinco séculos que os expulsámos e ainda não recuperámos nenhum!
A memória não pode ser curta
Caro Pedro,
E existem condições para construir um Estado sem sentido? E condenado à miséria? Ou, de duas uma, surge uma grande Albânia ou alguém tem de financiar a região mais pobre da Europa.
Já agora, os acordos internacionais não prevêem a cisão do território sérvio.
Quase pareces Ibarretxe!
Ainda há quem, no Ocidente, percepcione os Balcãs segundo a lógica da Guerra-Fria.
Felizmente, o ditador sérvio já caiu e o muro também.
Merecerão, por isso, os sérvios continuar a ser punidos, internacionalmente, por causa do facínora que os condenou ao isolamento e à desgraça?
E quanto à guerra balcânica, talvez não fosse despiciendo recordar quem financiou e armou o UÇK.
Um pouco de respeito pela identidade sérvia agradece-se.
domingo, 28 de outubro de 2007
Os dois pesos e duas medidas
(...)
"Queremos ver os nossos amigos ocidentais ao nosso lado na luta contra o terror", afirmou, numa conferência de imprensa em Istambul
Erdogan critica, e muito bem, os dois pesos e duas medidas assumidas pelos EUA e UE no que diz respeito ao combate ao terrorismo.
A Turquia há muito tempo que tem sido alvo de ataques dos terroristas curdos. Infelizmente, nem de Bruxelas nem de Washington houve uma palavra ou um gesto de solidariedade para com os turcos. Sobretudo dos Estados Unidos, que tanto se assumem como os baluartes mundiais no combate ao terrorismo.
Por outro lado, seria interessante ver alguns meios de comunicação social mais isentos, pois tendem a fazer passar os terroristas curdos como uns coitados, que estão a ser alvo do malévolo Estado turco. Veja-se só o título desta edição nacional.
Então, um país que é atacado não tem legitimidade para se defender?
Cultivar a responsabilidade II
Sendo obrigatório o ensino, pelo menos até ao 9º, como faltam tanto os alunos até ao 9º ano?
O sistema não pode continuar a ser permissivo nem displicente.
A esquerda deve deixar de ter medo de realçar a importância da responsabilidade dos mais novos.
O mercado está cada vez mais competitivo e se o rigor e a disciplina (que não são valores exclusivos da direita) não forem estimulados desde cedo, será difícil ganhar a batalha da competitividade.
A Educação tem de começar a ser encarada como um activo laboral e económico do País, não como uma fase estanque, pela ordem natural das coisas.
sábado, 27 de outubro de 2007
Cultivar a responsabilidade
Porém, esta semana, a aprovação do estatuto do aluno dá sinais contrários ao que se pretende e quer no campo educativo: responsabilidade.
A questão das faltas não é menor. É, até, determinante na aprendizagem.
Cultivar a responsabilidade passa por regras e estas não podem ser tidas como aspectos menores.
Mais um sucesso da nossa Presidência
A Presidência portuguesa do Conselho Europeu tem sido conduzida com sucesso.
Todos os objectivos a que se propunha alcançar foram completados e com resultados positivos. Desta feita foi a Cimeira UE/Rússia.
Resta alcançar com o mesmo êxito o último dos objectivos propostos por esta Presidência: a Cimeira UE/África.
Outro momento delicado pode surgir no início de Dezembro, quando se decidir o futuro do Kosovo. Porém, até agora, só se pode reconhecer mérito e qualidade ao Governo português, por liderar uma das mais bem sucedidas Presidências do Conselho Europeu dos últimos anos.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
À espera da renovação
Se o Congresso do SPD deste fim-de-semana está mais preocupado em piscar o olho ao PDS (formação de antigos comunistas e dissidentes do SPD) vai por mau caminho.
Não é fácil a posição em que o SPD se encontra na Alemanha, sendo o parceiro menor da coligação com os democrata-cristãos no Governo Federal. O partido ainda está a pagar o preço da liderança não bem sucedida de Schröder.
Há pontos positivos na governação germânica da responsabilidade do SPD, como as Finanças, Trabalho e Negócios Estrangeiros e que podem ser um activo.
Queira o partido renovar-se em direcção ao futuro e esclarecer os alemães, não entrar numa corrida com quem propõe medidas irresponsáveis e agravantes para os alemães e para Alemanha.
O que fará Cristina diferente de Nestor?
É mais que seguro que Cristina Kirchner sucede a Nestor Kirchner na Presidência da República da Argentina.
Domingo as urnas confirmarão este facto.
Resta saber em que será distinto o mandato de Cristina do seu marido, em especial que relação assumirá com os líderes da América Latina, nomeadamente que tipo de ligação Buenos Aires manterá com o poder de Caracas e que posição quer assumir a Argentina no Mercosul.
Por ser mulher, aproximar-se-á mais Buenos Aires de Santiago do Chile?
A seguir nos próximos anos.
Valores e símbolos sérvios
Sendo o Kosovo o berço da nacionalidade sérvia é, pelo menos, um argumento forte, para defender a coesão do Estado sérvio, não?
A mania de no Ocidente fazerem dos sérvios os maus da fita dos Balcãs já cansa e deturpa uma realidade histórica. Basta recordar o que o amigo ocidental Tito fazia aos sérvios.
Diferenças de projecto ambiental à direita
Caro Adolfo,
Que dizer destas iniciativas do Presidente francês?
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Aplausos
A deputada, eleita pelo círculo de Santarém, e muito bem, não abdica do mandato que recebeu dos eleitores do distrito escalabitano, fazendo ver ao CC que quem representa é a população e não um conjunto de pessoas que apenas se conhece e dá na Soeiro Pereira Gomes... bem longe da lezíria ribatejana.
Luísa Mesquita merece elogio por manter fidelidade a palavra dada a quem nela depositou confiança.
Do óbvio sobre o Kosovo
O Presidente russo refere a Espanha e a Bélgica por razões óbvias para legitimar a posição de Moscovo em relação ao Kosovo. Só não vê e não percebe quem não quer.
Espera-se que amanhã, em Mafra, a UE saiba que a coesão da Sérvia é a mais adequada para o futuro dos Balcãs e da Europa.
Separar o trigo do joio
Importa recordar que o caso cipriota podia ter sido resolvido em 2004, poucos dias antes da adesão da ilha à UE, mas o entendimento não mereceu acordo por parte do lado grego da ilha.
Quanto à intervenção da Turquia nas bases do terrorismo curdo no norte do Iraque, não terá legitimidade Ancara para se defender? Ou é legítimo ao terrorismo curdo continuar a ceifar vidas de civis e militares turcos?
E, por referir os curdos, vale a pena sublinhar como estes têm vindo a receber defesa legal na Turquia. Por exemplo, quer a língua quer o líder do PKK, se hoje têm a sua respeitabilidade garantida isso se deve ao rigor e determinação dos padrões da UE que os turcos seguiram.
Manifestar oposição à entrada da Turquia na UE só porque o país, e com toda a legitimidade, se defende de ataques terroristas?
Devemos distinguir o trigo do joio.
Ainda sobre a pouca noção política de Rajoy
Nunca tive a imagem de Al Gore como o herói salvador do planeta. Aliás, deixei bem expresso o que considero da atribuição do Nobel da Paz deste ano.
Todavia, esta leitura não me impede de considerar bastante válido o trabalho que o antigo Vice-Presidente de Clinton tem desenvolvido com bastante pertinência.
Causa-me, todavia, espanto e desconforto constatar, ainda por cima numa sessão dedicada às alterações climáticas, o desprezo dado por Rajoy às matérias em causa, fazendo de conta que tais questões nem são importantes nem têm relevância, quando se verificam os dois casos.
Al Gore pode merecer todo o tipo de refutações científicas. Não creio que todas contrariem o seu paradigma. No entanto, o modo displicente como Rajoy interveio, merece todo o lamento.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Manifesto Socialista Europeu
Num tempo em que tantos se queixam, e com algum sentido, do distanciamento dos partidos políticos das pessoas e do projecto europeu dos cidadãos, eis que, em boa hora, os Socialistas Europeus propõem a elaboração de um manifesto, tendo em vista as eleições europeias de 2009, no qual qualquer pessoa pode participar.
É um bom exemplo, o dado pelos Socialistas Europeus, de dar voz aos Cidadãos e espaços para a sua intervenção.
Ganha a Cidadania, ganha a Política e ganha a União Europeia.
Ventos polacos
Há muito que os polacos eram uma força de bloqueio das relações entre a UE e o gigante eslavo.
Em Bruxelas e Moscovo, como noutros locais, a mudança de domingo foi acolhida com agrado e entusiamo. Isso deve ser patente em Mafra.
A causa quase esquecida da Birmânia
De Camberra vem uma posição firme frente à Junta Militar. Pouco tempo depois de se saber que a ASEAN nada fará contra o regime autocrático.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Mais uma tentativa de atropelo da vontade soberana das pessoas pelo PCP
O afastamento de Barros Duarte é visto pelo PCP como uma «necessidade» para a realização de «um trabalho mais articulado, mais dinâmico e mais colectivo por parte dos vereadores da CDU para dar um novo impulso à gestão autárquica com vista à concretização dos objectivos programáticos e à resolução mais célere dos problemas da população».
No comunicado, os comunistas consideram que há da parte do presidente da autarquia a «sobreposição dos interesses pessoais aos interesses colectivos e de apego desmesurado ao poder».
«João Barros Duarte defraudou a confiança do seu partido e camaradas, de todos quantos confiaram na CDU e no seu projecto e em larga medida as expectativas dos marinhenses», argumentos considerados suficientes para a retirada de confiança política anunciada hoje.
No fundo, o Presidente eleito pelos munícipes da Marinha Grande só defraudou mesmo o PCP. Espera-se que seja fiel ao mandato que as pessoas, e não o Comité Central, lhe atribuíram nas urnas.
O PCP continua a evidenciar o respeito que tem pela soberania das urnas: nenhuma.
Para o PCP só há um órgão legítimo: o Comité Central. A vontade das populações é desprezada e totalmente ignorada. Lamentável.
Pelos vistos, quem tanto fala de Abril por tudo e por nada, continua a verificar-se que está por consolidar os valores de surgidos em 1974 no seio do partido.
O PCP precisa de mais casos como o sucedido em 2005 na Câmara do Redondo para começar a respeitar a vontade soberana das pessoas.
O despertar das chancelarias europeias para a ameaça iraniana?
Depois de Paris, é Londres a defender uma posição mais assertiva com as ambições nucleares de Teerão.
Estará a Europa a despertar para a ameaça que pode correr? Espera-se que sim.
Um político sem noção e prioridades do tempo actual
Que o líder dos populares espanhóis é fraco, já se sabia. Que não tem a mínima noção dos tempos em que vive e de quais os riscos que se enfrentam é que causa espanto.
Quer este senhor ser Presidente do Governo de Espanha? Depois do que disse nas Baleares, nem para alcaide, quanto mais governante nacional.
A ameaça iminente
Parece que na União Europeia, apenas Paris percebeu que o armamento atómico do Irão é uma ameaça ao continente.
Esta postura de Paris é boa, tendo em conta a política externa francesa dos últimos 12 anos, de constante bloqueio. Porém, não é bom sinal a passividade das restantes chancelarias.
Esperar-se-á a concretização da ameaça?
Convém recordar o adágio, que mais vale prevenir que remediar.
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Clivagens da blogosfera lusa
Porém, esta clivagem, no âmbito dos blogues políticos, já não se resume a esta defesa pela esquerda ou direita. Há uma outra clivagem que surge e ganha preponderância, e é mais manifesta em determinados momentos, como se verifica agora.
A clivagem entre europeístas e eurocépticos ganha lugar na blogosfera lusa.
Não é por acaso que vários blogues de esquerda, mesmo sempre grande afinidade com a direita liberal polaca realçaram a vitória desta, enquanto os liberais nacionais, apesar do agrado pela vitória liberal, mais pela corrente que assumem do que propriamente pelos projectos que substanciam, transpiravam um pouco mais de simpatia pelo partido conservador e anti-europeísta dos Kaczinsky.
Aos poucos, começa a consolidar-se a preponderância da clivagem europeísmo e eurocepticismo, só depois se verificando a clivagem esquerda/direita.
Não deixa de ser curioso, ver blogues liberais preferirem o conservadorismo ao liberalismo polaco, não tanto pela questão doutrinária, mas principalmente pela posição europeia.
Mudança dos tempos.
A pagar a factura da corrupção
A esquerda polaca está a pagar uma pesada factura pela governação que se deixou minar pela corrupção. Causa que foi uma das grandes aliadas dos maninhos para chegar ao poder em 2005.
Os nem 15% de votos que a esquerda ontem recolheu são testemunha de que os polacos ainda não vêem na esquerda uma força de alternativa, por isso a disputa do poder se gerar entre a direita reaccionária e a direita liberal.
Como referi anteriormente, ontem, entre o reaccionarismo e o pró-europeísmo, de longe o segundo, por isso considerar uma importante vitória de Tusk para a Polónia e para a Europa, que já admitiu assumir a Carta dos Direitos Fundamentais, ao contrário do ainda Primeiro-Ministro em funções.
Será interessante saber se Varsóvia vai, agora, aproximar-se de Berlim e constituir um novo eixo de desenvolvimento europeu. É bem provável, dadas as relações entre Merkel e Tusk.
Quanto à esquerda, está a pagar a factura de uma governação não muito bem sucedida.
Cimeira com pouco ou nenhum progresso
Pelo andar da carruagem, Mubarak será mais um dos frustrados com o resultado da Cimeira do próximo mês entre israelitas e palestinianos nos Estados Unidos.
Não se vê grande vontade das partes.
domingo, 21 de outubro de 2007
E em Cuba também se votou
Já o jornal oficial do regime cubano apresenta uma reflexão do ditador sobre as diferenças entre as eleições em Cuba e nos Estados Unidos. Em breves linhas, o ditador destaca que em Cuba não se gasta muito dinheiro nas eleições, enquanto na terra do Tio Sam são gastos milhões na campanha.
Porém, esquece-se, ou melhor, omite, que as eleições de um regime democrático são diferentes dos sufrágios da ditadura, por isso os custos serem maiores.
Em ditadura, o resultado é certo e sabido antes do acto, em Democracia nada está garantido. Em ditadura, só participam no acto eleitoral os afectos ao regime, em Democracia há pluralidade e diversidade de concorrentes. Em ditadura, a vontade soberana é do regime autocrático, em Democracia é dos Cidadãos. Diferenças! Mas estas reflexões não são feitas, pois importam não fazer. O poder tem de se manter, custe o que custar e a quem custar, na mão do regime que controla Havana.
Mudança política na Polónia
Resta apurar o resultado final, para saber se Tusk tem condições para liderar o Governo.
Uma boa notícia!
Os turcos não se devem defender?
The soldiers were killed in an ambush blamed on guerrillas from the Kurdistan Workers' Party, or PKK.
O que dirão os altos responsáveis norte-americanos e europeus a mais um ataque terrorista que ceifou mais 15 vidas? Que a Turquia não tem legitimidade para se defender?
sábado, 20 de outubro de 2007
À espera de uma vitória liberal na Polónia
Oxalá os polacos dêem, nas legislativas de amanhã, o primeiro sinal de mudança, conduzindo o maninho Jaroslaw para fora da função governativa.
A vitória de Tusk seria boa para a Polónia e para a Europa.
A sonhar com o Titanic
it was the last time the once-proud nation which called itself the United Kingdom had its own independent government. Mr Brown was the last prime minister of the last British government.
Por mais que me esforce, não consigo alcançar a leitura de quem considera que os Estados europeus perdem a sua especificidade na UE, como se a força da UE não resultasse e estivesse profundamente dependente dos laços e força de união entre dos povos e Estados que compõem a UE.
Actualmente, nenhum Estado da UE, nem mesmo o alemão, tem força suficiente, por si só, para marcar e determinar uma agenda global. Além de outro facto não menos relevante, decorrente da força dos movimentos existentes, do Estado ter de assumir um novo papel na actualidade, que em pouco se compagina com a visão e papel do Estado do período colonial.
O mundo há muito que mudou e continuará a mudar em direcção a rumos totalmente novos e desconhecidos.
O eurocentrismo, o ocidentalcentrismo, há muito que acabou. Na Europa ainda restam alguns resquícios de quem pensa e defende uma visão do Estado do período imperial, que terminou há mais de meio século.
De duas uma, ou nos adaptamos e triunfamos ou nos afundamos e depois não nos lamentemos.
Portugal a ver os navios passar
Ernâni Lopes nem inventou a roda, nem descobriu algo de revolucionário, ao referir que o Mar
e fundamental para Portugal.
Limitou-se, simplesmente, a evidenciar uma falha grave: a nossa não aposta numa das maiores potencialidades, o Mar.
Continuamos a ver navios e, com isso, a perder.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Referendo
Quanto à sua realização, penso que deveria ter lugar. Seria um bom momento para sublinhar a importância da UE no quotidiano dos cidadãos, mesmo que pareça muito distante.
Há, todavia, um forte risco, de em vez de se debater o Tratado, se debaterem questiúnculas que nada têm a ver com o assunto em causa.
Desempenho exemplar do Governo português
Porém, o Governo português esteve à altura das suas responsabilidades e conduziu exemplarmente a Presidência do Conselho. O resultado está à vista: já temos o novo Tratado Europeu. Colocou-se o ponto final no impasse europeu, que se arrastava desde 2005.
O Primeiro-Ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros portugueses merecem elogio por terem alcançado um porto há muito importante para o futuro da União.
Alcançada a meta de um novo documento, entra-se numa nova e complexa fase. Depois da sua assinatura pelos Chefes de Estado e de Governo, em Dezembro, falta completar a ratificação pelos Estados-membros.
Para já, destaque-se o cumprimento total do principal objectivo e missão da Presidência portuguesa: aprovar o Tratado Reformador.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Segundo atentado em escassos dias
Há poucos dias foi um dos helicópteros que acompanhava o Presidente paquistanês que explodiu. Hoje, um carro que seguia a ex-e-provavelmente-futura-Primeira-Ministra do Paquistão, regressada do exílio, rebentou.
Já são dois atentados que são mais do que ameaças.
Anacronismo
É confrangedor ver sindicalistas defenderem, neste tempo de alta e complexa competitividade, modelos anacrónicos. Vejo muitos a pedirem direitos, não lhes vejo, em nada, valorizar o que garante os direitos: Formação e Qualificação.
Há quem fala muito do caso de Espanha, mas esquecessem de referir as políticas que González teve de assumir para colocar os nuestros hermanos no patamar de desenvolvimento em que se encontram.
O que a CGTP não defende, por isso não assinou
Flexisegurança consensual entre parceiros da União Europeia
O documento conjunto dos patrões e sindicatos europeus assume a necessidade de melhorar o direito do trabalho e a protecção dos trabalhadores, nomeadamente promovendo relações de trabalho estáveis, oferecendo segurança adequada aos trabalhadores e respeitando as regras e os direitos sociais europeus.
O braço sindical do PCP não subscreveu um documento estratégico, considerado histórico, por juntar patronado e sindicatos europeus no mesmo objectivo.
Assim, se vê o que não defende a cê-gê-tê-pê.
O braço sindical do PCP ainda tem o pudor de se assumir como defensor dos trabalhadores. Resta saber quais.
Divórcio com data marcada
Quem ganhará as "audiências"? O divórcio ou a greve?
Penso que a primeira é capaz de levar a melhor.
Está tudo pensado ao milímetro no Eliseu. Até o dia da confirmação pública do divórcio.
Muito bem
Do mesmo modo que lamentei a postura do Presidente da República e do Governo português não receberem o Dalai Lama, aplaudo a critica que a Presidência portuguesa da UE fez à China por causa do Tibete.
Óbvio
A eleição legislativa deve ser a primeira escolha. Um momento que servirá ao Presidente angolano para testar a sua corrida, tornando-se as legislativas uma eleição primária presidencial. Uma vitória manifestamente confortável do MPLA nas legislativas dará todos os sinais para o número um do Estado angolano convocar a eleição presidencial quanto antes, aproveitando o momento de vitória, ao mesmo tempo que as eleições servirão para mostrar interna e sobretudo externamente a Angola democrática que lidera, renovando por mais um par de anos o seu mandato presidencial.
Hoje, o Presidente de Angola assume o compromisso de realizar uma só eleição no próximo ano, a legislativa. Como seria de esperar.
Fim d(est)a novela
Cara Miss Pearls,
Confirma-se o fim desta novela. Porém, ainda muita tinta vai rolar ao longo dos próximos tempos.
Veremos o que fazem os polacos
Presidente polaco ameaça atrasar conversações
Mais preocupante do que a questão da perda de um eurodeputado por Itália, em relação aos outros gigantes europeus - França e Reino Unido - e por isso os transalpinos ameaçam vetar o Tratado, é a posição polaca.
De Varsóvia, com o actual poder político, garantias é o que não se tem.
O futuro venezuelano hipotecado
Total domínio do Presidente nos diversos sectores e populismo desenfreado, com a jornada laboral de 6 horas por dia, são mais do que uma estrada aberta para a Venezuela pagar um preço caro.
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Perto de cumprir os 2/3 dos principais objectivos da Presidência da UE
Cimeira UE/Brasil - cumprida
Tratado Reformador
Cimeira UE/África
Espera-se, na sexta-feira, chegar aos 2/3 de objectivos cumpridos.
Em abono da verdade, das três, a segunda revela-se crucial para o nosso futuro, como europeus.
A legitimidade turca III
Mas o apelo à contenção surge de vários sectores incluindo da NATO.
Posição sensata a do governante iraquiano e pouco solidária da NATO.
Acontecimento político e social
Cara Miss Pearls,
Lá continua a pátria de Moliére com a sua novela presidencial.
Esperemos os próximos episódios.
Mais um conflito em África
The clashes have been between ethnic Tamas and Zaghawas.
Andam alguns europeus com problemas de se sentar à mesa com um ou outro dirigente africano em Lisboa, como se nunca se tivessem sentado com alguém pouco recomendado, e, entretanto, em África, milhares, milhões de inocentes continuam a ser alvo e vítimas das guerras que mancham de sangue o continente.
Já não bastava Darfur, agora, bem perto desta região sudanesa, no Chade, rebentou um conflito que estava iminente.
Argumento sem sentido de Praga
Depois dos britânicos, são os checos a anunciar cortar-se à presença, ao mais alto nível, na Cimeira UE/África, caso o Presidente do Zimbabué se desloque a Lisboa.
Dos súbditos de Sua Majestade ainda se percebem as razões, agora dos checos?
O euro-cepticismo (dominante no poder político checo) dá nisto. Apresentam-se argumentos sem razão, pois, nesse caso, não seria só Mugabe que convidaria os políticos checos a não estar em Lisboa no final do ano.
O trampolim político que a Academia sueca quis dar
Bem tentou a Academia, com a atribuição do Prémio Nobel a Al Gore, empurrá-lo para a corrida presidencial. Porém, o candidato derrotado em 2000 foi mais sensato e já admitiu que não está na corrida.
Será que alguns ficarão descontentes? É provável.
Mas, também, atribuir o Prémio Nobel da Paz a Al Gore?!
Os Nobel continuam a ter uma dimensão política exagerada, quando deviam ter a finalidade de distinguir a obra de personalidades. Não que o trabalho de Gore seja irrelevante, porque é importante.
A atribuição deste Nobel tinha tudo menos o destaque do trabalho meritório que Al Gore tem desenvolvido em prol de um planeta mais sustentável.
A confirmar domingo à noite
The opposition Civic Platform has improved its popularity ratings after Donald Tusk's TV debate with the conservative leader Prime Minister Jarosław Kaczyński of Law and Justice last Friday.
O poder de um dos gémeos (o Primeiro-Ministro) está à beira de soçobrar nas urnas.
A lógica da batata
Antes, o Tratado Constitucional era catalogado pelo braço sindical do PCP de péssimo. Afinal, o Tratado Reformador consegue ser pior do que péssimo.
Sinceramente, não sei como é que certas pessoas só conseguem ter duas leituras: péssimo e mais-que-péssimo.
Entretanto, a defesa de quem trabalha e de quem, estando no desemprego, quer trabalhar, fica para outras alturas.
Assim, se vê, a coerência de da cê-gê-tê-pê.
terça-feira, 16 de outubro de 2007
O que defende o braço sindical do PCP
Uma vez mais, este braço do PCP, tal como o próprio PCP, evidencia a defesa da lógica laboral vigente no segundo quartel do século XX. A mesma que condenaram, na altura, por se tratar de uma ofensiva da classe opressora contra a classe oprimida.
Para o braço sindical do PCP e para o PCP, renovar os direitos laborais, quando estes carecem de adequada adequação face aos tempos actuais, não importa. Tudo o que seja inovação, deve ser desprezado.
O braço sindical do PCP, como o PCP, não querem o Direito ao Trabalho, preferem um modelo, como os próprios, desfasados do tempo presente.
É tempo de patentear o que o braço sindical do PCP e o PCP defendem em termos laborais. Direito ao desemprego, pois ao nada mudar, apenas se está a condenar o futuro dos trabalhadores.
A legitimidade turca II
Ora, os turcos têm sido alvo de ataques terroristas dos curdos. Não só têm legitimidade para se defender como deviam contar com a solidariedade dos outros países da NATO. Os Estados Unidos, tão prontos para certas intervenções, não estão, desta feita, do lado castrense.
Percebe-se o porquê, pois a parte curda do Iraque não tem dado problemas, uma vez que os curdos controlam a área. No entanto, os Estados Unidos, do mesmo modo que estão apostados em combater o terrorismo não se podem esquecer que há uma facção curda terrorista. Facção esta que tem atacado e matado militares e civis turcos.
O documento apresentado pelo Governo turco ao Parlamento deve receber amanhã aprovação esmagadora dos parlamentares turcos, recebendo, portanto, o Executivo de Ancara carta verde para intervir quando tal se justificar.
Pena que os Estados Unidos não pressionem os curdos para combater a facção terrorista que está sedeada no norte do Iraque.
A Turquia tem de se defender... e a NATO devia suportar a postura de Ancara.
Moscovo clarifica posição em relação ao nuclear iraniano
Curioso. Os Estados Unidos pretendem ter duas bases de defesa na Europa (República Checa e Polónia) e Moscovo vê isso como uma ameaça à Rússia, quando Washington já esclareceu que trata-se de defesa de possíveis ataques de Teerão.
Porém, Moscovo não encara como ameaça o plano nuclear iraniano. Tomara! O flamejante de Teerão nunca ameaçou Moscovo, nem a Rússia faz parte de possíveis alvos do regime de Teerão.
Dos melhores da Europa
A direita nacional não tem nada a dizer, depois de nos últimos tempos acusar o Governo português de ter uma política errada em termos de imigração?
Fim das obras de Santa Engrácia
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Na China também há independentes
E, mais surpreendente do que os "independentes" é:
"we will strengthen our cooperation with the democratic parties, support them and personages without party affiliation in better performing their functions of participation in the deliberation and administration of state affairs and democratic oversight"
O capitalismo pressiona e o método de dois sistemas de Deng não devia prever o actual sistema mundial.
Pressão sobre o regime? Cada vez mais. Desde logo a profunda e destrutiva teia da corrupção.
Os comunistas já perceberam que o sistema tem de evoluir para outro patamar. As palavras de Hu transpiram isso. Mas Democracia é algo que está muito distante, como o Congresso tem deixado claro.
O 17º Congresso do PCC pode ser seguido por aqui.
Adivinha laranja II/III
Não será muito difícil advinhar.
Adivinha laranja I/III
Não será muito difícil advinhar.
Estava escrito nas estrelas
É a primeira vez, desde que a Democracia lusa tem a arquitectura institucional em vigor, no seguimento da revisão da Constituição de 1982, que um ex-líder do Governo regressa ao activo parlamentar. Um erro? Não. É legítimo. Comum? Não.
Pensava eu que só o PS francês estava fossilizado, agarrado e dependente de figuras do passado. O PPD para lá caminha e rapidamente.
A legitimidade turca
O Primeiro-Ministro turco recordou à Casa Branca que os Estados Unidos decidiram intervir no Iraque sem qualquer "pedido" de intervenção à Turquia, Estado vizinho do Iraque.
Os turcos têm toda a legitimidade para se defender dos sucessivos ataques de que têm sido alvo e têm ceifado várias vidas de militares turcos.
Se Washington não quiser compreender por que assume a Turquia esta postura, pergunte a Israel por que de vez em quando se vê obrigada a intervir fora das suas fronteiras para defender a integridade do país.
Uma cimeira falhada
Como as coisas estão, a reunião de Novembro deve ser um fiasco. Mais um.
Péssima notícia.
Tónica liberal?
Não sei onde é que o jornalista identificou a tónica liberal do discurso, pois o arrazoado foi mesclado de tantas correntes, que não se percebeu qual delas o líder do PPD enverga.
Oxalá que sim
Resta esperar que Varsóvia não dê, à última da hora, o dito pelo não dito.
Sinceridade ou charme para o mundo ver?
A nível interno, continuará o congresso do PCC a considerar que só falta o ovo Taiwan no seu cesto, depois de recolhidos os ovos de ouro Hong Kong e Macau?
Jintao, não preterindo o ovo de ouro que falta à República Popular, assume uma nova postura quanto à ilha para onde foi Chen Kai-Shek, após a ascensão de Mao.
Há uns anos anunciava-se, no congresso comunista, o recurso à intervenção armada, caso fosse necessário, para recuperar Taiwan. Desta feita apela-se ao diálogo entre Pequim e Taipé.
O número um da China, Hu Jintao, propôs hoje um acordo de paz com Taiwan, considerada uma província pela China, mas reiterou que não aceita a independência da ilha rebelde.
Será uma forma dos políticos chineses demonstrarem ao mundo que querem assumir uma nova postura, de paz e conciliação?
Não é por nada, mas os Jogos Olímpicos estão a tornar os políticos chineses muito simpáticos. Veremos se após o evento desportivo este rumo será seguido ou, pelo contrário, regressará a linha dura.
17º Congresso do PCC
Uma reunião que merece acompanhamento, sobretudo as suas conclusões.
A menos de um ano dos Jogos Olímpicos, momento que poderá servir para a China demonstrar ao mundo toda a sua dinâmica, que rumos de futuro traçará o partido único para manter a China com a onda de crescimento que tem averbado nestes anos?
domingo, 14 de outubro de 2007
Muito estranho
Muito estranha, esta notícia que avança um possível atentado contra o Presidente russo, a poucos dias de visitar o Irão.
Há algo que não bate muito bem.
Sinceramente, não estou a ver o Czar Vladimir a ser alvo de atentado em Teerão, onde deve ser recebido com muita protecção e um bom amigo, pelo simples facto de há muito tempo o Czar proteger e defender, indirectamente, o projecto nuclear iraniano.
O despesismo não gosta de rigor financeiro
Caro Zé,
Quando o novo Presidente do PPD diz que o PS odeia o Poder Local é precisamente por ter assumido uma Lei das Finanças Locais que assume rigor e acaba com o despesismo. Despesismo e ausência de rigor que alguns autarcas não têm, endividando-se sem qualquer preocupação.
Não é por acaso que a Câmara de Gaia é uma das mais endividadas do país.
Por isso, quando há poucos dias o Primeiro-Ministro anunciou o cumprimento do défice abaixo dos 3% (sem recorrer a receitas extraordinárias nem Orçamentos Rectificativos, como os Governos do PPD/CDS recorreram, e ainda por cima agravaram o défice), o autarca de Gaia e líder laranja não focou o assunto.
Como é que havia de focar? Se olhassem com um pouco mais de atenção para o seu exemplo de governação local os portugueses ficariam totalmente esclarecidos quanto à sua forma de gerir.
A uma semana de uma eleição decisiva para a Europa
Boas notícias vindas da Polónia. Que se verifique, dentro de oito dias, o resultado da derrota dos gémeos.
Depois de ter perdido a corrida presidencial, Tusk pode vencer as legislativas.
Tal como em Outubro de 2005, entre os liberais e o reaccionarismo dos maninhos, de longe, e sem dúvidas, os primeiros.
À espera da queda de Prodi e Berlusconi?
Os italianos que estejam interessados em participar, isto é, escolher o líder do PD - às 18 horas cerca de dois milhões foram às urnas votar num dos cinco candidatos à liderança - têm de pagar um euro para participar. Valor simbólico que servirá para custear a logística do acto.
O Presidente da Câmara de Roma, Walter Veltroni, deve ser o vencedor e já se antevê como o principal candidato da esquerda à liderança do Governo.
Apesar de Prodi ainda estar no poder, a pedra e o cal não estão do seu lado e a coligação das esquerdas no poder transalpino está à beira de desmoronar.
Já se perspectivam eleições e o possível regresso, mais um, de Berlusconi ao poder.
Será este o primeiro dia do futuro de Weltroni, quando acabar a dança de poder entre Berlusconi e Prodi? Talvez seja, até porque a idade é lhe favorável, em relação aos outros dois.
Confrangedor
O novo líder laranja quer mais e menos Estado, mais e menos serviço público, mais e menos serviço privado. Mais contenção e mais despesa.
Um discurso sem metas, sem prioridades, sem congruência.
A única coerência do discurso foi a defesa de uma coisa e o seu contrário.
A nova direcção laranja
Esperemos que em 2009 o PPD encontre um novo líder e possa, de uma vez por todas, rasgar com os anos de amorfismo em que se encontra, desde que em 2004, quase por unanimidade, o partido se rendeu a quem não tinha a mínima preparação para exercer o poder.
Esta direcção continua a transpirar tal "virtude".
É difícil, mas pelos vistos possível.
Portugal merecia melhor oposição.
sábado, 13 de outubro de 2007
CDS e PCP inspiram Menezes
As primeiras palavras do novo Presidente do PPD já deixam entender qual os princípios pelos quais se vai bater nos próximos tempos.
Sem qualquer proposta inovadora ou coerente, Menezes pesca nas ideias dos outros partidos da oposição. Inspira-se no CDS para defender uma nova Constituição e no PCP em questões sociais.
Assim se encontra o PPD.
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Os alhos e bugalhos de Menezes
Já começou a mistura de alhos e bugalhos do novo Presidente do PPD.
O Primeiro-Ministro referiu-se à descida do défice, o autarca de Gaia compara com o crescimento económico.
Começou o rumo ziguezagueante do PPD.
Pena que quem é líder do partido que na última vez que assumiu funções governativas nacionais, e só tinha um único objectivo, uma única obsessão durante o seu mandato, e sem qualquer resultado digno dos objectivos traçados: o cumprimento do défice, pelo contrário, agravou a situação, não refira qualquer mérito do actual Governo no cumprimento do défice acordado com Bruxelas.
Não se pode esperar muito sentido de responsabilidade deste PPD.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
A prejudicial irredutibilidade da Fatah
"Lo que sucedió en Gaza fue un golpe militar en contra de la legitimidad y la democracia, explicó Abadalá Franji, colaborador de Mazen y miembro del comité central de Al Fatah.
O Presidente da Autoridade Palestiniana, Abbas (Abu Mazen), optou pela pior solução face à proposta dos moderados do Hamas, não querendo estabelecer diálogo. Ao fechar a porta, a Fatah demonstra a sua sede inveterada de quer dominar o aparelho palestiniano a todo o custo e sem qualquer respeito democrático, pois, para todos os efeitos, os palestinianos optaram pelo Hamas nas urnas.
Não deixa, portanto, de ser com alguma estupefacção que se pode ler o que diz o colaborador do Presidente da Autoridade Palestiniana, referindo-se a uma de legitimidade e democracia por parte do Hamas, quando foi, precisamente a Fatah, que faltou ao respeito da legitimidade e da democracia, com o derrube dos governantes do Hamas.
Em vez de puxar o Hamas para o campo do diálogo, a Fatah e a Comunidade Internacional só empurra para as armas e fidelidade ao regime de Teerão.
A fechar portas deste modo, não é fácil encontrar qualquer compromisso possível para a região mais complexa do globo.
A irresponsabilidade Democrata
Só se pode caracterizar, neste momento, a proposta dos Democratas, quanto ao sucedido no fim do império Otomano com a comunidade arménia, como um autêntico elefante numa loja de porcelanas.
Já não é a primeira vez que os Democratas tomam esta postura pouco responsável.
E quem protege a Turquia do terrorismo curdo?
Pena que Solana não se refira ao terrorismo curdo, que ceifou há poucos dias 15 militares turcos.
A legítima defesa das FARC? Para uns, sim
Los rebeldes de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC), según las autoridades tienen en este departamento laboratorios móviles para el procesamiento de cocaína.
As FARC defendem-se, atacam e matam devido à sua causa... a cocaína.
A pobreza de propostas da direita
A direita assume por vezes tiques anacrónicos, como a de considerar-se a única e legítima força política defensora dos valores da nação. De certo modo, esta atitude em nada difere a postura da esquerda fossilizada, segundo a qual mais ninguém tem direito nem propriedade para falar nem referir-se ao Trabalho e trabalhadores.
Estas posturas revelam sempre duas coisas: falta de projectos e responsabilidade.
Rajoy, desde que lidera o PP, não tem nenhum projecto para Espanha. Desde 2004 apenas sabe atacar, por tudo e por nada, o Governo do PSOE. Às vezes até vai contra aquilo que gosta de apregoar.
Percebe-se, assim, porque o PSOE está mais perto de revalidar em Março próximo o mandato governativo e o PP não.
Mais uma ponte dos moderados do Hamas
Mais uma vez, o rosto da ala moderada do Hamas demonstra vontade de diálogo e a Fatah tende a querer a porta fechada. Assim é difícil chegar a algum consenso.
Não se deposite todo o ónus no Hamas, quando a Fatah não dá o mínimo sinal de querer alcançar qualquer entendimento.
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Averiguar o sucedido na Covilhã
Não é admissível que dois agentes entrem na sede do sindicato e indaguem os sindicalistas quanto às acções de protesto que pensam realizar.
Independentemente do que pensam e defendem, os sindicatos não representam uma ameaça para ninguém.
Prós e Contras
Continua a notar-se a falta de evolução do pensamento político de direita em termos de Segurança. Uma área tão delicada não pode ser encarada como uma obsessão securitária e sem uma dimensão mais vasta, porque Segurança Pública não é só bastão.
Brown continua a titubear
Nos últimos dias Gordon Brown conseguiu o impossível. De líder forte para uma posição de fragilidade política.
Alimentou o tabu de eleições antecipadas e viu-se enredado na estratégia que montou.
Em relação ao Tratado Reformador (nada está seguro que ele seja aprovado dentro de poucos dias, devido aos maninhos polacos), primeiro foi categórico quanto ao não lugar de referendo, visto que estavam salvaguardados os interesses britânicos. Agora já admite.
Brown tem dado tiros nos pés excessivamente infantis.
Com o rumo de Brown, m 2009, os tories nem precisam de novas e alternativas propostas ao Governo do Labour, Brown torna-se o seu seguro de vitória.
Caro António,
Brown tem feito um bom trabalho. Porém, o seu cargo é político, não técnico. E como político, tendo em conta os últimos dias, o seu desempenho está longe do que se quer de um Primeiro-Ministro. Não é por acaso que há menos de um mês o Labour tinha uma vantagem superior a 5% e hoje está empatado com os Conservadores nas sondagens.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Pois é...
... a vida não está fácil para Musharraf.
Espera-se que tenha sido só um acidente... mas é excesso de coincidência um acidente. Não deveria um helicóptero, que ainda por cima serve de escolta ao Chefe de Estado, ser vistoriado antes de uma missão?
O novo rumo laranja
Se quiser conhecer alguma ideia do PPD para o país espere pela nova, não a recém-eleita, mas a liderança que sucederá a esta. Pode ser que apresente algo.
Se quiser uma sessão divertida, veja as propostas que os destacados militantes laranja apresentam na praça pública. Os próximos dias continuarão a ser férteis.
Mais uma medida sem sensibilidade social
"Novas qualificações para novos empregos" é o nome do programa que José Sócrates espera que seja aprovado na Primavera, durante a presidência eslovena da União Europeia.
O PCP que anda tão activo em promover manifestações pode, amanhã à tarde, na Covilhã, envergar mais uns panos, condenando a posição do Primeiro-Ministro português, de querer mais e melhores qualificações para os trabalhadores.
O que falta a Brown
Brown já demonstrou ser um excelente técnico, falta afirmar-se como animal político.
Teve essa oportunidade e falhou. Por isso está a sair prejudicado.
A sua função, no número 10 de Downingr Steet, ao contrário da anteriormente desempenhada no número 11 da mesma rua, é política, não técnica. Uma diferença substancial.
Só faltava mais esta
Espera-se que não se verifique tal resultado nas urnas. Mais uns anos com esta dupla de reaccionários? Não, obrigado.
domingo, 7 de outubro de 2007
Óbvio
Segundo o El Pais:
Los líderes polacos, los gemelos Lech y Jaroslaw Kaczynski (presidente y primer ministro, respectivamente), repiten su estrategia de presiones que tan buenos resultados les dio en la cumbre del pasado junio, que aprobó las bases de reforma del Tratado. El Gobierno polaco, en su juego de todo o nada, exige ahora más poder ante el Tribunal de Luxemburgo, más capacidad de bloqueo para aplazar acuerdos que no le satisfagan y capacidad para vetar los créditos del Banco Europeo de Inversiones (BEI).
En el fondo de la batalla están las elecciones polacas del 21 de octubre, tres días después de la cumbre de Lisboa, que debe aprobar el Tratado. Comicios en los que el partido Ley y Justicia, de los gemelos Kaczynski, se juega su permanencia en el poder.
Como seria de esperar, os assuntos europeus surgem como assunto cimeiro na campanha polaca, com os maninhos a fazerem das suas.
Veremos como vão desenrolar-se estes dias, que prometem deixar a Polónia e a UE com os nervos à flor da pele, tal a atitude pouco construtiva deste dupla reaccionária.
sábado, 6 de outubro de 2007
Rumo à Casa Branca
Para já, se a eleição fosse agora, Hillary vencerira
Tudo indica que a Senadora de Nova Iorque ganhe a corrida Democrata.
Será interessante saber quem será o seu Vice-Presidente.
Não me admiraria muito se, eleita, contasse com Wesley Clark, que já manifestou apoio à sua candidatura, como sucessor de Condoleeza Rice.
Dúvidas desfeitas, não há eleição antecipada
Cameron atacou o lado mais débil de Brown, não apresentando qualquer proposta inovadora, mas pela falta de temeridade de Brown pelo risco. (30/09)
Hoje, a imprensa refere:
Gordon Brown não vai avançar com eleições antecipadas no Reino Unido. O anúncio foi feito, este sábado, pelo porta voz do primeiro-ministro que acaba, assim, com as dúvidas dos últimos dias.
Brown podia ter convocado em meados de Setembro eleições antecipadas, anunciando esse propósito durante a convenção do Labour. Eleição que, provavelmente, ganharia com facilidade, tal a inexistência de alternativa por parte dos Conservadores.
Não foi a jogo e abriu o terreno para os tories avançarem, como Cameron fez no congresso Conservador, tornando uma fraqueza força, reclamando eleição antecipada, procurando demonstrar que não tinha medo do veredicto das urnas, apesar das dificuldades que os Conservadores contam.
Inteligência de Cameron, falta de tacto político de Brown.
Oxalá este erro não se traduza numa pesada factura que o eleitorado pode passar ao Labour em Maio de 2009.
Brown teve tudo para derrotar mais um líder Conservador e afastar da sua Escócia natal os apetites independentistas.
Eleição óbvia
A dimensão democrática, num país onde a separação de poderes apesar de formal não é nada real, ficou muito longe de estar presente nesta eleição.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Fuga em frente
Espanha em crise?
Uns quantos actos de uns vândalos contra a imagem do Rei faz de Espanha um país em crise? Não me parece.
A crise reside, isso sim, no PP.
À falta de propostas e de credibilidade do actual líder, Rajoy, Aznar, que ainda transpira os erros que não quis assumir no 11 de Março, tenta rentabilizar em proveito próprio uma situação provocada por uns vândalos que não coloca em causa a coesão espanhola. Sinceramente, não é muito digno o conteúdo desta fuga em frente.
Uma verdadeira democracia... segundo o Avante
as eleições cubanas não são um acto, mas um processo democrático complexo e abrangente.
A lei eleitoral estabelece que não pode haver campanha eleitoral oficial. Em todos os estabelecimentos oficiais da circunscrição – escolas, etc. – são colocadas as fotografias e as biografias dos candidatos.
As urnas são entregues às crianças, aos estudantes da primária e da secundária, que assumem a responsabilidade de cuidar da urna. E, das 7 da manhã até às 7 da tarde, realiza-se a votação secreta.
Os cadernos eleitorais são actualizados automaticamente, isto é, as inscrições são feitas sem que ninguém tenha de se dirigir de propósito à sede da circunscrição para se inscrever. Toda a população está inscrita nos cadernos, desde a idade de 16 anos.
No trabalho parlamentar não existe a profissão de «político» nem o salário de deputado. Cada eleito ganha o salário que ganhava na sua profissão e não tem benefícios económicos.
A Constituição estabelece claramente que o Partido Comunista de Cuba não é um partido eleitoral. É um partido político que representa a nação.
consideram que um partido governante se torna sectário, defendendo os seus próprios interesses, mesmo que seja maioritário.
Como se pode verificar, Cuba é um país democraticamente-avançado-para-a-corrupta-sociedade-de-Estado-de-Direito-Democrático-em-que-vivemos-,-pela-opressão-capitalista-imperialista-que-submete-a-classe-proletária-a-uma-condição-de-constante-subjugação-ao-explorador-burguês.
Isto significa, muito simplesmente, que nós vivemos em ditadura e Cuba, como a outra ultra-avançada-democracia-norte-coreana, conta com um regime democrático e desenvolvido, onde miséria não existe e a pobreza não se conhece, onde há diversas opiniões e todas são legítimas... quer dizer, há umas que tem de ser aniquiladas ou encarceradas. Mas tal faz parte de uma sociedade perfeita e mais do que justa, como a cubana.
5 de Outubro
Parece que para a maior parte dos portugueses tanto se dá que o país seja uma República ou uma Monarquia.
Aliás, penso que nem exista nenhuma Causa Republicana. Mas devia! Bem necessitado está este dia e os valores que enverga.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Exigências
O ditador birmano pode pedir muita coisa e colocar muitos pontos para receber a Prémio Nobel da Paz e defensora da Liberdade na Birmânia, Aund San Suu Kyi, que está em prisão domiciliária por determinação do seu regime autocrático e anacrónico. Não pode, no entanto, esperar que Suu Kyi deixe de lutar pela Democracia no país.
Frontalidade
Boa atitude do Secretário-Geral da ONU, reconhecendo o falhanço da missão na Birmânia.
É preferível admitir a realidade do que disfarçar insucessos.
Militantes são gente de encher?
Entre a referência inicial do texto à mudança que Blair provocou no Labour (outra situação não se colocava ao então líder trabalhista, tal os anos de oposição ao predominante Governo conservador), não é possível, de todo, transpor a realidade britânica para a nacional. Desde logo por condições históricas, sociais e culturais, mas também do sistema político.
Não se pode esquecer a forma, por exemplo, como se elege um deputado no Reino Unido e em Portugal. Só esta dimensão causa profundas diferenças entre as realidades partidárias. Talvez a introdução de círculos uninominais, se se verificar, venha provocar uma mudança no sistema partidário e contribua para uma maior responsabilização e importância do local, em detrimento da vontade centralista, mais predominante (com as virtudes e defeitos que tem).
Por outro lado, o título do texto, por si só, enferma de uma leitura errada, pois um partido, que é de militantes, ou mesmo de quadros, não pode estar totalmente dependente das orientações que o seu líder dá ou deixa de dar. Afinal, de que serve o capital humano dos partidos?
Os militantes devem ser o estímulo da vida partidária, não apenas, e tão só, os quadros dirigentes. Quanto mais os quadros dirigentes (nacionais, regionais e locais) estiverem distantes e não contarem com a participação dos militantes, mais o partido se enfraquece na sociedade.
O mundo muda e os partidos (portugueses) ainda continuam com modelos de militância anacrónicos. Este meio, da internet, é um excelente veículo e aliado estratégico para refundar o papel da militância partidária, assim haja vontade dos militantes para empreender uma nova e mais dinâmica forma de militar.
Não podem os militantes estar à espera que seja apenas o topo a decidir o que o partido faz ou deixa de fazer.
Mais do que ser o Secretário-Geral do PS a colocar o partido a pensar, devem ser os militantes a fazer movimentar o partido.
A máxima de Kennedy, do perguntar o que posso fazer em vez de esperar o que façam por nós, não é apenas soundbyte, é algo mais profundo.
É preciso assumir responsabilidade, que cada pessoa tem, não a depositar no líder... atitude que só o enfraquece, não o fortalece.
Face às críticas, algumas pertinentes, que muitas pessoas fazem aos partidos, estes precisam de assumir novas formas de fazer política, não para agradar à sociedade, mas contribuir para a sua melhoria.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
O (correcto) exemplo de Menezes
Nunca, como se calhar agora, Menezes foi tão coerente com as suas palavras e actos em política. Ele que nunca se fadou para isso. No congresso de Barcelos disse que não mais seria candidato a Gaia e acabou por ser. Nada que surpreenda.
Porém, em relação a uma das referências que cita, Juppé (e dispenso a leitura sensacionalista do CM quanto à corrupção de que foi acusado o antigo Primeiro-Ministro gaulês, pela qual teve de ficar afastado da vida política salvo erro dois anos; se em França se verificasse e julgasse o que fez um antigo Maire de Paris que depois viria a residir oficialmente no Eliseu durante 12 anos... Juppé sempre foi um bobo da festa), mas, escrevia, Juppé deve ser mesmo a referência de Menezes. Não é mero acaso. Trata-se, apenas e tão só, do político da direita gaulesa contemporânea que mais derrotas nacionais averbou, resumindo a sua glória política à conquista da Câmara de Bordéus, à qual, por acaso, volta a ser candidato, depois de não ter alcançado a eleição para deputado no Verão, condição que Sarkozy impôs na UMP para os Ministros manterem o seu cargo no Governo.
Menezes, como Juppé, tem a sua Bordéus do lado sul do Porto. Outra coincidência? Bordéus também é terra de bom vinho. Percursos análogos? 2009 deve corroborar.
Salada ucraniana
Yuschenko está a procurar dividir para reinar.
Obviamente, quem se pode queimar com esta salada ucraniana, Timochenko, não a quer "provar", por isso descarta a coligação dos grandes partidos, pois está a dois anos de alcançar a presidência do país.
Só falta a Polónia
Segundo notícias veiculadas, 26 países já manifestaram o acordo. Falta a já esperada Polónia.
Veremos se dentro de dias os (ainda) responsáveis políticos polacos manifestam a sua concordância, para, em Dezembro, assinar-se o indispensável Tratado Reformador em Lisboa.
Haverá?
A confirmar, então, na próxima terça-feira se sempre haverá ou não eleições antecipadas no Reino Unido.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Boa notícia para Lisboa
A Câmara de Lisboa interveio a tempo e não permitiu um atentado urbano.
Os dois pesos e duas medidas
Por onde andam agora os que tanto jeito têm para manifestações e vigílias, quando na Birmânia a Junta Militar derruba todos aqueles que se lhe opõe pacificamente?
Do BE sempre dirão que lhes falta os métodos empregues em Silves e o PCP considerará a Junta Militar um regime que tem libertado o país da opressão capitalista.
Se fossem os Estados Unidos...
Esquerdas na América Latina
É bem certo que a Bolívia foi o país mais "afectado" por esta onda, que muito promete, mas só aprofunda a miséria.
O Equador era encarado, há um ano, aquando da eleição presidencial, como mais um país, para juntar à Venezuela e Bolívia, no mergulho da irresponsabilidade política, económica e social.
A campanha populista e de traços análogos ao discurso do señor de Caracas, assumida por Rafael Correa (actual Presidente do Equador) deixava prever mais um país liderado pelo populismo sul-americano.
Pelo que se tem assistido, percebe-se que o estilo populista deu lugar a uma atitude de maior realismo. Não que não haja traços semelhantes ao estilo em voga em Caracas, que há, alguns, porém o "socialismo do século XXI" que se apregoa na América Latina e procura implementar no Equador não é o mesmo da Venezuela, tal como já se percebera que não é, nem de perto nem de longe, o que se desenvolve no Uruguai ou no Chile (as que me parecem as mais sensatas e dignas da América Latina).
No Equador perceberam que o modelo venezuelano não tem traduzido qualquer benefício para o país, antes pelo contrário, tende a agravar as condições. A realidade também não deixa espaços para muita ilusão quanto ao que existe na Venezuela.
Felizmente, a esquerda em muitos países na América do Sul não é igual à Venezuela. É um bom sinal.
Porém, não basta não ter muitas afinidades com o populista-mor. Importa salvaguardar Direitos e Garantias de todos, não fazendo do Estado, ou melhor, de quem exerce funções no Estado, dono e senhor de tudo.
Vem este texto a propósito da eleição que se realizou no último fim-de-semana no Equador e que vai permitir mudar a Constituição do país, reforçando os poderes presidenciais.
O Comité Central vem abaixo?
Pela lógica apresentada para a mudança de líder na Câmara da Marinha Grande, deve deduzir-se quem em breve o Comité Central do PCP deixará de ter quórum, dada a idade de muitos dos seus membros.
Como as desculpas para os despejos do PCP são esfarrapadas.
Mais um despejo autárquico do PCP
O Comité Central (CC) põe e dispõe das pessoas.
Se calhar o PCP devia ser uma excepção no quadro partidário nacional. O partido devia apresentar-se, apenas, com a sigla e não apresentar qualquer candidato, pois para os comunistas pouco importa os rostos e o respeito da individualidade de cada pessoa.
Impera a vontade do colectivo do CC, que tem tanto de democrático como estas mudanças de autarcas.
Depois de Setúbal é a vez da Marinha Grande.
Chefe dos serviços secretos nomeado para as Forças Armadas?
A fonte é militar, mas nestas coisas, nada como São Tomé.
Veremos o que se passará até e depois das eleições do próximo dia 15.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Posição sensata
Neste imbróglio que se gerou, pela vinda ou não do Presidente do Zimbabué a Lisboa, para participar na Cimeira UE/União Africana, foram várias as vozes em África que fizeram questão de dizer que se Mugabe não vem, então os seus países não se farão representar ao mais alto nível.
Primeiro a Zâmbia, depois Moçambique. Este último causa mais espanto, dado ser um Estado lusófono, e vizinho do Zimbabué, e poder, neste caso concreto, desempenhar um papel importante, de mediador, no sentido de solucionar, não complicar.
A Cimeira é tão importante para a UE como é para a UA. Se calhar, atendendo à personalidade do actual Presidente moçambicano até se pode perceber. Não estou a ver Chissano actuar deste modo. Se calhar procederia no sentido de resolver este conflito e seria um dos políticos africanos mais interessados no sucesso da Cimeira. A Lusofonia podia ganhar uma dimensão mais relevante. Mas, enfim, um é Estadista, outro não!
De Cabo Verde veio, até ao momento, a posição mais sensata. É preciso realizar um encontro que não tem lugar há sete anos e está muito em causa.
O encontro é importante para todas as partes. Houvesse, pois, interesse em encarar a Cimeira como um ponto de união e procura de respostas conjuntas para as múltiplas e complexas questões que se apresentam aos dois lados, e não de discórdia, a Cimeira não estaria, neste momento, à beira de falhar nos seus objectivos.
A atitude dos responsáveis políticos cabo-verdianos dá, por outro lado, em termos lusófonos, um sinal de manifesta ajuda e cooperação a Lisboa. Pena que em Maputo a lusofonia não diga muito a quem tem responsabilidades.
Israel ajuda Abbas
(...)
The 87 prisoners are mostly members of Fatah, along with several who are members of smaller Palestinian factions. None belong to Hamas.
Israel aposta em Abbas, procurando demonstrar aos palestinianos que só dialoga com o Presidente da Autoridade Palestiniana.
Penso que os frutos de Paz pretendidos não serão alcançados sem contar com a ala moderada do Hamas.
Diferenças
O amável convite da Universidade iraniana ao Presidente dos Estados Unidos não assegura, contudo, o que nos Estados Unidos foi garantido ao Presidente iraniano, não ser detido.
A ala mais reaccionária do regime deve querer repetir o "feito" de 1980.
Bater no fundo
Foi possível notar durante a campanha como o sector afecto ao Palácio de Belém não se intrometeu muito. Talvez de Belém se queira que o partido bata no fundo para limpar, de vez (2005 não foi suficiente), com o populismo barato e inconsequente do partido.
Por isso, da análise ontem apresentada pelo analista-docente-conselheiro-de-Estado-criador-de-factos-entre-outros, peque por não ter em consideração na conclusão das suas premissas isso.
Belém já deve ter percebido que o partido, para sair deste impasse, precisa sofrer uma forte derrota eleitoral, desta feita sem as desculpas que arranjou em 2005 para fazer esquecer uma derrota vergonhosa. Em 2009, não há desculpas por algum resultado menos bem sucedido.
O aparelho vai ser melhor controlado pelos caciques? Muito provavelmente. Estes senhores não são meninos de coro. Porém, e havendo directas, não há líder, por mais que controle o aparelho, que resista a três derrotas cabais, como se avistam em 2009. À nova direcção do PPD vai faltar tudo: intervenientes qualificados, merecedores de credibilidade e uma visão estruturada do país.
A má moeda, no PPD, só deve mudar depois das legislativas de 2009. Se calhar é a única via do partido voltar a ganhar credibilidade.
A principal ameaça de Yushchenko
A parceira da Revolução Laranja, a adversária aquando da divisão do poder quando se instaurou a democracia e, agora, a aliada destes tempos para derrotar a ala pró-russa, revela-se a grande ameaça política para Yuschenko.
Pretendendo o Presidente renovar o mandato, as suas dificuldades serão muitas em 2009. Yuschenko acaba por personalizar o falhanço da melhoria significativa de melhoria de vida que muitos ucranianos esperavam após o fim da era praticamente autocrática de Koutchma.
De acordo com o previsto, nas próximas presidenciais devem apresentar-se Yuschenko, Tymoshenko e Yanukovich. Só dois passam à segunda volta. Assumindo o resultado de ontem como uma primária, Yuschenko não passará. O seu partido nem chegou a obter 15%. A sua pessoa vale mais do que o partido? Sim. Mas também está mais desgastada junto das pessoas do que a fresca Tymoshenko, que obteve um excelente resultado, mais de 30%, próximo do partido vencedor, e, além disso, teve pouco tempo no poder quando comparado com o Presidente, a quem pode ser assacados alguns falhanços nesta era democrática.
Se fizer um bom mandato à frente do Governo, Tymoshenko terá todas as condições para chegar à presidência do país.
O líder pró-russo Yanukovich chegará, com elevada probabilidade, à segunda volta, pois não tem outro concorrente que reparta os votos junto da população que nutre mais simpatia por Moscovo que pelo ocidente. Do lado pró-ocidental, há uma divisão do eleitorado e, pelo já referido, Tymoshenko apresenta-se, para já, em melhores condições.
A seguir os próximos dois anos com atenção. Tudo valerá para queimar o adversário directo.
Baralha e volta a distribuir
Mais uma jogada do Czar Valdimir.
Ao apresentar-se numa lista no próximo mês de Dezembro à eleição legislativa, o Czar quer mostrar que o hiato presidencial a que se obriga por razões constitucionais de não poder cumprir um terceiro mandato (isto, claro, assumindo que quer retomar o mandato presidencial) não significa que esteja fora da vida política.
Trocará com Zubkov? Assumindo este a liderança do país e Putin a do Governo?
Posso estar enganado, mas Zubkov pode ser uma lebre, mais uma do Czar para este jogo de baralhar tudo e todos, na Rússia e no estrangeiro.
Kasparov foi nomeado, há poucos dias, o candidato de um grupo liberal à presidência do país. Porém, deve ter tantas facilidades em ganhar como Putin em perder.